Enfeitado , disfarçando; traduzindo: as horas, o tempo que passa, inexorávelmente, e sentindo os sentidos da minha vida e de tudo e todos os que minha alma toca e abrange. Bem vindos a este meu Universo.
Enfeitado , disfarçando; traduzindo: as horas, o tempo que passa, inexorávelmente, e sentindo os sentidos da minha vida e de tudo e todos os que minha alma toca e abrange. Bem vindos a este meu Universo.
A preservação de um ser é algo de magnífico, a sua idade, a sua perseverança de viver, sendo, no entanto, um suspiro despercebido na idade do tempo. A vida é algo de extraordinário e único (talvez a maioria das pessoas saiba isso e o que digo é uma vulgaridade para elas, porque o veem como evidente, tenham elas a inteligência que tiverem ou independentemente do estrato social que ocupam na sociedade); o facto de sermos seres vivos auto-conscientes ainda é mais extraordinário. Talvez sejamos únicos neste Universo. Tudo parece belo quando estamos no nosso elemento, em segurança, dentro do aceitável segundo as regras do homem, tendo um conhecimento superior ao dos outros; ou talvez nem por isso, talvez se viva bem e feliz na ignorância vivendo toda a vida como crianças; eu não me importava de ter sido esta última, já que tive de viver, se Deus quisesse. Tenho a fé de que há Leis muito maiores do que as apeladas de ‘leis’ criadas pelos homens, segundo tais Leis as leis dos homens passam somente a ser simples regras, regras de convivência ou, muitas vezes, de conveniência. A minha preservação, enquanto ser consciente e conhecedor que sou, passa por sobreviver o mais longevamente possível e na melhor qualidade de vida possível, acrescentando: na inteligência e na fé dos valores bons, positivos, da vida, na busca do que é justo além da procura da força do saber sofrer, quando tal tem que acontecer. Quero construir a minha vida, tenho que agir, no entanto sempre tive medo de agir mal, talvez porque embutiram em mim o ideal da perfeição, da autoexigência, autoexigência essa que me levou a ultrapassar os limites da minha mente, mas com um preço caro, que estou a pagar (para o bem ou para o mal), o tal sofrimento que quero superar. Essa exigência leva a que tenha ideais elevados mas me retrai no agir, visto que eu não ajo segundo as regras do homem, e sim, tento sempre agir segundo as leis do Universo, de um ideal superior, o que me causa dificuldades imensas, mas que julgo que, como crente, ao mesmo tempo me vai valendo essa fé num Bem superior, para onde temos que caminhar e evoluir. Vejo através de análises extrínsecas que muita gente não deve dar valor à vida, mesmo quando têm o essencial para lhe dar valor e lutarem pelo que é justo, subjacente está um ideal de vida de desvalorizar o Universo (a vida, tudo o que existe, eles próprios). Até posso dar um exemplo a atualidade em que jovens da europa, neste momento partem para a Síria para combater ao lado do estado islâmico; estando eles numa terra de paz e liberdade, partem para morrer em vão numa guerra sem sentido; faz-me muita confusão, isso, como é possível? Como é possível o aberrante, sem valor, atrair vidas? Dizem que lutam em nome de Deus, mas quem são eles para lutar por Deus, por amor de Deus?! Prosseguindo: Eu mesmo tenho medo, neste momento assim como em todos os momentos da minha vida, que caia numa situação em que não consiga dar mais valor à própria vida e ao que vivi. Mesmo assim, é provável que chegue a um certo ponto, se continuar a viver, em que a vida não me soará como soa agora no meu psíquico, em que tudo o que fui e sou se irá diluir no tempo, aceito que tal poderá acontecer, desconfio que já esteja acontecendo paulatinamente.
Falamos mais em ‘preservação’ quando falamos de proteger objetos para que possam existir o maior tempo possível, eu falo da minha auto-preservação. O homem devia pensar que auto-preservar-se deve ser preservar esta bela terra pelo mais longínquo tempo possível, mas à velocidade a que está o mundo tenho que dizer que não tenho esperança num futuro a médio prazo, resta-me a fé numa intervenção divina para equilibrar tudo isto. Como dizer o que vejo por palavras? É tão difícil fazer-se compreender quando as pessoas não querem compreender… É mais fácil idealizar mas tão difícil agir. Tanta gente que nasce sem amor, sem ideias, seguindo regras cegamente, seguindo seus instintos enganadores e erróneos. Deus, se existe o bem e o mal, e tu és o bem, tens que intervir e tornar este mundo belo aos olhos de todos, ou estarei eu completamente errado? Tenho medo que esteja, mas ficaria feliz se estivesse um pouco certo do que sinto.
Tento preservar-me, mas a maioria dessa capacidade de preservação não está em mim (somente uma minoria em mim), mas sim no que chamamos o acaso de situações, que poderão não ser tão acaso como pensamos. Pistas de mim perdurarão para sempre, senão histórias completas, que tentarão reescrever-me. Desejava não ser o protótipo de um homem que não tem valor, porque tudo o que sinto é imensamente valorizado, não fingido. Se tenho muitas coisas más (sentimentos, atitudes, más ações)? Terei algumas, e mesmo assim tudo em mim terá um propósito ainda muito, mas muito maior do que eu posso alcançar. Resta olhar para o que me é inerentemente bom e equilibrado, o desejo de ser um ser perfeito, apesar de todas as dificuldades e imperfeições. Poderemos chamar ao que está a acontecer no mundo ‘acaso’, ou haverá um propósito para tudo o que acontece? Talvez o propósito seja a evolução, a melhoria dos seres, mas… é tudo tão paradoxal que confunde a mente racional.
Para nos preservar também precisamos conhecermo-nos o melhor possível, saber o que podemos fazer ou não, e respeitar os limites de nós mesmos, mesmo quando estamos a ultrapassá-los constantemente, devemos respeitar o que nos é imposto pela nossa natureza. É como saber o que nos faz bem e o que nos faz mal, se nos faz mal devemos evitar sem dúvida, se possível; decerto há um lugar para nós estarmos, não devemos tentar ser como outros se não o podemos ser. Se o leite me faz mal, não o tomo, em princípio tenho alternativa; Sorte a daqueles que bebem sem males maiores, devem ter bom fígado, o meu não destila bem, vou por outro caminho, obrigado, talvez não possa ser vosso amigo. Eu que pensava ser especial, afinal sou um ser fraco, não tenho uma saúde normal, tenho que seguir o meu próprio caminho, solitário, mas o meu caminho, ou então, se não tiver caminho, lutarei para fazê-lo sobre o vosso, até morrer… Tudo pode ser sério, tudo pode ser simples, não conhecemos ninguém; Eu pelo menos tento conhecer-me a mim mesmo, e respeitar-me, e superar-me respeitando os outros quando merecem, senão luto para fazer o equilíbrio, o meu equilíbrio e o equilíbrio dos outros para comigo. Senão ainda sonho: quando não posso sonho que posso.
Culturas que se diluem em culturas; conquistas forçadas; sangue inutilmente derramado em nome de Deus, em nome de ideais que hão de desaparecer para sempre; a destruição do mais fraco; a preservação dos fósseis; atritos que não compreendemos; as inteligências de seres que superam outros mas que vivem na tolerância da humanidade são boas aos olhos de quem realmente manda; tento ver com olhos superiores mas não consigo realmente ser superior; Ajo segundo uma natureza que pressinto mas não consigo descrever; tento perseverar, quero perseverar; Não me deixes cair no vazio, e no entanto deixar-me-ás cair, mas tenho fé que me levantarás, para me auto-preservar.
E se a tua vida não fizesse sentido? E se a tua vida não tiver que ter sentido? E se não existir Deus? Trilhei o caminho errado, com convicções erradas e agora não consigo sair dele. ‘Do nada viemos e ao nada voltaremos’, diz-se, mas eu ainda mais, vivo como se simplesmente não vivesse, eu não vivo e ao nada voltarei, sem brilhar nesta vida que se tornou errónea para mim, sem, simplesmente, viver. Estou metido numa grande embrulhada e não consigo sair dela. É uma embrulhada do tipo ‘destino’, em que me envolveram os tentáculos da apatia e da injustiça, e não consigo libertar-me deles, porque eles são imanentes ao próprio mundo, agora eu compreendo, mas não posso voltar a nascer. E se eu não tiver lugar neste mundo? Quem sou eu e que faço eu aqui? Deixei as minhas ilusões, deixei de viver para morrer devagarinho, dia após dia, esquecido pela infinidade do tempo. Não tenho manhas e estou indefeso, estou desprovido das emoções. Defendo ideais que na verdade não fazem mais sentido, não tenho capacidade para os defender, os paradoxos anulam-me a mim próprio, os paradoxos anulam tais ideais. Cada vez mais sou um estranho neste mundo, por mais que me mova apenas me enterro mais ainda. Não somos nada sozinhos, mas eu não posso ter mais ninguém, porque fui preso logo à partida, porque não consigo confiar em ninguém, talvez porque não haja em quem confiar. Não adianta queixar, se até o próprio Deus não existe, aquilo em que mais profundamente acreditei na minha vida, onde poderei encontrar a justiça se eu não a conseguir executar? Se Deus não existe, eu que acreditei nele, isso, faz-me tornar num louco. A batalha que travo é grande de mais para mim, lutar contra algo que não tem sentido e é relativo, é um vazio constante, e assim sou uma alma perdida neste Universo, mas que tinha esperança de que - e ainda me resta alguma esperança- esse mesmo Universo que me gerou me faça alguma justiça. Simplesmente, eu fui contra as leis que regem o que me envolve, como se o que eu acreditava tivesse lugar neste mundo. Tornei-me e sempre me mantive um ser frágil que, no entanto, nunca pensei que chegasse a este ponto de entendimento da minha vida, e quando falo em entendimento falo em conhecimento e sabedoria. Mas sou um ser cheio de problemas emocionais, e o mundo que me envolve ainda é emocional e intolerante, além de eu não reagir aos incitamentos para me mover e libertar. E como cheguei eu a este nível de compreensão deste mundo? Porque não sou eu como a norma? E se este mundo estiver cheio de falsidade, injustiça? Mas não (!), não é ‘e se…’, isso tudo – injustiça, falsidade, luta pela sobrevivência sem escrúpulos, sem regra-, sempre houve no reino animal da terra. É uma injustiça e falsidade segundo as quais, uma razão pura, eu, que me propus a ultrapassar a minha animalidade rumo à purificação da humanidade, como haverá outros, (onde a razão) não tem cabimento. E se não houver regras? E se eu nunca vier a compreender porque nasci com esta consciência e este jeito de ser? E se eu, devido à injustiça e à ira do homem – à sua incultura, à sua intolerância, ao seu paganismo, à sua cegueira etc. - for um homem cruxificado? Pois, já estou seguindo o caminho da cruz… Estou complicado e temo que não posso voltar atrás, a minha vida é irrecuperável. Enganaram-me, enganaram-me profundamente, fazendo-me acreditar em Deus, que havia regras e que seria recompensado por todo o bem que fizesse, por toda a pureza da minha vida, como se isso existisse…como se existisse a fé verdadeira, o caminho verdadeiro. Reduzindo toda esta conversa a conclusões: eu sou tímido e não me liberto; não me deixaram reagir normalmente às adversidades da vida e tornei-me num ser fechado que explodi rumo ao psiquismo e à transcendência e com isso me chamaram, revoltosamente, louco, por quem mais amava, e isso vincou ainda mais aquilo que sentia sem me poder libertar; sou um traumatizado (que gostava de ver o mundo destruído pela minha dor, que, afinal, tem sido suportável – não sei como - mas plena de injustiça); A frustração, o rancor e ódio que sinto pesa-me sem me conseguir libertar; Quem me dera ser livre (!), liberdade pura que eu devorasse, que nada me dissesse o que me é permitido fazer e o que não é, quem me dera ser desprovido de autoconsciência, de moral, que me dá um prazer particular e que me atormenta socialmente. Qua significa tudo isso? Que significados têm todos os ‘e se’ na minha vida?
Não sei fingir. Toda a minha vida tenho enganado com a verdade, tem sido do tipo de ‘com a verdade te engano’. Bem, talvez não seja bem assim, mas a verdade é que sou muito mau fingidor. Depois de tantos anos nesta vida, ainda não percebi os meandros do entendimento humano que me envolve, pelo menos do entendimento visível, onde todo um esquema de atrocidade cultural tenta invadir os seres mais fechados, como eu (que absorve sem conseguir dar vazão ao que se forma, como que oprimido na expressão dos sentimentos: as emoções). Depois de todo este tempo ainda sou uma pessoa vulnerável neste mundo humano de conhecimento onde o fingimento corrói quem é ingénuo, onde grandes actores se divertem a fingir relações humanas que não têm nada a ver com alguns, muitos talvez (imagino), como eu. Ah, mas eu tenho algo do meu lado, talvez o definiria como um conhecimento sentimental profundo, conheço as leis que regem os sentimentos, e talvez sejam elas que têm jogado a meu favor para equilibrar a balança, entre a ingenuidade social e o desterro deste mundo (que este mundo me queria votar), afinal, aquilo a que se chama ‘sorte’ também joga a meu favor - yes! -. Nem que tudo isto que eu diga não seja verdade para muitos, mas, para mim, tem de ser. Vejo através deste mundo de economia que floresce cada vez mais e atropela as antigas leis da vida, onde os números são adorados, em especial por alguns, que querem o poder através deles, que não olham a meios para atingir seus fins. Deve haver uma ‘verdade’ a ser seguida pra sobreviver no meio disto e perpetuar-se nos tempos sem fim, tem de haver (!) - não consigo ver de outro modo a não ser desta maneira-, não posso negar que algo existe, de complexo, a gerir todas estas vida, em particular a minha, nesta minha vida no meio deste mundo, e que eu sinto à minha maneira, que a minha compreensão vai atingindo cada vez mais. Eu ganhei e, assim, tenho ‘vontade’ neste mundo, mas até que ponto sou livre de exercer esse meu ensejo?
Prossigo esta viagem com tantos baixos e altos. Prossigo na certeza que sou único, e defendo que mais ninguém é como nós, porque até mesmo a nossa imagem que se reflecte no espelho mais perfeito é distorcida. Defendo a unicidade do ser e a incapacidade de alguém compreender alguém, neste caso, em particular, a mim, como se houvesse uma lei que definisse que os homens são todos iguais só porque a ciência ‘disse’ ou alguém descobriu que existem leis no Universo e que as encontramos em tudo o que existe e até no comportamento e na psique humana, tentando definir doenças, que por um indivíduo ter um determinado problema logo já há muitos que o tem, como se o comportamento e a psique fossem algo tão definíveis quanto a água que se evapora sempre que atinge os 100 graus célsius. Prossigo com a minha crise existencial, assumo. Pergunto-me que interessará a minha crise existencial aos outros? Quase de certeza que nada, a minha óptica cada vez me prova mais isso, porque acredito que muito pouco se pode fazer pelos outros por mais boa vontade e inteligência e capacidade que haja para tentar fazer, nem mesmo quem nos possa ter amado mais. Somos organismos independentes uns dos outros, não há interligação entre nós, e o que nos liga são apenas as emoções que cada um sente à sua maneira, apenas com uma base idêntica, o organismo, que por sua vez é único na maneira como funciona e reage ao ambiente e aos seres que o rodeiam. No organismo mais básico não existirão as emoções, e ele vive para se reproduzir, tentando perpetuar a existência da sua espécie, se for capaz, e para executar ou não funções na terra, úteis ou não, para o ambiente que o rodeia, é apenas um peão no jogo da vida. O homem como ser mais evoluído tenta controlar tudo de modo que a vida jogue a seu favor. O homem moderno e inteligente tem a ambição de que possa fazer girar o mundo à sua volta, ele tenta perceber o jogo da vida que existe e percebendo-o no seu íntimo, ele quer sobreviver ao mais alto nível, e se puder ser o dono do mundo, tentando ser de tal modo importante que tudo o que ele diga ou faça o proteja e o torne imortalizado na história do homem, enquanto o homem existir ou, em primeira instância, enquanto a terra existir. O homem inteligente e moderno tem trunfos para jogar esse jogo, ele joga o jogo da economia, dos números e do dinheiro (e logo da influência), a que as pessoas dão valor e o que faz mover os homens. Pelo menos é assim que funciona o interior de certos homens, provavelmente haverá uma legião deles assim, que por sua vez é uma elite que se junta para formarem uma força e subjugar a força e a sabedoria humana a seu favor. Não será assim? Pois não será, talvez o que eu diga não se baseie em leis científicas, nem seja um dogma, mas eu sinto de uma determinada maneira e tento trazer para fora aquilo que em mim vai, da maneira coerente ou não. O abismo puxa-me para baixo, nesta existência estranha, acredito que nesta existência peculiar, como alguns que serão tantos por ai e que estão lado a lado connosco por vezes, ao contrário da folia e da alegria e boa disposição que é facilmente demonstrável, este tipo de sentimentos e introspecção torna a relação entre as pessoas difíceis, como se a introspecção e/ou a tristeza fossem algo a desprezar, ainda para mais neste mundo de máscaras e de pretensa alegria constante, porque isso já não é um estado de alma que se possa assumir, porque é uma doença tremendamente contagiante. Pois é, a inteligência também pode ser uma doença, e a doença tem que se negar. A capacidade de ver mais além, e ver o que os outros não vêem ou não querem ver (desviando o olhar) ofusca-nos o que está perto. A relação entre os homens será para mim eternamente estranha, e pergunto-me constantemente porque tem de ser assim a vida, porque funciona da maneira que eu descobri (pelo menos da perspectivas que eu a vejo) e porque não sou eu uma pessoa normal simplesmente, fazendo questionar seriamente a existência de Deus mas não sabendo como explicar os acontecimentos na minha vida a que posso chamar sorte, em vez de Deus a quem eu atribuía os acontecimentos da minha vida. Se houve seres que seguiram os preceitos de Deus, eu fiz parte dessa legião, e não consigo conceber a existência de Deus, cada vez mais segundo o que vejo e sinto, segundo os parâmetros que me deram e que existem sobre Ele. Neste momento para mim, a vida, no geral, surge-me claramente como caótica e simplesmente casual, a existência é um acaso, e a vontade de Deus parece-me não Reinar. A natureza, simplesmente, é indiferente aos seres e aos acontecimentos, não tem vontade própria, caso contrário haveria justiça, e isso nestes momentos que correm na minha vida surge claramente no que observo do que me envolve e de tudo o que se passa na minha vida. Tudo o que existe foi invenção do homem, é simplesmente cultura, e, repito, reina, como sempre reinaram as leis caóticas da vida, os acontecimentos sem uma vontade própria de algo superior. Existe sim, uma vontade própria do meu organismo, do meu ser, uma maneira própria de eu ver a vida que me envolve e de eu tentar dirigir a minha vida segundo a minha vontade que é volátil. Claro que subsistem as questões acerca de onde reside a mente, qual a interacção que se dá entre os seres e como se processa essa interacção. E isso continua a fascinar e a criar mitos e Deuses para explicar essa interacção entre os seres. O conceito de Deus tende a diluir-se, e torna-se descabido na minha existência o conceito que me inculcaram segundo as normas cristãs, é o descrédito completo, na minha mente, da todas as crenças que me fizeram acreditar e que me levam ao abismo (segundo o que me parece que acontece na minha vida, porque não são coerentes com o que se passa na minha vida e na minha existência) com o que eu sinto, em ultima análise.
Tudo o que eu era e sentia quando nasci já existia antes de mim, eu sou uma repetição de algo que já existia, mas no decorrer da minha vida eu acrescentei coisas à minha existência: eu criei ideias, eu inventei alegrias e medos, o meu organismo modificou-se. Eu sou o que sou, e serei assim até ao fim dos meus dias por mais que isso me custe. Eu tenho a pele branca e sou sensível à exposição solar, não é expondo-me imensamente ao sol que eu ficarei preto ou que abalará esta característica, se bem que eu um dia acreditava que poderia superar isso. Eu enrubesço facilmente, todas a minhas emoções me vêm à flor da pele facilmente como se eu fosse transparente, como se a minhas emoções se manifestassem sem as poder esconder, e não mudarei muito em mim ate ao final dos meus dias [Mas como eu gostaria de que não pudessem ver as minhas emoções, de como sou fraco, como eu gostaria de mudar (!) de poder gerir todas as emoções que sinto. E como eu sinto o desprezo e o desdém, a marginalização e a superioridade, que não deveriam ter, dessa gente que nunca sequer pensou um pouquinho no que significava a vida deles, quanto mais a dos outros]. Como eu pensava que podia ser forte, e afinal me tornei na mais débil das pessoas, com a capacidade inesgotável até ao fim dos meus dias de ver todo o sofrimento que passa por mim e pelos outros e me torna incapaz de reagir, simplesmente não tenho reacção, a não ser nestas breves palavras que tento desconexadamente e incoerentemente dizer, nestas palavras em vão mas cheias de esperança de que a minha vida mude e ainda consiga um dia sentir de maneira diferente, o que se revela falso a cada passo que dou, porque é com base no que fui que eu me vou tornando outro, construo o que sou sobre o que fui, e todos os erros da construção se vão acumulando até ao fim dos meus dias, mas ainda tenho esperança, ainda tenho a fé de que posso ter sorte, ainda acredito que posso ser feliz.
Entrando agora um pouco em política, não é por qualquer motivo que as ditaduras e certos ideias comunistas têm tendência a desaparecer e a democracia seja algo de ambicioso. A verdade é que não há bela sem senão. A lei da economia liberal não vai ser a que vai trazer justiça à face da terra, se bem que vai calando os pobres através da esperança que lhes dá e que muitas vezes nunca chega. Mas tem coisas boas a democracia, por exemplo, a igualdade de oportunidades, o facto de se ser livre e por consequência poder-se ambicionar alcançar grandes objectivos mesmo que se esteja cá em baixo. E a democracia nos dias de hoje, a liberdade de o homem atingir o que queira atingir, leva a que se utilizem recursos excessivamente na natureza como se a individualidade se sobrepusesse à colectividade, à humanidade. Uns esfarrapam-se para ter quase nada, segundo as normas, outros aproveitam-se desses e de outros para terem estatuto e viverem, muitas das vezes enganando os outros. Não serei eu que liderarei o que quer que seja. E tenho a firme ideia que não é um conjunto de indivíduos que têm o poder de fazer leis, que vá trazer a justiça social que tanto se deseja. Se eles fazem leis, essas leis não irão servir para todos, vão sempre beneficiar uns em detrimento de outros. Mas bem, tal como há uma hierarquia tem de haver uma ordem. Agora eu pergunto: porque têm de as pessoas pisarem-se umas às outras?
Procurais constantemente uma água que dessedenta. Mas a verdade é que tendes cada vez mais sede, mais necessidade dela. Essa água não vos é imprescindível, no entanto fazeis como se fosse. Tudo gira em volta desse desejo, por isso ireis morrer a lutar pelo supérfluo, e direis que é em nome de uma entidade, direis que é em nome da vida. Mas é em nome da inconformidade e da falta de sentido que trilhais caminhos, na busca de respostas. E mais, cortais braços e pernas e cegais, sobretudo tentais cegar os outros – atirais terra para os olhos de quem não se pode defender -, para que vós estejais acima de tudo, acima dos outros, esse é o vosso prazer, homens de topo que deixais vossos filhos na escuridão. A verdadeira água que dessedenta está na fonte eterna - nem eu sei qual é -, e não alcançável aos lábios do seres comuns. Muitos seres que nascem não conseguem enxergar essa fonte, sentem-se no direito de tudo, como se a liberdade lhes pertencesse totalmente, e seguem os desejos da moda, seguem a bebida que os integra numa sociedade que é falsa, e bebem o líquido que lhes tira a vida, ao contrário do que eles pensam, em nome de amizades que na realidade não existe. Vivemos lado a lado com a pureza e com a imundície. Mexeis na porcaria e isso dá-vos prazer. Que loucuras! Mas a quem se pode atribuir culpa de tais actos? Não se atribui, mas cada um assume os seus actos, nem que não veja que tal está a acontecer. Qual será o bom caminho, o caminho a escolher? Cabe a cada um procurá-lo. Não há saída, a verdade é que esta terra é um labirinto, mas sem saída possível enquanto seres perenes. Então a única saída que vejo como possível de ser alcançada é o fim, o nirvana, a eternidade do Universo. Podereis encontrar respostas, mas não encontrareis saídas. Podem prometer-vos saídas e esperança, mas tudo isso é falso, excepto a esperança que quando reside em vós vos faz acreditar mais um pouco de que algo faça sentido no fim de tudo, que os nossos passos não sejam em vão, na busca daquela água que dessedenta eternamente. A vida é tudo, a morte é nada. As leis dos homens não imperam, mas sim a lei do Universo. Um homem é um animal antes de tudo, e como tal age coerentemente com aquilo que é em primeiro lugar. Ele terá que se transcender para que os seus ritos animalescos sejam ultrapassados na compreensão do que o envolve. A verdade que tento alcançar faz-me voar mais alto, como penso que todos o terão que fazer, para alcançar a visão de uma águia. Sei que serei eternamente um ser finito. Sei que há forças antitéticas e paradoxais que regem tudo o que possa existir, sei sobretudo que na hora da minha fraqueza tudo de mau pode acontecer, se estiver prisioneiro. E temos de dar o braço a torcer porque sozinhos neste mundo não somos nada, temos de beber a água embotelhada. Mas essa água embotelhada, que me dessedenta por pouco tempo não me serve. E estou traumatizado, porque me fizeram passar sede. Não me quiseram matar a sede e agora aqui estou eu à procura da água que é o elixir da alma. Se eu pudesse, eu seria. Mas querem-me pôr a máscara de mau. Então controla-te (!) e verás que a maldade que vez em mim, mora em ti. Bebe dessa água, para esqueceres quem sou, porque se não vires quem sou agora, no fim será tarde de mais. E se queres pôr-me a máscara de bom então, duvida e olha novamente, para isso alcança o cume da montanha mais alta que houver, num dia límpido com o sol a brilhar por trás de ti, e vê, sente que na verdade ninguém é quem é, somos apenas reflexos dos momentos, um sistema que irá ser o que sempre foi, algo único que ficará na memória, enquanto a houver, que será parte do Universo no fim de tudo, como sempre. E agora sabes quem sou? Eu também não, mas tenho esperança. És animal, mas podes ir mais além se desejares fortemente. Mereces aquilo que tens e que és, e assumes com a vida, em última instância, aquilo que fizeres. Ainda pensas que podes voltar atrás? Nunca há retrocesso, há incomensuráveis caminhos, mas o que foi, somente é, e só te resta o que será. Mergulha nesse oceano de águas límpidas, é bom esse ambiente aquoso, sentes-te como se fosse o teu ambiente natural. Talvez um dia tenha sido, mas já não é, essa é a realidade actual, e agora caminhas em busca constante da água que te dessedenta, ora conscientemente ora inconscientemente. Eu caminho constantemente nesse objectivo que se tende a alienar. Começo a acreditar fortemente que alcançarei outro objectivo ainda mais inalcançável. Porque sempre me fugiu o que estava tão perto de mim, o que era mais fácil de obter, como se Algo me dissesse que tinha que seguir o caminho mais difícil? De quem é a culpa? Porque estou aqui sem poder voltar atrás? Estou sequioso e não sei qual o motivo, se acabei de beber água. Vou beber Água, novamente.
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