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Mais um alegre blog...?!

Enfeitado , disfarçando; traduzindo: as horas, o tempo que passa, inexorávelmente, e sentindo os sentidos da minha vida e de tudo e todos os que minha alma toca e abrange. Bem vindos a este meu Universo.

Mais um alegre blog...?!

Enfeitado , disfarçando; traduzindo: as horas, o tempo que passa, inexorávelmente, e sentindo os sentidos da minha vida e de tudo e todos os que minha alma toca e abrange. Bem vindos a este meu Universo.

Mártir

            Poderei eu ser um mártir? Defendo algo muito difícil de definir, defendo os meus ideais que julgo desde sempre serem puros, a favor do equilíbrio por exemplo, a favor do bom senso, da empatia, a favor da defesa da beleza deste mundo que é prejudicado por almas que não sei porquê mas nasceram com um espirito de destruição, de competição desenfreada, longe da harmonia e da paz de espirito, num mundo humano onde a teia dos ideais, das ideias, das palavras, dos conceitos estão entrópicos; admito que os números são excessivos, a população, admito que posso estar a mais, e, se me tivessem dado a escolher, não quereria ter nascido decerto, se bem que fico glorioso quando sinto um bem-estar que não nego, e que me pode suceder, pelo menos por enquanto. Quando falo em ideais puros não significa que eu sou puritano (por exemplo), no sentido de querer dizer que sou contra o sexo por prazer, que apenas deve servir para procriar, mas também não defendo o contrário; não defendo que o casamento deve ser para toda a vida mas também não defendo o contrário - a natureza, tudo o que tenho aprendido sobre ela me diz que não há leis absolutas, muito menos as dos homens o serão com suas culturas feitas como que para deleite de alguns e abominação de outros, e me parecem, muitas vezes, injustas (e não me cabe a mim destrinçar sobre quem são os injustos e os injustiçados, tenho as vistas muito curtas para perceber essas coisas); as leis do homem não estão acima das do mundo e do Universo -; por consequência, não significa que defendo a religião cristã, ou, muito menos, a igreja, mas, não quero dizer que sou contra ela também; substancialmente penso que tudo em si tem algo de bom que se aproveite em maior ou menor grau, em maior ou menor quantidade de bem, pena que o mal, por mais pequeno que seja manche todo o bem facilmente. As leis dos homens são regras que alguns conseguem respeitar e tê-las a seu favor contra outros cuja natureza ou o fato de serem néscios, aliados ao desconhecimento dessas regras os leva a viver em stress numa luta desigual, a meus olhos, que jamais poderei defender; ou então sou eu que estou enganado acerca das leis deste mundo, e então serei eu um mártir? Pessoalmente, sofro por estar fora ‘dessa’ cultura, sofro pela injustiça de não me deixarem ser livre, sofro e vivo por um ideal ou ideais que não querem ser aceites, sofro pela contrariedade a que fui submetido e sei lá que mais poderei exponencialmente dizer, poderei eu ser um mártir então? A questão não está se eu gostaria ou não de ser um, mas reside na forma como a minha vida foi encaminhada, parece-me que no caminho de um mártir, operador de grandes mudanças mesmo que a causa dessas mudanças não se vejam; a vida chamou-me desta maneira, parece que me pede para me reencontrar aqui, como estou fazendo agora, para fazer coisas e estar em sítios que na verdade não deveria estar, não queria estar [Talvez, decerto, eu prefira o isolamento ao sofrimento da minha vida social onde tudo parece querer cair-me em cima na maioria dos dias, como aquela canção de Rui Veloso – Não Há Estrelas no Céu]. A minha mente abriu-se ao mundo talvez desde que fui concebido - sei que é especulação, mas talvez tudo o que nós somos começa lá longe, no passado, sinto-o [note-se que o ‘talvez’ é uma palavra muito importante para mim assim como é o relativismo das coisas, estou longe das certezas deste mundo cientifico de causa-efeito, deste mundo de objetividade em que tudo se pode explicar, não querendo eu ser propriamente apologista do ceticismo; sinto-me como um mediador de todos os extremos isso o digo com toda a certeza, essa é a certeza que me rege, esse é o equilíbrio pelo qual eu sofro também] -. Admito que existe em mim esse sentimento de querer ser um expoente máximo e ao mesmo tempo ser humanamente impotente perante a imensidade do que nos/me envolve, perante aquilo que pensamos/penso controlar mas na verdade não controlamos/controlo. Não tenho dúvida que atrás desta ‘mente aberta ao mundo’, o motivo de eu ter seguido a vida desse modo, está algo ainda indefinível e subjetivo, algo ainda incompreensível para explicar o porquê eu ter nascido com estes sentimentos, por ter seguido este caminho que segui e não outro, por não ter convergido no meu ser, mas, pelo contrário, precisamente, ter divergido no meu caminhar, no meu pensar. Por vezes sinto-me capaz de tudo, sonho acordado que o futuro me há - de correr bem, que hei - de ter sorte… e dou por mim a ter a autodescoberta de que afinal tudo o que peço agora, já o peço, repetidamente, desde bem pequeno, talvez até antes, onde a minha memória sentimental não consegue alcançar (por enquanto pelo menos). Quero mais. Quero viver. Quero viver de acordo com o que acredito, e não consigo aceitar que não posso mudar o mundo a meu bel-prazer, eu não sou Deus para mudar o mundo e transformá-lo ao meu ideal, que penso ser o verdadeiro. Há quantos anos eu sonho com a liberdade do meu espirito, com a paz dele, liberdade e paz, paz e liberdade, será isso uma utopia ou serei decerto um mártir? Aqui estou eu no mesmo sítio de sempre, esta é minha vida, estes são os meus sonhos de sempre, mudarei eu? Mudarei ainda? Serei feliz, ainda que de outras maneiras? Satisfarei o desejo de mudança para melhor? Ainda não me cansei de fazer estas perguntas de modo que acho que ainda me projeto no futuro.

            Já que estou aqui neste ponto, deste Post, e, mesmo, deste blog, ainda vou falar na minha fisiologia e fisionomia e na grande contribuição que têm para que tudo se passe como tem passado na minha vida, talvez na contribuição do caminhar de um mártir, poucas vezes abordo esses lados da minha vida e que na verdade sei que são a causa de tanto atrito nestes problemas que abordo. Mas devo dizer alguma coisa agora, mais alguma coisa, agora: Não, não diria que fui amaldiçoado, sendo eu um monstro, não, efetivamente fico feliz por não o ser, e não desprezo a figura mais feia que ande por esta terra, aceito que há feios e bonitos mas devo constatar a minha situação e ver em que ponto estou desses extremos; efetivamente, já fui mais jovem e sentia-me bonito, não me considero velho mas tenho que aceitar que já não tenho 20 anos e que o horizonte não está aberto à minha frente, ilusionantemente; Apesar de não querer ser imodesto, posso dizer que me sinto uma pessoa de aparência normal, ou melhor deveria sentir-me assim a maioria das vezes, mas, algo se passa que não me deixa sê-lo (e afinal tudo isto também esta relacionado, ou seja, o que somos psíquica e fisicamente está relacionado entre eles); tenho reparado em mim mais atentamente de há poucos anos a esta parte, e tenho reparado coisas fisiológicas e fisionómicas que me têm feito sentir de tal maneira que me levam a escrever muito do que escrevo neste blog, tenho reparado na mudança de maneiras de estar das pessoas que me envolvem onde quer que esteja, já para não falar quando estou com a mente alterada - bem, mas isso dá outro tema; Sempre tentei autoestimular-me, pelo menos até certo ponto da minha vida, tendo pensamentos do tipo ‘sou bonito’ (tal como o fazia em relação a autoestimular a minha força de viver ao pensar ‘sou capaz’, ‘sou [uma pessoa] normal’), ainda tenho recordações que vêm lá do fundo dos sentimentos antigos, onde eu sentia que estava a ser alvo de atração física, sinto que havia capacidade de impressionar com o meu jeito de ser, com o que eu era, afinal, era jovem. Mas, há medida que me vou redescobrindo e montando e entendendo o puzzle da minha vida, eu não era um jovem normal, e sei agora que todo um peso recaia sobre a força da minha juventude e que o levava penosamente, mas, sempre com fé, sempre confiante, de que havia de ser forte além de forçosamente tentar disfarçar e ignorar aquilo que sentia, que não estava bem [o quanto eu fui forte, vendo as coisas como eu as vejo agora, como o sentimento da vida me apelou a viver tão fortemente, e, apesar de tudo, o quanto a vida me foi generosa para que eu vivesse e o quanto algo me apelou para que me esforçasse a seguir de algum modo, porque não se pode voltar atrás, nunca]; O mundo de hoje tem muita pessoa bonita, o padrão de beleza elevou-se, não o posso negar, e acho que muita gente está de acordo comigo e isso é um verdadeiro atrito para quem não tem os padrões mínimos que esta sociedade ‘exige’, é um problema mesmo, tal como o é para mim de muitos modos - explicar em poucas palavras todo este tema que se passa é complicado, e diria mais: ‘impossível em poucas palavras’, por isso não me vou alongar nele, se bem que, admito, rodeio o assunto na tentativa de encontrar melhores ideias com que me possa exprimir; as pessoas estão mais bonitas, pelo menos no ‘mundo mais rico’, digamos assim, as pessoas nascem com menos atritos psíquicos, nascem num berço de ouro por assim dizer, têm a sorte de ser bonitas, de terem um psíquico normal, digamos assim também, e isto tende a tornar-se uma norma, quer a gente veja isso dessa maneira ou não, além disso, os trabalhos são-lhes menos penosos fisicamente o que preserva o físico, e mais, o mundo tende a consciencializar-se de cada individuo deve tratar-se bem, falando de um modo popular, e para mais ainda, o mundo televisivo influência tudo isto, a propaganda da beleza e do bem-estar, com o seu grande poder de encaminhar as atitudes das pessoas, um poder que ainda nunca lhe pude ver a verdadeira dimensão na minha alma, no meu entendimento; desafortunados dos que nascem feios ou fora da norma, como sempre, o atrito, para eles, é sempre maior, e eu serei um deles, fora da norma, marginalizado, quando não marginalizado diretamente, indiretamente, e vou tentar dizer porquê da melhor maneira que puder e com a maior brevidade que conseguir: as ansiedades tomaram conta da minha vida, de tal modo que a minha entrada na vida adulta não foi nada fácil, apesar da força enorme que tive para suportar e levar tudo adiante, como já disse neste post e neste blog [não posso cansar-me de dizer tais coisas, não podem ficar por serem ditas, mesmo que me repita, desculpem o inconveniente]; estou a falar de fisionomia e fisiologia não é? Da minha… tenho pele clara, e a partir de certa altura da minha vida toda essa ansiedade que se acumulou devido a motivos que falo neste blog culminou numa explosão de rubores – tento imaginar o porquê de tudo se passar deste modo comigo constantemente, naquela altura eu descontrolei completamente, pelos meus 18 anos aproximadamente – Digo também que devo ter uma fisiologia muito própria, porque será que o sangue aflora deste modo à flor da minha pele(?), pergunto-me constantemente; Não sei porquê, meu sangue deve estar alterado, imagino, nele deve correr muita informação química que faz transparecer todo o ser que eu sou [e o ser que eu sou é sensível, delicado, estes são dois conceitos fortes que o definem, e é magnificamente belo como tem suportado as adversidades], isto deve de ser de tal modo estranho para muita gente, ouvir falar disto, que lhes deve parecer tolo, eu sei, essa gente não sabe o que é isso, tudo o que está relacionado com isso; A verdade é que tal - não quero descrever isso que se passa, porque me dói, dará para compreender? -, é fator de discriminação em muitas áreas da vida onde eu não devia estar e me tenho encontrado com elas; consigo ver situações e situações onde o olhar das pessoas dizem o que pensam, ‘n’ situações, consigo sentir o senso comum (o sentir comum) de incompreensão, reprovação, a maldade com que tantos deixam fluir seus sentimentos, as palavras que não conseguem conter, o descontrolo que toma conta de uma coisa que não querem aceitar, de sentimentos que até podem ser de superioridade e de gozo para com a minha pessoa - não posso defender os que são como eu, porque não tenho poder, porque não sei onde eles estão... – Enfim, conseguiram fazer-me mal por eu ter algo que não controlo, que não me passa com o tempo como se fosse uma bebedeira que o tempo cura e me aflige frequentemente, demasiadamente frequentemente, e, tal é a superioridade deles perante mim, que me tornam num bode-expiatório, um mártir, restar-me-á fugir? Para onde? Esconder-me? Enfrentá-los na sua incontável maioria? Lembro-me de, primordialmente, não compreender tais situações como se eu fosse um estranho em mim mesmo; posso dizer que, como pequeno exemplo, mesmo hoje a minha cor foi alterada pelo sol que apanhei, que ao invés de me dar um ar bronzeado me queimou e avermelhou o pescoço [que será dos albinos?] e não jorrou a face e o resto do corpo porque tinha boné e as roupas a tapar; Penso para mim, ‘não tenho uma doença demarcada e ao mesmo tempo várias falências tendem a aproximar-se de mim, com as quais eu luto constantemente’  - Black legend – You See The Trouble With Me. Imagino que muitos perguntem como pode o rubor, e o descontrolo dele e da pessoa que o incorpora, alterar a vida dessa pessoa, de tal modo, que seja tão doloroso viver (?) Mais ainda, como pode a minha fisiologia, descontrolada, noutros aspetos também contribuir para o meu martírio, ainda para mais? Pergunto-me. Que complô de destino é este? Porque não me aceitam como sou, e não faço eu o que posso simplesmente fazer, sem ter que andar neste sofrimento que tende a prolongar-se? E se eu jogar no euro milhões (?) e puder ser sortudo e viver em paz como desejo, passar a ser um felizardo anónimo, porque não pode ser de outra maneira. Que um raio de sorte me caia sobre o meu ser. Continua sonhando, continua…

            Sintetizando: O meu ser é uma relação entre um psíquico extremamente ativo, uma mente não satisfeita, uma ansiedade que teve um pico muito alto, que me levou a andar nesta corda bamba desde tal colapso, com uma fisiologia alterada (não me referindo com isto a que sou excessivamente gordo) em interação com o psíquico alterado, baseando-se no fato principal de eu ter pele clara, aflito com rubores incompreensíveis, tendo eu ‘atingido’ entretanto patamares de conhecimento que supostamente não era para ter atingido, e, adquirindo, assim, um autoconhecimento de que tais rubores e ansiedades me estavam a destruir, a compreensão de que estava e sou marginalizado por eles, e quiçá me irão destruir paulatinamente, corroer as minhas fundações que me seguraram até aqui, porque não se pode vencer o mundo, as regras do mundo [malditas regras diria], a regra da sociedade, ou eu tenha muita sorte e veja o caminho certo a seguir sem grandes problemas.

 

 

 

 

 

 

            Este texto foi escrito ao som de:

 

1. Pet Shop Boys - It's A Sin (5:01)

2. Peter Murphy - Cuts You Up (5:28)

3. Roxette - Listen To Your Heart (5:14)

4. Roxy Music - Take A Chance With Me (4:43)

5. The B-52's - Roam (4:54)

6. Chicago - If You Leave Me Now (3:56)

7. Billy Idol - Eyes Without A Face (4:59)

8. Bee Gees - Massachusetts (2:22)

9. Mike + The Mechanics - The Living Years (5:31)

10. Peter Cetera - Glory Of Love (4:20)

11. Prefab Sprout - When Love Breaks Down (4:06)

12. Queen & David Bowie - Under Pressure (4:05)

13. The Korgis - Everybody's Got To Learn Sometime (4:17)

14. Toni Childs - Zimbabwe (6:18)

15. Whitesnake - Here I Go Again 87 (4:33)

16. Whitesnake - Is This Love (4:42)

17. Will To Power - Baby, I Love Your Way / Freebird Medley (Free Baby) (4:07)

18. Yes - Owner Of A Lonely Heart (4:25)

19. Bee Gees - Tragedy (5:01)

20. Pink Floyd - Another Brick In The Wall, Part 1 (3:45)

21. The Eagles - New Kid In Town (5:05)

22. The Pretenders - Brass In Pocket (3:06)

23. Simon & Garfunkel - The Sound Of Silence (3:03)

24. Scott McKenzie - San Francisco (2:58)

25. ABBA - Chiquitita (5:26)

26. Los Bravos - Black Is Black (2:56)

27. Mungo Jerry - In The Summertime (3:29)

28. Ritchie Valens - La Bamba (2:07)

29. Roxy Music - Love Is The Drug (4:09)

 

1. Propaganda - Duel (4:46)

2. Roxy Music - More Than This (4:06)

3. Soul II Soul - Get A Life (3:43)

4. Stevie Nicks - Rooms On Fire (4:33)

5. Talk Talk - Life's What You Make It (4:28)

6. Talking Heads - And She Was (3:39)

7. Ziggy Marley And The Melody Makers - Look Who's Dancing (5:00)

 

1. Jim Diamond - I Should Have Known Better (3:38)

2. Marillion - Kayleigh (3:33)

3. Baby D - Let Me Be Your Fantasy (3:55)

4. R.E.M. - Mine Smell Like Honey (3:12)

5. Rui De Silva - Touch Me (3:28)

6. JX - Son of a Gun (3:13)

7. New Order - Touched By the Hand of God (3:43)

8. The Original - I Luv U Baby (3:28)

9. 11 I Love Your Smile - Shanice (4:22)

10. Roy Orbison - Blue Angel (2:47)

11. Robert Miles - Children (4:01)

12. Eros Ramazzotti - L'ombra Del Gigante (4:41)

13. Capella - Move It Up (3:59)

14. David Guetta - Titanium (feat. Sia) (4:05)

15. Fun Factory - Take Your Chance (3:56)

16. Industry - State Of The Nation (4:25)

17. Dilemma - In Spirit (3:37)

18. U2 - Walk On (Single Version) (4:11)

19. Lenny Kravitz - Stillness Of Heart (4:15)

20. Marillion - Lavender (3:40)

21. Lionel Richie - My Destiny (4:48)

22. Rick Astley - Together Forever (3:26)

23. Black Ledgend - You See The Trouble With Me (3:29)

24. Black Machine - How Gee (3:28)

25. Faithless - Insomnia (3:33)

26. Lenny Kravitz - Are You Gonna Go My Way (3:31)

27. Kaoma - Lambada (Single Version) (3:29)

28. Pete Heller - Big Love (Big Love Eat Me Edit) (2:40)

29. New Order - Regret (4:08)

30. Benni Benassy - Benassi Bros Ft. Sandy / Illusion (Sfaction Mix) (3:33)

31. Kim Wilde - You Keep Me Hangin' On (4:15)

32. Bros - When will I be famous (7" Single version) (4:01)

33. Juventa - Only Us (8:15)

34. Corona - Baby Baby (Lee Marrow Radio Mix) (3:01)

35. Everything But the Girl - Missing (Todd Terry Club Mix) (3:30)

Uma nova consciência [Emerge de mim]

            Estou diferente. Sou a mesma pessoa, na conduta que me rege, no entanto muito em mim mudou, quero crer nisso pela maneira como me sinto e me vejo. Não sou mais uma criança, e ainda, no entanto, continuo à procura dos significados de ‘criança’, ‘jovem’ e ‘adulto’, porque ao mesmo tempo eu sinto-me como se sempre tivesse sido o que sou e da maneira que sinto, apenas cresci fisicamente e tenho mais conhecimento. Particularmente, sinto que a minha consciência mudou, e ela continua emergindo, daquilo onde sempre eu fui e existi. O Professor Marcus du Sautoy, na BBC, fala da existência de um código em tudo o que existe ao nosso redor, do qual fazemos parte, fala de um código matemático, o qual tenta demonstrar através de exemplos concretos que existem à nossa volta, de compreensão relativamente acessível para quem tem conhecimentos básicos de matemática. Mas eu ao ver estes documentários dele, assim como tenho visto outros documentários dele e de outros de outro tipo, sinto-me a crescer para lá dos meus limites, o meu conhecimento transborda constantemente, a minha consciência de mim e do mundo que me envolve e mesmo do Universo aumenta consideravelmente. Não sei onde este caminho me vai levar, mas já vim de muito longe até aqui, e sinto-me um privilegiado por estar aqui e saber e ser o que sou, por sentir algo novo como estou a sentir no presente, como se fosse a dádiva de algo para comigo. Mas tal como todos os seres sou um ser delicado e não quero ser magoado, que não quer deitar tudo o que sei e sou a perder. E realmente convenço-me cada vez mais que é possível compreender, o que somos e o que existe à nossa volta, como se tudo pudesse ser simplificado, sem no entanto querer dizer com isto que o conhecimento e compreensão de que falo seja um dado adquirido para qualquer pessoa, mas sim para um numero mais reduzido de pessoas, e muitas só com muito esforço ultrapassarão os limites a que algo exterior a elas as tenta limitar e controlar, essa estranhas e inúmeras variáveis que nos envolvem. Muito do que vem a ter até mim, é a confirmação de algo que eu já senti no tempo passado da minha vida, como se eu previsse aquilo que me é demonstrado, através dos meus olhos, do meus ouvidos, da minha mente, enfim, de todo o meu ser; muito do que vem até mim me fascina assim como me fascina o porquê de eu ter nascido com esta conduta de vida, com esta maneira de ser e de sentir que me apreendeu e me trouxe até hoje. A minha vida não tem seguido consistentemente e dentro de um limite como um rio que segue dentro daquelas suas margens, quero dizer, com o gosto por uma única coisa, por uma única profissão, por um conhecimento particular esquecendo, digamos, ‘que tudo o resto existe’ ou que não é comigo tudo o que de resto se passa à minha volta. Assim, tenho adquirido ao longo da minha vida um conhecimento muito generalizado de tudo o que consigo abranger dentro do tempo que vou tendo e com a motivação que me vai surgindo ao longo desse tempo. A minha cabeça não tem parado de trabalhar ao longo de todos estes anos, segundo após segundo, tentando compreender aquilo que deveria ser para não compreender ou esquecer, que tudo é um acaso, que não interessa analisar, a minha vida, o porquê de tudo isto que sou eu e do que se passa (?), comigo em particular; Pensando fortemente eu aprendo, além de tudo o que sinto e comparo e associo, tudo, dentro desta caixa mágica que está bem em cima do que eu sou. É óbvio que poderão dizer que isto, que este modo de estar na vida, não me dá o pão de cada dia, e é verdade (!) que não me tem dado o ganho monetário para viver [vi-me algures no tempo perdido e a querer desaparecer sem saber o que fazer para ganhar tostão na vida, até que encontrei um emprego para ter algum metal ou papel mais estúpido que alguém inventou como tendo valor em si]; mas quem sabe se (este modo de estar na vida) não tem facilitado a minha existência que de outro modo seria pior, muito pior, por tudo o que tenho dito neste blog, como se fosse uma chance de ultrapassar a minha vã existência tornando-a em algo especial – mas tenho a dizer que tem sido uma maneira de viver oculta, dentro de mim, e vivida nos tempo livres, aqueles de quando quero fugir ao destino fútil que me quer envolver -. Eu sou generalista, e eu me tento relacionar entre toda esta generalidade da qual faço parte, com o Universo, e tento perceber o ‘como’ e o ‘porque’ o Universo fala assim à minha alma e ao meu ser, porque não sou eu mais nem menos do que qualquer outro ser existente neste planeta, apesar de sentir como sinto e de pensar que sou especial. Eu tento estar, como sempre ‘optei’ [ou talvez não tenha sido opção] por estar no centro de tudo, perto da média, perto do equilíbrio, o ponto ou a zona mais difícil de estar neste mundo, por ela ser tão breve em qualquer medida de tempo a que nos refiramos. É aí, no equilíbrio, no centro ou na média, entre os extremos, que reside a virtude da vida, e é ai que eu tento pôr a minha virtude. Ainda sobre o Professor Marcus du Sautoy e os documentários que fez sobre ‘o código’, ele refere a existência do caos na vida, da complexidade que algo toma à medida que o tempo passa e à medida que as variáveis aumentam, referindo-se ao mesmo tempo da existência de padrões que se tendem a descobrir. Ele se refere à existência perene e ocasional de padrões perfeitos (geométricos em particular entre outros), coincidindo com o que eu já disse outrora aqui sobre a existência escassa e difícil de atingir, as perfeições; extrapolando, as acções dos seres vivos perfeitas que tenderemos a compreender com o tempo, à medida que ele urge e o espaço equilibrado e vital para nós se tende a deteriorar.

            Tento estar no equilíbrio, no centro, na média, na perfeição, na virtude, mas a verdade é que isso é complicado a maioria das vezes, porque parece ser quase impossível, se é que o não é ser ou estar de tal modo. As forças que nos envolvem, as pessoas que me envolvem não pensam como eu, não têm a mesma conduta - e nem todos somos bonitos e com sorte -, nem todos ambicionamos o equilíbrio porque o homem ousa tentar pôr à prova o equilíbrio, desequilibrando-o, sem necessidade, blasfemando a sua breve existência, semeando a má semente entre a boa semente, parafraseando a literatura bíblica, quando ele tem a capacidade de separar o trigo do joio. Talvez a minha perfeição seja um estado de espirito meu, que eu ambiciono, e que se torna tão difícil de alcançar. Terei pena se um dia a minha vida descambar para o incerto desequilíbrio, como já senti alguma vez na vida, duvidarei de tudo outra vez, e terei medo de me esquecer o que sou e o que fui, de esquecer a relação de forças (parentais, em particular, entre outras) que me moldaram. Acho que sou capaz de me reparar, de tornar o mau passado em bom futuro. Muito de mau vem ao meu encontro até ao momento presente, não encontro em quem confiar e parece-me que as pessoas estão sempre a lixar-me, não sei porque se passa isso, mas ambiciono que tudo isto mude, e a forças da confiança me ilumine e me faça prosperar no que é certo e viva feliz o resto do tempo que ainda tenho. Assim, o iceberg degela e emerge cada vez mais pequeno.

 

Entusiasmado

                Por vezes entusiasmo-me por mim próprio, em mim próprio. Sei que o que sinto e vejo é magnífico. No entanto, fui educado e cresci com a forte convicção de que a prudência é nossa [minha] amiga e joga a nosso [meu] favor. Já o que faço [exprimo] é extremamente limitado, tanto em trabalhos manuais como em expressividade de outro tipo, e isso torna-me imensamente inseguro, não acreditando em mim próprio e fazendo-me sentir como um incapacitado muitas vezes – sei que sou exigente comigo próprio e isso contribui para que eu me sinta desanimado facilmente quando não vejo resultados bons na minha acção. Tento há já muito tempo [há anos] concretizar, especificar, aquilo que me faz um profundo atrito, aquilo que me trava e não me deixa evoluir. Pensei a certa altura, há uns anos atrás, que não conseguiria jamais identificar, restringir e particularizar, aquilo que eram o meus problemas, tal era o meu estado e a quantidade de problemas que me atormentavam. Felizmente, agora, me parece que tal situação melhorou imenso: aprendi tanto nestes últimos anos (!); vi coisas que nunca pensei vir a ver (!); exprimi-me como nunca pensei mais que me exprimiria, em particular, aqui neste blog; fiz coisas e relacionei-me com pessoas de um modo que nunca mais pensei que iria fazer, apesar dos meus, ainda, grandes handicaps (dificuldades) sociais – que talvez nunca acabem, mas vejo que também a culpa é da dificuldade em se entender com os outros devidos a imensos motivos que não só estão em mim, mas em grande parte nos outros, agora vejo isso; Sem dúvida eu mudei (!) e todos aquele problemas que me atormentavam e pareciam imensos e impossíveis de particularizar para os poder ‘atacar’, eu os defini e separei em grande parte, para minha admiração. Assim também, neste momento, vejo e compreendo porque muita gente continua frustrada na vida, a zangarem-se com quem não tem culpa nenhuma dos seus problemas, com quem quer, até, ser seu amigo, a fazer perdurar o seu desequilíbrio; e isto acontece porque as pessoas perdem a noção, ou não identificam [porque não conseguem identificar ou porque não conseguem lutar contra o motivo de todo o desequilíbrio em suas vidas] o causador ou a causa de origem de todos os seus problemas, e não lutam contra essa causa ou causas – eu andava assim(…). - [Penso, ‘talvez eu seja um sortudo’] - Por exemplo, no meu caso eu vi que o meu pai é o grande causador de todos os meus problemas da minha vida, apesar de ser ele quem me deu os pontos de referência para muita coisa de quem eu sou, e ainda me dá; muito resumidamente: suas atitudes para comigo ao longo da minha vida, sua maneira de ser para comigo, sua personalidade controladora algo mais ainda que eu não conseguirei dizer agora ou por poucas palavras, todas aquelas coisas que eu compreendi e associei em minha mente, eu as fui destrinçando e destrinçando aquilo que meu pai é e a maneira como ele, com tudo o que ele é, me foi afectando ao longo da minha vida, e me fez andar errático; além disso, eu associei tudo isso no ambiente familiar que me cerca, entre os quais a maneira como os meus irmãos são e agem e em relação com a atitude e maneira de ser da minha mãe também; e posso dizer que cheguei a conclusões que fazem todo o sentido até porque as constato in loco, no momento real e presente da minha vida e isso serve-me de referência no modo como hei-de de agir perante as minhas adversidades. Seja ou tenha sido tudo como foi, o tempo é unívoco, e pais e famílias só temos uma, e eu tenho uma e fico contente por isso, ao contrário de muitos que andam perdidos sem referências e sem compreender o porquê de suas vidas serem como são. O ponto principal de tudo isto é que eu compreendo a minha vida e isso me faz viver, apesar das dificuldades; não consigo enxergar um mundo sem dificuldades, e tudo o que se passou na minha vida me transformou no ser tímido, inteligente, magnífico, maravilhado, agradecido, que eu sou. As dificuldades são assim, muitas vezes incompreensíveis no momento nas quais as estamos a vivenciar, mas que trazem o fruto mais saboroso no fim de tudo, e a sensação de ter vivido e ter usufruído do prazer de viver é algo de indefinivelmente belo. É certo que cada vez mais o mundo me foge, o tempo quer levar toda a potencialidade existente em mim, sei que um dia será pior, mas quero acreditar que serei um ser cada vez mais conformado há medida que tal acontecer e ainda mais agradecido por tudo o que foi a minha vida, pelo menos eu posso dizer, eu vivi, eu tive uma vida, cheia de plenitude.    

Inspiração

Procuro a inspiração. Para isso tenho de caminhar, tenho que sentir, tenho que ser espicaçado pela vida para me mover. Tenho que procurar as minhas motivações internas quando estou parado. Sem o estímulo tendo a ser um homem inerte. Mas com o estímulo já não reajo da mesma maneira que reagia, estou mudado. A minha maneira de sentir o mundo é diferente. É bom saber que mudei e que se muda. É triste saber o que se perdeu, não poder ter feito nada para ser diferente este trajecto. Ando e vejo e oiço. Sinto, e associo o que sinto com o que senti, utilizando a minha maneira de analisar as minhas acções. Faz sentido. Estarei no bom caminho? Pergunto-me. Terei eu a possibilidade de remediar a minha trajectória? Poderei eu reformular a minha vida? Mas tenho que passar à acção, e a acção já não está propriamente no meu âmbito. É só pensar, tão simples quanto isso, pensar. E, pensar, pode ser tão em vão como falar, como utilizar as palavras, para preencher o tempo que nos resta, quando não temos mais nada para fazer, ou talvez por uma necessidade de desgastar as ideias. Estou a leste. Ausente de ideias ou estímulos. E o mais estranho é que ao mover-me, eu deparo-me, faça o que fizer, com um turbilhão de sentimentos e ideias que me deixam sem reacção tal é a imensidade e a violência com que me assaltam. Tudo o que eu interiorizo vem ao de cima naqueles momentos, sobretudo os sociais, como se tivesse o meu inconsciente a trabalhar de uma maneira consciente, e onde a automatização que devia ter das minhas acções não se encontram. E então sinto-me baralhado, confuso, sem saber para que lado me hei - de virar. Mas como vim eu parar a um lado (oculto) da vida que me é estranho (ou era, e agora o estou a interiorizar) e que não sei se haverá outros que o vejam desta maneira? Mas deve haver outros, os suficientes para estarem em conexão as almas nesta maneira de sentir. Será que, se assim for, eu terei o privilégio de os sentir a vibrar perto de mim? Será que eu aí vou ser eu? Gostava muito de encontrar o meu lugar, de sentir o vibrar positivo do meu ser, sentir a pertença a um mundo social, a alguém, que partilhasse os meus ideais. Este é o meu mundo. A Terra corre-me nas veias, a natureza pura que eu gostaria de acompanhar tem-me sido retirada. Tenho medo dessa alienação, dessa procura de emprego e não de trabalho útil (que sempre pensei que se devesse ser pelo que se tem que lutar) e desinteresse por trabalhar a natureza e a preservar, em nome de não sei quem. O mundo tem muita crueldade, o mundo humano, os filhos nascem sem amor e sem valores, sem perspectivas às quais se possam agarrar. É duro, mas quando sentimos que temos um fim próximo, e vemos que não podemos fazer nada para mudar essa trajectória, entramos num ritmo de destruição, ou pelo menos de alienação e usufruição do tempo que nos resta, para que os senhores que regem este mundo e prometem futuros melhores, não pensem que sabem tudo, ou que simplesmente podem. Pode haver pobres físicos, pode haver doentes. Mas quando nos vemos impotentes para fazer o que quer que seja para mudar esses aspectos, para guiar o mundo para a perfeição, então caímos aos pés do Senhor, que não sabemos quem é, para que lhe entreguemos tudo o que não podemos fazer para melhorar, ao menos, tal situação. Procuramos a repercussão do nosso sentir nesse Universo. Quero encontrar a vibração do meu ser. Mas quanto mais quero atingir tais objectivos, mais afastado me sinto daquilo que algum dia pensei ser, ou do que na verdade fui. O meu tempo de aprendizagem esvaísse. É tempo de começar a pintar a tela que irá perdurar. Recorro aos sentidos para caminhar e me estimular e então a inspiração chegar. Mas, e mais um ‘mas’, eu sinto diferente da maioria das pessoas, logo estou só, logo não sei como hei-de trilhar esses caminhos incertos, sozinho. Eu sinto de outro modo, e eu sei disso. Recordo, a ambivalência faz parte de mim. Na tentativa de ludibriar quem me queria ludibriar, eu fiquei ludibriado. É tempo de repousar, para recomeçar a partir do ponto onde ninguém ousou chegar.

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