Enfeitado , disfarçando; traduzindo: as horas, o tempo que passa, inexorávelmente, e sentindo os sentidos da minha vida e de tudo e todos os que minha alma toca e abrange. Bem vindos a este meu Universo.
Enfeitado , disfarçando; traduzindo: as horas, o tempo que passa, inexorávelmente, e sentindo os sentidos da minha vida e de tudo e todos os que minha alma toca e abrange. Bem vindos a este meu Universo.
Aprendi que tudo se conquista com esforço. Aprendi isso na pele, e, no entanto, conquistei tão pouco, segundo a minha ambição como bitola. Decerto só fiz o humanamente possível. Impingiram-me, nos ideais, que a vida é dura, e, decerto, não sei vê-la de outra maneira senão por esse prisma, mesmo que ela não o seja (mas sei que isso é relativo a uns e a outros). Não sei o que é ganho fácil. E por mais que tente, o tempo passa, mas, é como que a vida não vai para a frente. Quem somos nós para movermos o que quer que seja sem um Fulcro? Que podemos fazer nós de grandioso sem a invenção técnica de um mecanismo que nos permita sobrepujar as nossas forças. Em que a Grandiosidade se apoia? A nossa mente? Em que maquinas inventadas nós montaremos para aplanar a montanha? Até quando haverá combustível para alimentar essa mesma máquina? Porque saímos da harmonia rumo a um futuro incerto? Harmonia? Desde quando ela existiu (olhando aos pormenores)? Não, a harmonia não olha a pormenores, mas para um bem geral, o equilíbrio, exaltando uns e atropelando outros. Somos todos e tudo o que existe sempre manipulados por algo que sempre nos ultrapassará. Saímos do abrigo das cavernas, conquistámos a Terra, humanizámos o mundo e continuamos a descobrir maravilhas. Queremos mais, queremos tudo numa vida. Não queremos ser responsabilizados por nada, como que se a Terra nos tivesse que dar aquilo a que temos direito, Liberdade na ação. Liberdade na ignorância - digo eu. Porque nos foi Permitido chegar até aqui? Grandes vontades de certos seres humanos se impõem. Grandes interpretações nos levam mais além, e, no entanto, a Verdade não é alcançada, Ela não se mostra como os homens querem. Ciência para alcançar a Liberdade? Mas o que é isso? Os homens preferem a ignorância, o jogo do oculto, a impotência mascarada de potência, show off. Assim vai o mundo. Vede. Senti. No fundo sabemos quem somos. Sabemos que necessitamos de onde viemos, das Origens, de nos compreender conscientemente. E, contudo, poucos serão aqueles que poderão estar na mesma situação, idêntica diga-se, duas 2 vezes, parece-me, porque é tão precioso (!) o contexto único das coisas… Mas a que preço nos poderemos conhecer melhor? Vivemos do esforço de outros, os nossos antepassados. Tão críticos connosco, tão exigentes, movendo-se aleatoriamente segundo o que parecia, ao olhar ‘’ao longe’’, mas com firmes ideias, convicções e direitos de viver (tanto uns como outros, tanto humanos como animais), quando percebido o contexto em que agiam; tantos erros cometidos, além do mais, e, mesmo assim, devemos-lhe tanto… -Só o homem tem ilusão. Não sei se agradeça essa ilusão que nos faz mover, ou se será ela que nos irá destruir, ou, talvez, vangloriar ao nível da Magnificência, um vislumbre fugaz de Momentos psíquicos. A Psique a atingir sempre que nos seja permitido, essa Grande Ilusão.
A mente não me corresponde de uma forma linear, não sei se só me acontece a mim ou a outra gente, nem consigo efectuar várias operações mentais ao mesmo tempo, normalmente. Parece-me que quando era mais jovem, até perto do fim da minha adolescência a minha mente funcionava de modo mais linear, mas com a idade adulta foi-se tornando o pensamento mais disperso, com maior dificuldade de concentração e sequenciação de tarefas, o que não sei se se prende também devido à utilização do computador, em que faço multitarefas.
Há muita maneira de escrever, segundo os ritmos que se consegue transpor para a escrita através da pontuação e da transmissão da ideia que presume maior ou menor rapidez/lentidão acerca do assunto que se está a falar. E pergunto-me: será que na verdade eu queria transmitir algo em concreto, neste momento, ou simplesmente divagar? Talvez divagar seja a resposta.
Gostaria de falar de emoções, amizade, amor, sexo e sexualidade. Gostaria falar do transcendente e do não palpável que são por exemplo esses temas. Psicologia, psíquico, mente também se englobam nesses temas. Gostaria de falar a verdade, ou daquilo que me parece ser a verdade, sem ter contrapartidas negativas, nem positivas, sem contrapartidas simplesmente. Gostaria de desenvolver e de que tivesse sentido esse desenvolvimento dos temas. Queria pôr tudo o que existe numa frase não muito comprida, apenas de algumas linhas, revelando com isto o meu lado mais prosaico, a minha narrativa não factual da vida, a vida dos sentimentos narradas com objectos, seres e/ou palavras que fazem parte do nosso mundo, e que o descrevem, para descrever o nosso mundo interior, como muitos homens que me antecederam já o fizeram. Ou ainda juntar o científico [os factos e as explicações da ciência que descreve o universo com precisão, que descobre as leis da física e da química] ao nível do psíquico e da imponderabilidade, da incerteza da conjugação imensa das coisas mais elementares do Universo e que o homem não conseguirá alcançar por mais tempo que consiga viver. Queria, desejava, que brotasse de mim a imensidão da inspiração e da motivação para isso, aquela que tinha na juventude sem no entanto ter a visão alargada que cada vez mais tenho, para meu bem ou meu mal. Como o simples pode ser complicado… Somos uma parte ínfima do universo, e no entanto ganhámos uma consciência da grandeza da vida: de que existimos e de que conseguimos ver causas que provocam efeitos, que existem explicações, quer seja a nível cientifico, quer a nível psíquico, como eu tenho revelado a mim próprio, na continuação da minha vida. Somos pilotos de uma máquina que nos ultrapassa ,a nossa compreensão -e que tendemos a revelar, alguns, mais ou menos, não sei -. Divagando, semeamos o nosso pensamento no abstracto da psique que se encontra ligada por laços ainda estranhos e eternamente invisíveis – ‘eternamente’, porque eu ainda não consigo vislumbrar o fim -. Associo assim o que é contínuo ao que é descontínuo, a lógica de uma ideia com a lógica de outra como se isso fosse possível no mundo real, mas não é, (!) associo ideias que não têm sequência, e estão de tal modo ligadas que afinal não são visíveis por qualquer um, como se estivessem encriptadas apenas para nós, ou para alguns entre muitos [em ultima instância: para mim]. A emoção está lá, nesta escrita que eu digo, o jogo do pensamento é enorme, e quiçá se movam montanhas com ele. Todo o passado se projecta no futuro, tudo o que foi nos trouxe [me trouxe] até aqui. Mas só aqui, na escrita virtual este mundo é verdade para alguns. Só num mundo virtual é possível uma transfiguração para algo que não sabemos o que vai ser [não sei no que me vou tornar]. Eu sou espectador de mim mesmo, vejo-me através do meu tempo vivido. Persigo a ambição do El Dourado do bem-estar espiritual, e a verdade é que por enquanto, se existe, ainda não o alcancei, demasiadas pessoas mo proíbem, leis que estão e atentam contra a minha existência. Procuro gente de bem, procuro-a no mais fundo do meu ser, ele [o meu ser] perscruta o interior dos outros, e, ainda não descobri pessoas a quem pudesse dizer, ‘sim, aqui estão aqueles que me espelham’. Talvez ande desencontrado, porque perdido não queria estar. Queria fazer-me em sociedade, não sozinho. Aceito a vida tal como ela é, mas não consigo deixar de me questionar e lutar contra aquilo que me quer destruir e não compreendo porquê, quero que me deixe de perseguir a vida ou algo que nela existe, o azar que vá para bem longe e que eu me reencontre dia após dia.
Prossigo esta viagem com tantos baixos e altos. Prossigo na certeza que sou único, e defendo que mais ninguém é como nós, porque até mesmo a nossa imagem que se reflecte no espelho mais perfeito é distorcida. Defendo a unicidade do ser e a incapacidade de alguém compreender alguém, neste caso, em particular, a mim, como se houvesse uma lei que definisse que os homens são todos iguais só porque a ciência ‘disse’ ou alguém descobriu que existem leis no Universo e que as encontramos em tudo o que existe e até no comportamento e na psique humana, tentando definir doenças, que por um indivíduo ter um determinado problema logo já há muitos que o tem, como se o comportamento e a psique fossem algo tão definíveis quanto a água que se evapora sempre que atinge os 100 graus célsius. Prossigo com a minha crise existencial, assumo. Pergunto-me que interessará a minha crise existencial aos outros? Quase de certeza que nada, a minha óptica cada vez me prova mais isso, porque acredito que muito pouco se pode fazer pelos outros por mais boa vontade e inteligência e capacidade que haja para tentar fazer, nem mesmo quem nos possa ter amado mais. Somos organismos independentes uns dos outros, não há interligação entre nós, e o que nos liga são apenas as emoções que cada um sente à sua maneira, apenas com uma base idêntica, o organismo, que por sua vez é único na maneira como funciona e reage ao ambiente e aos seres que o rodeiam. No organismo mais básico não existirão as emoções, e ele vive para se reproduzir, tentando perpetuar a existência da sua espécie, se for capaz, e para executar ou não funções na terra, úteis ou não, para o ambiente que o rodeia, é apenas um peão no jogo da vida. O homem como ser mais evoluído tenta controlar tudo de modo que a vida jogue a seu favor. O homem moderno e inteligente tem a ambição de que possa fazer girar o mundo à sua volta, ele tenta perceber o jogo da vida que existe e percebendo-o no seu íntimo, ele quer sobreviver ao mais alto nível, e se puder ser o dono do mundo, tentando ser de tal modo importante que tudo o que ele diga ou faça o proteja e o torne imortalizado na história do homem, enquanto o homem existir ou, em primeira instância, enquanto a terra existir. O homem inteligente e moderno tem trunfos para jogar esse jogo, ele joga o jogo da economia, dos números e do dinheiro (e logo da influência), a que as pessoas dão valor e o que faz mover os homens. Pelo menos é assim que funciona o interior de certos homens, provavelmente haverá uma legião deles assim, que por sua vez é uma elite que se junta para formarem uma força e subjugar a força e a sabedoria humana a seu favor. Não será assim? Pois não será, talvez o que eu diga não se baseie em leis científicas, nem seja um dogma, mas eu sinto de uma determinada maneira e tento trazer para fora aquilo que em mim vai, da maneira coerente ou não. O abismo puxa-me para baixo, nesta existência estranha, acredito que nesta existência peculiar, como alguns que serão tantos por ai e que estão lado a lado connosco por vezes, ao contrário da folia e da alegria e boa disposição que é facilmente demonstrável, este tipo de sentimentos e introspecção torna a relação entre as pessoas difíceis, como se a introspecção e/ou a tristeza fossem algo a desprezar, ainda para mais neste mundo de máscaras e de pretensa alegria constante, porque isso já não é um estado de alma que se possa assumir, porque é uma doença tremendamente contagiante. Pois é, a inteligência também pode ser uma doença, e a doença tem que se negar. A capacidade de ver mais além, e ver o que os outros não vêem ou não querem ver (desviando o olhar) ofusca-nos o que está perto. A relação entre os homens será para mim eternamente estranha, e pergunto-me constantemente porque tem de ser assim a vida, porque funciona da maneira que eu descobri (pelo menos da perspectivas que eu a vejo) e porque não sou eu uma pessoa normal simplesmente, fazendo questionar seriamente a existência de Deus mas não sabendo como explicar os acontecimentos na minha vida a que posso chamar sorte, em vez de Deus a quem eu atribuía os acontecimentos da minha vida. Se houve seres que seguiram os preceitos de Deus, eu fiz parte dessa legião, e não consigo conceber a existência de Deus, cada vez mais segundo o que vejo e sinto, segundo os parâmetros que me deram e que existem sobre Ele. Neste momento para mim, a vida, no geral, surge-me claramente como caótica e simplesmente casual, a existência é um acaso, e a vontade de Deus parece-me não Reinar. A natureza, simplesmente, é indiferente aos seres e aos acontecimentos, não tem vontade própria, caso contrário haveria justiça, e isso nestes momentos que correm na minha vida surge claramente no que observo do que me envolve e de tudo o que se passa na minha vida. Tudo o que existe foi invenção do homem, é simplesmente cultura, e, repito, reina, como sempre reinaram as leis caóticas da vida, os acontecimentos sem uma vontade própria de algo superior. Existe sim, uma vontade própria do meu organismo, do meu ser, uma maneira própria de eu ver a vida que me envolve e de eu tentar dirigir a minha vida segundo a minha vontade que é volátil. Claro que subsistem as questões acerca de onde reside a mente, qual a interacção que se dá entre os seres e como se processa essa interacção. E isso continua a fascinar e a criar mitos e Deuses para explicar essa interacção entre os seres. O conceito de Deus tende a diluir-se, e torna-se descabido na minha existência o conceito que me inculcaram segundo as normas cristãs, é o descrédito completo, na minha mente, da todas as crenças que me fizeram acreditar e que me levam ao abismo (segundo o que me parece que acontece na minha vida, porque não são coerentes com o que se passa na minha vida e na minha existência) com o que eu sinto, em ultima análise.
Tudo o que eu era e sentia quando nasci já existia antes de mim, eu sou uma repetição de algo que já existia, mas no decorrer da minha vida eu acrescentei coisas à minha existência: eu criei ideias, eu inventei alegrias e medos, o meu organismo modificou-se. Eu sou o que sou, e serei assim até ao fim dos meus dias por mais que isso me custe. Eu tenho a pele branca e sou sensível à exposição solar, não é expondo-me imensamente ao sol que eu ficarei preto ou que abalará esta característica, se bem que eu um dia acreditava que poderia superar isso. Eu enrubesço facilmente, todas a minhas emoções me vêm à flor da pele facilmente como se eu fosse transparente, como se a minhas emoções se manifestassem sem as poder esconder, e não mudarei muito em mim ate ao final dos meus dias [Mas como eu gostaria de que não pudessem ver as minhas emoções, de como sou fraco, como eu gostaria de mudar (!) de poder gerir todas as emoções que sinto. E como eu sinto o desprezo e o desdém, a marginalização e a superioridade, que não deveriam ter, dessa gente que nunca sequer pensou um pouquinho no que significava a vida deles, quanto mais a dos outros]. Como eu pensava que podia ser forte, e afinal me tornei na mais débil das pessoas, com a capacidade inesgotável até ao fim dos meus dias de ver todo o sofrimento que passa por mim e pelos outros e me torna incapaz de reagir, simplesmente não tenho reacção, a não ser nestas breves palavras que tento desconexadamente e incoerentemente dizer, nestas palavras em vão mas cheias de esperança de que a minha vida mude e ainda consiga um dia sentir de maneira diferente, o que se revela falso a cada passo que dou, porque é com base no que fui que eu me vou tornando outro, construo o que sou sobre o que fui, e todos os erros da construção se vão acumulando até ao fim dos meus dias, mas ainda tenho esperança, ainda tenho a fé de que posso ter sorte, ainda acredito que posso ser feliz.
Nascer e morrer, o princípio e o fim da vida, o princípio e o fim de um sistema, (formado por outros sistemas) que se forma exponencialmente para falir e colapsar (pode-se utilizar o termo) quando a sua estabilidade se torna inviável. A mudança é uma constante. Nunca somos os mesmos, dependendo da velocidade a que se dá essa mudança. Os sistemas vão tomando novos equilíbrios à passagem do tempo [que ninguém sabe quando começou ou quando irá acabar]. Nada é fixo ou imutável, dependendo da posição do observador, e essa mudança, que é lei universal, dá-se mais ou menos rápido, ou, mais ou menos lentamente, mas, nunca, coisa alguma, está parada. E é formidável e notável a nossa disposição mental para descobrir partículas que não se vêem, essa capacidade fantástica de imaginar e dar uma interpretação coerente àquilo que os nossos olhos não vislumbram a olho nu e que está fora da interpretação óbvia dos nossos sentidos, a capacidade de associar e formar ideias que se podem aplicar na matéria. É o que faz reger o nosso cérebro, a ‘Psique’ humana, esse conceito que está no âmbito da criação do Universo e da existência do conceito de ‘Deus’ e do conceito de ‘Tempo’ [e que me deixa antever a existência de uma ‘Consciência Universal’] que nos permite tal façanha. Acredito, por estas palavras e neste momento, segundo as ideias que tenho, que é no ‘Tempo’ que reside a resposta essencial da vida e da existência. A nossa visão [a visão (humana) que temos das coisas, que é influenciada ou que provêm dos saberes, da ciência, da técnica e do saber utilizar os recursos que a terra tem, entre muitos outros níveis e esquemas de percepção, que são as extensões dos nosso sentidos], ultrapassou limites imagináveis [quando nos baseávamos na realidade do que existia, descurando, ou, não tendo em conta factores e variáveis imensas que nos ultrapassavam]. A nossa ‘auto-visão’ de hoje, Novembro do ano de 2009, que já vem sendo implementada ao longo dos anos, é de que o homem é capaz de tudo e que tudo consegue resolver. Tenho para mim que, é essa é a ‘imagem ideológica suprema’ que se passa às pessoas e que faz mover os homens, esquecendo-se da sua finitude, logo à partida, como se tudo seja possível aos homens. É óbvio que, se a visão que se tem não fosse positiva e esperançosa, o homem não evoluiria e cairia no vazio da existência. Apenas questiono o excesso de confiança que se quer passar, que é contradito pelos inúmeros factos que vejo na vida que me é transmitida, e alem disso, sobretudo, que sinto em mim como sendo incoerente com tal ideal esperançoso, apesar de a generalidade da vida que me envolve ‘parecer’ estar cada vez melhor [admito que faz parte do meu carácter esta minha maneira moderada de ver as coisas]. A interactividade do homem continua a crescer de forma inesperada e imprevisível (do meu ponto de vista). A dimensão que tomou (a que chegou) tal interactividade humana [a intensidade de comunicação e relação entre os homens], assenta na sustentabilidade que permite que tal aconteça, a ideologia existente por um lado [de progresso e de paz - de uma maneira geral entre os homens], o desenvolvimento das infra-estruturas e dos meios de comunicação por outro, que significa e engloba também a capacidade de produzir em massa, tais meios de comunicação, para consumo intensivo do mundo humano, mundo humano esse que tão abertamente recebe tais meios que o fascinam. [E isto leva-me a outra ideia – um aparte - que é a de que, toda esta sustentabilidade radica no consumo cada vez maior de e energia que por sua vez se pode tornar insustentável se as fontes de energia utilizadas se esgotarem e se não se descobrir maneira de se utilizar outra fontes de energia.]
Assim acontecem as metamorfoses debaixo deste céu azul [aparentemente]. Desde a crisálida ao insecto, a mudança dá-se em determinado espaço de tempo, e esse tempo é o tempo da metamorfose desse ser. O homem é dos seres que vive mais tempo nesta terra, cheia de seres e de vida [por enquanto]. Mas, mais que a mudança que se dá no nosso físico humano (a nossa dimensão física) e na nossa fisiologia, fascina-me a mudança que se dá na nossa dimensão psíquica. A mudança pode ser de tal forma, pode dar-se tão completamente, que a isso lhe chamaria ‘metamorfose psíquica’, no verdadeiro sentido da palavra, porque acontecem mudanças completas [ou quase] no tempo de vida da pessoa, em que uma mentalidade dá origem a outra, e acredito mesmo que haja várias mudanças de mentalidade ao longo da vida, variando de ser humano para ser humano, dependendo do seu grau de apetência e/ou predisposição e/ou motivação e/ou ainda da pressão do ambiente para a mutabilidade mental, em relação a esse ser, para que mude. E constato que a pressão para a metamorfose mental, hoje em dia, é enorme.
Música: Concerto dos U2 em Coimbra em 2010 está esgotado
17 de Outubro de 2009, 17:02
Lisboa, 17 Out (Lusa) - O concerto dos U2 a 02 de Outubro de 2010 em Coimbra, está já esgotado, disse hoje à agência Lusa a promotora Ritmos & Blues.
Os 42.000 bilhetes para o concerto foram colocados à venda a partir das 10:00 de hoje, mas esgotaram em cerca de sete horas.
O preço variou entre os 32 euros e os 260 euros >>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>
Gosto das músicas do U2. A música marca e marcou muito a minha vida, como deve marcar a de qualquer pessoa. Mas estou aqui para fazer a apologia daquilo que eu sou e do que senti e sinto. E a música dos U2 marcou de forma indelével também o meu ser, apesar de eu gostar da música de uma forma transversal, pelo que me faz sentir. Talvez por ser uma pessoa introvertida [e que ainda me considero] apanhei um gosto peculiar por ouvir as músicas que a rádio passava, era esse o meio que tinha para as ouvir enquanto cresci, era a minha ligação com o mundo globalizado que eu sonhava compreender e conquistar. A música entrava de uma forma muito particular na minha alma sensitiva, como sempre o foi, sei disso, quando me lembro do que fui e do que senti. Aprendi a apreciar a música inglesa, sobretudo, os sucessos que era o que mais passavam nas rádios nacionais, a RFM sobretudo, que ainda continuo ouvindo. Sei melhor, agora, que faziam, realmente, vibrar muita gente, e compreendo melhor a dimensão desse sentimento. Não era por qualquer motivo que eram as melhores, melodias que entravam directamente na minha alma em formação, mas já com uma predisposição para essa sensibilidade que tendo a interpretar e compreender. Lembro-me de desejar conhecer um dia qual o título daquela música, quem a cantava, porque eu realmente só ouvia, e não tinha MTV. Mas é óbvio, agora, para mim, que se tivesse visto primeiro quem cantava aquelas músicas teria perdido esta sensibilidade particular de sentir o mundo, aquilo a que chamamos ‘sentir com o coração’, sentir antes de observar. Teria certamente, criado preconceitos se tivesse visto antes de sentir e isso teria condicionado a minha maneira de sentir, neste caso em particular a música. Como aprendi a apreciar a música ‘com o coração’ e antes de ver quem a cantava, assim acredito que antes de vermos temos os sentimentos que antecedem a nossa visão e que nos permitem compreender o mundo antes de o interpretar visualmente, o dom de sermos quem iremos ser neste mundo, façamos o que fizermos. E sei - e saberei cada vez mais, espero – que o que me falta em compreensão visual do mundo tenho em compreensão sentimental, compreensão do que é feito a minha psique, a sua natureza e concerteza a natureza do ser humano. Penso que temos de saber apreciar a arte em si, não porque foi este ou aquele que a fez. Temos que apreciar a música como temos de apreciar outra arte qualquer, como a escrita, por aquilo que nos faz sentir, e nos faz despertar. Pode nem ser o (a) cantor(a) bonito(a), mas o som da sua voz pode ser divinal. Pode até não ter mais músicas que sejam interessantes, mas aquela é inesquecível. Mas, como tudo, os gostos são questionáveis. Tal como ‘Quem feio ama, bonito lhe parece’ assim as músicas que marcaram a minha vida e que eu julgo ser as que têm uma beleza especial, para outros podem não dizerem-lhe nada. Os gostos são relativos. Parece-me que há uma maneira de medir a extensão do ‘bonito’, a beleza da arte, é, precisamente, pelo número de pessoas que apreciam ‘aquele’ som, ‘aquela’ escrita, ‘aquele’ quadro, ‘aquele’ tipo de expressão. Quanto maior a capacidade que a obra produzida tem de mobilizar o maior número de pessoas, maior o seu nível de beleza. Talvez mesmo a grandeza da beleza da arte esteja no grau de capacidade de mobilizar os sentimentos humanos universais, que existem nas pessoas, por todo o seu ser. E é o espírito humano, dádiva de algo que nos transcende, que nos permite descobrir a beleza, e é sem dúvida ele mesmo criador de beleza. Posso dizer, por outras palavras, que a projecção que tem a obra criada lhe pode dar mais beleza ou ai encontra a beleza que nunca encontraria se não fosse projectada. Quantas possíveis músicas bonitas não ficaram no silêncio porque não projectadas, quantos poetas esquecidos nas malhas do tempo, talvez nem reduzidos a lendas, quantas escritas esquecidas, textos que poderiam ter enorme valor e que foram apagados da memória consciente da humanidade. Mas acho que tudo tem uma razão de ser. Os U2 são uma banda que se projectou e a projectaram e que perdurou, como se isso estivesse escrito que havia de ser assim. Tem estilos de sons variados, letras muito interessantes. E o que mais me interessa é o que a sua música me faz sentir, sons que me fazem relembrar, que me fazem sonhar, músicas que marcam momentos, da minha vida. E ela me faz um elo de ligação de mim com outros. Mas os sons serão ultrapassados, o mundo mudará e os sentimentos das pessoas mudarão, novos estilos aparecerão. E aquelas músicas ficarão marcadas na memória para quem vivenciou as situações ao som daquela música. E elas serão descobertas por outras pessoas, mas possivelmente já não representarão o mesmo significado original - e depois faz-se mais um remix e tal -. E há aquela música que tem de entrar no ouvido porque ela é forçada a entrar. Por vezes não gostamos, mas somos obrigados a vir a gostar depois de tanto ouvir a lenga - lenga. Não sou artista porque penso que o sou. Quero acreditar que, se um dia soubermos produzir, fazer obra, ai podemos ser artistas e produzir beleza, sobretudo se formos projectados pela vida. Assim acontece com aqueles que sonharam ser. E a beleza é ilusão. A ilusão faz parte do sonho, e pode ser alucinação. E o sonho faz o homem avançar. Como é bom recordar, e através da música tanto melhor.
E agora, aqueles que passaram hora ao relento para comprar o bilhete para assistir ao concerto que desfrutem dele depois que eu vou desfrutar da música deles aqui, ou no carro, ou num lugar, quem sabe, que passe uma música deles na rádio e que marque mais um momento e ai as suas músicas tomam novos significados.
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