Evolução
Mais de um mês se passou. O tempo passa de maneira diferente, à medida que o tempo vai passando. A força da juventude para o ultrapassar decai à medida que o nosso tempo passa, até ao ponto em que ficamos cada vez mais para trás na caminhada. A minha jornada já está em atraso em relação à atualidade, tenho a certeza, já faz algum tempo, e sei que o retrocesso irá continuar. Mas, julgo que da perspetiva do universo, o tempo está mesmo a abrandar, os sistemas do Universo estão abrandando. A terra cada vez gira mais devagar, para quem não ouviu ou pensou nisso a terra girava mais rápida há milhões e milhões de anos, já consegui absorver esse entendimento. O tempo urge, a intensidade com que o mundo humano se move é demasiada para o equilíbrio do planeta. A mudança está mais acelerada, isso é certo; o que vai acontecer, não sabemos ao certo, mas podemos ter a expectativa de que uma mudança tão repentina não é boa a médio ou longo prazo, falando a respeito do equilíbrio natural do mundo; muitos seres irão sofrer, em muitos casos para outros estarem (relativamente) bem. Deve ser previsível que a partir de determinado e incerto ponto no futuro mais ou menos próximo tudo começará a descambar em algo nunca visto, neste ‘big brother’, ao vivo. O meu desejo para o mundo foi o melhor, na minha simplicidade, com que nasci. Desejei o melhor para o mundo e para mim, como é evidente. Fui na procura, e continuo buscando, das forças que me fazem mover e fazem mover o mundo, tentar percebê-las. E é certo que vou entendendo a maneira geral como as coisas se relacionam. A deceção com o que me vou deparando é enorme. As pessoas são uma massa confusa. Agem de maneira errática, sem um propósito de futuro. E eu vejo o mal que elas encerram; sinto o mal delas à minha volta, eu próprio sinto despertar o que de pior há nessas pessoas que me envolvem, em vez de gerar o que de melhor há nelas; As massas não se controlam, assim como eu não tenho controlo sobre mim nessa força imensa com que o bem e o mal se digladiam. As pessoas são indiferentes, não têm tempo nem sabedoria para apreciar e saber agir segundo a paz, para viverem com inteligência. Este é um sentimento que tenho, não confio nas pessoas na vida real (porque na virtual ainda vou entendendo o altruísmo e a tolerância e o sentido de partilha, de informação que existe); oxalá eu ainda sinta que as pessoas não são todas iguais. É provável que o problema parta de mim e só me afete a mim e quem me envolve. Tenho um pouco de conhecimento de psicologia e comportamentos para perceber a ação e atitude das pessoas, compreendendo o que vai dentro delas, muitas vezes, ou só reparo no que devia ignorar, no que é mau nelas. Percebo agora que não as posso mudar. Muito pouco posso mudar. Como podem essas pessoas viverem a pensar que tudo o que se passa é um acaso, que esta terra se formou por sucessivos e imensos acasos favoráveis à evolução; como podem dissociar a ciência da Fé? Como podem ser indiferentes? Porque o mal age quando o bem se quer instalar?
Não represento ninguém, contudo, a minha língua é a portuguesa e a minha terra mãe é Portugal; Sou um ser que procura ser feliz, mas que paradoxalmente quanto mais procura a felicidade mais o oposto força a que não seja feliz ou pelo menos impede que fique satisfeito com a vida, fazendo parte daqueles que se sentem do mesmo modo. Não queria influenciar negativamente o meu mundo e o dos outros e no entanto tenho esse efeito em quem não devia e que não sei como combater; Em quem devia ter o efeito de tocar não toco, ou talvez toque: os imbecis, os indiferentes, os malévolos, os assassinos, os guerrilheiros, os que lutam em nome de Deus, quando Deus não pede para lutar, burros, filhos do Diabo, que não agem para se defender, agem por pura maldade; terrorismo, guerras sem sentido, gente demasiada no mundo, falta de um senso de sabedoria, sei lá! A ilusão: do mal virtual, da errónea interpretação da vida; o simples mundanismo social a que o homem se entrega, formando ideais e culturas excessivas que jamais poderei compreender ou muito menos absorver; a maldade encoberta pela paz...; Talvez seja eu, a culpa em mim mesmo, que tive azar de não fazer parte da evolução, no sentido da melhor parte, de eu ser assim, como sou, insatisfeito, incapaz de viver normalmente, sem me questionar também, de não ser sensível a tudo, não aceitar o acaso. E no entanto, o mal tem de ser combatido, a paz tem de reinar, a sabedoria tem de conquistar os seres, a evolução é para o bem, por isso dizemos: <<evolução>>; somente.