Transpondo entendimentos próprios
Conversando comigo mesmo, teletransportado em sonhos, constantemente, numa incepção sem fim. Volto num relance a quem fui, numa interpretação constante de algo inacabado. Cansado das perspetivas que teimam em levar a lado nenhum, qual presságio maldito que me tenta envolver, como se ninguém além de eu próprio tivesse culpa de algo que nunca fiz. Entrego meus dias ao Destino que não compreendo de todo, e penso nunca chegar a compreender, empoderado pela ilusão verdadeira de que eu estou correto naquilo que vejo; Um mundo corrupto, corrompido pela falsa amizade, pela falta de entendimento e compreensão dos momentos que se acometem nas vidas que se cruzam; Os desajustes que nos impõem são resultado de uma sociedade podre, em que, como sempre, desde a existência dos tempos do mundo, tudo funciona apesar de tudo parecer ir de mal a pior e a desabar a qualquer momento, e isso pode aplicar-se na vida de qualquer um de nós; Mas, apesar do maior mal sempre há quem se safe; Não venham dores maiores à gente, além daquelas que já sabemos que podemos suportar, de algum modo. Nesta física quântica nada é o que parece ser, tudo é incerteza na profusão do conhecimento. Na procura pessoal de justiça, baseado na crença de um Bem-Maior, tudo se torna incerto à medida que a idade avança. Passa-se a vida na boa-fé de que tudo é correto, que nossos sentimentos são válidos e nos fazem crer, num piscar de olhos, se nos precipitamos a acreditar, de que nos estamos a tornar nuns gangsters. Imiscuídos na informação que nos chega, vemos o pulsar de uma humanidade infinita como o universo, como se todos tivessem os mesmos direitos, sem os ter tentado alguma vez alcançar. Nasce-se para ser carne para canhão, para fazer funcionar a economia, nasce-se por azar, e, no entanto, tantos com tanta sorte, ‘já te safaste…’.
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