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Mais um alegre blog...?!

Enfeitado , disfarçando; traduzindo: as horas, o tempo que passa, inexorávelmente, e sentindo os sentidos da minha vida e de tudo e todos os que minha alma toca e abrange. Bem vindos a este meu Universo.

Mais um alegre blog...?!

Enfeitado , disfarçando; traduzindo: as horas, o tempo que passa, inexorávelmente, e sentindo os sentidos da minha vida e de tudo e todos os que minha alma toca e abrange. Bem vindos a este meu Universo.

The passenger

            Vejo a vida passar defronte de meus olhos, como um passageiro que observa a (sua) paisagem. Sinto que não tenho tempo, sinto tristemente que já não tenho tempo. Sinto que estou a perder todos os sonhos, vagarosamente. Sinto que estou embrenhado numa teia. Sinto-me só. Sinto-me gozado, como se rissem de mim em verdadeira galhofa, meu progenitor, primeiro culpado de todos, de todos aqueles que ficam impunes neste mundo. Sinto - me desencontrado. Eu tenho realmente que identificar as causas de tudo isto: as pessoas culpadas e os motivos biológicos de eu ser quem sou, estar como estou, de me sentir como sinto. O vazio social é grande, tudo deu errado, e eu, continuo à procura dos culpados, ou dos motivos porque tudo isto me acontece assim, deste modo. Sinto que não sei fazer nada, e é verdade, que sei fazer eu? Um inútil condutor de uma vida que não se sabe qual será o destino, um ser desvalorizado à nascença. Que é uma pessoa sem outras pessoas? Mas, se é assim, porque nos sentimos perdidos (me sinto perdido) neste mundo de 7 mil milhões de pessoas, onde, afinal, apesar da imensidade de coisas e estados existirem nunca estou satisfeito com o que tenho – como acontecerá a muita gente. Sinto-me perdido e desalinhado neste trajeto sem significado, quando um dia, penso, eu tive a grande esperança, por mim, que mais ninguém pode ter por ninguém neste mundo. Sinto-me realmente só. Sou um passageiro que conduz o seu móbil, sozinho, sem tempo de parar e apreciar a paisagem. Antes de ter a carta para conduzir, onde eu tinha a certeza de que iria fazer uma grande viagem e estava ansioso por isso. Talvez eu nunca tenha iniciado essa viagem tão ambicionada. Quantos caminhos errados tomei... Mas este caminho não tem regresso. Nunca tive o prazer de dar boleia a alguém com quem se pudesse conversar, aquele conversar com amizade, com sentido de ligação das emoções, porque, na verdade, em mim as emoções estão seladas. Pronto! Sou eu o culpado de tudo o que se passa na minha vida! Mas que vou fazer??? Sei lá, adiante. Nunca levei a água, na verdade, ao meu moinho, moleiro que eu deveria ser. Penso que seja a ‘minha condição humana’ que não me deixa ser mais do que sou: sinto-me vergado na constante defesa da minha dignidade que tem sido posta à prova, a minha dignidade psíquica, mental, psicológica, sobretudo estas até ao momento, a dignidade física mantem-se intata, não sei até quando - lá ta o próprio medo, aquele de chegar a um ponto onde a filosofia e todo o conhecimento do mundo não me pode ajudar, onde a mente cairá em decadência como já alguma vez o senti faz 11 anos. Assim, encontrei este refúgio, neste blog, o blog das minhas lamentações, onde mais uma vez me desencontro com o mundo social (onde nem um comentário recebo - o porquê só Deus sabe, que eu não compreendo nada, mas imagino o complô de uma anti - vida que me quer derrotar e que temo que isso possa acontecer -, onde o vazio se estende pelo tempo desta viagem, cada vez mais escasso, onde não dialogo, nesta escrita vã e monocórdica, onde me afundo cada vez mais, nesta piscina funda onde alguém a enche de água para, precisamente, me afogar, pois eu não sei nadar. - Julgo ainda vir a bater o record do Guiness do blog com mais lamentações pessoais de todos os tempos -. Questões e mais questões surgem, infindavelmente, a ponto de colocar um homem louco, no mínimo, confuso; e então quando aquela (s) resposta (s) encontrada (s) como sendo a verdade o deixa (m) de o ser?! Aí é o descalabro completo, descalabro do impensável paradoxo da existência que nos deixa completamente atordoados, que deixa a própria ciência boquiaberta. Porque não posso ser eu íntegro? Se me perguntar a mim esta questão anterior, eu tento responder: Não sou íntegro porque não sou eu que comando a minha vida, assim como não comando a vida do mundo, e, do mundo que me envolve, em particular; apesar desta evidência ainda não ser tragável para mim, como se fosse uma criança que acredita que todo o mundo gira à sua volta e de que eu posso mudar o meu mundo. No entanto, sei que todos estamos ligados de algum modo; acredito no ‘efeito borboleta’, assim como acredito no fascínio das coincidências: por exemplo, como passageiro, de encontrar um lugar para estacionar o meu veículo no momento certo, em que eu chego, no local ideal. Têm acontecido tantas coincidências na minha vida que, orgulhosamente, poderia continuar pensando que sou um ser especial como sempre o quis ser, como sempre quis que a vida me tratasse, como tal. Vou contar somente uma coincidência: um dia eu saio do meu trabalho, e, ao pôr o meu veículo a funcionar, eu tinha ligado para começar o radio a funcionar e não o cd, eis que começa dar uma música dos Pink Floyd na rádio RFM, ‘Another brick in the wall’, acho que a parte 2 das 3 partes de another brick in the Wall para quem conhece, aquela musica ‘we don’t need no education…’; não é que acontece a fantástica coincidência, entre as tantas e tantas coincidências que tanto se tem passado nos últimos tempos e em tantas áreas da minha vida, acontece que ao ligar o cd sem eu o saber, a música que começa a rodar, quase em preciso simultâneo, questão de 1 segundo de diferença aproximadamente, no momento em que se transmitia a música da RFM, era essa música, a dar, repito, quase em simultâneo com a do cd; eu não fazia ideia que tinha essa música para começar no cd, foi uma coincidência fantástica, melhor só sair o euro milhões (e eu jogaria se não fosse tão pessimista e me sentisse tão azarado ao jogo como na vida). Situações como esta têm-se repetido constantemente na minha vida, pelo menos de um modo que eu me aperceba de há poucos anos pra cá. Eu olho para o relógio e são as 23horas23minutos, numa outra altura são 11horas11minutos e estão la fora do meu carro 11ºcelsius de temperatura, porque eu observei esses momentos e não reparei noutros sem nexo? E pergunto-me em última análise se tudo, em absoluto, neste mundo acelerado, não terá uma explicação que só ‘os privilegiados conseguem entender’, ou aqueles que conseguem associar as coisas, conseguem ter capacidade de análise (acelerada talvez)? E quando passam músicas que se adaptam ao momento ocasional e que funcionam como explicação e móbil daquilo que se está a fazer? Não sei que significam todas estas coincidências na minha vida, e o que se têm passado, em especial, nos últimos anos em que eu me apercebi que havia um tempo para tudo, por exemplo, em que acho que atingi uma nova fase da minha vida. Procuro significados da minha vida, mas pergunto: haverá significados definitivos? A minha condição humana, é, afinal, como a que deve ser a de todos os seres: de incerteza perante um futuro desconhecido, imponderabilidade perante o futuro incerto onde na curta existência de vida se vive próspero, remediado, necessitado ou miserável, com isto tudo a acontecer lado a lado por seres que se exploram uns aos outros numa indiferença que aflige, fazendo apoio a alguns que necessitam como remedeio depois do assalto a casa trancas à porta: tanta mentalidade, tanta ideia e idealizações do mundo, quanta falsidade no meio disto tudo, quanta ignorância do tipo ‘Ah! Isso não é comigo’, ou então é o safa-te como puderes. Pergunto, que merda é esta de ‘economia’? Foi algum profeta que a inventou? Eu quero ter conhecimento e fazer coisas que me satisfaçam por as fazer, tal como me satisfaço a fazer sexo quando isso me dá prazer, quando posso, quando surge a situação propícia. Eu quero usar a sabedoria com liberdade - não quero fazer sexo naqueles dias porque tem que ser assim, porque manda o regime vermelho, porque a merda da cultura da economia do homem arrasa um ser como eu que não tem meios para se defender, porque em última análise aquilo que tínhamos por certo afinal é incerto, e um ser humano que se acha superior domina tudo até muito mais longe do que a vista alcança, de um modo que só os céus compreendem o porquê de tudo isto ser assim, o porquê do ‘é’ e do ‘não é’ - por isso apelo ao Universo que me trás tantas coincidências, essas, e que elas sejam presságios de um bom futuro, de que tudo se está a organizar para o bem, no bom caminho. Eu penso, eu preciso é da força do fazer, o dinheiro é um mero simbolismo para que se produza o que é preciso, para que se efetue a troca do bem que eu não tenho e preciso para efetuar com conhecimento a minha tarefa, que eu conheço pela ciência e a pratico como sabedor – penso que a mentalidade do homem atual, que vive nas zonas mais ricas do mundo ou a partir de um certo nível de vida, pensa que tem todos os direitos, que esse ‘imponderável’ para ele não existe, que nunca faltará o essencial, como se o mundo fosse (espetávelmente) previsível, dominável além de fonte inesgotável de recursos, onde ‘O segredo’ é imaginar com toda a força e desejo possível tudo o que de bom existe (egoisticamente) para cada um de nós e tudo isso nos acontecerá (pergunto-me porque eu sonho assim faz tantos anos e tanto do que é negativo vem ter comigo) -. E, assim eu vivo, no imponderável dia de amanhã, como na verdade sempre vivi, com medo de não subsistir, já manifestei isso mais vezes. Estou desempregado, como tantos outros. O futuro é incerto, na verdade não sei fazer nada, repito, apenas conduzir um móbil, bem ou mal, e lamentar-me, aqui, perdendo tempo precioso da minha vida, porque não sei utiliza-lo de outro modo. Talvez o fim seja o de saturar as lamentações que têm que ter um sentido, que têm que ter um meio de explicação e superação, para mim, que estupidamente há já tantos anos procuro. Mas há quanto tempo eu digo isto?! Há quanto tempo… desde sempre, neste quarto aborrecido onde eu cresci e vivo com desejo de conduzir mais um dia, como passageiro, esse móbil, e, mais que não seja, apreciar a paisagem, como ‘The Passenger’.

 

 

 

 

 

 

Viagem de Mudanças [do sentir]

Prossigo esta viagem com tantos baixos e altos. Prossigo na certeza que sou único, e defendo que mais ninguém é como nós, porque até mesmo a nossa imagem que se reflecte no espelho mais perfeito é distorcida. Defendo a unicidade do ser e a incapacidade de alguém compreender alguém, neste caso, em particular, a mim, como se houvesse uma lei que definisse que os homens são todos iguais só porque a ciência ‘disse’ ou alguém descobriu que existem leis no Universo e que as encontramos em tudo o que existe e até no comportamento e na psique humana, tentando definir doenças, que por um indivíduo ter um determinado problema logo já há muitos que o tem, como se o comportamento e a psique fossem algo tão definíveis quanto a água que se evapora sempre que atinge os 100 graus célsius. Prossigo com a minha crise existencial, assumo. Pergunto-me que interessará a minha crise existencial aos outros? Quase de certeza que nada, a minha óptica cada vez me prova mais isso, porque acredito que muito pouco se pode fazer pelos outros por mais boa vontade e inteligência e capacidade que haja para tentar fazer, nem mesmo quem nos possa ter amado mais. Somos organismos independentes uns dos outros, não há interligação entre nós, e o que nos liga são apenas as emoções que cada um sente à sua maneira, apenas com uma base idêntica, o organismo, que por sua vez é único na maneira como funciona e reage ao ambiente e aos seres que o rodeiam. No organismo mais básico não existirão as emoções, e ele vive para se reproduzir, tentando perpetuar a existência da sua espécie, se for capaz, e para executar ou não funções na terra, úteis ou não, para o ambiente que o rodeia, é apenas um peão no jogo da vida. O homem como ser mais evoluído tenta controlar tudo de modo que a vida jogue a seu favor. O homem moderno e inteligente tem a ambição de que possa fazer girar o mundo à sua volta, ele tenta perceber o jogo da vida que existe e percebendo-o no seu íntimo, ele quer sobreviver ao mais alto nível, e se puder ser o dono do mundo, tentando ser de tal modo importante que tudo o que ele diga ou faça o proteja e o torne imortalizado na história do homem, enquanto o homem existir ou, em primeira instância, enquanto a terra existir. O homem inteligente e moderno tem trunfos para jogar esse jogo, ele joga o jogo da economia, dos números e do dinheiro (e logo da influência), a que as pessoas dão valor e o que faz mover os homens. Pelo menos é assim que funciona o interior de certos homens, provavelmente haverá uma legião deles assim, que por sua vez é uma elite que se junta para formarem uma força e subjugar a força e a sabedoria humana a seu favor. Não será assim? Pois não será, talvez o que eu diga não se baseie em leis científicas, nem seja um dogma, mas eu sinto de uma determinada maneira e tento trazer para fora aquilo que em mim vai, da maneira coerente ou não. O abismo puxa-me para baixo, nesta existência estranha, acredito que nesta existência peculiar, como alguns que serão tantos por ai e que estão lado a lado connosco por vezes, ao contrário da folia e da alegria e boa disposição que é facilmente demonstrável, este tipo de sentimentos e introspecção torna a relação entre as pessoas difíceis, como se a introspecção e/ou a tristeza fossem algo a desprezar, ainda para mais neste mundo de máscaras e de pretensa alegria constante, porque isso já não é um estado de alma que se possa assumir, porque é uma doença tremendamente contagiante. Pois é, a inteligência também pode ser uma doença, e a doença tem que se negar. A capacidade de ver mais além, e ver o que os outros não vêem ou não querem ver (desviando o olhar) ofusca-nos o que está perto. A relação entre os homens será para mim eternamente estranha, e pergunto-me constantemente porque tem de ser assim a vida, porque funciona da maneira que eu descobri (pelo menos da perspectivas que eu a vejo) e porque não sou eu uma pessoa normal simplesmente, fazendo questionar seriamente a existência de Deus mas não sabendo como explicar os acontecimentos na minha vida a que posso chamar sorte, em vez de Deus a quem eu atribuía os acontecimentos da minha vida. Se houve seres que seguiram os preceitos de Deus, eu fiz parte dessa legião, e não consigo conceber a existência de Deus, cada vez mais segundo o que vejo e sinto, segundo os parâmetros que me deram e que existem sobre Ele. Neste momento para mim, a vida, no geral, surge-me claramente como caótica e simplesmente casual, a existência é um acaso, e a vontade de Deus parece-me não Reinar. A natureza, simplesmente, é indiferente aos seres e aos acontecimentos, não tem vontade própria, caso contrário haveria justiça, e isso nestes momentos que correm na minha vida surge claramente no que observo do que me envolve e de tudo o que se passa na minha vida. Tudo o que existe foi invenção do homem, é simplesmente cultura, e, repito, reina, como sempre reinaram as leis caóticas da vida, os acontecimentos sem uma vontade própria de algo superior. Existe sim, uma vontade própria do meu organismo, do meu ser, uma maneira própria de eu ver a vida que me envolve e de eu tentar dirigir a minha vida segundo a minha vontade que é volátil. Claro que subsistem as questões acerca de onde reside a mente, qual a interacção que se dá entre os seres e como se processa essa interacção. E isso continua a fascinar e a criar mitos e Deuses para explicar essa interacção entre os seres. O conceito de Deus tende a diluir-se, e torna-se descabido na minha existência o conceito que me inculcaram segundo as normas cristãs, é o descrédito completo, na minha mente, da todas as crenças que me fizeram acreditar e que me levam ao abismo (segundo o que me parece que acontece na minha vida, porque não são coerentes com o que se passa na minha vida e na minha existência) com o que eu sinto, em ultima análise.

Tudo o que eu era e sentia quando nasci já existia antes de mim, eu sou uma repetição de algo que já existia, mas no decorrer da minha vida eu acrescentei coisas à minha existência: eu criei ideias, eu inventei alegrias e medos, o meu organismo modificou-se. Eu sou o que sou, e serei assim até ao fim dos meus dias por mais que isso me custe. Eu tenho a pele branca e sou sensível à exposição solar, não é expondo-me imensamente ao sol que eu ficarei preto ou que abalará esta característica, se bem que eu um dia acreditava que poderia superar isso. Eu enrubesço facilmente, todas a minhas emoções me vêm à flor da pele facilmente como se eu fosse transparente, como se a minhas emoções se manifestassem sem as poder esconder, e não mudarei muito em mim ate ao final dos meus dias [Mas como eu gostaria de que não pudessem ver as minhas emoções, de como sou fraco, como eu gostaria de mudar (!) de poder gerir todas as emoções que sinto. E como eu sinto o desprezo e o desdém, a marginalização e a superioridade, que não deveriam ter, dessa gente que nunca sequer pensou um pouquinho no que significava a vida deles, quanto mais a dos outros]. Como eu pensava que podia ser forte, e afinal me tornei na mais débil das pessoas, com a capacidade inesgotável até ao fim dos meus dias de ver todo o sofrimento que passa por mim e pelos outros e me torna incapaz de reagir, simplesmente não tenho reacção, a não ser nestas breves palavras que tento desconexadamente e incoerentemente dizer, nestas palavras em vão mas cheias de esperança de que a minha vida mude e ainda consiga um dia sentir de maneira diferente, o que se revela falso a cada passo que dou, porque é com base no que fui que eu me vou tornando outro, construo o que sou sobre o que fui, e todos os erros da construção se vão acumulando até ao fim dos meus dias, mas ainda tenho esperança, ainda tenho a fé de que posso ter sorte, ainda acredito que posso ser feliz.

Lugares

 

 23-12-94                        
 
Austero, integro! Cônscio! Que lugar aquele!
Foi num dia tanto quanto os outros. Que dia estrambólico aquele! Do eirado olhei para as estrelas e vi nevoeiro, ele fazia parte de mim nesse dia, ele estava de acordo com o ego. Eia! Desci até ao eido. O vento soprava mansamente do norte empurrando-me para o sul. O tempo não mudava, o levador não vinha. Estava ansioso. A anciã perorou as suas experimentadas palavras.
                Indagando dolentemente, imaginava alegremente aquela dolaire da rapariga. Olhava para a paisagem e contrastava-a para onde ia, para o coração do país, onde há movimento, auspiciando o que se passaria na grande aorta.
                Finámos o caminho depois de uma longa paragem. Lá estava a auspiciosa imagem! Tão diferente quão diferente já fora! Enfim, velhos passados. Num automatismo acenei mesquinhamente. Lá veio o gaivinha sempre leve como um pássaro, com as suas graças vezeiras! Bom homem! Assim fosse o outro Zé-povinho.
                Encontrando-nos na viatura, partimos. Passa um, passa dois e … <<Eh carapau! Por onde vamos nós?>> Que vezada! <<Ora, bota p’rá frente>> que o destino está marcado. Grande passeata para começar. Chegados à moradia cada um seguiu para seu lado. Fomos comer. Fomos à arrecadação e… fomos embora! Austeros. Trepidação, trepidação. A paisagem era tépida. A udometria previa e ela caia. A jornada foi quebrada pelo lanche. Mas rapidamente lá chegámos. <<Ufa>>- para ela que nem sabia as baixas pressões ainda estavam para vir – mas tudo passou.
                Natal citadino aquele. Cidade que no Verão está repleta de damas e donzelas, nas ruelas só havia malhas escuras, corpos de sobretudos que queriam era estar no valedouro apartamento e não ali. Li e vi televisão radical. Que calor bacanal! Dormia-se, levantava-se e comia-se. Esta trindade não era fixe. Fomos dar à trincadeira, no entanto, não estava cool, nem frio – que tontice a minha, ficar assim -. Por fim, pouca terra pouca terra, lá foi cada um para o seu ninho no seu caminho.
                Há  música! Ah, música! Feel the rain! Sweet rain! Jogava no cp e bem vês porquê. Lá fora começaram a cair lágrimas das nuvens. E elas, melancólicas, choraram e choraram até à Páscoa o feliz Natal.
                Ah! Outra vez! Aquele sussurro: << Para o ano…>> - Não percebi o resto. Mas decerto era coisa boa e eu fiquei ansioso, ansioso por chegar esse tempo. Ver meninas com sutiã, deleitosas, lindas de morrer, sensuais, carnais. Suspirei sustenidamente.
                Ah! E aquelas solenes festas! É que foi dançar o sol – e – dó! Pena que eu fiquei à soleira da porta, olhando, cabisbaixo, disfórico, a tentar compreender, sobreolhando com certo desdém, desalinhado. <<Desembucha homem! Vem dançar!>> Fico em rodeio.
                Novamente eles vieram. Eu estava mais contrito da minha anterior condição, sempre estou. Com eles vinha mais alguém que me transcendia. Novas atitudes, novas figuras, mas ele… sempre o mesmo? Não, tinha diferença. Ou será que a diferença dele era a minha?
                Abimitado e conformado, no entanto, acordou um novo dia. A Páscoa deu lugar às altas pressões que têm aclarado as almas e aquecido a paisagem. A alma fica imaculada e ela fica sensual. O choro abluiu a alma e deu calma, mormente. Que tempo voluptuoso este. Que sensualista, que carácter, que temperamento! A sentença está dada, mais um ano na cagada. Que regalo!
               

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