Enfeitado , disfarçando; traduzindo: as horas, o tempo que passa, inexorávelmente, e sentindo os sentidos da minha vida e de tudo e todos os que minha alma toca e abrange. Bem vindos a este meu Universo.
Enfeitado , disfarçando; traduzindo: as horas, o tempo que passa, inexorávelmente, e sentindo os sentidos da minha vida e de tudo e todos os que minha alma toca e abrange. Bem vindos a este meu Universo.
Neste momento, decidi tomar a bebedeira da suposta lucidez, em lugar de tomar o comprimido que me reprime ainda mais; não tomei, e agora estou mais desperto e a ludibriar aquilo que me tem em suspenso, me tem cativo, me tem aprisionado os sentimentos. Temo que amanhã não possa dizer o mesmo. Consigo compreender que para mim como para muitos a lucidez e a normalidade pode ser uma anormalidade e (por isso mesmo) vivermos em constante aperto. O excesso de normalidade pode ser mau como os excessos de álcool ou outro tipo de excesso dito ‘nocivo para a saúde’. Agora estou bem, porque mudei a constância do discurso e da minha vida, é mínimo, mas mudei. A mudança custa-me, a adaptação a novas situações e a determinados momentos é difícil para mim. Assim como o excesso de álcool produz maus efeitos, o excesso de sobriedade me parecem ser igualmente nefastos. Tudo advém da energia, com muita energia podemos ir longe, com energia positiva ainda mais, grandes sentimentos, grande passado e um futuro promissor pode ser conquistado; a repressão por parte de quem não tem valor para que essa mesma pessoa ou pessoas tenham valor é ignóbil, compreendo claramente isso. O equilíbrio existe porque grandes desequilíbrios existem para que o equilíbrio fundamental exista. O sentimento de verdadeira liberdade é o da diversidade de acções, e da mudança de condições quer mentais quer físicas quer fisiológicas. Uma pessoa parada, com os mesmos estímulos, constantes, não consegue evoluir e vai retroceder em relação rumo à melancolia; uma pessoa no escuro e sem possibilidade de sair e ter o brilho do sol como o brilho da maravilha de compreender, e, ter o exterior que lhe pertence, perde a maravilha da vida, assim eu já perdi muita; e devo dizer que estar em casa fechado sem a possibilidade de sair à rua e ver o dia e ir mesmo passear de vez em quando me stressa e me faz sentir como um incapacitado. Precisamos de mudança: do sol e da tempestade; não a constância que por vezes pode também ser bela, mas dentro dos seus limites: tal como não queremos grandes e prolongadas tempestades que destruirão tudo também o sol e a constância dele não trará a eterna felicidade e o contínuo prazer. Porque a energia não é eterna, porque somos uns insatisfeitos, e por isso mesmo, porque somos uns insatisfeitos, porque o prazer a maior parte das vezes é um momento fugaz o único caminho é evoluir e saber mais e fazer mais até não mais poder. Sei que hoje vou dormir um sono diferente, que nem um pedrado, que deixa a sua sobriedade, só que eu ao contrário disso. Sei que gostaria de deitar fogo sobre a chuva de tristeza, e secar todas as lágrimas não vazadas mas pensadas e sentidas. Gostaria de me libertar por muito tempo sem no entanto não perder, mas ganhar. Não, a ordem do mundo não está boa (!), está a rebentar pelas costuras o ‘equilíbrio’, e muitos andam para ai a gozar com tudo num faz ver que está tudo no bom caminho, o mundo está a melhorar, dizem e fazem ver. Porque me hei-de preocupar? Pelo menos por hoje não me vou preocupar, porque estou com uma ‘pedrada’, mas ao contrário, não sei se estão a ver o que isso é, pois com a verdadeira pedrada [como um drogado] me sinto eu todos os dias, a pedrada de ter que fingir normalidade, que também sou uma pessoa como as usuais; devia ter a liberdade de agir segundo o que sou mas para mim o mundo não é perfeito. Amanhã vou estar numa merda, ou talvez não, até um dia a seguir ainda vou estar bem; ah! Mas hoje vou curtir esta cena de estar ao contrário do que é habitual, vou curtir novamente a música, como se ainda estivesse a crescer. Perguntei-me agora: ‘porque olho sempre para trás sempre que faço algo? Porque estou olhando se errei?’ ; E olhando estou errando mais, vou errando e olhando para o contínuo de erros que faço estando cada vez mais errado; Ah! Mas hoje sei que não vou errar, estou numa boa, vou sonhar com anjinhas, que sou aquele que imaginei que seria e quem nunca fui; ainda não sei qual vou ser, mas um diferente certamente. Hoje vou estar no topo, no topo da glória, mesmo que não chegue lá, mesmo que nem vislumbre o que isso é, mas eu vou estar, eu vou sentir-me super bem. Hoje o mundo será justo, porque hei-de sobreviver para contar o que de belo se passou e esquecer o que de mau aconteceu. A força da liberdade de ser quem sou, de usar o que sei para sobreviver há-de ser usada a meu favor e há-de ter utilidade. Hoje hei-de vingar os meus ideais, hei-de ainda provar que sou bom naquilo a que me proponho, nem que seja de uma maneira generalista. Hoje hei-de delirar, ter um novo delírio que me empurrará para uma nova visão e possibilidade de ser e fazer as coisas. Hoje hei-de brincar e abusar da loucura que me assiste para amanhã saber estar sério e controlado. Amanhã serei contundente, hoje não, hoje vou esquecer o que isso é. Amanhã entrarei na compreensão comum das coisas, entrarei na vida comum, casarei, terei sexo, trabalharei, a vida será de satisfação, mas, hoje não, hoje será de insatisfação, procura do necessário, entrarei na luta de ideais e assim continuarei por ai adiante. Amanhã tudo fará sentido, mas hoje estou de descanso, estou com a carola cheia de pensamentos de que realmente vence quem não entra por aí, pelo caminho da sabedoria e do conhecimento, e eu estou nessa meu! Eu já não sei o que isso é, isso de continuidade do pensamento, de acções, de que sou inteligente e por ai a fora. E pronto, as dificuldades?! Já eram! ADEUS!... Até à vista, ok.
Nós nascemos. Mas nem todos que nascem crescem, nem todos são saudáveis, nem todos são perfeitos. Nós todos temos a nossa condição humana. Eu quase diria que muito do nosso ser é determinado no nascimento. Mas, quando somos jovens, podemos alterar significativamente a aparência do que realmente somos. À medida que envelhecemos podemos mudar cada vez menos. Eu acho que apesar das mudanças que ocorrem na nossa juventude, a essência de quem somos (fisicamente e mentalmente), e o que nos tornaremos, já está definida, em grande parte, quando nascemos, comigo sinto que foi assim. O que acontece é que, na nossa juventude, e à medida que o tempo passa e nos conhecemos melhor a nós próprios, segundo a influência do ambiente, temos tendência a reforçar ou não, aquilo para o que o nosso organismo - como um todo física e psiquicamente - nos impele. Se reforçamos o que somos à nascença e continuamente, então, como exemplos: 1) Iremos reforçar o introversão e certas características que vêm acompanhadas com o introversão com que nascemos, como seja a fraca capacidade de sociabilização, o ser-se reservado, e a privilegiar as actividades solitárias; ou, 2) Iremos reforçar a extroversão e certas características que vêm acompanhadas com essa característica nata, o que fará com que, se o ambiente for propício, se venha a ser um indivíduo muito sociável, a privilegiar as actividades em conjunto, a gostar imensamente de ser o centro das atenções, virado para o mundo externo a si próprio. Se não reforçamos continuamente o que somos à nascença, segundo a influência do ambiente que nos rodeia, então estaremos entre os exemplos opostos e extremos que dei em cima (alínea 1 e alínea 2), havendo uma conduta de normalidade, uma média para a qual todo o ser humano tende. Com isto põe-se a questão de qual dos dois factores é mais preponderante nas vidas de cada ser: -a) O determinismo -seremos aqueles para o qual estamos ou fomos concebidos e agiremos de acordo como o nosso organismo (física e psiquicamente) em toda a nossa vida, andemos por onde andemos, fizermos o que fizermos; -b) Ou, o ambiente que rodeia o ser, à medida que se desenvolve, é a principal causa daquilo que somos ao longo das nossas vidas? -. Diria que não podemos excluir a acção conjunta de cada um destes dois factores abrangentes daquilo que somos, e isto devia ser consensual, se não o é ainda. Entre o extremos das características ‘1) ‘ e ‘2) ‘, há uma enorme maioria de seres normais que abrangem uma grande parte de todo esse espectro de extremos. A maneira como actuam os dois factores generalistas (‘a’ determinismo – genes e o organismo enquanto sistema, no geral - e ‘b’ ambiente) na vida de cada pessoa é enormemente complexa. Eu sinto em mim essa complexidade. Sei, em mim, que nasci, reforcei e solidifiquei (psíquica e fisicamente) muitas características das quais não me consegui livrar, embora eu conseguisse ver que elas não eram e não estão a ser adequadas para a minha sobrevivência. Contudo, eu sobrevivo ainda. Mas a questão central, que se subdivide, que me faz escrever estas linhas anteriores é: Poderemos ou não tornar-nos muito diferentes daquilo para que estávamos programados organicamente à nascença pelos genes e por todo o nosso ser (?), de uma maneira geral, já formado embrionariamente, restando-nos apenas crescer (?) e adaptar-nos ao ambiente segundo o que somos? Tenho pensado sobre isso. Pessoalmente, segundo o que conheço de mim (e conheço-me bem), sei que eu não mudaria muito se o rumo da minha vida tivesse sido outro, ou seja, se tivesse seguido outro caminho sei que eu basicamente seria o mesmo sempre. E sei também que me poderia ter perdido na incompreensão daquilo que eu sou, na ignorância das minhas raízes, os meus pais, com o qual eu me identifico e comparo aquilo que eu sinto como sendo muito idêntico, e ainda sei que muita gente se perde por não perceber o porquê de ser como são, não conhecerem as suas ascendências. É claro que muitos prosperam na vida apesar de não conhecerem a sua história, ou talvez por isso, mas nunca é regra geral, como digo sempre. Sinto que, em mim, o factor genético pesou mais e tem pesado na minha vida, no meu ser enquanto organismo, e tem, de um modo geral condicionando a minha acção. Sei que há casos de pessoas que dão a volta ‘por cima’ às características e à força retractiva, que para muitos é brutal, e que se transfiguram nesta vida, passando de ‘patinhos feios’ a figuras esbeltas, e/ou de seres que parecem tolos e/ou com pouca inteligência e que triunfam e se tornam sabedores de como vencer, logo vencedores, de desafortunados a afortunados. E quando penso nestes casos penso também, novamente, que tenho a noção clara de que não há leis gerais que guiem o psiquismo da humanidade em interacção com o ambiente, como que se pudesse generalizar que o facto de alguns seres mudarem na vida imensamente, o seja possível fazer qualquer um. A globalidade dos dois factores (orgânico-genéticos - determinantes - e ambiente que rodeia o individuo) que refiro e que agem na vida de cada ser em particular é muito própria de cada indivíduo no tempo cultural em que se encontra. Assim, também as características psico-fisiológicas de um homem, que seriam positivas em determinado ambiente cultural de determinada época e determinado contexto podem ser desadaptativas noutros ambientes culturais e/ou noutro tempo. Vivemos num mundo diferente do de outrora, existe uma consciência cultural globalizada, devido aos meios de comunicação existentes, sendo que a cultura que rege os homens, hoje em dia, sobretudo nos países democráticos e de livre expressão, que contem o princípio da tolerânciaem relação aos seres que são diferentes e/ou que se exprimem de maneira diferente, o que os protege imenso, ou seja: aos deficientes, aos doentes, aos que são mais feios, aos que tem uma opinião e uma mentalidade diferente do normal, e digo mesmo também, daqueles que têm uma opção sexual diferente, aos criminosos que agem muitas vezes devido a condições, particularmente, humanas que existem neles, entre outros exemplos. Conheço na História, assim como na vida hodierna, pelo que leio e pelo que vejo, e sinto que isso é altamente verosímil, as atrocidades que o homem comete para com o outro, e bastantes vezes na melhor das intenções como seja, curar ou ajudar uma pessoa, mas, estando a fazer mal. Sinto a dor de quem foi e é, através dos tempos, marginalizado, maltratado e muitas vezes pagando com a sua vida uma existência vã, esperando eternamente por algo que os salve, por um Deus. Sinto a injustiça que sentem aqueles que não conseguem defender-se, que são dados como loucos, doentes, pacientes malogrados de um Frankenstein, ou ainda, daqueles que são diferentes e pesa sobre eles a dor de uma vida sem brilho que não conseguem compreender e ter uma hipótese de ter uma continuidade existencial aceitável. A vida neste mundo é complexa, mais bem dito ainda, é estranha, muito estranha. Talvez mesmo cada ser tenha a sua condição humana, que não cabe a mais ninguém compreender.
Eu não estaria aqui a falar hoje – se calhar para ninguém -, se não fosse esta profunda transformação na maneira de comunicar, a internet, que me permite, sendo eu quem sou – um ser que teve que seguir o caminho da introspecção e do isolamento, que não consegue sociabilizar de uma maneira normal devido aos factores genético-ambientais – estar ligado ao mundo social e em contacto com as pessoas, e isso libertou-me. Libertou-me por exemplo da depressão, do isolamento a que estaria votado e mesmo de uma loucura incontrolável se estivesse em casa sem o feedback do mundo, alem de que me fez conhecer muito melhor a mim próprio e ao mundo que me rodeia. Sei e sinto que a maneira de se relacionar das pessoas se está a alterar com a internet, com as redes sociais a ser um modo de socializar das pessoas. Claro que para muitas pessoas é mais um meio de estar na vida e de se relacionar, a internet, mas para muitas outras é o único meio onde conseguem ser livres e sentirem-se normais. Acho mesmo que o mundo com a característica individualista se demarcou ainda mais com o aparecimento da internet, a que todos querem ter acesso. A mudança de mentalidades está a ser enorme. Continuo a achar que a solidão é combatida, apesar do distanciamento que as pessoas criam entre elas, mais agarradas à tecnologia, privilegiando-a e detrimento do contacto social ‘in loco’. Mas é certo que é difícil avaliar o efeito de uma influência como é a internet, nas pessoas. Cada pessoa é diferente, cada caso é um caso, cada pessoa é única, e tem a sua própria maneira de sentir, a sua própria maneira de interpretar o mundo. Cada pessoa é uma condição humana.
Prossigo esta viagem com tantos baixos e altos. Prossigo na certeza que sou único, e defendo que mais ninguém é como nós, porque até mesmo a nossa imagem que se reflecte no espelho mais perfeito é distorcida. Defendo a unicidade do ser e a incapacidade de alguém compreender alguém, neste caso, em particular, a mim, como se houvesse uma lei que definisse que os homens são todos iguais só porque a ciência ‘disse’ ou alguém descobriu que existem leis no Universo e que as encontramos em tudo o que existe e até no comportamento e na psique humana, tentando definir doenças, que por um indivíduo ter um determinado problema logo já há muitos que o tem, como se o comportamento e a psique fossem algo tão definíveis quanto a água que se evapora sempre que atinge os 100 graus célsius. Prossigo com a minha crise existencial, assumo. Pergunto-me que interessará a minha crise existencial aos outros? Quase de certeza que nada, a minha óptica cada vez me prova mais isso, porque acredito que muito pouco se pode fazer pelos outros por mais boa vontade e inteligência e capacidade que haja para tentar fazer, nem mesmo quem nos possa ter amado mais. Somos organismos independentes uns dos outros, não há interligação entre nós, e o que nos liga são apenas as emoções que cada um sente à sua maneira, apenas com uma base idêntica, o organismo, que por sua vez é único na maneira como funciona e reage ao ambiente e aos seres que o rodeiam. No organismo mais básico não existirão as emoções, e ele vive para se reproduzir, tentando perpetuar a existência da sua espécie, se for capaz, e para executar ou não funções na terra, úteis ou não, para o ambiente que o rodeia, é apenas um peão no jogo da vida. O homem como ser mais evoluído tenta controlar tudo de modo que a vida jogue a seu favor. O homem moderno e inteligente tem a ambição de que possa fazer girar o mundo à sua volta, ele tenta perceber o jogo da vida que existe e percebendo-o no seu íntimo, ele quer sobreviver ao mais alto nível, e se puder ser o dono do mundo, tentando ser de tal modo importante que tudo o que ele diga ou faça o proteja e o torne imortalizado na história do homem, enquanto o homem existir ou, em primeira instância, enquanto a terra existir. O homem inteligente e moderno tem trunfos para jogar esse jogo, ele joga o jogo da economia, dos números e do dinheiro (e logo da influência), a que as pessoas dão valor e o que faz mover os homens. Pelo menos é assim que funciona o interior de certos homens, provavelmente haverá uma legião deles assim, que por sua vez é uma elite que se junta para formarem uma força e subjugar a força e a sabedoria humana a seu favor. Não será assim? Pois não será, talvez o que eu diga não se baseie em leis científicas, nem seja um dogma, mas eu sinto de uma determinada maneira e tento trazer para fora aquilo que em mim vai, da maneira coerente ou não. O abismo puxa-me para baixo, nesta existência estranha, acredito que nesta existência peculiar, como alguns que serão tantos por ai e que estão lado a lado connosco por vezes, ao contrário da folia e da alegria e boa disposição que é facilmente demonstrável, este tipo de sentimentos e introspecção torna a relação entre as pessoas difíceis, como se a introspecção e/ou a tristeza fossem algo a desprezar, ainda para mais neste mundo de máscaras e de pretensa alegria constante, porque isso já não é um estado de alma que se possa assumir, porque é uma doença tremendamente contagiante. Pois é, a inteligência também pode ser uma doença, e a doença tem que se negar. A capacidade de ver mais além, e ver o que os outros não vêem ou não querem ver (desviando o olhar) ofusca-nos o que está perto. A relação entre os homens será para mim eternamente estranha, e pergunto-me constantemente porque tem de ser assim a vida, porque funciona da maneira que eu descobri (pelo menos da perspectivas que eu a vejo) e porque não sou eu uma pessoa normal simplesmente, fazendo questionar seriamente a existência de Deus mas não sabendo como explicar os acontecimentos na minha vida a que posso chamar sorte, em vez de Deus a quem eu atribuía os acontecimentos da minha vida. Se houve seres que seguiram os preceitos de Deus, eu fiz parte dessa legião, e não consigo conceber a existência de Deus, cada vez mais segundo o que vejo e sinto, segundo os parâmetros que me deram e que existem sobre Ele. Neste momento para mim, a vida, no geral, surge-me claramente como caótica e simplesmente casual, a existência é um acaso, e a vontade de Deus parece-me não Reinar. A natureza, simplesmente, é indiferente aos seres e aos acontecimentos, não tem vontade própria, caso contrário haveria justiça, e isso nestes momentos que correm na minha vida surge claramente no que observo do que me envolve e de tudo o que se passa na minha vida. Tudo o que existe foi invenção do homem, é simplesmente cultura, e, repito, reina, como sempre reinaram as leis caóticas da vida, os acontecimentos sem uma vontade própria de algo superior. Existe sim, uma vontade própria do meu organismo, do meu ser, uma maneira própria de eu ver a vida que me envolve e de eu tentar dirigir a minha vida segundo a minha vontade que é volátil. Claro que subsistem as questões acerca de onde reside a mente, qual a interacção que se dá entre os seres e como se processa essa interacção. E isso continua a fascinar e a criar mitos e Deuses para explicar essa interacção entre os seres. O conceito de Deus tende a diluir-se, e torna-se descabido na minha existência o conceito que me inculcaram segundo as normas cristãs, é o descrédito completo, na minha mente, da todas as crenças que me fizeram acreditar e que me levam ao abismo (segundo o que me parece que acontece na minha vida, porque não são coerentes com o que se passa na minha vida e na minha existência) com o que eu sinto, em ultima análise.
Tudo o que eu era e sentia quando nasci já existia antes de mim, eu sou uma repetição de algo que já existia, mas no decorrer da minha vida eu acrescentei coisas à minha existência: eu criei ideias, eu inventei alegrias e medos, o meu organismo modificou-se. Eu sou o que sou, e serei assim até ao fim dos meus dias por mais que isso me custe. Eu tenho a pele branca e sou sensível à exposição solar, não é expondo-me imensamente ao sol que eu ficarei preto ou que abalará esta característica, se bem que eu um dia acreditava que poderia superar isso. Eu enrubesço facilmente, todas a minhas emoções me vêm à flor da pele facilmente como se eu fosse transparente, como se a minhas emoções se manifestassem sem as poder esconder, e não mudarei muito em mim ate ao final dos meus dias [Mas como eu gostaria de que não pudessem ver as minhas emoções, de como sou fraco, como eu gostaria de mudar (!) de poder gerir todas as emoções que sinto. E como eu sinto o desprezo e o desdém, a marginalização e a superioridade, que não deveriam ter, dessa gente que nunca sequer pensou um pouquinho no que significava a vida deles, quanto mais a dos outros]. Como eu pensava que podia ser forte, e afinal me tornei na mais débil das pessoas, com a capacidade inesgotável até ao fim dos meus dias de ver todo o sofrimento que passa por mim e pelos outros e me torna incapaz de reagir, simplesmente não tenho reacção, a não ser nestas breves palavras que tento desconexadamente e incoerentemente dizer, nestas palavras em vão mas cheias de esperança de que a minha vida mude e ainda consiga um dia sentir de maneira diferente, o que se revela falso a cada passo que dou, porque é com base no que fui que eu me vou tornando outro, construo o que sou sobre o que fui, e todos os erros da construção se vão acumulando até ao fim dos meus dias, mas ainda tenho esperança, ainda tenho a fé de que posso ter sorte, ainda acredito que posso ser feliz.
Nascer e morrer, o princípio e o fim da vida, o princípio e o fim de um sistema, (formado por outros sistemas) que se forma exponencialmente para falir e colapsar (pode-se utilizar o termo) quando a sua estabilidade se torna inviável. A mudança é uma constante. Nunca somos os mesmos, dependendo da velocidade a que se dá essa mudança. Os sistemas vão tomando novos equilíbrios à passagem do tempo [que ninguém sabe quando começou ou quando irá acabar]. Nada é fixo ou imutável, dependendo da posição do observador, e essa mudança, que é lei universal, dá-se mais ou menos rápido, ou, mais ou menos lentamente, mas, nunca, coisa alguma, está parada. E é formidável e notável a nossa disposição mental para descobrir partículas que não se vêem, essa capacidade fantástica de imaginar e dar uma interpretação coerente àquilo que os nossos olhos não vislumbram a olho nu e que está fora da interpretação óbvia dos nossos sentidos, a capacidade de associar e formar ideias que se podem aplicar na matéria. É o que faz reger o nosso cérebro, a ‘Psique’ humana, esse conceito que está no âmbito da criação do Universo e da existência do conceito de ‘Deus’ e do conceito de ‘Tempo’ [e que me deixa antever a existência de uma ‘Consciência Universal’] que nos permite tal façanha. Acredito, por estas palavras e neste momento, segundo as ideias que tenho, que é no ‘Tempo’ que reside a resposta essencial da vida e da existência. A nossa visão [a visão (humana) que temos das coisas, que é influenciada ou que provêm dos saberes, da ciência, da técnica e do saber utilizar os recursos que a terra tem, entre muitos outros níveis e esquemas de percepção, que são as extensões dos nosso sentidos], ultrapassou limites imagináveis [quando nos baseávamos na realidade do que existia, descurando, ou, não tendo em conta factores e variáveis imensas que nos ultrapassavam]. A nossa ‘auto-visão’ de hoje, Novembro do ano de 2009, que já vem sendo implementada ao longo dos anos, é de que o homem é capaz de tudo e que tudo consegue resolver. Tenho para mim que, é essa é a ‘imagem ideológica suprema’ que se passa às pessoas e que faz mover os homens, esquecendo-se da sua finitude, logo à partida, como se tudo seja possível aos homens. É óbvio que, se a visão que se tem não fosse positiva e esperançosa, o homem não evoluiria e cairia no vazio da existência. Apenas questiono o excesso de confiança que se quer passar, que é contradito pelos inúmeros factos que vejo na vida que me é transmitida, e alem disso, sobretudo, que sinto em mim como sendo incoerente com tal ideal esperançoso, apesar de a generalidade da vida que me envolve ‘parecer’ estar cada vez melhor [admito que faz parte do meu carácter esta minha maneira moderada de ver as coisas]. A interactividade do homem continua a crescer de forma inesperada e imprevisível (do meu ponto de vista). A dimensão que tomou (a que chegou) tal interactividade humana [a intensidade de comunicação e relação entre os homens], assenta na sustentabilidade que permite que tal aconteça, a ideologia existente por um lado [de progresso e de paz - de uma maneira geral entre os homens], o desenvolvimento das infra-estruturas e dos meios de comunicação por outro, que significa e engloba também a capacidade de produzir em massa, tais meios de comunicação, para consumo intensivo do mundo humano, mundo humano esse que tão abertamente recebe tais meios que o fascinam. [E isto leva-me a outra ideia – um aparte - que é a de que, toda esta sustentabilidade radica no consumo cada vez maior de e energia que por sua vez se pode tornar insustentável se as fontes de energia utilizadas se esgotarem e se não se descobrir maneira de se utilizar outra fontes de energia.]
Assim acontecem as metamorfoses debaixo deste céu azul [aparentemente]. Desde a crisálida ao insecto, a mudança dá-se em determinado espaço de tempo, e esse tempo é o tempo da metamorfose desse ser. O homem é dos seres que vive mais tempo nesta terra, cheia de seres e de vida [por enquanto]. Mas, mais que a mudança que se dá no nosso físico humano (a nossa dimensão física) e na nossa fisiologia, fascina-me a mudança que se dá na nossa dimensão psíquica. A mudança pode ser de tal forma, pode dar-se tão completamente, que a isso lhe chamaria ‘metamorfose psíquica’, no verdadeiro sentido da palavra, porque acontecem mudanças completas [ou quase] no tempo de vida da pessoa, em que uma mentalidade dá origem a outra, e acredito mesmo que haja várias mudanças de mentalidade ao longo da vida, variando de ser humano para ser humano, dependendo do seu grau de apetência e/ou predisposição e/ou motivação e/ou ainda da pressão do ambiente para a mutabilidade mental, em relação a esse ser, para que mude. E constato que a pressão para a metamorfose mental, hoje em dia, é enorme.
E o que disse tá dito. Assim são alguns que não eu. Sinto-me esgotado, a força da vida não me acompanha. Recordações, memórias surgem na minha mente como se já tivesse vivido o que tinha para viver, como se fosse velho, mas continuo a viver. Senti o que muitos outros sentiram, sinto o que muitos outros sentem, sinto de mais, sinto por muitos, claro que não por todos. Possa eu por em prática a minha maneira de ser e eu seria o homem mais poderoso do planeta. Forte e livre! A minha liberdade acima da dos outros! Mas não tenho fôlego sequer. Não perca eu a razão, a fé, a esperança que ainda me resta! A esperança de que um dia ainda serei realmente livre, e vejo que quando olhar para trás eu verei que fui realmente livre, fui grande em pensamentos. O caminho de Deus versus o caminho do homem, qual? Meu Deus como sou tão fraco, porque aparento ser forte? Porque me rotulam? Porque não expresso os meus sentimentos? Porque não me é permitido falar? Porque eu não me permito falar? Estou away, estou fora, estou desligado, estou queimado. Quero renascer, quero ser grande e forte, saber o que estou a dizer, saber o que estou a fazer. Não posso mudar o mundo, acho que nem a mim posso mudar quanto mais. Dá ao slide, foge, desvia-te. O homem, o homem, condenado à perdição, à destruição, eu condenado com os meus pensamentos que desfazem as ilusões.
Vamos mudar o discurso. Tudo é tão bonito lá fora, lá fora assim como dentro de nós. O homem é um ser condenado a ser feliz, assim porque eles são todos iguais, feitos de carne e osso. No meu pensamento só ocorrem coisas bonitas, tudo corre sem stress e sinto-me um ser perfeito. Porque falam tão bem de mim? Sinto-me tão vivaz que aposto que vou viver duzentos anos (200). Porque tenho que eu falar sempre de coisas boas, não havendo um problema que me atormente? Porque tenho eu tantos amigos, tantos que eu não sei com quem hei – de estar em cada dia da minha vida. Tudo vai de vento em popa, não há nada com que me preocupar. Compreendo todos os homens do mundo porque “quem vê o seu povo vê o mundo todo”. Só consigo imaginar em como as pessoas são alegres e divertidas, como todos são tão inteligentes e vão construir um mundo melhor, e essa é que é a realidade. Custa tanto dizer as boas verdades da vida, que até desejava que houvesse coisas más. Na verdade quero ir para onde as ruas não têm nome. Na verdade tudo o que eu digo é condicionado por variáveis incontáveis que me ultrapassam longemente. Na verdade e somente na verdade eu me baseio, e a verdade é que há verdades que me satisfazem. A verdade que encontro a cada dia que passa. Sou feliz com a mudança. Não me quero ver de fora, quero ver-me de dentro para fora. Cada vez sou menos condicionado, e isso dá-me ânimo.
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