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Mais um alegre blog...?!

Enfeitado , disfarçando; traduzindo: as horas, o tempo que passa, inexorávelmente, e sentindo os sentidos da minha vida e de tudo e todos os que minha alma toca e abrange. Bem vindos a este meu Universo.

Mais um alegre blog...?!

Enfeitado , disfarçando; traduzindo: as horas, o tempo que passa, inexorávelmente, e sentindo os sentidos da minha vida e de tudo e todos os que minha alma toca e abrange. Bem vindos a este meu Universo.

Desconforto a ultrapassar, satisfação a atingir

             Não sei por que motivo eu sou quem sou e sinto como sinto. Não sei qual o sentido da evolução, quer pessoal quer de uma maneira geral, nem do caminho rumo a uma utopia – a perfeição- Não sei para que aprendemos, se isso que aprendemos nos faz sofrer; porque tem de ser assim tudo? Escondo-me atrás destas palavras na esperança de fazer minorar a minha dor da existência que me atormenta, a tensão emocional que me acompanha, os medos, mas ainda mais, o grande stress de não poder ter calma em grupo, num conjunto de pessoas, de compreender as coisas e a situação, o que as pessoas dizem, o ideal partilhado, de saber quem sou e como estar e proceder nesse mesmo grupo e também de partilhar os sentimentos de determinados momentos e situações, de ter a minha personalidade e de não me auto- comiserar, de não sentir que estou a agir mal, simplesmente agir naturalmente, sem as emoções da dessicronia. Sinto-me tão só (!) com esta intensidade de sentimentos, com este ser único e isolado, com esta fome de harmonia de emoções que temo nunca mais ser satisfeita, tendendo mais para o isolamento. Compreendo tudo o que me fez chegar aqui, e cada vez mais, mas aquilo que não desenvolvi no tempo próprio receio que não irei desenvolver mais, embora a fé de que tempos melhores virão me fazerem mover, talvez a ilusão do sonho me mantenha suportado, talvez a sede de justiça me ampare. Por onde quer que vá e esteja o peso da maneira como me exprimo [ou melhor talvez, a apatia e inexpressividade, o desconforto] cai sobre mim; vejo nos outros, que quer num curto espaço de tempo, mas mais ainda à medida que o tempo de convívio se vai prolongando, a minha influência negativa neles e a maneira de pena com que me tratam umas vezes, outras com gozo, outras com solidariedade manifestando a resposta à minha ansiedade e pânico do mesmo modo, que por sua vez me faz crescer a minha ansiedade e pânico ainda mais porque queria dar-me normalmente, não ser a fonte de toda a desordem, de todo o descontrolo. É óbvio que as pessoas vão criando sempre mais distância, cada vez mais, à medida que o tempo passa, nem que por vezes pareça o contrário, é uma maneira natural das pessoas o facto de se afastarem daquilo que causa desconforto, o meu desconforto neste caso, de que tanto falo e me atormenta. Uma pessoa em descontrolo pode por em perigo a sua vida ou pelo menos a sua qualidade de vida, a maneira como se sente a vida também, quer num curto espaço de tempo quer num longo período de tempo, assim tem sido comigo, compreendo isso. Sonho em quebrar as amarras que me envolvem desde sempre, no dia em que serei livre. O saber tanto e não poder dar nem ter dado vazão, expressão, a tudo isso que sentia e sinto tem-me cada vez mais sufocado, e não sei como me posso equilibrar e partilhar das emoções das pessoas que me envolvem com sentimento de satisfação, sem qualquer desconfiança, sem ver maldade, ou pensar que existe maldade na maneira como me tratam, como me fez quem me devia amar mais, uma pessoa tão vã, manipuladora, simulada, egoísta e egocêntrico, que prejudicou a criança que eu era e possivelmente até ao fim dos meus dias. Ele me fez e faz desconfiar do amor na família e de outras pessoas para comigo. Ele me retirou a capacidade de reacção, e quero querer fortemente que não foi só porque eu que nasci assim, tímido e reservado, ele deu cabo da minha mente e continua a dar, aquele que me deu a vida.            

            Como estar normal numa situação de convívio? Temo que enquanto continuar concentrado nestas questões todas e não as abandonar, a pensar nisto tudo que me influência sem ter capacidade de esquecer e agir ou reagir, não vou melhorar os meus sentimentos e logo as emoções; mas também é verdade que não as pude abandonar [abandonar toda esta maneira de sentir e ser] porque se tivesse feito isso, e se não fosse assim, eu, neste momento, não me compreenderia, e estaria mais perdido, esquecido de toda a fonte ou de qual a verdadeira fonte ou fontes do meu mal, pois, talvez não haja só uma fonte, e não teria sido capaz de lutar contra elas da maneira silenciosa que luto. Anseio pela independência, por agir de acordo com os meus ideais, sentir-me normalmente satisfeito.  

Surpreendido com... o pensar e o respirar

      Deveria respirar melhor do que pensar, mas não, em mim é precisamente o contrário que acontece. Quando mergulho nos pensamentos, eles se apoderam de mim, e é com prazer que eu sinto isso quando nada ao meu redor me perturba. Absorvo-me de tal modo, muitas vezes em conversa, que tenho que fazer um esforço, grande, para acompanhar e compreender os pensamentos de quem me está a falar sobre qualquer coisa, quando me estão, precisamente, a dirigir a palavra e perco-me constantemente das ideias transmitidas, ouvindo palavras soltas que apanho apenas quando o meu pensamento me deixa, e muitas vezes (vezes de mais) meu ser entra em pânico quando não consegue compreender o que está a ser transmitido. É como que o meu tipo de pensar não acompanhasse o pensar de uma pessoa comum, de uma ideia que está a ser transmitida e é comum, e, pior ainda, quando são vários interlocutores, como se fosse para mim impossível ter os dois tipos de pensamento (consciente e inconsciente) ao mesmo tempo, como se o meu pensar íntimo e inconsciente tivesse sido tornado consciente e ocupasse o lugar do pensamento consciente que rege os cinco sentidos e de sentimentos imediatos, e que também rege uma mente direccionada. É um pensamento evasivo, o meu, já o disse mais vezes, e até compreendo em mim o porquê de eu me ter tornado assim - meu pai tem grande cota parte nesse problema, por falar de mais, erradamente e controladoramente tendo eu evadido o meu pensamento também ao estar com pessoas que falam de mais como ele; e também, consequentemente, por não me deixar pensar por mim próprio, não me ajudou de nenhum modo a tornar-me livre no pensamento e livre e equilibrado emocionalmente, pelo contrário reprimiu-me ainda mais, além da minha pré-disposição para ser introvertido, tendo-me tornado eu um estranho neste mundo: na maneira de senti-lo e na minha (In) capacidade de exprimir-me normalmente -, decerto sou uma pessoa incomum, que tenta fazer dos handicaps (as minhas desvantagens, os meus obstáculos e incapacidades), a força de viver, melhor, sobreviver com o mínimo de qualidade e transformá-los em vantagens. Assim me tornei ‘eu’, assim sou eu, agora, a compreender, sobretudo ‘quando estou na minha’, os conceitos mais profundos da vida e de tudo quanto existe e a perder-me no que deveria ser mais óbvio e que é mais comum: as relações humanas. Quando estamos numa conversa não podemos ser evasivos do momento e do que se está a falar, se queremos sentir-nos em sintonia com os locutores da conversa e de acordo com o contexto. Mas em mim, o pensamento inconsciente torna-se consciente e ocupa o lugar da minha atenção, e o pânico acontece perante tal incompreensão verbal e/ou do contexto social do que se está a passar. É assim que eu tenho vivido, com todas as dificuldades de quem tenta saber mais e mais - tentando ultrapassar todos os limites até não mais poder, saber o porquê de tudo isto me acontecer -, não tendo eu, pelo menos aparentemente, arcaboiço para aguentar com tudo o que quero levar para a frente, o que quero empreender na minha vida, mas surpreendendo-me a mim e em surpresa com tudo o que a minha vida me revela, dia após dia.

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