Longa tarde, caminhando
Nesta longa e longínqua tarde em que me tento vencer - vencer a minha monotonia, a minha forma disfuncional de existir, os meus medos, vencer os segundos que passam, vencer os minutos e de seguida as horas, já para não falar nos dias, semanas, meses, anos, decadas que já passei e nos séculos que já não passarei fisicamente , mas que tanto já imaginei, tangendo o infinito - eu viverei muito mais, nem que seja só na imaginação. Há um tempo para todos e para tudo fazer, há um tempo a aproveitar, mas quanto não temos que perder, quanto não temos que deixar para trás, quantas opções conscientes ou inconscientes não temos que fazer. Optamos segundo aquilo que somos e que nos vamos tornando, atraindo umas coisas (acontecimentos, pessoas) e repelindo outras. Quantas sao as variáveis que nos envolvem, incomensuráveis. Tanta coisa boa temos que deixar de fazer devido às nossas limitações e havendo tanta coisa boa por onde optar e acabamos por optar pelo pior muitas vezes.