Meia-noite
Dlim, dlom! Meia-noite. Caminhando ao luar, pensando frescamente numa noite quente de Verão. Boa disposição não faltava. Ao longe via-se incomensuráveis luzes. Estava no ponto mais alto. No ponto onde jamais alguém tinha estado. Dali via o tudo, não ao pormenor, mas via o principal. Via o passado, e o presente quanto baste. Mas estava insatisfeito, queria ver mais, queria ver o futuro. Queria ver os erros para os poder evitar. Queria ver o infinito. Queria, pelo menos senti-lo nos meus sonhos. Queria tocar na utopia. Satisfazer o meu gosto de viver.
Viver. Somos nós. Queremos demarcar-nos, tomar posição. Mas há uma sociedade, há regras, que nem todos conseguem aceitar [conseguem cumprir]. Há injustiças… nem que sejam só nos nossos olhos. Há palavras sem nexo. Há a vontade de conversar, conversar de tudo, do mais intimo, não só de amor perverso como se pode pensar logo há partida por algumas mentes ufanas, mas do além e ao mesmo tempo da realidade. Mas a realidade é aquilo que um homem quer que seja. A mente pode ultrapassar a realidade e criar outras que parecendo falsas para quem as não criou, são verdadeiras para quem as criou. De maneira que os verdadeiros valores da vida são substituídos por valores mesquinhos, que só podem sair da imaginação mais rasca. E passam-se tempos a criticar os outros como sendo os culpados. A toda esta ordem contrapor-se - á a desordem. Excessos, extremos, extremistas, loucos Ah! Ah! Ah! De tudo corre nas veias do tempo do Universo… até a vida coube.