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O desejo de ser encontrado por esse teu sorriso, esse teu olhar profundo e discreto, essa tua beleza, única, é imenso e me encontro com teus olhos a todos os momentos, sem os saber medir. Medir esse teu visual é possível, mas o teu interior é incomensurável, esse interior que transparece em cada palavra tua, esse teu desejo de me encontrar. Enfim, sei que gostaria de ser normal, não sei se algum dia o serei, mas a força do teu olhar é ânimo na minha alma para eu um dia me tornar num ser mais sereno e satisfeito, satisfeito estou por te ter encontrado. É bom saber que para ti não fui mais um número, nesta imensidão de pessoas que nos envolvem, de mensagens que nos cercam, é bom saber que me encontraste e eu te encontrei, é bom ser teu amigo. Eu prezo os meus amigos, todos os que me abordam sabem disso e gostavam de ser meus amigos, mas tal é impossível, só alguns, só alguns, os especiais.
Depois de tudo pelo que passei, a solidão e a loucura da qual me apoderei, encontrei na sorte mais um pouco de inteligência, coragem e juventude; ou então é tudo uma ilusão desta breve calmaria – Mas que esta ilusão dure para sempre! Eu sou aquele que procurava e normalmente não encontrava, e eu era o encontrado que não se procura. Mas agora que encontrei amigos, se amigos eles realmente não forem, hei-de ter-te a ti, aquela que me desejou encontrar, me resolveu animar e fazer acreditar que amigos pode havê-los, poucos mas que o são por algum motivo. Sê tu o brilho que me ilumina nesta escuridão, dá-me luz e mostra-me o dia como nunca eu o vi, faz com que seja eu, realmente, o encontrado que se procura, tal e qual filho pródigo que regressa a casa. E juntos, amigos, seremos mais felizes e mais fortes.
Viajando pelo mar encapelado dos sentimentos, numa noite escura como breu, atormentado pela tempestade que quer destruir a minha embarcação, resta uma bússola que apenas consigo tactear, porque não há uma luz para me orientar. Nesta viagem interminável, conforta-me a esperança fugaz de saber, a inteligência e a experiência, que depois da tempestade vem a bonança, porque a tempestade não dura para sempre, todo o equilíbrio é reposto gradualmente, até ao nirvana, o equilíbrio absoluto. Nesta tangencia constante e obscura do infinito, no dia a dia, na senda do porvir, há uma força incomensurável e inexplicável que nos levanta do abismo e que nos abandona quando quer, a seu bel-prazer. Vogando por esse oceano que é a vida, na busca do paraíso, uma terra, um porto onde atracar, tenta-se sem parar, lutar, contra essa tempestade que mais hora menos hora há-de acalmar. E já no fim da noite, depois do temporal, com uma baixa moral, aparece um navio sem igual, que nos resgata não sei se para meu bem se para meu mal. E tudo acaba sem medo, foi apenas um pesadelo, agora posso respirar.
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