Enfeitado , disfarçando; traduzindo: as horas, o tempo que passa, inexorávelmente, e sentindo os sentidos da minha vida e de tudo e todos os que minha alma toca e abrange. Bem vindos a este meu Universo.
Enfeitado , disfarçando; traduzindo: as horas, o tempo que passa, inexorávelmente, e sentindo os sentidos da minha vida e de tudo e todos os que minha alma toca e abrange. Bem vindos a este meu Universo.
Faz muito tempo que não escrevo. A apatia e desânimo tendem a tomar conta de mim; já não vejo um mundo imenso à minha frente, aquele mundo que me parecia possível de conquistar, de imensas possibilidades e onde cabia a minha possibilidade. Onde está a motivação de outrora? Aquela que me fazia ter esperança, aquela em que me fazia acreditar na tolerância, numa terra em paz e em liberdade, onde a minha paz e liberdade era possível. Agora vejo a vida do tipo de um jogo de copas, onde revejo a metáfora da minha vida, por mais que tente só consigo ganhar 1 em cada 4 jogos, por mais que tente…. Muito ocasionalmente, tenho uma pequena sorte eclipsante de ganhar 2 seguidos, mas quantos jogos e quantos, eu não tenho perdido seguidamente sem ao menos ganhar um. Com este pequeno exemplo, tenho a indução de que [tenho em mente que] não podemos quebrar as leis da vida, nem do Universo. O problema existencial parece-me ser o grande problema da minha vida do qual já não vou sair, muito provavelmente, se bem que me resta alguma esperança na medida do tempo que me restará de vida, mesmo sem saber qual é esse tempo; O problema de acreditar em coisas como certas, como factos, sem na realidade os poder provar, talvez jamais o poder provar traz-me uma frustração, terem-me posto na mente uma ideia que se cimentou tão fortemente que não se pode transformar, a de Deus, a da existência do correto, do bem [e do mal], uma prisão que nos acorrenta para a vida segundo a vida de Cristo; Ideias que ficam em nós [que ficaram em mim] de medo, muitas das vezes sem fundamento, a cobardia pelo medo da injustiça, quando a injustiça faz parte da casualidade dos acontecimentos, das leis da vida e do Universo, tal como as leis do jogo das copas. Pergunto-me se o que sinto é real (?), no sentido de que tudo isto que se passa em mim e comigo tem um propósito; Terá um propósito que eu nunca poderei compreender? Que desgosto traz a minha ambição; porque não serei um ser normal (?), com vontades comuns aos outros humanos, com desejos limitados, satisfazendo-me com respostas imediatas, com a ilusão de uma criança que se contenta com o comum, bastando o sentido do sentimento de que só o que se vê é o que existe. Com o que sou marginalizo-me e marginalizam-me; marginalizam-me esses, os comuns… ‘’idiotas’’, penso, ‘’a vossa vida é de escravidão, tendes um espírito pequeno de mais’’, e no entanto sou igual a vós porque sou feito de material perene; oh! Se o que vai na alma realmente contasse da grandeza de uma pessoa e fosse fonte e força de sobrevivência! O quanto eu quis desde sempre ser grande e sentir-me bem, mas, quão errado estava, com esse desejo de sonhador, quando, afinal, sou de carne e osso, feito de matéria finita, suscetível de dor, com a necessidade de ligação aos outros seres; ligação, essa, que não consigo ter, fazendo-me trilhar por estes caminhos solitários, insatisfeito, guiando-me pelo paradoxo de desejar o contato com o outro e ao mesmo tempo só me parecer que o outro me faz mal, como o inimigo, como o diabo que me tenta estragar a vida. É certo que sou um ser incomunicável, onde quase que só existe o sentido direcional do tragável, da absorção, da assimilação descontrolada; na minha pessoa não há diálogo, não há expressão do meu ser; além do mais pensava que compreendia as pessoas, mas quando estou com elas não me parece isso, e vejo que sou eu que não estou a perceber o contexto e a agir em conformidade com o que me envolve; não ajo como as sardinhas que se movem em uníssono, como as aves do céu que dançam harmoniosamente em bandos; sou um ser solitário, como os seres solitário que vagueiam por esse mundo afora, tímidos, não sociáveis, com estratégias de sobrevivência fantásticas, vivendo em habitats inóspitos para a maioria dos seres, tendo características únicas. Penso ainda que tenho uma compreensão do mundo especial; mas como pô-la em prática? Como tirar proveito disso? Como sentir-me bem com o que sou e o que sinto? É certo que as pessoas não são todas iguais, más, como pode transparecer da minha ironia de escrita, do exagero daquilo que de mal sinto em mim e na minha vida; só que não compreendo porque vem a mim todo um conjunto de sentimentos que não queria ter com os outros, uma vida de mal-entendidos constantes. O legado que me deixam não me agrada, não quero ser um falhado, não quero morrer em vão, não quero a injustiça, sobrevivo na procura da paz de espirito, de jus. Assim, digo que extrapolo aqui (nesta escrita) ao máximo aquilo que sinto na verdade, na tentativa de que o mal não aconteça na realidade externa a mim. Senti-me perdido um dia, nada mais fazia sentido, não havia comunicação com o exterior, restou-me a juventude, que me traz aqui ainda, para prosseguir, e a internet para me restaurar; pergunto-me se não viverei na mesma uma ilusão, a internet não me dá as capacidades de comunicação que nunca desenvolvi, a oralidade, a relação humana, o ‘cultivar dos olhos nos olhos’; será que escrevo para o vazio, tendo apenas ecos de silêncio, pensando que estou fazendo bem a mim mesmo quando apenas estou a desperdiçar o tempo? Falhado não sou, não, não sou, sou um camaleão que se tenta disfarçar no meio ambiente, ou um ser que se fecha na sua carapaça superforte para se proteger porque a natureza não deu outros meios de proteção. Não, falhado não sou! Porque, afinal, vivo há mais de trinta anos, e isso me torna um ser abençoado, conhecedor e sabedor; sou um ser bonito, magnífico, com uma história de vida e um destino que só o Universo pode saber o porquê de ser assim. É o sentido desse destino que fortemente me condiciona!
Continuo procurando a razão da minha existência. Continuo na procura da resposta dos ‘porquês’ do que se passa na minha vida. Continuo na busca da paz interior e com a fé de que existe uma inteligência superior que é possível alcançar, e que a posso ter em todo o seu esplendor a rodear a minha vida. Continuo na busca de palavras que venham a ter significado na minha vida, que venham a ter a plenitude do seu significado em mim, no meu interior. Palavras essas que definem conceitos que são importantes para mim. Mas quero querer cada vez mais, também, que isso me parece uma utopia. Não conseguirei atingir os meus objectivos devido aos seres que me rodeiam que me negam o alcance dos meus objectivos, devido ao facto de eu não ter ‘social skills’, habilidades sociais, reacção social para viver em sociedade. Nasci e cresci tímido, mas isso não é, em si, a causa do meu insucesso, a causa do meu mal - estar interior, a causa da minha constante insatisfação na minha vida, do vazio da minha existência nesta vida real, a causa está exterior a mim, só pode estar (!), por mais que mo neguem. Em consequência disso tenho visto e sentido o melhor e o pior do homem, das pessoas, neste mundo em que vivo. Perdi a confiança das pessoas, sinto-me traído por quem me deu a vida e é mais próximo de mim. Como posso eu voltar a sentir que posso confiar em certas e determinadas pessoas (pelo menos) (?), como posso ganhar a confiança nas pessoas (se é que algum dia a tive)? Meu pai, esse traidor [e digo isto com uma mágoa enorme], um falso, que acredito ter condicionado a minha vida para sempre; esse homem que me fez duvidar da bondade natural e humana, me fez desconfiar daqueles que poderão (iam) ser meus amigos. Devido a todas as circunstâncias em que nasci, elas me perseguem e me querem destruir, desde sempre, e agora sei-o realmente, consigo ver isso, e mais do que nunca, que isso (as circunstâncias em que nasci me querem destruir) é verdade. Enquanto eu tinha para dar também ia recebendo, agora, que não tenho para dar, que necessitava mais do que nunca, de quem mais foi importante para mim, se já não o é, [dessas (2)palavras] agora que precisava de receber e sentir que realmente eu estava em sintonia, eu não recebo nem sinto. Meu pai magoou a minha maneira de sentir. Estou como que nu e não se dignam de me oferecer umas roupas para me cobrir, e estou envergonhado e sem dignidade. Sempre fui vulnerável na minha inteligência, nos meus sentimentos e sentidos [no geral, em todo o meu ser, mas com a certeza de que poderia ser forte como quem é forte se não estivesse traído em mim próprio] : eles que me maravilham com a demonstração de todo o dom que me foi concedido, são eles também que destroem o meu ser, por tal sensibilidade e vulnerabilidade não caberem (não ser aceite) no mundo em que nasci, o mundo que me envolvia e envolve, por circunstâncias únicas de falta de amor e egoísmo humano [meu pai é a causa prima da minha vida e do meu sofrimento]. E eu pergunto, porque tenho o direito de perguntar e indignar-me (!), haverá justiça neste mundo? Porque sai impune o injusto, o malévolo, o destruidor (?) Porque sai a rir, a gozar, ou ainda sabendo que errou e continuando a errar? O meu deus, onde eu me tentei refugiar, não existe, e a crença ( na existência de uma justiça ou de um deus) é apenas um paliativo nesta vida, como o foi até ao momento nesta minha vida, para que não soframos tanto, sendo essa crença (na existência de justiça ou de deus) a causa dos maiores sofrimentos e atrocidades que os homens causam uns aos outros, aos seres vivos, à terra]. Tenho tristeza por este clã em particular, e, mais profundamente por mim: não queria magoar e tento não magoar, e, no entanto, magoo e estou mais magoado do que ninguém no meio disto tudo. Realmente serei um louco (?). Porque me tomaram por tolo? Vocês tem de saber como me sinto - porque enquanto estou vivo é-me permitido queixar. Tudo de errado acontece na minha vida, em consequência do que sou e do que sinto: os outros são intolerantes comigo e fazem interpretações erradas acerca do que eu sou, tudo o que é negativo vem ter comigo, como se alguém tivesse embruxado a minha vida, como se tivessem deitado um mau feitiço sobre ela. [Pensei que não era supersticioso até a certo ponto da minha idade adulta para agora ter de admitir a mim próprio que sou mais supersticioso do que ninguém, porque vejo, acontecem-me e sinto coisas que são muito estranhas na minha vida e não sei como as hei-de acomodar na minha vida e viver com elas, já que sei que não me posso desfazer delas.] Meu pai desprezou-me (e despreza-me), não mostra sentimentos e emoções, e todas as consequências de tal (ais) atitude (s), provavelmente entre outras, que se dá desde o meu nascimento poderiam ser catastróficas para mim, não fosse eu um ser abençoado pela vida e, afinal, com direito a viver e a ter a minha prosperidade que meu pai desde sempre, assim como muitas outras pessoas, talvez por consequência, não conseguem ver e aceitar em mim, nem tem o altruísmo de a dar, como seja gente próxima que se coíbe de demonstrar o verdadeiro sentido da existência de tais palavras que procuro, de as entranhar em mim [Será que preciso de ficar doente para sentir novamente a amizade das pessoas (?), para sentir o melhor e o pior que elas tem para demonstrar - talvez a indiferença e a critica - (?) ] . É certo que os meus dias já estão em desconto, caminho já pelo incerto; o incerto de poder viver 1 ano ou 1 dia, com a fé de que terei sorte, e se a tiver ainda viverei ainda muitos anos mais e terei tempo suficiente para trilhar este meu caminho e ainda usufrui-lo com satisfação; ou então, ainda há sempre o lado negro da coisa: tudo se tornar pior e todo o mal que vem de trás entrar em pleno na minha vida e destruir-ma completamente. Tudo, na minha vida tomou dimensões desproporcionadas. Vivo constantemente na corda bamba, na queda, a qualquer momento, imprevista a curto prazo mas possível, na imponderabilidade do vazio, na injustiça da minha vida. Para muitos que lerão isto, dirão, tal como meu pai o fez, que sou um louco (com a mania da perseguição, ainda para mais), ou ainda ‘um queixinhas que tenta atrair as atenções para ele’. A verdade é que escrevo para verbalizar o que vai em mim, que não consigo expressar-me de outra maneira nem tenho para quem por causa de todos os motivos já ditos. Escrevo para tentar por em ordem o que sinto. Escrevo com a imparcialidade de quem não está precisamente e concretamente a pedir ajuda, como um desabafo, mas que no fundo a ajuda seria bem-vinda se o meu coração a sentisse como genuína. Bem, muita coisa mais será pensada do que dita, uns compreenderão outros criticarão negativamente [ou positivamente (mas, sinceramente, duvido que sejam criticas positivas], e eu digo: Não tenho estômago para vos aguentar, assim como vós não tereis para toda esta minha verborreia. Estou saturado.
No romantismo, encontramos o amor, a agitação mais alta dos sentimentos, a alegria da sintonia de duas almas, ou de múltiplas almas, que vivem em exaltação dos sentimentos (que se desejam positivos), onde se encontram as motivações para se viver, o verdadeiro sentido da dualidade ou da multiplicidade do encontro das almas que se unem, mas, que, no romantismo, levavam (noutros tempos, mais propriamente) ao desespero, e/ou à tristeza da necessidade de proximidade do amor ausente e a tenebrosidade que causava na alma essa ausência, de algo que se necessita tanto, hoje colmatada pela facilidade de comunicação que alterou a relação entre as pessoas e a relação de amor que temos. O ‘amor’, esse conceito difícil de definir concretamente. Apesar de ter o ‘sentido do amor’ magoado na minha alma, consigo conceber o amor tal como ele é vendo-o [interpretando o conceito de amor] de uma perspectiva exterior a ele. Sei que existe o amor nas mais diversas dimensões sociais: na família - pode existir o amor paternal, dos irmãos, só por alguém em particular, ou, generalizado e abrangente nesse clã; na dimensão da amizade; na dimensão sexual; na dimensão do emprego; etc. O amor toma, assim, diferentes formas dependendo dos contextos e quem ama pode não amar só numa dimensão ou contexto, pode amar por uma característica em particular ou por um todo, pode amar um ou mais, por mais que certas culturas o tentem negar. Agora a questão que coloco é: porque todo o meu amor degenera em ódios, desprezo/indiferença, mal entendidos? Sei que me falta o sentimento, ou ainda o que me define melhor os sentimentos, a falta de sintonia. O meu amor está toldado pela mágoa, pela descrença, pela distância sentimental das pessoas, como um astronauta que perdeu a comunicação com a nave, vejo-a mas não a sinto.
Assim procuro acreditar na existência de 2 palavras (na minha vida): Amor Gratuito.
Sento-me nesta cadeira que tão bem conheço. Pelo menos conheço a maneira de eu me sentir sentado nela. Não que eu esteja sempre a olhar, ou que eu tenha olhado para ela profundamente e que conheça mentalmente da maneira como ela é feita, o pormenor do seu encosto tão bem conseguido e dos seus braços de encosto tão bem desenhados. Realmente, quem a desenhou é artista. Mas eu não, não sou observador, limito-me a sentir e a analisar o que sinto, faz já muito tempo, limito-me, no caso da minha cadeira, a senti-la, simplesmente, e a sentir (analisar) a maneira como ela me faz sentir. Entrei por esta vereda já faz muito tempo, talvez tocado por um dom desde que nasci, para compreender quem sou, o que sou e o que fui, porque, talvez, me tenha apercebido que o caminho ia ser difícil, o ambiente da minha vidaque eu ‘vislumbrei’ à nascença (antes mesmo de ver visualmente e antes de ter consciência) era negativo, como se houvesse um condicionamento enorme daquilo que eu queria ser, algo que, sei hoje, punha em causa a minha existência. Sei agora que eu era (já não quero dizer ‘sou’ - e isso é óptimo) uma crise existencial antes mesmo de eu sentir essa crise racionalmente e compreender abstractamente esse meu passado que fui reconstruindo na minha mente. Tento pôr em palavras aquilo que sinto, mas sempre me foi extremamente difícil fazer isso. Sempre fui muito fechado e muito pouco expressivo. Desenvolvi, à medida que o tempo passou, a característica de me tornar um espectador atento e observador (sendo neutro no contexto, tal como um espectador televisivo), à medida que me ia tornando cada vez mais fechado, reforçando essa característica da qual nunca mais consegui sair e dificilmente sairei completamente porque tornou-se numa característica de mim. Desenvolvi de tal modo essa característica em que me tornei, que me sinto péssimo no centro das atenções e não consigo facilmente fazer parte activa do contexto social em que me encontro, sou completamente o oposto (ou pelo menos já fui muito mais) de um exibicionista, ou uma pessoa extrovertida, que gosta de se manifestar na presença dos outros. Se ser exibicionista não é uma característica apropriada, sei, por experiência própria, que ser o oposto (que é aquilo que eu sou ou que sinto que sou) também é uma característica desvantajosa, ainda para mais no mundo de hoje, que até se ‘pede mais’ para se ser extrovertido e um ser social. E para compreender ou descobrir aquilo (aquela ou aquelas coisas) que não me deixam ser uma pessoa normal no que diz respeito ao relacionamento social eu tenho trilhado mentalmente caminhos e mais caminhos, tenho pensado e repensado sem parar, tenho comparado ideias sem fim, tenho comparado incomensuráveis situações da minha vida, tenho inventado e reinventado situações (para descobrir uma linha de verdade), tenho tentado ir ao cerne dos problemas, na ânsia de ainda ir a tempo de remediar tanto estrago que tem havido na minha vida devido à falta de um equilíbrio que me falta, uma normalidade na vida. Como pessimista que tendo a ser, vejo difícil essa ‘normalidade’ vir a concretizar-se, vejo muitas variáveis contra as quais tenho que lutar e contra as quais sigo lutando, para chegar a bom porto. Mas no meio disto tudo há a verdade da minha vida, há situações e ideais que são os motivadores de tudo isto, que é a minha vida. Contudo, vejo que no meio desta tempestade nocturna, há um farol que me guia. Sinto que faça o que fizer, aconteça o que acontecer, há um sentido, há forças que me hão-de suster, há uma maneira única de dar sentido ao mundo, e essa maneira é o meu espírito, éaquele que eu sou, o Eu com o qual me identifico e que mais ninguém pode valorizar do que eu. E vejo-me como um ser que luta, na verdadeira acepção da palavra, talvez de modos misteriosos e não visíveis, a maior parte das vezes. Mas é esse mistério daquilo que eu sou que me faz ser forte, porque a aparência é muitas vezes enganadora.
Procura-se assunto para escrever num blog. Acho que muita gente procura. Eu sinto os assuntos a jorrar de mim para o vazio à medida que caminho sem aquela alma que deveria estar do outro lado a ouvir-me, dar atenção e sentir-se interessada por aquilo que tenho para dizer. Acho que vou começar de qualquer modo. Tenho tanto para dizer, tenho cada vez mais para dizer. As ideias fluem sem parar, as imagens passam e associam-se, a base de dados torna-se maior, e o tempo, esse, cada vez mais escasso e valioso. A motivação que nos leva a escrever, neste caso num blog, é o motor que pode durar mais ou menos conforme a qualidade desse motor, dessa motivação. E eu aqui sou um actor, eu sinto-me como tal, e no entanto não deixo de ser eu, mas, cada vez mais o sou. A motivação que me faz viver é a mesma motivação que me faz continuar a lutar por aquilo em que acredito. E aquilo em que acredito é: diga o que disser, faça o que fizer, ou simplesmente siga silenciado, tudo se resume a viver, porque eu estou vivendo! Luto pela vida porque a morte é certa e inesperada. Luto pelo poder que a vida tem, à minha maneira, da maneira que posso, porque mereço viver, porque algo que me transcende me diz que devo continuar a viver, doa o que doer. Uma motivação é sentir. Não devemos abdicar de sentir. Temos em nós a força da nossa vida, não devemos procurar no óbvio a força que nos faz viver. Eu procurei ardentemente no outro a força da minha vida, como se no outro estivesse o meu destino. São tão complexas as forças que unem os homens e no entanto como podem ser tão diferentes das forças que nos fazem viver e que só nós conhecemos. Essas forças que nos unem, essas energias que nos envolvem e que nos ligam e desligam uns dos outros são teias imensas, de tal modo que me custa a acreditar que tudo terá um fim, mas que aceitarei se assim o for, mesmo que nunca venha a ter respostas para isso. Por vezes, queremos dissertar sobre assuntos, queremos pegar num tema e desenvolvê-lo até mais não poder. E, eu, muitas vezes, pego no vazio e na incapacidade de aparecerem temas e desenvolvo as ideias que muitas vezes nada têm a ver, aparentemente umas com as outras. Eu desenvolvo, muitas vezes, temas baseados naquilo que sinto. Sei que posso estar aparentemente a falar no vazio, mas tenho a esperança que no momento certo tudo será dito e feito. Tudo têm um momento próprio para se fazer. E a gente sabe quando chega esse momento, porque o sentimos, assim eu o espero sentir. Idealizo o mundo à medida da minha experiência física e mental. E o mundo transcende-me infinitamente, embora eu ainda tenda a duvidar, e a questionar-me se o mundo não poderá ser abarcado pela minha mente conhecedora, é que tantas vezes me parece tão pequeno quando estou no meu mundo que confundo o que é o meu mundo com o mundo que existe lá fora e que açambarca o meu. Oh! Como é bela a semântica, como é bela na escrita, a dualidade de ideias dentro de uma expressão frásica. E digo dualidade como digo pluralidade de ideias que nos podem levar à esquizofrenia, ah, mas eu não queria ter mais medo, o medo é o que realmente não nos deixa viver. E, mais, falo também em auto – estimulação, a capacidade de nos desenvolvermos, ou desenvolvermos uma capacidade sem haver um estímulo real a provocar-nos tal desenvolvimento. São só assuntos e mais assuntos acerca do que se sente. Tanta maneira de dizer a mesma coisa que por sua vez trás tanta falácia, assim é o discurso humano do qual tentamos extrair o suco e tentamos apura-lo de modo a que sejamos cada vez mais perfeitos, aparentemente… Também tenho estímulos que me impelem a que me manifeste, a raiva é um deles, a contrariedade que me envolve, como se fosse realmente um ‘Mr Anger’ [expressão tirada do blog de ‘Mr Anger’, anger = raiva], que na verdade reside em cada um de nós.
Tanto assunto, e só um é o que é mais falado. O amor. Tanto assunto confundido num só, o amor. Tema que faz grandes músicas. O amor. Tema que nos faz mover. O amor… e o sexo. Antes só podia dizer amor, sexo era proibido, mas agora não, os tempos são outros, até já o diz o meu avô. Ainda bem que existe liberdade de expressão. Ainda bem que somos livres, e deixem-me que vos diga a crua e nua verdade, somos livres de destruir este mundo, desculpem que vos diga, mas os vossos filhos estão enterrados na lama e ninguém pode fazer nada. Como pode alguém pode confiar em alguém no mundo que corre? O clima de desconfiança é total. Desfrute quem pode desfrutar, porque quem não pode tem que aguardar por uma benesse que caia do céu. Que Alguém os salve, porque eu já não posso mais. Nunca me esquecerei, que ainda me chamaram burro. O burro era eu ?!!! Não posso mais, nem do meu destino sou dono. Como há gente tão cega? Desculpai que vos diga. Porque tenho eu que seguir este destino autómato? Acessos de raiva dão conta de mim, nesta vereda de palavras. Acessos, esses, que nunca se manifestam, a vida é demasiado curta para isso. Mas tenho que jogar este jogo, da vida, esta viagem eterna pelo mundo, tenho que entrar no jogo para viver, e no entanto eu não pertenço aqui. Eu que compreendo, pelo menos tento, acho-me vitima, de tanta incompreensão. Procuro a luz da coerência, a luz da coerência da minha vida. Outro assunto: A angústia existencial. O porquê de a minha vida ter sido assim e não de outro modo, porque não pude ser feliz quando queria? [A alteração do estado de espírito nota-se a cada frase que passa.] Como pode um homem seguir sereno? Como podes seguir sem conseguires dizer ‘desculpa’? Como me humilhei perante esta vida e nem sequer foste capaz de mostrar compaixão! Busco uma causa que responda à minha questão do porquê de mim estar aqui e agora assim. Porquê? Jamais serei eu quem te pode perdoar, o infinito Universo tratará de te julgar na justa medida. Anseio por ter uma paz, agradeço a que me é legada hoje. Desde o fundo da minha alma, até essa alma que está do lado de lá de um monitor ou onde quer que estejam, num espaço que eu nunca conheci com os meus olhos mas que eu o acolho com a minha alma. As almas vibram em conjunto, e juntas tem um poder, o poder mais alto que nenhuma alma só pode alcançar, esse é o poder do êxtase seguido da destruição. Não posso avançar uma data no tempo, porque o tempo é relativo. Mas posso avançar que é inevitável. Vejo seres que depositam esperança em tudo o que o homem criou, eles participam activamente dessa esperança, eles são o móbil da sociedade futurista, da sociedade que inventa e reinventa, acelerando o que é uma verdade inultrapassável, inabalável, e inconcebível neste ponto do tempo, a meta que todos anseiam alcançar. E o móbil é o mesmo de sempre: a sobrevivência, quero dizer, o amor, ou seja, o sexo, isto é, tudo à mistura.
Sei que posso significar tudo e posso não significar nada. Sei que posso ser o ‘assunto’ ou posso não passar de um conjunto de gatafunhos que não se entende nada. Mas uma coisa gostaria que nunca mais perdesse, era que eu nunca me esquecesse de quem eu sou, jamais, que jamais me voltasse a perder de mim próprio e da minha relação espiritual com o Universo. Porque há pessoas que dizem para ser este ou aquele e eu pergunto-me: porquê? Eu que não sou actor na vida, eu sou actor apenas na tábua rasa. Na vida todos me conhecem, porque EU SOU ASSIM COMO SOU, esta indefinição que se define nos espíritos daqueles que me vêem e sentem. Escolhe o que sou, mas pensa que terás que viver com aquilo que achas, o que pensas acerca de mim. Escrever pode significar um vazio, quando nas palavras que exprimimos não há consenso entre um vasto número, maior ou menor, de pessoas. Mas pelo menos temo-nos a nós como espectadores (e expectadores) de nós próprios, e resta-nos a consolação de nos termos a nós próprios como melhores amigos, de revermos e reinventarmos as nossas ideias. Temos que avançar, mesmo que não vejamos resultados imediatos, mesmo que nada faça sentido, mesmo que não sejamos reconhecidos, porque devemos ter a esperança que encontraremoso sentido algures no futuro, eu o espero. Devemos espalhar as sementes hoje para que no futuro as vejamos germinar, já agora as sementes do amor. Eu espalhei, eu espalhei… não é que o clima me atraiçoou? como eu posso perdoar o clima? E como eu posso perdoar quem manda nele? E quem mandará nele? Porquê (?) o meu destino, esta inter-relação entre passado e futuro, esta loucura de que alguém quer transmitir que o louco sou eu (?) Engole o que disseste (!), não cuspas na cara de quem está acima de ti. Desiste. Eu desisti. É verdade: arrependo-me e ao mesmo tempo não me arrependo. As coisas são como são, não há volta atrás. Mas a vida é justa, cada um tem o que merece. Queres que eu te empreste os olhos para veres pelo meu prisma, queres ser eu (?), então sê actor, e, nunca serás EU, porque um actor não passa de um palhaço -como eu o serei para muitos que lêem estas letras desgastadas pelo sono dorme! O universo te reequilibrará. Os assuntos? Não interessa… sê simplesmente, escreve simplesmente, dá vida às tuas palavras e ideias, dá-lhe alma, e elas tornar – se - hão vida – talvez eu o diga para mim próprio, tão-somente, para infligir em mim uma auto – energia de optimismo.
Cá estou eu outra vez. Posso começar por dizer que na minha vida ando a vaguear, e por essas vagueações divago frequentemente. Se alguém já tivesse lido as minhas palavras já teria encontrado estas duas palavras que me caracterizam e que até são sinónimas também: ‘vaguear’ e ‘divagar’. Gosto de me perder no mundo das palavras e dos conceitos, gosto de me perder no mundo da semântica, o significado semântico das palavras, o significado metafísico das ideias. Gosto, mas tenho medo de me perder, do descontrolo que a mente tende a seguir em certos momentos, não me deixando agir segundo a normalidade que a cultura ‘me pede’ para ter. E, então, me dou a conhecer, a mim, aqui. É claro que nem sempre me sinto motivado para transmitir uma ideia, nem sempre tenho a energia que tanto desejava para o fazer. Sei que, como toda a gente que escreve ‘se enrola’, torna-se repetitivo naquilo que diz, e assim o é naquilo que se faz. Criamos rotinas na vida para podermos seguir mais facilmente. O meu ‘enrolamento’ dá – se na minha mente. E enrolo, dizendo que tenho algo para dizer, mas para mim o que digo torna-se repetitivo. Houve uma altura, antes do aparecimento da internet, em que escrevia sabendo que era só para mim. Quando foi a princípio, no descobrir das palavras escritas, no mundo das ideias que se transmitem para o papel, isso era magnífico, mesmo sabendo que era só para mim. Mas tudo isso se foi esvanecendo, esse maravilhamento que eu sentia. Eu sentia-me só a cada dia que passava. As minhas palavras eram como sons sem eco, ou então entoavam somente na minha cabeça sem ser transmitidas. Ainda agora eu sei que elas não são lidas por muita gente, quem as encontra não encontra nada que se realce na sua mente, penso eu, ou então talvez não se queira perder por este emaranhado de palavras que parecem fúteis ou ainda não tenha capacidade para as interpretar. Mas a possibilidade de as colocar aqui e saber que alguém as encontrará aqui – e logo me encontrará a mim - muito facilmente num futuro, alguém que procure uma escrita diferente, uma analise da vida, de um ponto de vista de uma pessoa (que sou eu) que foi única na sua maneira de sentir e pensar o mundo e também na maneira de agir, é como se eu já pudesse antever e pressentir o ‘feedback’, o ‘eco’ das minhas palavras no tempo, que não teria nada a ver com as minhas folhas amarrotadas que alguém iria encontrar - se eu não entrasse em paranóia e as destruísse para não serem vistas, como se fossem indignas -. É claro que estas palavras não têm uma cara que as identifique, eu não dou a minha cara a conhecer, as pessoas ‘constroem’ essa face, que é a minha, segundo o que sentem ao ler. E eu, quando falo, falo de dentro de uma profundidade que um ser humano tem, um espírito que está em comunicação com os outros, não sei de que maneira isso se realiza, mas isso acontece. Os espíritos humanos interagem. Posso dizer que navego na génese dos sentimentos, encontro-me muito próximo de compreender mais amplamente a essência dos sentimentos, do sentimento humano, a todo o tempo (e cada vez mais à medida que o tempo passa). A minha mente anda sobreexcitada e onde quer que passe, sobretudo se não conseguir fingir a norma de comportamento que as pessoas têm. Sobretudo em hora de me manifestar, na hora em que não consigo passar sem ser notado, eu capto a atenção dos espíritos que me envolvem, quer para o bem quer para o mal. Os espíritos das pessoas tendem a manifestarem-se de formas muito previsíveis para mim, e levam as pessoas a ter as atitudes mais estranhas de comportamento, e que hoje podemos captar com as imagens televisivas. Por exemplo, quando eu estou em baixo, à minha volta tendem a aparecer pessoas que me atacam a minha personalidade, um conjunto de azares tendem a aproximar-se, pessoas indesejáveis aparecem, a vida deixa de fluir convenientemente e normalmente para mim, como se um mal atraísse outro. Para que tudo volte ao normal, tenho que normalizar o meu espírito sobreexcitado e tudo volta ao normal a pouco e pouco, se isso for possível, dentro do tempo próprio. Pode parecer normal que assim seja, para muita gente, mas eu analiso isso em profundidade e de que modo isso tem afectado a minha vida ao longo do meu tempo de existência, uma existência feita de mal-entendidos e incompreensões pela parte alheia que eu não consigo ‘corrigir’ e ser assertivo no momento próprio e que se têm acumulado ao longo da minha existência. Auto – compreensão é o que tento ter na minha vida agora, para não entrar em auto comiserações como já aconteceu e acontece a muita gente que se destrói com essa característica. Não temos que ter pena de nós próprios pelo que sentimos e o que nos sucede, porque, acredito, isso leva a que fiquemos mais fragilizados, como se o que sentíssemos fosse indigno, como se não pudéssemos sentir da maneira que sentimos, como se não pudéssemos ser diferentes. E é difícil ser-se diferente, como eu sei isso! Graças ao meu destino, graças à sorte também - que tenho feito por ela -, não tenho tido das piores vidas que há, apesar da enorme solidão que senti, e de ter sentido a minha vida desabar completamente perante a minha pressagiosa e prognóstica mente, perante a assistência da minha auto regulação espiritual, que viu [a mente] todo um futuro de ideias e sonhos a cair que nem baralhos de cartas. O futuro tornou-se tão imprevisível que vi realmente e gradualmente que a vida é ‘um tudo’ que se constrói a cada passo e que tem que se manter com muita energia e inteligência mas que se pode transformar num vazio quando as nossas aspirações são deitadas por terra, quando queremos andar e não nos podemos desprender das amarras com que o passado nos acorrentou. E a música deu-me liberdade no meio desta prisão, é o meu ópio. O meu sentir solitário e inexprimível verbalmente (e inexprimível existencialmente pelo que sou), ou ainda, devido a esta minha incomunicabilidade com os outros seres [porque agora sei que alguém me privou dos bens maiores que se pode ter que é sentir-se livre de transmitir as suas ideias, de manifestar a sua alegria e tristeza e de utilizar humanamente as energias que um jovem tem], aprendeu a sentir a Universalidade dos sentimentos. E, assim, sinto nas palavras dos outros, nos seus sons, nas suas músicas, em toda a manifestação de ideias e sentimentos sob as formas emotivas que se formam [como a música, a informação etç] aquilo que eu não conseguia transmitir. Lembro-me, eu, no princípio deste fechamento sentimental e emocional - em que me refugiei na escrita e no mundo dos pensamentos, num transe que me levou a estar aqui e agora, ainda porque o meu destino é este e não pode ser outro – que já analisava o que eram os sentimentos e as emoções. Para mim, a emoção (ões) é (são) claramente a(s) manifestação (ões) do(s) sentimento(s). Consigo entender a repressão de emoções que tenho tido ao longo da minha vida, a contrariedade de sentimentos e mais, a frustração de sentimentos, com razão de ser, que são reprimidos e não são manifestados porque não convém a alguém que me envolve. Acho que, depois de toda a análise que tenho feito na minha mente, sou um homem privado de liberdade, com défice na manifestação das mais básicas maneiras de a gente dar a conhecer o que se sente, na manifestação e recepção do amor [também incluído nisto]. E só nesta escrita sinto a libertar-me, quando, mesmo que esta mensagem não chegue a um interlocutor, sou capaz de me rever, mais tarde, compreender, formar mais uma ideia que tenha coerência, e seguir inteligentemente o meu caminho, segundo as minhas possibilidades.
Desejo comunicar e encontrar eco. Desejo emocionar-me e sentir o feedback ‘positivo’ dessa manifestação dos meus sentimentos.
Sigo, como se houvesse um destino, a caminho da meta, depois de muitas metas ultrapassadas e outras que espero que ultrapasse, até à final. Preparo cada momento em que vivo (que vivo como se fosse, sempre, o último dia) para entrar em glória naquele momento que me transportará para não sei onde – nem o saberei jamais, muito provavelmente – se for transportado, para ser o que quer que seja, algo (muitas coisas provavelmente) com outra forma da que já tive um dia. Tento viver como se fosse o último dia, mas não nos extremos, não a desafiar o que é dado como certo, não na loucura de querer usufruir tudo em pouco tempo, nessa loucura que, por qualquer motivo, me parece querer possuir em muitos momentos e que possui, parece-me, muitos homens. Como todo o homem, eu sinto, tenho sentimentos e uma auto-consciência deles muito acima do homem comum (quero acreditar nisso). Com a minha abstracção, eu transcendo-me e crio filmes e situações na minha mente, eu vivo milhares de vidas e situações que me podem acontecer ou poderiam ter acontecido e nem por isso sou o homem mais bem preparado para o que há-de vir. Como qualquer homem cai-o no mesmo erro vezes sem conta, como se o que eu sou, a maneira como tendo a manifestar-me, a acção que me guia, me atraiçoasse sempre em situações idênticas e não conseguisse mudar tal aspecto ou tais aspectos de interagir com o mundo. No entanto sou uma unidade corpórea e feito de material finito, como todos os homens, e toda a minha grandeza espiritual, um dia, não terá o sentido que tem agora. Constrange-me essa indefinição do que serei eu depois desta existência, como constrange a muitos outros homens. Constrange-me o facto de que tudo tem um fim, e toda esta linguagem não terá mais sentido a partir de certo momento futuro, quando todo o mundo acabar. Constrange-me tudo o que perco e sei que perdi, injustamente e conscientemente, a maioria das vezes por culpas que não me pertencem, por motivos que me transcendem e eu tendo a descobrir e compreender. Penso que desde sempre a crise existencial fez parte de mim. O meu nascimento foi uma crise existencial e paradoxal. No entanto, cresci com esperança e fé de que algo de especial, que fizesse sentido, me esperava. Agora vejo, por vezes, que isso não é como eu expectava.
Sigo, por vezes com controlo (pelo menos parece-me assim) das coisas que me envolvem, entendendo-as, pelo menos. Penso que ‘entender’, ‘compreender’ o que se passa, é controlar. Mas, muitas vezes, esse controlo deixa de existir e começo a sentir-me à deriva, como um barco sem leme nesse vastíssimo oceano sem princípio nem fim. E tenho medo quando assim é, quando tudo começa a escapar ao controlo, quando deixamos de ter capacidade de assimilar e lidar com o que se passa nas nossas vidas, quando não estamos ‘à altura de’, quando o vazio nos corrói, a solidão que não percebemos de onde vem, quando o equilíbrio do organismo fala mais alto e se sobrepõe aquilo que desejava – mos sentir, – querermos estar bem e não estarmos organicamente e fisiologicamente bem -. Quantos sentimentos (!) por mim não passam por cada dia que vivo. Quanta raiva não engulo, por vezes. Quantas imprecações (!) eu não lanço a esta humanidade que me faz sofrer, estes biliões de seres que existem nesta terra e que geram o caos – pelo menos na minha mente -. Quantos ideais (!) eu vejo em cada ser, que não levam a lado nenhum, no tempo, façam o que fizerem (mas o curioso é que muitos deles acreditam naquilo que são esses seus ‘ideais’) - E comparo esse ‘acreditar’ dessas pessoas, com a minha fé e esperança de jovem em desenvolvimento, que eu tive, aquela coragem, que pensava eu que me acompanharia até ao fim dos meus dias -. Quanta alegria (!) eu já não tive e se perdeu na imensidão do tempo. Quanto desejo de prosperidade eu já não desejei para a humanidade (!). Quanta felicidade jovial (!) eu senti por pensar que dava os passos certos na minha vida – quando na verdade eu caminhava no sentido da despersonalização de quem eu sou, por motivos que tento descobrir. O quanto eu quis pertencer a esta imensa legião de homens (!), acreditar naquilo em que eles acreditam e, mais tarde, ser defraudado por tamanha expectativa. Sou um homem desiludido, é isso, somente isso. Um homem em que o mais básico lhe foi negado, e não estamos a falar de comida para a boca, de roupa para vestir ou de uma casa para morar – que isso não me faltou, ainda, porque me têm restado forças para ir lutando pelo essencial, e por estar minimamente integrado nesta economia global -. Estou a falar de algo que jamais entenderei, faça eu o que fizer. Como o mais natural que se tornou em perversidade, por Iavé (!), no que a humanidade se transformou, como perverteu, conscientemente (com uma nova consciência), tudo o que era natural, como o homem desrespeitou a natureza - Quando falo de ‘homem’, falo nessa larga maioria de seres humanos que ‘regem’ a consciência colectiva, esse senso comum (sentir comum) -. E eu não passo de um homem comum, no entanto. Eu estou imiscuído nesta sociedade, neste mundo destes homens, do qual eu também o sou, e só faço sentido por eles. E foi e é neste meio em constante mutação que eu me desenvolvi e desenvolvo, ate que uma força maior me vença. Mas, e se eu fosse um ‘ser especial’, na verdade? Que significado teria isso para os outros homens e mulheres? Que vantagem eu terei se for esse ‘ser especial’? Na verdade todo ser é especial, mas vida corrompe-o. Parece-me que os melhores dias da minha vida pertencem ao passado. Neste momento encontro-me, bastas vezes desencontrado, no entanto, com uma nova esperança a renascer, porque sinto novamente que compreendo, pelo menos um pouco, que seja. Não sei o porquê de tanto queixume, mas decerto tem uma razão de ser, mesmo que eu não a veja objectivamente. Quantos não choram para que tenham pena deles, actores da vida que na verdade são seres humanos como qualquer outro, mas que por vezes choram falsamente para tocar no lado de solidariedade e empatia do outro que os ajudam, merecendo ou não. Quem é falso terá que aprender com essa falsidade. Eu queixo-me, com razão ou não, no fim tudo terá sentido, ou no entanto, nem por isso, e só o vazio restará.
Falando como falo, a melancolia subentende-se neste caminho que trilho, - tanto no caminho da vida como no caminho das palavras escritas -, assim como outros conceitos análogos, palavras que não me apetece dizer neste instante. Transmito uma parte obscura que a vida tem, como a vida de qualquer pessoa, que é única na sua vivência ímpar. Eu sei que faço vibrar aqueles que sentem como eu descrevo. A nossa maneira de sentir é como uma osmose, se perceber-mos o que lê-mos então estamos a sentir da mesma maneira, contudo não com os mesmos circuitos activados. Assim o é ‘ao vivo’ com outra pessoa ou pessoas, a interacção leva a que haja osmoses de sentimentos tão intensos quanto o que conseguimos absorver e gerir. Somos estimulados e quando acontece isso o nosso ser leva-nos a que dê-mos uma resposta a esse estímulo, automática ou pensada, coerentemente ou descontroladamente. Precisamos do estímulo para caminhar até à meta. Precisamos de motivação para agirmos, e se somos motivados isso leva-nos a crer que estamos a agir bem, nem que na verdade isso não aconteça. Mas, dentro de mim há alegria, mesmo que me queiram fazer sentir o contrário. Em mim há mais ainda do que eu consigo imaginar. Eu mexo com os sentimentos que gerem os homens, os meus sentimentos são o de qualquer homem, mas com um auto-sentir esses sentimentos de um modo especial, que ainda estou para definir e descrever num futuro que não sei qual é nem se irá existir. E se um homem têm força, tem que a utilizar no caminho até à meta. E se um homem tem palavras, um homem tem que as utilizar nessa senda, para construir a sua vida, e alcançar novas metas. Nem que essas palavras caiam que nem castelos de baralhos de cartas um dia. Nesse caminho, a pouco e pouco, vamos deitando para fora o que de nocivo temos no nosso interior poluindo o ambiente exterior, purificando o ambiente interior, quem somos, para atingirmos a meta purificados. Toda a dor tem de ser abandonada e superada. Se assim não for, de outra maneira será. O tempo urge, e as metas estão à nossa frente.
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