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Mais um alegre blog...?!

Enfeitado , disfarçando; traduzindo: as horas, o tempo que passa, inexorávelmente, e sentindo os sentidos da minha vida e de tudo e todos os que minha alma toca e abrange. Bem vindos a este meu Universo.

Mais um alegre blog...?!

Enfeitado , disfarçando; traduzindo: as horas, o tempo que passa, inexorávelmente, e sentindo os sentidos da minha vida e de tudo e todos os que minha alma toca e abrange. Bem vindos a este meu Universo.

O [meu] Conhecimento

     O Conhecimento fascina-me. Não sou o mais conhecedor, mas, mesmo que fosse, mover-me-ia o desejo de conhecer mais, ainda assim, mesmo que isso signifique um trilho de morte certa, de incerteza e de incerto sucesso. Com isto, acredito, efectivamente, no conhecimento e tenho fé de que a Sabedoria existe, embora, para mim, esse conceito [Sabedoria] ainda não tenha sido tragado na totalidade, ou seja, ainda estou a habituar-me de que Ele existe, como se tivesse vislumbrado um fantasma D’ ele, para já, mas que demonstra a resposta para aquilo que sempre senti e lutei tendo em vista se era possível alcançá-lo. Vivemos na era do conhecimento, diz-se. E eu também o afirmo, mas talvez só o seja, aparentemente, para uma minoria, aquela que retira dividendos desta era. Assim como eu acesso o conhecimento, tantas e tantas outras pessoas acedem a ele, pessoas com mais capacidades intelectuais e monetárias, com certeza, que lhes torna possível entrar numa espiral de conhecimento muito maior que a minha, e que retiram dele os mais diferentes proveitos. Pessoalmente, nunca tirei grandes proveitos monetários desse conhecimento que vem até mim e que eu trabalho em mim, nunca consegui seguir um caminho de aplicação económica do conhecimento - talvez porque as questões da minha existência se sobrepuseram a todo o âmbito monetário que poderia aspirar na minha vida, porque a parte sentimental e emotiva intrapessoal me mereceram muito mais atenção; talvez, também, porque em mim há humanidade, no sentido de empatia com os seres que me envolvem que elevam a minha moral e põe como objectivo particular o atingimento de uma filosofia transpessoal, pela qual não posso quebrar as regras que me permitem atingir tal conhecimento, portanto, o embuste económico seria para mim uma prisão. Porque sou eu um ser abençoado de informação (?) quando tudo indicava e indica que a minha vida seria um fracasso, porque eu não me inseria no mundo que me envolve e seria um ser rejeitado, como o fui, para sempre, sem futuro à minha frente – questiono-me. Sim, apesar da minha humanidade, eu tenho muito contra os homens, eu chego a sentir o ódio mais profundo pela mesquinhez humana, pelo pseudoconhecimento que normalmente é aplicado na maneira mais rude, egoísta e destrutiva da atitude humana. Eu tenho abjecção por seres que me envolvem, porque eles não me respeitam como eu o respeito. Mas sei que isto não é regra geral, digamos que tive azar em nascer aqui e não ser daqui mentalmente, pois, acredito que a regra é haver ‘pessoas normais’, com atitudes adequadas na vida, seja de onde se for, tenha-se o conhecimento que se tiver. Apesar do meu conhecimento, tenho a minha dose de sofrimento, talvez devido também a esta sofreguidão de respostas das questões da minha vida, porque o meu tempo urge. Sinto que nasci e vivi como um néscio e pergunto-me se ainda não o serei, porque é assim que me vêem, com certeza. Consequentemente, também eu retiro o proveito da parte do conhecimento que me cabe, e isso, a essência ou o suco que eu retiro desse conhecimento, é único. A minha interpretação de tudo o que eu tanjo com todo o meu ser é fonte da minha vida e é única, acredito nisso firmemente. A questão seguinte está em saber se é proveitosa essa parte da informação que eu retiro e processo, de todo esse conhecimento que eu analiso criticamente, e se é útil passá-la a outros, transmiti-la, ou ainda, se é bom para mim fazer isso, de modo a que não seja, apenas, uma perda de tempo, ou uma inutilidade a que me prendo e que não consiga desfrutar da vida no modo mais básico, ao menos, devido a isso. Sou impelido, como qualquer humano, a manifestar-me, sou um ser criativo por natureza, pois, a natureza humana é criativa de algum modo. Consequentemente, se interiorizo e construo conhecimento em mim terei que extravasar o que eu sei, o que eu sou, de um modo ou de outro, de tal maneira que eu sinto [em mim] que a minha (nossa, de cada um) presença neste mundo deixa uma marca, visível ou invisível, menor ou maior, através da humanidade.

Depois do amanhecer

     Mais um acordar, o dia já vai um pouco avançado, mas ainda há bastante mais para percorrer. Para mim tudo isto dos dias é confuso, no sentido de como se já não existisse o verdadeiro significado do dia e da noite, porque tudo tem novo significado para mim e tudo toma novos significados à medida que o tempo passa, baseado nos significados que algum dia já tiveram para mim. Mais um acordar em que não consigo demarcar-me daquilo que sou e que sinto; não consigo demarcar-me dos sentimentos em que cada vez mais estou envolvido, quer seja para ou bem, ou temo que, pelo pessimismo que me consome, para o mal. Tudo volta novamente a cada acordar, todas as alegrias passadas ainda permanecem na minha memória, mas, aquelas recordações que mais vêm ao meu pensamento são as menos boas e as más, sobretudo as que estão relacionadas com a insegurança que sinto de viver, o medo de viver, e as que se relacionam com a injustiça, sobretudo pessoal (mas também do mundo) e a eventual futura incapacidade de sobrevivência. Acordo constantemente com este pesadelo de me sentir uma pessoa incomunicável, também, neste mundo hodierno; sinto-me incapaz de comunicar, como se fosse eu o cúmulo da incomunicabilidade. Sinto-me tão incompreendido… de tal modo que tenho medo de dialogar com as pessoas porque não me faço entender, nem eu entendo os contextos que me envolvem, senão à minha maneira, alienado. Temo mesmo que ao escrever tudo isto que escrevo, na tentativa de comunicar (não sei com quem), todos estes meus receios, se agravem, porque o meu ser se rende ao que penso e escrevo. Exijo muito de mim, e sinto que fico o centro das atenções muito facilmente, atenção, essa, que não sei gerir, sentindo assim o meu mundo a ser carcomido e a desabar. Assim, sinto o meu mundo sem sentido ou com um sentido muito diferente dos que lhe dão o comum dos mortais. Sinto que a vida não tem continuidade (ao contrário do que queria acreditar, noutras perspectivas de vida), todo o meu ser desaparecerá, apenas ficarão enxertos de mim que se tenderão a apagar em mais ou menos tempo. Acredito que o Deus que certos homens inventaram como tendo uma vontade e que atendia as nossas preces e nos observava e acolhia no seu seio, afinal, não têm vontade própria, particular e unidireccional (porque a existência é um caos e um acaso) , e, isso de ‘acolher’ e ‘fazer justiça’ é tudo muito relativo; com isto digo que tenho observado o mundo desde outras perspectivas e o tenho interpretado com base nessas novas observações e novos sentimentos interpretativos; com isso tenho mudado a minha mentalidade e sinto um misto de revolta e engano, sinto que fui tremendamente enganado, como se tivessem semeado a semente do atrito no interior do meu ser quando eu ainda era um ser frágil; é claro que se tudo isto não tivesse acontecido na minha vida, se não me tivessem feito acreditar em Deus, eu seria um homem completamente diferente hoje, e não teria contemplado o misticismo que frequentemente tenho, mas que me leva a ter caminhos de rumo à loucura, até porque não fui aceite, e, não me deixaram exprimir e reagir aquilo que sentia, a começar por quem é mais próximo, em concreto o meu pai, o qual eu abomino, na mesma proporcionalidade com que ele me abomina e despreza, subliminarmente, fingindo no fundo do seu coração; no entanto, foi ele que me fez ser quem eu sou, hoje. Sinto que somos tocados e obrigados a mover por forças que nos transcendem mas que tendemos a compreender, no nosso interior; talvez a essas forças se possa chamar Deus, mas com uma definição diferente da preconceituosa, que é a maneira como a definem as religiões. As forças que já me empurraram num sentido em que eu as aceitava e me sentia bem ao ritmo delas, viraram e empurram-me noutras direcções que eu não gostaria de tomar, e ainda para mais, sou obrigado a dizer que: ‘ainda podia ser pior’ e ‘ tenho que agradecer a Deus por ter ainda o que tenho e não estar pior, muito pior, como tantos e tantos’, o que não me satisfaz.

     Depois do amanhecer, amanhecer da minha vida, já me encontro no meio-dia, se bem que isso é relativo porque não sabemos o que se passará no futuro, futuro esse que eu temo ser curto, vivendo eu como se fosse o último dia da minha vida a cada dia que passa, mas sem excessos. E houve amanheceres que permanecem na minha mente, amanheceres em todas as estações do ano e vários lugares, que me trazem recordações agradáveis quando interpretadas à minha maneira, mas que me trazem um vazio porque não tiveram repercussão na humanidade que me envolve nem estão em consonância com a sociedade que me envolve, no sentido que foram sentimentos de introvertimento, muito pessoais, e que não me fizeram sentir como pertencente ao mundo social que me envolve, e, sendo assim, apesar de belos no meu interior, nada dizem a outros que não eu, o próprio. Julgo mesmo, que as manhãs, tal como eu as vi e senti, não dizem nada a muitas pessoas, que têm vis sentimentos, que privilegiam o social, não percebendo a terra que os envolve, a terra mãe, esquecendo-se que do pó vieram e ao pó hão-de tornar, da terra/Universo vieram e à terra/Universo hão-de voltar. Depois do amanhecer, e de uma boa noite de repouso (de preferência), temos um dia inteiro para desfrutar, e, com a energia da juventude, teremos um dia que parecerá nunca mais acabar; ainda sinto o pulsar da minha vida de jovem, o pulsar interior nunca desenvolvido em harmonia, sinto a beleza do meu ser a tomar conta de mim, a liberdade de nunca pensar nem me preocupar o que era isso de ‘liberdade’, de percorrer trilhos campestres, de usar a minha força física para conquistar espaço neste mundo. O amanhecer será para mim, sempre (do qual me lembrarei mais), o dos anos 80 e 90; esses deverão permanecer no meu espírito para sempre, (porque se fixaram com força na minha vida) se o Alzheimer não me atacar, se tiver integridade na minha mente, de preferência com integridade em todo o meu ser. É certo que irei caducar; outros me irão empurrar porque eu tenderei a estar a mais, mas tenho esperança de que ainda possa ser feliz, novamente a cada dia que passa, e que todas estas forças do Universo que me envolvem tenham um lugar reservado para mim até ao último dia da minha existência – a isso, se tal acontecesse chamaria ‘high power’, num rock frenético dos anos 90, afastando toda a mesquinhez humana, toda a alma insensível e desconfiada (desconfiado, como eu me tornei).

     E assim este ser eclético da vida prossegue o seu dia, depois de mais um amanhecer.

Aqui continuo

       Aqui continuo eu outra vez. Ainda te lembras de mim? Continuo nesta eterna conversa comigo próprio, o meu monólogo, aquilo que eu sou, no meu caminho, a minha vida. Mas sou o que sou em função do mundo, já o disse, o mundo que me envolve, as pessoas, tudo o que consigo interpretar. E, continuo com as mesmas sensações: por exemplo, sinto que, ao escrever, estou a arrancar algo de mim, sinto que estou a despender energias, energias essas que não voltam. Mas, não consigo deixar de o fazer nem consigo ter maiores forças para parar do que para continuar e sei que não faz outro sentido se não o fizer. Às vezes penso que só queria fazer isto, falar, falar sem parar, ser o melhor em alguma coisa, e já que não posso fazer noutras coisas, era falar, falar… vai tanto em mim… É como que se nos fosse permitido o uso de uma tanta energia todos os dias, e quer a usemos quer não ela se esvai, como se terminasse o prazo de validade no final de um dia, quando necessitamos de repousar. É-nos permitida outra quantidade de energia a seguir ao repouso, com o mesmo prazo de validade, mas a energia que vem tende a ser menor, pelo menos a partir de certa idade, o que não se aplica quando estamos a crescer, no primeiro quarto da nossa vida, em que parecemos conseguir cada vez mais energia à medida que o tempo passa. Primeiro sentimos a energia na massa corporal a fluir, depois temos que fazer uso da energia intelectual, para prosseguir à medida que a energia corporal diminui. Eu, pelo menos sinto que é assim. O tempo esvai-se tão rapidamente (!), ele que segue sem piedade, que não quer que o nosso ser se perpetue. E dói-me o coração à medida que gasto mais energia. Por vezes sinto-me tão fraco de gastar tanta em busca daquilo que o destino não quer deixar alcançar, daqueles sonhos que nascem com a gente, daquilo em que o nosso ser acreditou ser possível atingir naturalmente. As pessoas são tão estranhas, para mim. Acreditei profundamente nelas, mas a profundidade da filosofia revela-me que estamos mais sós do que algum dia poderemos imaginar, e que particularmente, eu, estando só com o meu espírito, neste meu eterno monólogo, de invenção de Deuses, de fé e esperança, só podemos apanhar as palavras e ideias de conforto que nos vão chegando, só podemos consumir este mundo em que habitamos como forma de conforto existencial. Tememos a morte quando temos tanto para usufruir, tememos aquilo que é natural, e no entanto, só conseguimos viver mais plenamente quando a desafiamos e a conseguimos fintar, e, quando sobrevivemos de um terramoto, por exemplo (o do Haiti a 12 de Janeiro de 2010), sentimos uma força a quem chamamos ‘Deus’ que nos salva porque sobrevivemos. Eu pergunto, e aqueles que morreram não foram salvos e não estarão em paz para todo o sempre? O resgate aparece-me como transversal e indiferente. Os que morreram jazem felizes para sempre porque a sua dor se foi para onde originalmente veio assim como a sua matéria corporal irá, e, os que sobrevivem, estão felizes porque continuam na dimensão em que acreditam, porque só sentem o que os sentidos lhes permitem sentir, o que vêem. Eu estou profundamente solidário e empático com tais pessoas em particular, e, no geral, com as que existem na face da terra, e desejava que, profundamente, elas sentissem a inteligência como eu a sinto, eu desejava que as pessoas no fundo não fossem destruidoras e fossem construtivas.

            Continuo a ver a perfeição e a desejar atingi-la mesmo sabendo que nunca a irei atingir, porque sei que a perfeição é um estado passageiro que o homem capta e atinge em certos momentos demarcados no tempo com a sua memória mental e com outro tipo de meios, tantos outros que estão ao nosso alcance. Tento agarrar as perfeições criadas, a verdade das coisas, a essência da vida e de tudo o que consigo interpretar com o meu ser, e canso-me de extasiado prazer ao que alguns chamam loucura. Não uso drogas, apenas utilizo a energia que me é reservada a cada dia que passa, apenas uso a normalidade do meu ser para atingir tal êxtase, pena que não queiram que eu o partilhe, e como dizia outro, ‘eu sei bem do que estou a falar’.

            E assim hoje regressei, neste monólogos mentais, a exposição do ser que em mim vai, a maneira como o pensamento se dá dentro de um ser, que acredito dar-se noutros seres, mesmo que eles, vós, tu não saibas que se dá. E assim me despeço mais um dia, a energia que me era permitida tende a esgotar-se. Voltarei concerteza, ainda terei caminho pela frente, ainda estarei longe da íngreme queda, quero acreditar nisso. Até sempre.

 

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