Enfeitado , disfarçando; traduzindo: as horas, o tempo que passa, inexorávelmente, e sentindo os sentidos da minha vida e de tudo e todos os que minha alma toca e abrange. Bem vindos a este meu Universo.
Enfeitado , disfarçando; traduzindo: as horas, o tempo que passa, inexorávelmente, e sentindo os sentidos da minha vida e de tudo e todos os que minha alma toca e abrange. Bem vindos a este meu Universo.
Dentro de nós há uma imensidão, talvez não conhecida, talvez nunca mostrada, nunca exprimida; Talvez nunca conseguido tal. Mas quando há um gatilho, ‘You turn me inside out’; E aí mostramos o que está dentro de nós. Aí transparecemos. Aí fazemos parte da Infinidade. As lágrimas são enxutas. E, momentos, extremos de verdade, deslumbram como Ouro, como Diamantes; Com isso, adoramos toda essa Riqueza. Não interessa onde os nossos amigos e amigas estejam, nós estamos inteiramente com eles, Gratos por essa fraternidade tão esperada, por esse feedback, tão ausente, voltando qual filho pródigo regressando. Manifesta o que te faz manifestar. És bom e foste mau. És fraco e viram-te com força pensando que eras outro, quem na realidade não és, porque conheces Quem te Rege, sabes que sempre ficas na mó de cima quando te querem pôr na nulidade. Respeito. Muito respeito. Nem sempre é suficiente. E a Eternidade está aí, a primeira, a última, a Eternidade, a primeira e a última eternidade. Grow Old. Eu vi alguém crescer até ao último suspiro. Eu fui inteligente quanto qualquer pessoa inteligente, desprezado por quem não vale nada ao quererem fazer dos outros nada. Mas não me interessa essa abordagem, não interessa quem sou, mas quem És, tu que me abordas num contexto inefável, volátil, com um psiquismo tal que me faz duvidar se não És o mesmo, na Verdade. Conhece-te a ti próprio, vive a tua essência duas vezes numa vida. És, na verdade, especial, não duvides. Conhecer-te-ás porque assim o desejaste, nos cansativos dias que passam e te enchem de plenitude, de humanidade. Não deixes fugir esse Trunfo que tens, Ele te é precioso no tempo da tua memória. O mundo não é teu, mas tu pertences ao Mundo. Vive, deixa viver. Gratidão e Respeito. Altivez. Grandiosidade e profundo sofrimento. Tudo sentimento. Manifesta a emoção, equilibrada. Sê justo, e a Justiça esperarás alcançar. És marcado, por todo este mundo que te envolve, na medida certa, no momento certo. Bem e mal. Mágico. ‘Pergunto se te verei outra vez’. Se poderei brilhar muito, ainda. A que preço de sofrimento eu poderei ascender ao mais alto dos céus, na incerteza do fim, na fuga da dor inevitável. Dar-me-ás consolo na incerteza do fim? Farás, ainda, depois de mim, justiça no Teu abraço de Bondade? Passamos pelos tempos de mudança acelerada, mudanças na mente. Até onde? Até quando? Quem o saberá? MAS, d e n t r o d e m i m e s t o u e u.
Talvez o sonho principal, da minha vida, desde sempre, seja o da procura do conhecimento e do saber, o que me leva a tentar escrever, para compreender, compreender a minha vida, antes de tudo, dado o grau de desordem (psíquico-mental/social) que se instalou nela a partir de certo momento. Sei que compreendo a minha vida cada vez mais, ou o tempo não passasse e esta mente não deixasse de trabalhar, constantemente, apesar de não conseguir dizer e explicar o que sinto como deve de ser, não direi nada de jeito, muitas vezes. Também, por causa deste mesmo ‘tempo’, quando compreendo as coisas já é tarde de mais, cada vez mais ‘tarde de mais’. Fui ferido e esventrado no meu orgulho, na minha dignidade e nas minhas ambições, não atingi a liberdade da independência de mim como ser (humano) físico e mental. Mas, tenho imensos sonhos, mais ainda do que muita gente possa imaginar, tanto projeto de sonho que nunca cumprirei, cada vez tenho mais a certeza disso, e, o certo, é que não consigo viver dos sonhos (Até pode haver quem consiga, mas eu como a maioria não consegue). Continuo, eu, como uma criança, a sonhar e a não conseguir entrar na realidade do dinheiro e/ou do saber fazer algo para o conseguir. Com os sonhos perco eu meu tempo, e também com esta escrita, aqui, afogando mágoas que ficarão algures na internet, sem nenhum significado, quem sabe (?), sem que eu consiga ouvir (algum dia) seu eco, que apenas se dá em mim mesmo, dentro da minha cabeça, enquanto eu existir. Deste modo, aperfeiçoei-me na arte de chorar o meu pranto, que nem uma carpideira, repetindo regularmente as queixas, soluçando sem fim, neste desgostoso ato que ainda não me levou a uma saída, nem talvez leve, por inerência de um destino que se aproxima a alta velocidade. Que seria de mim se não fosse a internet? Que será de mim se eu, um dia, não puder ter internet? A solidão alastra: tanto meio de falar e chegar às pessoas e eu não consigo falar com ninguém (simplesmente não consigo dialogar), como se um cancro tomasse cada vez mais conta de mim. Mas, prefiro que estes gritos estejam no nirvana da internet, do que ofuscados e abafados no vazio de umas folhas soltas, dobradas e amarrotadas pelo tempo, algures, no vazio de uma casa, relatando a loucura (considerem este ‘louco’ na maneira de ver dos outros, porque eu não me acho louco, sinceramente, mas sim, sofredor por causas alheias e que não me deveriam pertencer) de um ser que não quiseram que vivesse, que não pôde viver em liberdade e harmonia com o mundo. Quis eu, desde sempre, ser importante; sei, agora, que ser importante não é só ‘poder’ e/ou ‘dinheiro’, mas é amar e ser amado, (se bem que passa em grande parte por ai, e eu nem isso tenho, poder e dinheiro,poder e dinheiro…com que tanto sonho); Estou muito afastado desse real significado da vida (daquela normalidade com que sentia a vida), com que tanto sonhei e acreditei (mas acho que não devo dizer ‘em vão’, porque nada é em vão, apesar de não percebermos os significados e consequências das nossas ações, em ultima análise, da nossa existência); E, que significa esse ‘Real significado da vida’? Perguntam-me. Penso que passe por: o amor, uma relação saudável entre pais e filho (s), entre amados, entre amigos [de uma maneira geral, entre as pessoas que nos envolvem e nós]. Falo em ‘real significado’, porque não me é permitido defini-lo, não tive essa honra, a de ser um ser humano realizado para poder executar a obra da definição de tal significado, o real significado. A liberdade faz parte desse real significado. A minha vida é de solidão intrínseca, de crise existencial, e eu alheio-me deste mundo, quando ela quer tomar conta de mim: refugio-me nos meus prazeres da vida, a música por exemplo, o recordar quem fui, os sonhos que tive, o que senti ao degustar pela primeira vez tal sabor de tal comida, tal momento, entro no mundo dos sonhos das recordações, num mundo mental de sensações de todo o tipo (visuais, auditivas, táteis, olfativas, mentais, sentimentais etc.) e misturo tudo, eu comparo tudo, eu analiso tudo, eu tento encontrar respostas eu tenho imenso prazer quando encontro as causas dos efeitos que se deram, na minha vida em particular - Mas pudesse remediar eu essas causas… - As minhas sensações são visuais, predominantemente. Se bem que por momentos, não sinto essa solidão e algo ou alguém vem ao meu encontro para me dar um certo ânimo, uma lufada de ar fresco para continuar. Para um homem da minha idade, que tinha a pretensão do amor, era para ser feliz, e isso passa por estar em sintonia com o sexo oposto [mais um sonho]. Mas não, a minha vida é de tristeza por ter sido castrado psicologicamente faz tanto tempo, por me terem sido anuladas as minhas ambições, por ter sido ludibriado por adultos que me prenderam as minhas emoções, que jogaram com os meus sentimentos, enfim, pela minha origem, que talhou os meus caminhos. Se me for permitido, eu abomino as culturas de opressão. Eu vi o que é a liberdade, eu vi o que é a destruição, eu vi que ninguém é nada para parar o que quer que seja. Eu nasci em desvantagem, mas luto por ir mais além, sempre lutei, e para isso, conto com alguém, eu não sou ninguém estando sozinho (se bem que esta solitude tende a prolongar-se no tempo), não sou ninguém sem um espelho que fale comigo e me diga o que está a mudar em mim, o que sou a cada momento, eu procuro meu espelho, persigo os meus sonhos.
Estamos metidos nas malhas da economia, o dinheiro faz rodar este mundo, e eu sinto que não sou capaz de entrar neste mundo económico, sinto-me um inútil, que não sabe fazer nada. Nem ao escrever tenho sucesso, porque sou uma pessoa ordinária, no sentido de vil, maltratado e subententido, que nada mais faz, ao escrever, que pôr o dedo nas próprias feridas, gritando, sem que algo ou alguém me possa ajudar. Mas as feridas têm que sarar. A esperança é a última a morrer, os sonhos só acabam com a morte, a luta com a qual se firma a vida.
São imensas as cadeias que prendem meu coração, mas já foram mais. Ouvindo Richard Marx, ‘Chains around my heart’… e, como sempre, momento após momento, eu vibro com as recordações e com a sensação de estar vivo e ter vivido, vibro, surpreendido, com o chamamento da vida nas ocasiões que penso que tudo vai desabar outra vez. Surpreendo-me e ao mesmo tempo tento aceitar aquilo que me ultrapassa, que não consigo mudar. Realmente tudo o que vivi tem um significado, e é maravilhoso ver as coisas encaixar e tomarem sentido. Todas as minhas vivências a encaixar, e, no entanto, sempre na defensiva perante o desconhecido do futuro. Eu queria reagir, e não consegui, não me foi permitido, fiquei passivo, absorvendo tudo à minha volta, tentando compreender infinitamente o mundo que me cercava, como tento compreender mais e mais a cada dia que passa ainda hoje, isso é-me permitido. Mas eu penso que tenho pouca capacidade de reacção, ainda. De bode expiatório a um ser especialmente querido, a minha metamorfose continua, nem que tudo seja ilusório. No entanto, tudo é incerto, só tenho a certeza de ter vivido, dos azares e das sortes que tive, qualquer previsão do futuro pode estar completamente errada, porque um número inimaginável de infinito futuros me podem acontecer. Sinto que a minha vida vai ter mais uma mudança no futuro que se aproxima, e queria acreditar que a vida me vai dar uma nova chance de melhorar quem eu sou e de poder gozar mais um tempo de vida de intensidade agradável. Pensei que não arrancaria mais com a minha vida, pensei que seria mais um caso perdido, de pessoas esquecidas neste mundo, mais um esquecido neste mundo, e que iria esquecer quem eu tinha sido um dia, pois só via tenebrosidade, melancolia e escuridão na minha frente, além de sentir uma profunda incompreensão do que se me estava a passar, e sentia uma imensa impotência de lutar contra forças tão estranhas e que me puxavam para o abismo. Agora, aqui estou eu, sentindo o cheiro de uma nova primavera, tentando invadir o meu espirito com sorte e positividade, neste preciso momento. O quanto desejo que todas as frustrações se vão embora da minha vida, que o equilíbrio venha ter comigo, que tenha forças para que pessoas maldosas não me consigam ferir. Quem me dera que isto que sinto fosse o cálice da vida, a compreensão geral de tudo, ou pelo menos da minha vida em que eu sou o centro do meu Universo. Eu tive a oportunidade de VER este mundo com uns olhos especiais, dados a um ser especial, e do qual só eu posso falar. Eu fui amado desde toda a eternidade, porque estive previsto desde sempre, eu nasci e cresci contra todas a probabilidades, porque me foram dados os caminhos certos para atingir estes momentos. Não sei se poderei falar do mundo agora, mas parece-me que estou apto a falar do que eu conheço, de mim próprio, e talvez com isso eu possa contar também a história do mundo. Talvez eu não possa salvar o mundo nem as pessoas que sofrem, mas posso tentar salvar-me a mim para que outros se salvem. Reafirmo a possibilidade do conhecimento e a existência da sabedoria, os quais eu respeito desde toda a minha existência, e talvez por isso eles me dão momentos tão bons na minha vida e me são tão queridas. Queria acreditar que Deus existe, mas talvez me baste saber que eu existo por meio de algo que tende a mostrar-se à medida que o tempo passa, não interessa o que lhe chamemos, e que a perfeição está nesta amálgama que por vezes parece o caos e por outro lado parece magnificamente perfeito. Sinto-me vivo ainda, e tudo o que senti faz sentido e teve uma razão de ser. Eu tive uma hipótese na vida como poucos terão possivelmente, ou pelo contrário, todos tem essa hipótese, mas nem todos a conseguem aproveitar por motivos que ainda compreenderei um dia. É o sobe e desce da vida, os momentos agradáveis e amenos e até mesmo de vigoroso esplendor versus a queda, a dor e o atrito que nos tomam sem compreendermos o porquê de ser assim. É assim até mais não podermos. Eu vejo desde aqui o que me envolve, sem no entanto ver como os outros. Eu vi: claramente a ironia do mundo; o fingimento; a minha tamanha imperfeição na tentativa de ser perfeito, assim como os erros das outras pessoas e os meus também; a relatividade de tudo, como já me parecia existir desde os meus primordiais pensamentos; a oportunidade de respirar, novamente, por um pouco que fosse, para poder mergulhar mais fundo nesta minha azarada vida. No entanto, não sei se me é permitido esta sensação de plenitude, como a conseguirei manter? Será que consigo?
Temos que ter motivos. Temos que acreditar em algo, todos acreditam. Todos defendem causas, as suas causas que por vezes são as causas de muitos. Todos tentam saber mais. Todos se acham os melhores. Todos se apegam ao que sabem, acreditam e defendem, de tal modo muitas das vezes, que se acham invencíveis. E quando nos mais altos dos poderes, como se fossem imbatíveis, como se soubessem as soluções para gerir as suas nações, a sua região, a sua família, a eles próprios. Só me pergunto porque não caem eles em contradição (?), porque não põem eles em causa aquilo em que acreditam (?), e se o põem, não entrarão em contradição ou injustificação das causas em que acreditam (?). Pois, muitos defendem as suas causas, como valores absolutos, algo a que se apegaram e mais não quiseram largar, chegando mesmo a sacrificar a sua vida por essas causas, elas são o sentido existencial dessas vidas. Seguiram cegos entre a vida de tantos seres, agarrados aos seus ideais. Alguns deles são os cegos entre o poder que alcançaram, querendo passar por cima de tudo e todos. Estava neste momento a pensar em Hitler, como um exemplo. Estava a pensar no extremo mais obscuro da fé que esse homem teria, uma crença profunda que estava enraizada nele, em que um homem é movido pela maldade mais profunda (acreditaria esse homem que o que estava a fazer era o certo? Não veria ele que era errado?), o poder cego ao serviço da matança, a querer formar uma raça superior quando ele mesmo era o inferior e o mais reles dos seres, o cúmulo da desumanidade, como se ele fosse capaz de criar um mundo perfeito. Hitler, uma metáfora da maldade, símbolo máximo do desapego pelo que o envolve, pelo semelhante. Que capacidade era essa de mover homens, e que homens serão e seriam esses que se apegam a um líder, não sei bem porquê, e o seguem até mesmo à morte, ainda hoje? Porque dizem outros homens que agem em nome de Deus, matam e fazem outros sofrer? Talvez porque exista o bem e o mal (e estes conceitos não tenham uma definição objectiva) dentro dos homens e o que é bem para uns não quer dizer que seja bem para outros, a estabilidade de uns (individualmente ou de uma legião) pode ser o desequilíbrio de outros (individualmente ou colectivamente).
Agora, aludindo numa espécie de parábola, a esse eterna procura pela compreensão daquilo a que se chama bem e mal e equilíbrio e desequilíbrio: talvez seja essa, como que uma eterna dança entre opostos e iguais, em que os opostos se atraem, e as energias do mesmo sinal se repelem. Visto desse modo, há energias que se atraem e dividem por igual essa energia tendendo a formar um equilíbrio perene, outras que se repelem, tendendo para outro tipo de equilíbrio perene. E essa perenidade depende sempre da medida do tempo que utilizarmos. Nada é imutável e nada existe muito tempo isoladamente. Dada a complexidade das substâncias e dos seres, esse equilíbrio é subtil: nos seres há a formação de uma hierarquia, nas substâncias há alteração devido à actuação de outras substâncias que acabam com o equilíbrio sempre perene, um novo desequilíbrio, a perda de um ou vários iões num átomo, para se juntar a outros e formar uma nova substância [exemplo: água + açúcar = h2o+ C12H22O11 (Fonte da fórmula do açúcar: http://br.answers.yahoo.com/question/index?qid=20070310081504AARyPT9 ) ]. Então elas formam uma nova hierarquia de organização molecular, que terá uma duração perene, porque tudo está em interacção, as substâncias interagem e formam novas substâncias (imaginemos que essa água é deixada num copo destapada por um determinado tempo, ela ficaria choca, o que quer dizer que se alterou (pela composição do ar e talvez por a existência de bactérias nesse ar). Imaginemos ainda, que essa substância tinha ‘vontade’, como nas substâncias complexas que são os seres, que somos nós em particular, e queria voltar ao que era antes de ser una, ou seja, queria a água voltar a ser água e o açúcar voltar a ser açúcar e não essa nova substância resultante da mistura (água açucarada). Algo teria de se dar para que isso acontecesse, uma reacção química. Nos seres, o ser que perde, se sentir em falta o que perdeu, revolta-se e vai tentar encontrar aquilo que perdeu. Mas a verdade é que jamais irá encontrar o que perdeu, mas sim encontrará algo igual ao que perdeu e o preencherá, e para isso vai ter que lutar contra a adversidade e os adversários que encontrar no seu caminho, em busca daquilo que já foi um dia. Se bem que na essência continua e continuará a ser o mesmo quando encontrar o que lhe falta, ele jamais ficará igual, jamais será o mesmo, tal e qual, antes de aquele momento de perda. Assim acontece com as substâncias que poderão ser chamadas como eram, mesmo que não tenham precisamente os mesmos átomos (por exemplo, pode ter ido um átomo de oxigénio para a composição da água e outro da água para a composição do oxigénio) com que um dia essa substância já foi. Mas a essência continua nela e por isso se chama como se chama e é composta pelo que é composta (a água continua a ser h2o e o açúcar continua a ter a sua fórmula). Concluindo, talvez o bem e o mal sejam uma espécie de energias externas ao homem, provocadas por algo intangível, segundo incomensuráveis variáveis, fazendo uma espécie de reacções na maneira de agir do homem, este como substância. Talvez o ‘mal’ seja a energia que adultera a substância que é determinado homem (em particular ou uma massa - ou legião) de tal modo que ele age atentando contra o equilíbrio dos homens (in extremis contra a vida dos homens) para provocar um novo equilíbrio e que pode ser ou não favorável aos estimulados. Talvez o ‘bem’ seja a energia que adultera a substância que é determinado homem (ou legião) de tal modo que ele age a favor do equilíbrio dos homens e que pode ser ou não a favorável a ele. E temos de constatar a reciprocidade entre essas energias externas que lhe provocam tal maneira de agir e aquelas energias internas (que são precisamente iguais às externas) que determinado homem (ou legião) despoletam conscientemente com um fim (e é ai que o homem tem o poder de decidir sobre a sua maneira de agir, ele tem a consciência da sua acção e logo capacidade para utilizar tais energias). Por isso o homem que age sem intenção consciente não pode ser considerado bom ou mau (benfeitor ou malfeitor), mas aquele(s) que age(m) movido(s) por uma intenção consciente pode(m) ser apelidado(s) bom(s) ou mau(s). Pelo que podemos achar os imputáveis e os inimputáveis, segundo, então se existe ou não intenção. Temos ainda que considerar que o conceito de ‘bem’ e de ‘mal’ radica então no agir. Como complemento, posso dizer, também, que o ‘bem’ e o ‘mal’ ocupam um mesmo espaço em determinados momentos, e só quem tem a capacidade de os distinguir os diferencia. Normalmente será sempre alguém que ultrapassa a máscara do momento quem os consegue distinguir. Mais ainda, o ‘bem’ e o ‘mal’ só apareceram com o homem e com a sua capacidade de abstracção, pois eles mesmo em si não se referem a algo concreto mas algo do mundo das ideias, do transcendente. O homem antes de agir, se nunca agiu de determinado modo ou viu agir de determinado modo, age por instinto, ainda não criou a noção de ‘bem’ e de ‘mal’ (noção consciente) para determinado acto que ele faz - uma criança age por instintos e segundo o que vê fazer aos pais, eles mesmo lhes ensinam e reforçam os actos que querem que ele pratique, eles lhes ensinam o que consideram ‘bem’ e ‘mal’ - . Muitos abrem os olhos, com a capacidade abstracta que se forma ao longo do crescimento e com a personalização do indivíduo, vão inferindo na sua mente o que é bem e mal nos seus actos na interacção com a sociedade. E os conceitos de ‘bem’ e de ‘mal’ estão a mudar constantemente ainda para mais na sociedade agitada em que vivemos, onde os valores não perduram pelo tempo fora como antigamente, nos tempos onde a religião cristã e os ideais cristãos prevaleceram por imenso tempo.
E, então, porque continua o homem em busca de líderes? Serão eles mesmo necessários? Talvez tenha que haver uma hierarquia, talvez concorde com isso, talvez isso seja natural . Por exemplo, a hierarquia do tempo dos seres é formada naturalmente pela idade de cada ser, medida pelos anos que cada um tem. Tempo esse que é medida essencial. Haverá muito tipo de hierarquias mais, tantas segundo aquilo que se quer avaliar do seres, em particular do ser humano que é multifacetado, logo multihierarquizado, passe a expressão. Essas hierarquias formam-se pelas suas capacidades de agir em certas áreas, desde aquele que é superior até ao que é inferior em determinada área ou áreas. Logo uns são superiores em determinada(s) área(s) e não noutra(s). Assim para todos, todos somos bons em qualquer coisa, nem que seja na mais simples das coisas, na mais ignorada tarefa ou realização de qualquer função física ou mental (intelectual). Mas haverá alguém que seja superior em todas as áreas? Haverá um líder capaz de reger uma parte da humanidade, a sua nação, que tem de dar a cara por tudo o que se passa na nação, que quer e aceita ser essa cara? Ele é o que é porque há outros antes dele. Por isso ele apenas é a cara e o transmissor de ideais de outros que estão ao lado dele. Ele é responsável por tudo o que defende, mas um simples homem como tantos outros que acerta em determinados actos, ao agir de determinada maneira, mas que também erra, e pode errar muito, e tem que assumir esses erros, assim como qualquer homem. Um líder tem uma responsabilidade maior, uma responsabilidade directamente proporcional às suas capacidades que o levou a tal função. E eles não podem entrar em contradições, eles agem segundo aquilo em que acreditam, segundo os seus ideais. Eles são os pontos fulcrais, de uma legião de homens, em que criam energias e redireccionam outras energias que regem essa legião de homens. Eles agem bem e mal.
E então o que podemos considerar bem e mal? Consideraria como bem tudo o que é a favor do equilíbrio: social (do homem), dos animais, da natureza, do mundo no geral e, abrangentemente, do universo. Toda essa energia que é construtiva, positiva e criadora de equilíbrios é o bem. Pelo contrário, será mal tudo o que atenta contra qualquer equilíbrio, toda essa energia que destrói qualquer equilíbrio. Estas serão, então, as considerações elementares e isoladas acerca dos conceitos de ‘bem’ e ‘mal’. Na profusão da vida, do mundo e do universo, esses conceitos imiscuem-se e estão em actividade constante. Por isso se diz que no homem existe o bem e o mal e aquela maneira de agir, aquela energia que mais é utilizada será aquela que nos caracteriza. O homem como substância que é, em si mesmo, não é bom nem mau, apenas é a escolha consciente de agir ao longo da vida que o determina, como sendo boa ou má pessoa.
Assim sendo, o poder vem da maneira como demonstramos o nosso agir, agir esse, que por sua vez vem ou é provocado segundo as crenças que temos em nós. E aí chegaríamos à fé, esse conceito básico que orienta a nossa acção e nos pode dar poder ou não, segundo aquilo que acreditamos.
Se tem que haver líderes, então que o universo escolha bons líderes, enquanto houver homens.
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