Enfeitado , disfarçando; traduzindo: as horas, o tempo que passa, inexorávelmente, e sentindo os sentidos da minha vida e de tudo e todos os que minha alma toca e abrange. Bem vindos a este meu Universo.
Enfeitado , disfarçando; traduzindo: as horas, o tempo que passa, inexorávelmente, e sentindo os sentidos da minha vida e de tudo e todos os que minha alma toca e abrange. Bem vindos a este meu Universo.
Eu não quero chorar pelo que passou de mau na minha vida, pelo que perdi, pelas frustrações que tive e tenho, isso também faz parte da vida de muita gente, é certo. Há muita gente em situações bem mais difíceis do que a minha ou de outros como eu, há uma incomensurabilidade de situações das pessoas no mundo para a qual eu não tenho resposta (nem outros a terão, apesar de querer sempre dizer que é por isto ou por aquilo, querendo nós todos ser possuidores das respostas, muitas das vezes); Muitos estão mal, uns por culpa deles ou dos que os antecederam ou daqueles que os rodeiam, ainda; outros não conseguem compreender o porquê de tudo se passar nas suas vidas tal como se passa. Se existe uma justiça, tantas vezes já aclamada por mim neste blog, num pensamento metafísico, em que as coisas acontecem por um motivo muito superior a nós, decerto tudo está no bom caminho, todas as vidas não serão em vão, todo o sofrimento faz sentido, o que não estará acontecendo se tal vontade não existir; A mim custa-me imenso pensar que tudo o que acontece é mero acaso, que existem simplesmente coincidências, sorte. De algum modo hei de recordar todos os bons momentos, todas as boas sensações que tive para fazer forçar as más ir para de trás das costas; Ainda, quiçá, muitas más recordações e sensações foram lições para o que sei hoje de bom, aceito isso, e continua a ser assim, só tenho de aceitar e alegrar-me por isso ser assim. Não sou hábil, é certo, sobretudo em exprimir-me, quer seja fisicamente quer seja verbalmente, não tenho arte, não tenho habilidades mentais que me permitam ser um ‘chico-esperto’, um especialista no que quer que seja; Talvez me deva considerar possuidor de um espírito diferente; Diferente, porque assim tem de ser, dado a minha fisiologia e psíquico. Eu acomodo muito em mim sem extravasar. As dificuldades psicológicas são muitas, sempre o foram, com a diferença de que agora eu vejo muito mais lá, eu vejo de maneira diferente, eu vejo o que não pensava vir a ver um dia, eu sei que há algo com que sempre sonhei e que se torna realidade, eu desejo que assim seja. Eu esforço-me para continuar a viver, porque afinal ainda tenho momentos de paz. Sigo envolvido na ilusão da internet que veio para complementar muitas pessoas e que para mim foi uma necessidade de evasão da solidão, tal como para muitas outras pessoas, diria mesmo que foi uma salvação em muitos aspetos, foi uma ilusão que me ajudou a animar do desânimo em que me encontrava; foi também, quando não mais, uma distração. Não quero construir castelos na areia, se bem que temo que o faça, mas assim tem que ser, pelo menos preencho o meu tempo. E não podemos desistir, quem vai por bem tem que ter ânimo. Decerto as pessoas são todas diferentes, eu sou diferente e em imensos aspetos da vida não posso competir com outras pessoas na vida real; Muita dessas pessoas vivem não querendo compreender ou pelo menos tolerar quem é diferente, e tanto pode acontecer com estranhos como entre família; a inteligência é curta e a sabedoria diminuta, no entanto vencem o valor da economia, do dinheiro, um mundo onde não consigo vingar, sem nunca me ter faltado o essencial. É certo que somos seres emocionais, que as relações ‘ao vivo’ requerem muita segurança de quem somos, capacidade de estar naqueles momentos em que estamos a viver, onde entram vontades, costumes, maneiras de ser, culturas e mais; E aí temos que reagir, não podemos parar para pensar como o fazemos ao escrever, calmamente; Tudo pode correr bem se conseguirmos ir ao sabor do momento ou tudo pode descambar se as pessoas não interagirem, se o atrito se instalar; O medo descamba, a irracionalidade toma conta do momento quando as emoções fluem e falam mais alto, quando a mente deixa de funcionar corretamente. Pessoalmente, sei que poderei ver melhor as coisas, agora, os obstáculos no meu caminho, mas não sei até que ponto os poderei transpor. Tentei seguir o ideal da perfeição, extravasei todos os meus limites para estar aqui agora. No entanto, nunca ouvi dizer que ‘fizeste bem’ quando estava certo, um reforço positivo, de quem me devia dizer que realmente estava bem, quando estava bem, porque na verdade nunca nada está bem para quem não se digna de dizer que está bem, quando está bem, só por querer rebaixar o outro, nesse sentimento egoísta de superioridade; O orgulhoso, quem é ínfimo e simplesmente uma pessoa como as outras, o egoísta, controlador, destrói quem devia amar, destrói a sua própria memória. Ninguém pode suportar erros dos outros; A empatia, tolerância, solidariedade, assim como o perdão só fazem sentido para quem compreende a situação dos outros, desvalorizou um erro alheio sem intenção e esse ‘alheio’ aceitou a mão amiga, se arrependeu. Apesar de ter a consciência limpa, de sentir que sou uma pessoa que tende para o bem e para a pureza, dentro do possível, inquieta-me profundamente a alma saber que tanta gente no mundo escolhe o mal voluntariamente, praticam o mal conscientemente e prazenteiramente; Tenho muito medo dessa gente de mal. Apesar de tudo eu não vou chorar, vou acreditar que vou superar as dificuldades, de algum modo, vou ter mais dias de bem-estar, certamente, nem que sejam simplesmente dias ilusórios.
Estou aqui pensando. Onde (?) não digo, mas posso dizer que estou pensando em toda a parte, como se o poder de Deus me fosse dado dessa forma, neste meu corpo perene, dependente das vicissitudes da vida de um simples ser, e nem quero dizer com isto se ele existe ou não, mas tenho para mim que jamais alguém conseguirá dizer se existe ou não. A religião afirma que existe (!), dogmaticamente: faz cair na explicação fácil e inquestionável (porque pretende dominar através da ignorância), de que tudo é explicado por um Deus com vontade própria e incomensurável e que protege os inocentes, os frágeis. E, talvez os proteja, pelo menos enquanto não duvidarem da sua fé, como me aconteceu a mim que poderia explicar a minha vida à luz da existência de Deus, até que caí na profusão da metafísica, na transcendência do abstracto, na multi-variedade e multiformidade, talvez infinitas formas, de entender o que nos é dado, a leitura de um texto, de uma frase, quiçá de uma palavra apenas que atinge todo o seu potencial quando bem expressa, emocionalmente activa, a subjectividade e multi - interpretação das ideias. Custa-me a pensar o óbvio e o imediato, mas certas verdades ocultas da vida que chegam até mim compreendo como se sempre tivessem feito parte de mim. Compreendo o livro da vida sem nunca o ter lido, todas as histórias que fazem parte da própria vida, compreendo a inexistência de regras nesta existência de seres, nesta amálgama de acções (desses seres) que não são propriamente justas, e não posso assumir que isto que sinto seja para me vangloriar, porque na verdade, nada sou, e algo me diz que não sou bom como penso que sou, e que isto é um estado de loucura. Mergulho nesta insónia faz anos, talvez eu estivesse destinado a isso. Podia ter ficado simplesmente como um louco, viver com a inexplicação da minha vida, num vegetar psicológico, mas não, algo com que interajo, talvez a minha mente com uma mente colectiva superior, me fez tornar num louco afortunado, e me chama ainda, dia após dia para que viva, me diz que eu tenho que ter fé para que a minha verdade vença.
Neste mundo humano de poderes emergentes, o meu poder só reflectirá poderes que estão acima dos meus, poderes fantásticos, que terão as usas vantagens e desvantagens para quem os possui. No entanto, o poder é estranho para mim, ter a capacidade de regular vidas de outros e ter a sua (a própria vida) salvaguardada enquanto esse poder o protege, ao regulador. Estarei salvaguardado no meu berço enquanto o poder de meus pais me protegerem; estarei salvaguardado no jogo, seja ele qual for, se eu for bom na aplicação das regras desse jogo; estarei salvaguardado no jogo da resistência se for saudável e/ou bem treinado ou, senão… terei que produzir sub-regras pessoais para que possa sobreviver já que não me adapto às regras, se não tiver capacidade de resistência e apelando à sorte, quando não houver outra explicação, e, mesmo assim, serei sempre um desvantajado por mais que queira vencer por outras regras. Num estado avançado da autoconsciência, todas as dúvidas afluem à mente, deixamos de confiar até nos nossos próprios pensamentos assim como não podemos confiar em ninguém, porque todos os outros como nós próprios estamos em constante mutação, e o que era confiável deixa de o ser num período mais ou menos curto de tempo. A desconfiança e a disputa são os móbeis (entre outros, muito provavelmente) do ser humano: intrinsecamente nas raízes do ser cerebral, que finge ser amigo, quando o não é; fingidor se tornou o humano (o animal humano que se acha a mais superior de todas as criaturas). Como posso saber quem é meu amigo ou não? Poderá a amizade ser uma constante? Vence o fingidor que consegue fingir até ao fim, quando não lhe descobrem a verdade de fingidor. E parece que fingir está na moda do televisivo, a ilusão da vida, do fascínio pela imagem a entrar e a transformar o modo de pensar e agir das pessoas na vida real, o actor durão que não morre, derrota e é mais esperto que tudo e todos.
Consigo vislumbrar a ‘panelinha’ entre os seres, mas eu não tenho. As pessoas protegem-se, criam laços entre elas, e eu não tenho nem sou capaz nem faço por isso, porque tenho medo, porque um poder maior me prende, porque me rejeitaram e sei lá que mais. Vitimizo-me, sim é verdade, porque, na verdade, sou vítima, sempre o tentei esconder até que explodi… ou melhor, talvez implodi. Jogam comigo e tentam enganar-me, não sei o que farão por trás, talvez gozar, difamar, ou talvez nada disso, apenas, sou eu que torno tudo isso exequível. O meu poder oculto é ser quem sou, intrinsecamente, extrinsecamente sou vulnerável. Meus pais só esperam ver-me bem quando chego, dia após dia, mas também assim são as pessoas no geral, porque quando estou mal viram-me as costas e não querem saber do que sinto e de me ajudar, só querem que seja normal, que faça coisas normais, e eu precisava que meus pais me ajudassem a ser livre, isso é o que preciso, e eles me negam e negaram a liberdade, e eles me prenderam. Além disso, fui um ser muito mal – educado, a educação que me deram não se aplicava a mim. Mas tenho que partir de onde estou segundo o que fui.
O poder do homem? Homem que constantemente se Auto vangloria sobre a supremacia que vai tendo sobre a natureza e dos conhecimentos que a permitem dominar, como se o homem fosse um e a natureza outra, dissociado, como se houvesse disputa entre o poder da natureza e o poder do homem, como se fosse possível aos homens vencerem a natureza. Mas que orgulho é esse?! Que luta vã é essa? O que chamam de conquistar conhecimento e supremacia sobre a natureza são na verdade passos apressados para a destruição da vida, o homem a desestabilizar o homem, uma cultura da verdade da ciência (cientifica) - que não se sabe ao certo que é a verdade mas que funciona, é certo -, e que encaminha a destruição inevitável das culturas humanas, a criação da aberração que afinal sempre existiu, a destruição de culturas, de mentalidades que pensavam (de quem pensava) viver num ambiente de valores eternos. Mas sim, para mim como para muitos outros, fizeram (-me) abrir os olhos. O melhor do mundos é uma utopia. O bem-estar anda por ai, é certo, mas é tão relativo. Pergunto-me constantemente porque para uns estarem bem têm que estar outros mal? Agora pergunto-me mais, porque quem está mal, não faz por estar bem? Mas tudo é assim, paradoxal, antitético, por contraposição, e alguém ou algo quis descobrir uma ordem que, afinal, só existe na mentalidade do homem, no sonho, nada mais que isso. Simplesmente o poder será a supremacia do mais apto e mais forte para sobreviver, quer me custe ou não, porque sei que eu não sou o mais apto e mais forte. Mas vislumbro outras capacidades de sobrevivência, mas não as defino, porque não são claras para mim.
A inteligência é uma forma de conhecer novos mundos. Com inteligência descobrimos mundos inefáveis e intrínsecos a nós próprios e mundos extrínsecos a nós próprios e damos ordem e forma ao mundo concreto que seria invisível aos nossos olhos, ou pelo menos incompreensível. A inteligência é o sistema intermediário, o interface que nos permite conhecer os dois mundos, os dois sistemas, e também constitui uma ponte que liga os dois que viveram separados durante tanto tempo. A ‘inteligência’ é um conceito relativo. Podemos ser inteligentes na escrita e criação de um texto e sermos ‘inteligentemente fracos’ na formação de uma música, por exemplo. Podemos compreender inteligentemente a mecânica de um carro e saber trabalhar nessa mecânica e não perceber nada da mecânica dos sentimentos e emoções. Podemos ser inteligentes na navegação e circulação e interpretação pelo/do meio citadino e ser uns perfeitos ignorantes em saber interpretar a natureza e o campo ou vice-versa. Mas podemos ser multi-inteligentes, ser inteligentes de uma maneira transversal, de uma maneira geral. Que nos impede ser isso? Apenas os nossos limites fisiológicos e esquemas mentais que não foram desenvolvidos quando o deviam ter sido desenvolvidos, a cultura que nos limita, a cultura que nos aprisiona. Apenas nos limita a pequenez do que somos, no geral. Acredito em ligações entre o mundo intrínseco, que é o nosso interior, aquilo que sou, e o mundo extrínseco, tudo aquilo que é exterior ao nosso sistema corporal. Acredito que há imensas ligações, muitas mais do que as óbvias: as físicas (que já sabemos que existem naturalmente), em que é exemplo a troca de matéria entre o nosso ser e o mundo externo; as ligações metafísicas que não são tão fáceis de definir, e nas quais me foco, no que concerne à supremacia da inteligência na busca de respostas para ligações que não são visíveis entre sistemas que fazem parte do mundo das ideias, mas que magnificamente, no homem se inter-relacionam fortemente (entre matéria e ideias), há medida que a inteligência aumenta. Há muito mais para descobrir. Mas também é certo que <<quem muitos burros toca, alguns deixa para trás>>. Julgo que a vida nos força a convergir a inteligência à medida que envelhecemos. Crescemos, e os mais novos crescem num mundo multifacetado, super estimulante que faz com que se desenvolvam inteligências magníficas, ou então faz com que se submetam (como que realçando os dois opostos do que sucede) a um grau de incompreensão que os aprisiona neste mundo eternamente desconhecido. Andamos a toque de magia, para mim, que por vezes me parece um truque que ainda não compreendi. Movemo-nos, pensamos e dizemos coisas que pensamos que somos nós que produzimos e formamos de livre arbítrio e vontade própria, quando na verdade há um sistema imenso, onírico, inefável, transcendental, que regula toda esta nossa evolução de inteligência e maneira de manifestá-la e de nos manifestarmos no imediato. Já o disse, eu saí do trilho do homem comum. Toda a minha vida, que eu revejo em relances de uma inteligência sentimental muito própria e vívida de tudo o que senti, me senti um estranho em casa própria. Tudo o que eu senti, todos esses sentimentos que me queria dominar, eu estive um passo sempre à frente, como testemunho daquilo que eu próprio senti, como se fosse um jogador de xadrez que antecipa na sua mente as jogadas que se irão passar nos momentos futuros, com base na experiência e no presente, o meu presente em particular, resguardando os passos em falso que poderia dar e me conduziriam a uma vida sem saber o porquê do que me movia e onde sei que me perderia. A minha inteligência sentimental introspectiva esteve sempre num nível mais alto do que a própria ocorrência das vicissitudes, e isso me trouxe até aqui como testemunha daquilo que o homem é, e em particular, que eu sou. Parece que eu afirmo a minha inteligência como se fosse um fanfarrão, umas gabarolas que não passa de isso mesmo, não é verdade? Eu sinto essa própria ideia acerca de mim. Com que base me posso afirmar mais inteligente do que outras pessoas, perguntais? Realmente, não sei se isso que sinto é um privilégio ou uma maldição, e se lhe poderei chamar inteligência sentimental, como gosto de lhe chamar. Tive que tocar e tento tocar ainda muitos burros na minha vida. Muitos têm ficado para trás. Tenho tentado ser transversal na minha maneira de estar no mundo, mas a minha pequenez é evidente. No entanto acredito no poder da inteligência e do pensamento que nos liberta, ou então nos aprisiona dependendo dos momentos da vida, das situações. Acredito de tal maneira no poder do pensamento (apesar de não compreender claramente o mecanismo, o ‘como funciona’), que vejo que no mundo actual, o pensamento em comunidade (social e humana) nos pode levar a ter um poder de manipular o homem. Mas, ver tal poder não significa poder usá-lo, porque não significa que se possui, apenas se tem a capacidade de o ver, e talvez utilizá-lo indirectamente, porque ‘in loco’ é difícil – como exemplo, é como ter uma máquina extremamente complexa, um carro com as mais ultimas tecnologias de ponta e no entanto só saber meter mudanças e andar e conduzir quando ele tem muito mais potencial, ou um computador mais evoluído que existe e no entanto não se conseguir trabalhar com ele plenamente e só se utilizar para falar no Messenger ou ouvir música -. É obvio que vi o filme ‘O segredo’, e nem vou falar para o verem, apesar de já ter feito publicidade ao falar nele, e não me baseio só nele, mas sim em toda a minha parafernália de experiência de que tenho memória. É curioso que antes disso já eu pensava nas coisas que vou constatando neste mundo e que não conseguia compreender. Tenho compreendido coisas que nunca pensei compreender mas tinha esperança de compreender. Mas pensava que isso me iria sentir bem e mais livre, mas pelo contrário, pelo menos para mim, compreender mais e mais tornou-me mais preso e nem por isso me sinto melhor. Ambiciono no entanto ir mais além. Este é o meu vício, compreender (pelo menos tentar – mesmo que não seja através de estudos científicos, porque eu não tenho que demonstrar nada a ninguém que A é causa de B segundo a lei tal e/ou a equação tal), que continuará enquanto eu não atingir um patamar de estabilidade que me permita parar e dizer <<já não preciso disto>>, mesmo que isso (continuar) signifique sofrer, porque sei que se parar sofrerei mais. Para mim basta sentir, e se sinto determinada coisa no meu ser e vejo nexos de causalidade através do que eu sinto, então essa coisa existe. Se a puder demonstrar a alguém que a deseje ver e/ou compreender eu lhe tentarei demonstrar, senão não interessa. Compreender a génese da atitude humana, os sentimentos, é o meu móbil, porque eu sou um ser anormal, como que um extraterrestre que ambiciona compreender esta humanidade que habita a terra. A minha inteligência é diferente, talvez seja tão e somente isso, diferente, mas é uma espécie de inteligência.
'pq é q falas de deus como se fosse uma entidade masculina?' - Isa
Resposta ao comentário/pergunta de Isa:
Olá Isa. Eu não quero falar de Deus como uma entidade masculina. Aliás, penso que a Deus, como entidade não objectivamente identificável que é, uma entidade metafísica, não podemos atribuir sexo. Apenas na mente dos homens há o conceito [que talvez provenha da imagem religiosa masculina de Jesus 'que foi Deus que se fez homem', segundo as palavras da religião Cristã] de conceber Deus à sua imagem [dos homens]. Penso que parte daí a tua ideia errada (como a de outras pessoas, e que poderia ser a minha) de atribuir a essa entidade transcendental que gere tudo, Deus, uma característica (sexo) de seres terrestres, o homem por exemplo. Eu sempre que me refiro a Deus sinto-o como entidade metafísica e transcendental, logo assexuada, não como um ser concreto e definido - e mais, sinto plenamente que ele se manifesta nos seres de uma maneira geral, não só no homem, como também nos animais, nas plantas, na matéria, no mundo, e de forma geral no Universo [concordo com a ideia religiosa que diz que 'Deus está em toda a parte']. Acho que Ele é um todo que por sua vez está em tudo o que existe, cognoscível pelo homem ou não, Ele é a essência das essências, e não uma parte, como o podem por vezes conceber certas pessoas, de uma forma muito redutora. Repara que quando nos referimos a 'homem' [por exemplo na frase:'O homem é o culpado das vicissitudes deste mundo'], não só nos referimos ao homem, o ser masculino, mas também à mulher, o ser feminino, como se fossem uma entidade única e assexuada, curioso não é? Quando me refiro a Deus como sendo 'Ele', talvez eu me refira desse modo porque a palavra 'Deus' seja uma palavra (substantivo) masculina, mas isso não significa logo que, por consequência, seja uma característica de Deus, que Ele seja masculino.
Cá estou eu outra vez. Posso começar por dizer que na minha vida ando a vaguear, e por essas vagueações divago frequentemente. Se alguém já tivesse lido as minhas palavras já teria encontrado estas duas palavras que me caracterizam e que até são sinónimas também: ‘vaguear’ e ‘divagar’. Gosto de me perder no mundo das palavras e dos conceitos, gosto de me perder no mundo da semântica, o significado semântico das palavras, o significado metafísico das ideias. Gosto, mas tenho medo de me perder, do descontrolo que a mente tende a seguir em certos momentos, não me deixando agir segundo a normalidade que a cultura ‘me pede’ para ter. E, então, me dou a conhecer, a mim, aqui. É claro que nem sempre me sinto motivado para transmitir uma ideia, nem sempre tenho a energia que tanto desejava para o fazer. Sei que, como toda a gente que escreve ‘se enrola’, torna-se repetitivo naquilo que diz, e assim o é naquilo que se faz. Criamos rotinas na vida para podermos seguir mais facilmente. O meu ‘enrolamento’ dá – se na minha mente. E enrolo, dizendo que tenho algo para dizer, mas para mim o que digo torna-se repetitivo. Houve uma altura, antes do aparecimento da internet, em que escrevia sabendo que era só para mim. Quando foi a princípio, no descobrir das palavras escritas, no mundo das ideias que se transmitem para o papel, isso era magnífico, mesmo sabendo que era só para mim. Mas tudo isso se foi esvanecendo, esse maravilhamento que eu sentia. Eu sentia-me só a cada dia que passava. As minhas palavras eram como sons sem eco, ou então entoavam somente na minha cabeça sem ser transmitidas. Ainda agora eu sei que elas não são lidas por muita gente, quem as encontra não encontra nada que se realce na sua mente, penso eu, ou então talvez não se queira perder por este emaranhado de palavras que parecem fúteis ou ainda não tenha capacidade para as interpretar. Mas a possibilidade de as colocar aqui e saber que alguém as encontrará aqui – e logo me encontrará a mim - muito facilmente num futuro, alguém que procure uma escrita diferente, uma analise da vida, de um ponto de vista de uma pessoa (que sou eu) que foi única na sua maneira de sentir e pensar o mundo e também na maneira de agir, é como se eu já pudesse antever e pressentir o ‘feedback’, o ‘eco’ das minhas palavras no tempo, que não teria nada a ver com as minhas folhas amarrotadas que alguém iria encontrar - se eu não entrasse em paranóia e as destruísse para não serem vistas, como se fossem indignas -. É claro que estas palavras não têm uma cara que as identifique, eu não dou a minha cara a conhecer, as pessoas ‘constroem’ essa face, que é a minha, segundo o que sentem ao ler. E eu, quando falo, falo de dentro de uma profundidade que um ser humano tem, um espírito que está em comunicação com os outros, não sei de que maneira isso se realiza, mas isso acontece. Os espíritos humanos interagem. Posso dizer que navego na génese dos sentimentos, encontro-me muito próximo de compreender mais amplamente a essência dos sentimentos, do sentimento humano, a todo o tempo (e cada vez mais à medida que o tempo passa). A minha mente anda sobreexcitada e onde quer que passe, sobretudo se não conseguir fingir a norma de comportamento que as pessoas têm. Sobretudo em hora de me manifestar, na hora em que não consigo passar sem ser notado, eu capto a atenção dos espíritos que me envolvem, quer para o bem quer para o mal. Os espíritos das pessoas tendem a manifestarem-se de formas muito previsíveis para mim, e levam as pessoas a ter as atitudes mais estranhas de comportamento, e que hoje podemos captar com as imagens televisivas. Por exemplo, quando eu estou em baixo, à minha volta tendem a aparecer pessoas que me atacam a minha personalidade, um conjunto de azares tendem a aproximar-se, pessoas indesejáveis aparecem, a vida deixa de fluir convenientemente e normalmente para mim, como se um mal atraísse outro. Para que tudo volte ao normal, tenho que normalizar o meu espírito sobreexcitado e tudo volta ao normal a pouco e pouco, se isso for possível, dentro do tempo próprio. Pode parecer normal que assim seja, para muita gente, mas eu analiso isso em profundidade e de que modo isso tem afectado a minha vida ao longo do meu tempo de existência, uma existência feita de mal-entendidos e incompreensões pela parte alheia que eu não consigo ‘corrigir’ e ser assertivo no momento próprio e que se têm acumulado ao longo da minha existência. Auto – compreensão é o que tento ter na minha vida agora, para não entrar em auto comiserações como já aconteceu e acontece a muita gente que se destrói com essa característica. Não temos que ter pena de nós próprios pelo que sentimos e o que nos sucede, porque, acredito, isso leva a que fiquemos mais fragilizados, como se o que sentíssemos fosse indigno, como se não pudéssemos sentir da maneira que sentimos, como se não pudéssemos ser diferentes. E é difícil ser-se diferente, como eu sei isso! Graças ao meu destino, graças à sorte também - que tenho feito por ela -, não tenho tido das piores vidas que há, apesar da enorme solidão que senti, e de ter sentido a minha vida desabar completamente perante a minha pressagiosa e prognóstica mente, perante a assistência da minha auto regulação espiritual, que viu [a mente] todo um futuro de ideias e sonhos a cair que nem baralhos de cartas. O futuro tornou-se tão imprevisível que vi realmente e gradualmente que a vida é ‘um tudo’ que se constrói a cada passo e que tem que se manter com muita energia e inteligência mas que se pode transformar num vazio quando as nossas aspirações são deitadas por terra, quando queremos andar e não nos podemos desprender das amarras com que o passado nos acorrentou. E a música deu-me liberdade no meio desta prisão, é o meu ópio. O meu sentir solitário e inexprimível verbalmente (e inexprimível existencialmente pelo que sou), ou ainda, devido a esta minha incomunicabilidade com os outros seres [porque agora sei que alguém me privou dos bens maiores que se pode ter que é sentir-se livre de transmitir as suas ideias, de manifestar a sua alegria e tristeza e de utilizar humanamente as energias que um jovem tem], aprendeu a sentir a Universalidade dos sentimentos. E, assim, sinto nas palavras dos outros, nos seus sons, nas suas músicas, em toda a manifestação de ideias e sentimentos sob as formas emotivas que se formam [como a música, a informação etç] aquilo que eu não conseguia transmitir. Lembro-me, eu, no princípio deste fechamento sentimental e emocional - em que me refugiei na escrita e no mundo dos pensamentos, num transe que me levou a estar aqui e agora, ainda porque o meu destino é este e não pode ser outro – que já analisava o que eram os sentimentos e as emoções. Para mim, a emoção (ões) é (são) claramente a(s) manifestação (ões) do(s) sentimento(s). Consigo entender a repressão de emoções que tenho tido ao longo da minha vida, a contrariedade de sentimentos e mais, a frustração de sentimentos, com razão de ser, que são reprimidos e não são manifestados porque não convém a alguém que me envolve. Acho que, depois de toda a análise que tenho feito na minha mente, sou um homem privado de liberdade, com défice na manifestação das mais básicas maneiras de a gente dar a conhecer o que se sente, na manifestação e recepção do amor [também incluído nisto]. E só nesta escrita sinto a libertar-me, quando, mesmo que esta mensagem não chegue a um interlocutor, sou capaz de me rever, mais tarde, compreender, formar mais uma ideia que tenha coerência, e seguir inteligentemente o meu caminho, segundo as minhas possibilidades.
Desejo comunicar e encontrar eco. Desejo emocionar-me e sentir o feedback ‘positivo’ dessa manifestação dos meus sentimentos.
Até breve.
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