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Mais um alegre blog...?!

Enfeitado , disfarçando; traduzindo: as horas, o tempo que passa, inexorávelmente, e sentindo os sentidos da minha vida e de tudo e todos os que minha alma toca e abrange. Bem vindos a este meu Universo.

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Enfeitado , disfarçando; traduzindo: as horas, o tempo que passa, inexorávelmente, e sentindo os sentidos da minha vida e de tudo e todos os que minha alma toca e abrange. Bem vindos a este meu Universo.

Sentimentos e emoções in loco

                Orgia de sentimentos. Significação das palavras. Abstracção. Emoções. Fascínio. Confusão. Para mim é errado que emoções provocam sentimentos, mas pelo contrário, tudo o que sentimos é o que manifestamos, e sim, sentimentos provocam emoções, tendo definição de ‘emoção’ a manifestação de algo, do sentimento, a expressão do sentimento. Define a wikipédia: << Emoção, é uma experiência subjectiva, associada ao temperamento, personalidade e motivação. A palavra em inglês 'emotion' deriva do francês ‘émouvoir’. Que é baseada do latim emovere, onde o 'e- (variante de ex-) significa 'fora' e movere significa 'movimento'.  O termo relacionado motivação é assim derivado de movere .>>. Torna-se óbvio que a palavra e o conceito de emoção significa algo dinâmico e ‘virado’ para fora’, portanto a ‘expressão do sentimento’ é dinâmica, é a emoção, que lhe dá vida, que a exprime. O que eu sinto faz parte daquele que eu sou e rege os meus passos em direcção a um objectivo, tornando tudo à volta diferente pela acção que nós provocamos à nossa volta pelo que sentimos, manifestado em emoções, e pelo que provoca em nós o exterior. A nossa própria acção é uma manifestação daquilo que sentimos, mesmo quando o resultado dessa acção seja um simples movimento, simples acção ou uma simples obra, e não propriamente artística ou algo complexo. O que sentimos faz parte de nós, temos sentimentos que vêm de mesmo antes de termos nascido. Quando choramos, quando isso não é fingido – e quando somos crianças temos menos capacidade em fingir - isso é uma manifestação de um sentimento, a dor, que pode ser física ou psicológica. Os sentimentos vão- se tornado complexos à medida que o tempo passa, e a nossa capacidade de expressão desses sentimentos, as emoções, diminuem, tendo assim mais autocontrolo sobre nós mesmos, cada vez mais, mas também somos cada vez mais incapazes de  nos exprimirmos com naturalidade e vigor físico. Mas o mais importante para mim é viver ainda o que tenho para viver, atirar com tudo o que de negativo se passa na minha vida e viver mais um pouco, desfrutar do breve despertar, do amanhecer e do entardecer, das transições do tempo, de tudo, com prazer. Quero usufruir um pouco mais deste meu viver, sentir e compreender, estudar e saber, mais, desinteressadamente, e com isso continuar contra a corrente que por vezes quer ser avassaladora que me quer destruir. Medo, talvez não tenha de morrer, apenas da injustiça, que no entanto não mudará o mundo como eu desejava, porque nenhum homem manda no todo, e tenho muito medo de não ser amado ou mal-amado, o que ainda pode ser pior. Para que querem viver as pessoas se não ligam aos sentimentos genuínos da sabedoria?! Da interessante possibilidade do conhecimento?! Querem ser salvas… e no entanto não pedem à sua vida, não dão pequenos passos para que essa vida mude, para melhor, simplesmente não fazem por isso. Pessoalmente, procurei a minha felicidade no outro, na outra pessoa, e não a encontro por tantas razões que eu sei e que sinto mas que não consigo traduzir em emoções. Não tendo encontrado essa felicidade devo desistir e ficar apático e triste para todo o sempre por isso? Não, não quero. Mas sei que não controlo tudo, talvez uma ínfima parte da  minha vida apenas, e que o imprevisível pode vir ao meu encontro. Sei que outros me podem fazer sentir mal e sem vontade de continuar como já fizeram, sei que a vida pode virar-se contra nós quando menos esperamos, retirando-nos quase totalmente o ar, pondo-nos como zumbis.

            É óbvio que sinto um certo rancor invejoso por aqueles que nasceram equilibrados, com felicidade neles, com sorte e com dinheiro suficiente, com poder conhecer as coisas sem que isso os perturbe a tal modo que tenham medo de trilhar seu caminho, equilibradamente bonitos, equilibrados nas suas acções, amados da maneira que são, que seguem um caminho calmo. É que eu nem consigo deixar aproximar ninguém de mim. Sinto isso, uma inveja de não ter seguido o mesmo tipo de caminho… de ser tão frágil e me quererem forte e que me manifeste como forte, quase que caindo no abismo, quase que sendo devorado pelos leões. Sinto inveja de não ter uma família muito mais inteligente ainda, mais tolerante, e no entanto a amo porque necessito dela, porque posso precisar de ajuda, porque podem precisar de mim, enfim, para que me possa compreender cada vez mais e quem sabe achar saídas. Acho mesmo, muito seriamente, que o meu nascimento foi um paradoxo, o qual eu gostaria de resolver se possível, mas pelo menos compreendê-lo ao máximo.  Porque vem até mim o que é negativo e não sou eu timoneiro do barco do meu destino?  Porque se riem de mim quando aprecio o nascer e o pôr-do-sol, quando transmito um sentimento a alguém ou por alguém? Sou mesmo sem jeito (…), um inábil emocionalmente. Eu só queria falar, para alguém que me entendesse, que fizesse o meu tipo, mas o meu tipo é tão estranho, compreendo, sei disso. Não nascemos para viver para todo o sempre como seres físicos, mas quem sabe se viverá o nosso espírito.  Quero ser capaz de… me sentir bem, eu mereço sentir-me bem, e só posso falar por mim…não posso defender o desconhecido, não posso confiar no incerto, mas mesmo quando estou só e perdido, e a vida me dá uma demonstração que mereço continuar, isso é belo. Mas sou homem, e terei um fim mesmo assim. Mas enquanto eu me recordar de quem eu fui, eu ainda serei eu. Não sei ainda porque não me querem, porque sigo eu este caminho, neste mundo comum.  Mas não quero ir, quero ter muito mais caminho a trilhar, e ver cair quem me queria ver cair, injustamente, isso seria justiça in loco.

Jóia

 

    Aquele sítio. Aquela jóia escondida. Aquela memória que há-de residir em mim até que a minha mente volte a pertencer ao nirvana. Aquela memória sem fim. Desde aquele dia, que não posso precisar - porque a memória não é precisa, como o tempo, que foi inventado –, que pus o meu passado naquele local, a minha memória, para que não me perdesse. Aquela é a minha caixa negra, que perdurará, mesmo depois de eu deixar de existir. E então, quase que me esqueci de quem era, quando tudo desabou sobre mim. Pensei que nunca mais me fosse encontrar, mas aquela caixa, naquele local, fez – me recordar outra vez. Aquela jóia (!). Aquela força da natureza, que protege, que nos guia - qual estrela cintilante que nos guia -, porque só nós sabemos interpretar o seu movimento. Alguns nascem como que com todos os direitos, e eu nasci com alguns que me permitem estar aqui e agora, sendo quem sou. Alguns nascem num berço de ouro, mas eu aproveitei o simples berço de madeira tosca que me foi reservado para singrar nesta vida - como se eu tivesse chegado a um patamar elevado [Na minha mente cheguei, e estou voando]. Eu depositei tudo o que tinha naquela jóia, quando tive algo. Eu guardei e dei valor ao que já não parecia ter, aproveitei o que já não servia aos outros para que tivesse alguma coisa, como se fosse um vagabundo, aproveitando os farrapos dos outros. Eu vivo (!). Eu o devo a quem não conheço. Eu partilho o meu mundo, com quem partilha, este, comigo, esta terra, a sabedoria de quem sabe inventar e me dá asas para que eu possa voar e ser uma Águia outra vez, tal como uma Fénix renascida. Alguns dão asas aos desejos, porque tudo lhes é permitido, não se abstendo de tal, não sabendo o que é a repressão, a recusa ou a negação, nem a contenção, nem a espera do reforço, tudo o que querem têm, ou então pensam ter tudo quando na verdade não têm nada. E eu pergunto-me porque não tenho o que quero, querendo eu tão pouco? Porque terei que ser um indigente, aproveitando aquilo que outros utilizaram e deitaram fora em condições de utilização, em nome da inovação, de dar o máximo que se puder no espaço de uma vida, consumindo sem freios o que devia ser preservado para outros, como se existisse o seu direito, que merecem usufruir de uma terra bela por muito mais tempo e que se vêem na contingência de sentir que nasceram como se fossem carne para canhão, extirpados dos seus desejos mais básicos, nascidos não com amor mas por uma casualidade do Universo que possivelmente os desejou para equilibrar algo que estava em desarmonia, passando por esta vida sem saber porque respiram, porque vivem, porque bate os seus corações [como se eu soubesse…] – como se eu estivesse a, ou pudesse defender quem quer que seja, como se eu os conhecesse. Não os conheço, mas sei de que lado dos bastidores estão quando eu estou fora de cena, eu conheço o outro lado dos bastidores. Vejo como esses actores vêem e sentem essa realidade que eles criam, vejo que a realidade é uma esquizofrenia, onde se vêem coisa, ouvem coisas, que acabam efectivamente por acontecer, muitas das vezes, neste fantástico mundo humano. Vejo que uns são esquizofrénicos e conseguem viver em harmonia com o mundo [social] e conseguem ser construtivos e deixam – nos viver, eles são úteis. Outros são depreciados a começar pelo nome que lhes é atribuído, porque na verdade não são compreendidos por quem não lhes é inerente a sabedoria nas suas vidas, os pseudo – inteligentes e pseudo - sabedores. Toda a arte destes pequenos grandes génios [pequenos porque não difundidos] é desvanecida por quem se pensa inteligente [e se pensa o mais humano dos homens, quando na verdade é um parasita da sociedade, tanto quanto os inúteis que sofrem pela marginalização e incompreensão], que diz que os que querem ajudar e os afundam cada vez mais. Mas afinal o que é a realidade? Uma vida esquizofrénica e paranóica é o que é, e cada vez mais se está a transformar a sociedade. Vejamos a música, vejamos a imagem, a virtualidade, a informação a circular, o caos, a entropia, querendo significar entropia como desordem do mundo da informação. Os homens gostam de tanger os limites, pôr-se à prova, quando a prova já está predeterminada. Os homens gostam de alargar limites. Mas o limite existe.  Assim como existe o limite do dia, o homem assim o delimitou. E amanhece como se o fim estivesse próximo. Límpido e frio, ou cinzento, quente ou como for, este é o meu amanhecer hoje, amanhã terei outro e serão cada vez mais iguais. Há tantos amanhecerdes quantos homens habitam esta terra, que será injusta enquanto existir, que terá sempre dois pólos, a opulência e a miséria, a alegria e a tristeza, o bem e o mal, enquanto existir esta terra. Nós somos o sentido e o limite, o princípio e o fim. E tudo será como é enquanto existir a memória do homem, recordada pelo homem, que falará para si enquanto existir. A memória. A jóia que cada um deve utilizar quando é mais necessário. Chamem a isso esquizofrenia, um espaço ideal entre a memória e o sonho, um mundo paralelo à realidade, que por sua vez é outra realidade.  

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