Enfeitado , disfarçando; traduzindo: as horas, o tempo que passa, inexorávelmente, e sentindo os sentidos da minha vida e de tudo e todos os que minha alma toca e abrange. Bem vindos a este meu Universo.
Enfeitado , disfarçando; traduzindo: as horas, o tempo que passa, inexorávelmente, e sentindo os sentidos da minha vida e de tudo e todos os que minha alma toca e abrange. Bem vindos a este meu Universo.
Preciso de me esconder. Preciso de afecto, mas para isso também preciso de sentir, e saber sentir. Preciso de muita coisa. Precisava de me renovar, de renascer, por certo. Precisava de não ser e ter o meu caminho aberto para ser tudo aquilo que queria ser sem medos. Disseram-me um dia, variadas e consistentes vezes, de que o meu mundo não fazia sentido, disseram-mo directa e indirectamente. Tanto foi a insistência que eu acabei por acreditar, e cada vez mais caio na força desse abismo, que isso é verdade, esse complô que se virou contra mim e que já estava escrito na minha sina me atordoou e me continua convencendo que afinal o meu mundo é um castelo de cartas, que o meu passado não tem alicerces fundamentais para construir uma vida em equilíbrio sustentável. A minha vida reside num ciclo, como que fechado, em que sou um balão que infla e que irá rebentar, se não mudar. Afinal a minha crise existencial vem desde sempre e quer permanecer comigo forçosamente, e não sei como me hei-de livrar dela, como que se o paradoxo me consumisse, seguindo eu assistindo, como que paralisado, sem poder fazer nada para me defender. Eu luto, talvez contra um sistema que não pode ser mudado por um homem, por um homem que grita desde sempre: ‘Esse não pode ser o meu destino! ’; e ‘A minha vida tem que ter um sentido (!), eu tenho que sentir e ser livre de ser quem sou!’, quando cada vez estou mais dentro desse destino, na linha que me levará sucessivamente a pontos sem retorno. Poderei eu, e residirá aí a minha esperança (?) de pelo menos conseguir mudar a minha atenção e o meu olhar virando-o para o futuro e simplesmente, como que, anular o sentimento do passado? Ou isso será simplesmente um sonho? Pois eu ainda estou esperando por esse momento magnífico, em que eu possa ser humano novamente, e viver com aquilo que não posso mudar em mim. Eu estou preso e esperando por um momento… I am hanging by a moment… by the moment, direi. Se tal momento não acontecer, poderei dizer que continuo a morrer, e morro infeliz, mas feliz por um dia ter sido feliz e por ter vivido. Eu morro junto com este mundo belo e perene, com vontade de ser grande, e de não ser limitado, mas ilimitado serei um dia. Falo de morte de tristeza e de um reino de trevas. Utilizo, para isso, palavras que já foram ditas infinitas vezes. Eu reconstruo macabramente essas palavras e esses conceitos e interligo-os de maneira fantástica na minha mente, eu crio medos e mais medos para a minha mente, interpretações que se tornam automáticas e me dominam completamente. E tenho aquela sensação de sentir como sempre senti sem ter mudado muito, apenas me apercebo cada vez mais do que fui e do que sou na maneira de sentir se mantém. A minha mente extravasou a sua capacidade faz tempos, sei que nunca mais serei o mesmo, mas… eu… só queria o meu lugar no mundo, que continuo a lutar para o conquistar. Eu preciso de um milagre, preciso de sair deste mundo de análise pura do mundo, deste reino de escuridão, e sentir a luz que raia algures no mundo. E, sabes, o que mais me entristece, é que é verdade que é o momento que tem valor na vida, não o passado ou o futuro, e então eu fiquei algures perdido no passado, e não me contento em saber porque tudo não fará sentido um dia. Resgata-me esta vida, traz-me de volta à vida e diz-me que tudo o que senti de mau é falso, ou então, melhor ainda, concorda comigo e partilha a minha dor, para que eu possa ter um momento de alegria contigo no momento que me resta. Com quem eu tenho falado todo este tempo? Devo falar contigo com respeito e formalidade ou com intimidade e à vontade? Expansivamente ou retraidamente? Imaginei uma entidade que me protegia, sentia uma força tão grande na minha vida que acreditava que era essa entidade, como que concreta e definida fosse, que me acompanhava e me guiava e protegia, porque eu tinha a certeza que eu era especial. Agora não sei mais isso. Tudo se transformou em dúvida, o impensável vem ter comigo, essa entidade diluísse com as interpretações que o meu organismo tira sem eu poder jamais controlar a maneira como o faz. Deve ser esta resistência, que eu aplico em tudo, que me arrasta e destrói, que me faz sofrer, este atrito de não querer ir ao sabor do sistema que possivelmente, quase que me atrevo a dizer neste momento que é indiferente e imenso, mais imenso do que eu alguma vez possa imaginar. Não, a minha mente precisava também de alívio e renovação. E eu pergunto-me porquê? Porque perdi eu o sentido de unicidade e integridade do meu ser? Quero seguir o sol do meio-dia, quero brilhar nos meus sentimentos, quero que não sinta o bem e o mal, apenas sinta, porque tudo o resto foi inventado, e a vida de muitos é simplesmente como é, e ela é mais insignificante do que se pensa, mas a minha se o é, tem que ter um sentido, forçosamente.
Artista. Um artista do sentir. Assim queria ser eu, e sendo isso eu queria sentir-me bem. Um artista é dos melhores. Um artista tem um dom de fazer bem aquilo a que se dispõe fazer, aquilo que o atrai mais que nada na vida. Um artista quer produzir serviço, arte, melhorando dia a dia aquilo que faz. Ser um artista não é ser bom em tudo, mas sim nalguma coisa. Eu sou um artista do sentir. Eu proponho-me a ser e atingir aquilo que quero ser, mas eu ando em desequilíbrio. Talvez os artistas sejam desequilibrados, forçam seus sentidos à volta daquilo que mais os atrai, que mais gostam de fazer, eles são capazes de sacrificar o seu organismo em nome daquilo em que acreditam que tem sentido na vida deles. Eles, através da sua arte tentam comunicar com os outros, na esperança de ser ouvidos e ser correspondidos. Ninguém é ninguém sem o contacto com os outros. Quantos artistas passam por nós, e nem os vemos, simplesmente não ligamos, porque não os conhecemos. Quanto artista é desprezado ou simplesmente ignorado, porque a sua arte não é valorizada, ou não compreendida ou não conhecida. Um artista faz obra, mas para ter sucesso o seu trabalho ele tem que dar a cara pela sua obra. Mas um artista também pode ter medo de ser desprezado, mal entendido, e mandado para a forca por mal entendido da sua obra, e por isso prefere ser anónimo. Um artista sacrifica-se, e faz de tudo para que possa exercer a sua arte e para que tenha valor. Um artista produz algo, que tenta melhorar continuamente. Para um artista do sentir não existem palavras suficientes, longe disso, para descrever tudo o que vai na sua alma. Ele sente intensamente a vida, a sua vida, que é aquela com que sempre vai prosseguir. Um artista do sentir que seja solitário vê cada vez mais, sentindo cada vez mais, andando sempre em ebulição. Um artista do sentir solitário e fechado sobre si mesmo e sobre o que sente faz vibrar as ondas do Universo, tudo se torna vivo e intenso na vida dele. Um artista dos sentir nesses termos: solitário e fechado sobre si mesmo, sem poder transmitir o que sente porque não há palavras, porque simplesmente sente, porque é uma vibração do universo que o rodeia, faz vibrar muito mais ainda este mundo mesmo que isso não seja notório. Um artista vai deixar de ser criança para se centrar sobre o que gosta, um artista esquece tudo menos daquilo em que ele é profissional. Um artista do sentir é profissional em sentir. Um artista do sentir ultrapassou as limitações de não compreender e está num grau ascendente de compreensão enquanto o seu organismo suportar tudo aquilo que nele ocorre. Um artista do sentir produz uma nova arte quando, segundo uma maneira de sentir, segundo uma maneira como compreendeu o mundo ele o pinta de uma maneira que mais ninguém conseguiu. Ele acrescentou uma pintura, triste ou alegre ou indiferente a este trajecto finito do Universo. E ele vê o que mais ninguém vê, e ele é influente. Um artista não é o que é por acaso, ele é o que é segundo o que já existiu, segundo o que foi dito e feito. Um artista sabe como são as coisas que são do seu âmbito imediatamente, sem ter que pensar muito para as compreender, elas já lhes estão entranhadas no sangue. Um artista do sentir sofre porque vê as coisas do sentir sem ter de pensar muito, são do seu âmbito sentimental, aquilo para o qual sempre viveu. Mas, e as emoções? As emoções, para mim são, aquilo que se manifesta segundo o que sentimos. Um artista do sentir, fechado sobre si mesmo, tem dificuldade em gerir as emoções, em transmitir o que sente, o seu interior é uma amálgama jamais compreendida, no entanto ele é o mestre dos sentimentos. Mas ele está sempre pronto para voar, um artista do sentir voa sobre o seu interior, que é igual ao que é feito o Universo, ele extravasa-se em si mesmo, o seu interior é tudo.
Prossigo esta viagem com tantos baixos e altos. Prossigo na certeza que sou único, e defendo que mais ninguém é como nós, porque até mesmo a nossa imagem que se reflecte no espelho mais perfeito é distorcida. Defendo a unicidade do ser e a incapacidade de alguém compreender alguém, neste caso, em particular, a mim, como se houvesse uma lei que definisse que os homens são todos iguais só porque a ciência ‘disse’ ou alguém descobriu que existem leis no Universo e que as encontramos em tudo o que existe e até no comportamento e na psique humana, tentando definir doenças, que por um indivíduo ter um determinado problema logo já há muitos que o tem, como se o comportamento e a psique fossem algo tão definíveis quanto a água que se evapora sempre que atinge os 100 graus célsius. Prossigo com a minha crise existencial, assumo. Pergunto-me que interessará a minha crise existencial aos outros? Quase de certeza que nada, a minha óptica cada vez me prova mais isso, porque acredito que muito pouco se pode fazer pelos outros por mais boa vontade e inteligência e capacidade que haja para tentar fazer, nem mesmo quem nos possa ter amado mais. Somos organismos independentes uns dos outros, não há interligação entre nós, e o que nos liga são apenas as emoções que cada um sente à sua maneira, apenas com uma base idêntica, o organismo, que por sua vez é único na maneira como funciona e reage ao ambiente e aos seres que o rodeiam. No organismo mais básico não existirão as emoções, e ele vive para se reproduzir, tentando perpetuar a existência da sua espécie, se for capaz, e para executar ou não funções na terra, úteis ou não, para o ambiente que o rodeia, é apenas um peão no jogo da vida. O homem como ser mais evoluído tenta controlar tudo de modo que a vida jogue a seu favor. O homem moderno e inteligente tem a ambição de que possa fazer girar o mundo à sua volta, ele tenta perceber o jogo da vida que existe e percebendo-o no seu íntimo, ele quer sobreviver ao mais alto nível, e se puder ser o dono do mundo, tentando ser de tal modo importante que tudo o que ele diga ou faça o proteja e o torne imortalizado na história do homem, enquanto o homem existir ou, em primeira instância, enquanto a terra existir. O homem inteligente e moderno tem trunfos para jogar esse jogo, ele joga o jogo da economia, dos números e do dinheiro (e logo da influência), a que as pessoas dão valor e o que faz mover os homens. Pelo menos é assim que funciona o interior de certos homens, provavelmente haverá uma legião deles assim, que por sua vez é uma elite que se junta para formarem uma força e subjugar a força e a sabedoria humana a seu favor. Não será assim? Pois não será, talvez o que eu diga não se baseie em leis científicas, nem seja um dogma, mas eu sinto de uma determinada maneira e tento trazer para fora aquilo que em mim vai, da maneira coerente ou não. O abismo puxa-me para baixo, nesta existência estranha, acredito que nesta existência peculiar, como alguns que serão tantos por ai e que estão lado a lado connosco por vezes, ao contrário da folia e da alegria e boa disposição que é facilmente demonstrável, este tipo de sentimentos e introspecção torna a relação entre as pessoas difíceis, como se a introspecção e/ou a tristeza fossem algo a desprezar, ainda para mais neste mundo de máscaras e de pretensa alegria constante, porque isso já não é um estado de alma que se possa assumir, porque é uma doença tremendamente contagiante. Pois é, a inteligência também pode ser uma doença, e a doença tem que se negar. A capacidade de ver mais além, e ver o que os outros não vêem ou não querem ver (desviando o olhar) ofusca-nos o que está perto. A relação entre os homens será para mim eternamente estranha, e pergunto-me constantemente porque tem de ser assim a vida, porque funciona da maneira que eu descobri (pelo menos da perspectivas que eu a vejo) e porque não sou eu uma pessoa normal simplesmente, fazendo questionar seriamente a existência de Deus mas não sabendo como explicar os acontecimentos na minha vida a que posso chamar sorte, em vez de Deus a quem eu atribuía os acontecimentos da minha vida. Se houve seres que seguiram os preceitos de Deus, eu fiz parte dessa legião, e não consigo conceber a existência de Deus, cada vez mais segundo o que vejo e sinto, segundo os parâmetros que me deram e que existem sobre Ele. Neste momento para mim, a vida, no geral, surge-me claramente como caótica e simplesmente casual, a existência é um acaso, e a vontade de Deus parece-me não Reinar. A natureza, simplesmente, é indiferente aos seres e aos acontecimentos, não tem vontade própria, caso contrário haveria justiça, e isso nestes momentos que correm na minha vida surge claramente no que observo do que me envolve e de tudo o que se passa na minha vida. Tudo o que existe foi invenção do homem, é simplesmente cultura, e, repito, reina, como sempre reinaram as leis caóticas da vida, os acontecimentos sem uma vontade própria de algo superior. Existe sim, uma vontade própria do meu organismo, do meu ser, uma maneira própria de eu ver a vida que me envolve e de eu tentar dirigir a minha vida segundo a minha vontade que é volátil. Claro que subsistem as questões acerca de onde reside a mente, qual a interacção que se dá entre os seres e como se processa essa interacção. E isso continua a fascinar e a criar mitos e Deuses para explicar essa interacção entre os seres. O conceito de Deus tende a diluir-se, e torna-se descabido na minha existência o conceito que me inculcaram segundo as normas cristãs, é o descrédito completo, na minha mente, da todas as crenças que me fizeram acreditar e que me levam ao abismo (segundo o que me parece que acontece na minha vida, porque não são coerentes com o que se passa na minha vida e na minha existência) com o que eu sinto, em ultima análise.
Tudo o que eu era e sentia quando nasci já existia antes de mim, eu sou uma repetição de algo que já existia, mas no decorrer da minha vida eu acrescentei coisas à minha existência: eu criei ideias, eu inventei alegrias e medos, o meu organismo modificou-se. Eu sou o que sou, e serei assim até ao fim dos meus dias por mais que isso me custe. Eu tenho a pele branca e sou sensível à exposição solar, não é expondo-me imensamente ao sol que eu ficarei preto ou que abalará esta característica, se bem que eu um dia acreditava que poderia superar isso. Eu enrubesço facilmente, todas a minhas emoções me vêm à flor da pele facilmente como se eu fosse transparente, como se a minhas emoções se manifestassem sem as poder esconder, e não mudarei muito em mim ate ao final dos meus dias [Mas como eu gostaria de que não pudessem ver as minhas emoções, de como sou fraco, como eu gostaria de mudar (!) de poder gerir todas as emoções que sinto. E como eu sinto o desprezo e o desdém, a marginalização e a superioridade, que não deveriam ter, dessa gente que nunca sequer pensou um pouquinho no que significava a vida deles, quanto mais a dos outros]. Como eu pensava que podia ser forte, e afinal me tornei na mais débil das pessoas, com a capacidade inesgotável até ao fim dos meus dias de ver todo o sofrimento que passa por mim e pelos outros e me torna incapaz de reagir, simplesmente não tenho reacção, a não ser nestas breves palavras que tento desconexadamente e incoerentemente dizer, nestas palavras em vão mas cheias de esperança de que a minha vida mude e ainda consiga um dia sentir de maneira diferente, o que se revela falso a cada passo que dou, porque é com base no que fui que eu me vou tornando outro, construo o que sou sobre o que fui, e todos os erros da construção se vão acumulando até ao fim dos meus dias, mas ainda tenho esperança, ainda tenho a fé de que posso ter sorte, ainda acredito que posso ser feliz.
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