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Mais um alegre blog...?!

Enfeitado , disfarçando; traduzindo: as horas, o tempo que passa, inexorávelmente, e sentindo os sentidos da minha vida e de tudo e todos os que minha alma toca e abrange. Bem vindos a este meu Universo.

Mais um alegre blog...?!

Enfeitado , disfarçando; traduzindo: as horas, o tempo que passa, inexorávelmente, e sentindo os sentidos da minha vida e de tudo e todos os que minha alma toca e abrange. Bem vindos a este meu Universo.

O [meu] Conhecimento

     O Conhecimento fascina-me. Não sou o mais conhecedor, mas, mesmo que fosse, mover-me-ia o desejo de conhecer mais, ainda assim, mesmo que isso signifique um trilho de morte certa, de incerteza e de incerto sucesso. Com isto, acredito, efectivamente, no conhecimento e tenho fé de que a Sabedoria existe, embora, para mim, esse conceito [Sabedoria] ainda não tenha sido tragado na totalidade, ou seja, ainda estou a habituar-me de que Ele existe, como se tivesse vislumbrado um fantasma D’ ele, para já, mas que demonstra a resposta para aquilo que sempre senti e lutei tendo em vista se era possível alcançá-lo. Vivemos na era do conhecimento, diz-se. E eu também o afirmo, mas talvez só o seja, aparentemente, para uma minoria, aquela que retira dividendos desta era. Assim como eu acesso o conhecimento, tantas e tantas outras pessoas acedem a ele, pessoas com mais capacidades intelectuais e monetárias, com certeza, que lhes torna possível entrar numa espiral de conhecimento muito maior que a minha, e que retiram dele os mais diferentes proveitos. Pessoalmente, nunca tirei grandes proveitos monetários desse conhecimento que vem até mim e que eu trabalho em mim, nunca consegui seguir um caminho de aplicação económica do conhecimento - talvez porque as questões da minha existência se sobrepuseram a todo o âmbito monetário que poderia aspirar na minha vida, porque a parte sentimental e emotiva intrapessoal me mereceram muito mais atenção; talvez, também, porque em mim há humanidade, no sentido de empatia com os seres que me envolvem que elevam a minha moral e põe como objectivo particular o atingimento de uma filosofia transpessoal, pela qual não posso quebrar as regras que me permitem atingir tal conhecimento, portanto, o embuste económico seria para mim uma prisão. Porque sou eu um ser abençoado de informação (?) quando tudo indicava e indica que a minha vida seria um fracasso, porque eu não me inseria no mundo que me envolve e seria um ser rejeitado, como o fui, para sempre, sem futuro à minha frente – questiono-me. Sim, apesar da minha humanidade, eu tenho muito contra os homens, eu chego a sentir o ódio mais profundo pela mesquinhez humana, pelo pseudoconhecimento que normalmente é aplicado na maneira mais rude, egoísta e destrutiva da atitude humana. Eu tenho abjecção por seres que me envolvem, porque eles não me respeitam como eu o respeito. Mas sei que isto não é regra geral, digamos que tive azar em nascer aqui e não ser daqui mentalmente, pois, acredito que a regra é haver ‘pessoas normais’, com atitudes adequadas na vida, seja de onde se for, tenha-se o conhecimento que se tiver. Apesar do meu conhecimento, tenho a minha dose de sofrimento, talvez devido também a esta sofreguidão de respostas das questões da minha vida, porque o meu tempo urge. Sinto que nasci e vivi como um néscio e pergunto-me se ainda não o serei, porque é assim que me vêem, com certeza. Consequentemente, também eu retiro o proveito da parte do conhecimento que me cabe, e isso, a essência ou o suco que eu retiro desse conhecimento, é único. A minha interpretação de tudo o que eu tanjo com todo o meu ser é fonte da minha vida e é única, acredito nisso firmemente. A questão seguinte está em saber se é proveitosa essa parte da informação que eu retiro e processo, de todo esse conhecimento que eu analiso criticamente, e se é útil passá-la a outros, transmiti-la, ou ainda, se é bom para mim fazer isso, de modo a que não seja, apenas, uma perda de tempo, ou uma inutilidade a que me prendo e que não consiga desfrutar da vida no modo mais básico, ao menos, devido a isso. Sou impelido, como qualquer humano, a manifestar-me, sou um ser criativo por natureza, pois, a natureza humana é criativa de algum modo. Consequentemente, se interiorizo e construo conhecimento em mim terei que extravasar o que eu sei, o que eu sou, de um modo ou de outro, de tal maneira que eu sinto [em mim] que a minha (nossa, de cada um) presença neste mundo deixa uma marca, visível ou invisível, menor ou maior, através da humanidade.

A música e o sentir

Reservo um pouco do tempo que me resta para escrever. Neste momento que tento escrever não observo nem sinto, quase que nem penso como se tudo o que passa na minha se evadisse quando o tento transmitir. Sei que isto acontece vezes sem conta, e consigo algumas vezes chegar a onde quero chegar, mas sempre por caminhos alternativos e frequentemente bem mais complicados. Questiono-me constantemente por que o faço, e vou encontrando respostas na minha vida que por sua vez também não as consigo dizer, transmitir, facilmente, alem de que talvez elas só façam sentido para mim.

Estou a ouvir George Michael, um cantor célebre dos anos 80 e 90 para quem não sabe, e ainda teve músicas de sucesso neste milénio mas que se diluem com a existência de outros bons músicos. Estou a pensar, ‘realmente este homem tem uma voz e um dom especial para a música’, assim como por vezes observo noutros músicos, se bem que dizer isto possa ser relativo para muita gente [talvez me pareça tal a mim porque me habituei a ouvi-lo]. Mas este músico em particular, estava aqui a pensar, que primeiro diziam que era gay e, agora, julgo ser assumido, assim como há outros assumidos, como Elton John, músicos de grandes sucessos que têm grandes vozes e grandes músicas, mas que são gays. E, no entanto, não se lhe pode retirar o mérito que tem e o sucesso que tiveram e podem continuar a ter, apesar de terem optado pela vida que levam privadamente. A mim faz-me confusão o facto de os homens gostarem de homens e mulheres gostarem de mulheres, como que isso significa para mim ser ‘contra-natura’, e realmente vai contra a lei da existência animal, da continuidade das espécies. Só mesmo o homem para transformar tudo o que devia ser lei, e compreendo um pouco que possa acontecer certos casos, mas se não fosse a comunicação que existe hoje nunca teria imaginado que o mundo poderia ser tão diferente de como eu o sinto. Mas quero eu reafirmar que tendo ele, George Michael a vida privada que tem, tendo ele os gostos que tiver, ele tem boas músicas, assim como Elton John, e falo como amante da música e segundo aquilo que posso compreender, que se calhar é muito acima da média, modéstia à parte. Cresci com estes sons destes homens, e nem por isso me tornei gay, mas eles deram-me um sentido apurado para a música. É claro que eles foram alguns entre tantos, e talvez eles tenham sido dos mais marcantes daquelas épocas, eu estava a crescer, as músicas eram passadas nas rádios constantemente, eram o nascer de uma nova aurora, a aurora audiovisual, aquela dos anos 80 e 90, aqui no meu Portugal, num mundo que eu descobria paulatinamente, numa imensa vontade de viver. E aqueles sons que para muita gente não dizem nada, porque nunca se habituaram a ouvir tais músicas, ou agora, porque não são do seu tempo (de agora), ou ainda porque simplesmente não são fanáticos por música, para mim são os alicerces da minha vida. E no entanto eles são gays ou tornaram-se. Mas eu aprendi a sentir com o coração o mundo que me envolve, no caso da música eu sinto-a com o coração antes de tudo, depois o que o músico é ou como apresenta o seu vídeo musical ou ainda o que faz se vier a saber o que faz, não alterará o valor da música, porque a música, o sons musicais são analisados puramente. O bom sentir é um sentido que todos tem, mas que muitas vezes anda camuflado por outras coisas da vida, talvez outras maneiras de sentir e julgar, peremptoriamente a maior parte das vezes, o que se passa no mundo, ou porque não se quer aceitar aquilo que é melhor do que nós, aceitar o que é a realidade das coisas, o sentimento de beleza Universal. Isto é o mesmo que dizer numa metáfora: Há um bolo para apreciar e ao mesmo tempo há whisky para apreciar; eu apostaria que o ‘sentimento Universal’ diria que o bolo é bom e o whisky é mau, pelo sabor. Mas sei e compreendo que há culturas que se enraízam em certos homens e que lhes leva a dizer que whisky é que é bom e o bolo é uma grande porcaria, e preferem ingerir o whisky a comer mais bolo em detrimento do whisky. O que é bom é sempre bom, em qualquer lugar, porque o sentir dos homens tem um denominador comum, a raiz do sentimento humano é única, simplesmente o homem quer – ‘ou a natureza impele-o a’ - transgredir a sua natureza sentimental, cria culturas desastrosas que acabam por ter seguidores incautos ou desinformados que entram por uma vida que sem querer escolhem, não pelo supremo bom gosto Universal, mas por causa última de uma cultura que se cria em redor de certos hábitos. Mas o homem vive e sobrevive, incrivelmente. O organismo reitera constantemente a sua capacidade de auto-regeneração. Mas a vida é como é, não fui eu que a inventei, não fui eu que inventei ou invento regras, só me é permitido jogar, nem que as regras sejam as mais estranhas. Hoje em dia, a música está a tornar-se uma banalidade, qualquer dia todos nascem com uma veia musical e têm a hipótese de fazer grandes músicas, mas talvez já não tenham a ‘universalidade’ que tiveram estes e outros músicos dos míticos anos 80 que fizeram parte do imaginário de massas. Tem e terão mais hipótese de divulgação mas serão, como parece que estão já agora a ser, abafados pela imensa comunicação emergente que se a evolução continuar, apenas mais uns músicos de talentos.

A batalha vai começar [Liberdade vs compreensão]

A batalha vai começar [já começou, algures, no tempo transacto]

 

Armas em punho. A batalha vai começar. A luta do bem contra o mal; a impenetrabilidade do entendimento; o escudo que é a compreensão; a maior, a relatividade de tudo. Tudo é bem, tudo é mal. A realidade é dura, aquilo que se sente é duro, essa é a realidade. O determinismo é imenso, mas a sorte pode ser outra. Liberdade, compreensão, até que ponto o entendimento pode interpenetrar as duas? Acho que ou há liberdade ou há compreensão, as duas são difíceis de coexistir. O que é o melhor? Liberdade ou compreensão? A prisão da compreensão ou a cegueira da liberdade? O conhecimento do mundo interior, a maquinação do mundo exterior. (...) A luta, essa difícil estabilidade do que quer contra o que não quer, os ideais em fricção. A luta essa capacidade que se desmorona a cada segundo que passa para logo de seguida se soerguer até nunca mais poder, a força da vida; Não, não é paranóia, ela está na tua cabeça, procura o significado. A sintonia é essa, só tu a podes descobrir! O mundo voltar-se-á contra ti mas a força da vida prevalecerá, esse não será o teu dia. Perguntas e perguntas bem. A tua imaginação dá voltas para sair deste labirinto, mas, acabaste apenas de entrar. Não tenhas medo.

            Há um mundo de gestos, de sons e de palavras, imagens. Incompreensíveis talvez, porque não vocabulares. Mas a força que imprimires há-de vencer o atrito. A semente que se cultiva é o fruto que se colhe. Os atritos... são imensos, como imenso é o universo. Estrelas que cintilam, planetas que brilham, vidas de lá que jamais se encontrarão cá. Um apagão. Um chamamento. Uma imposição, posso aceitar ou não.

 

 

 

Nota (longa) de rodapé:

[Liberdade vs compreensão:  Eram ‘extremos do entendimento’ segundo o que me pareceu na altura que escrevi isto. Admito agora uma posição intermédia entre estes dois extremos. Queria eu dizer que a compreensão das coisas - que se relaciona com o conhecimento e a experiência de vida - 'aprisiona-nos', segundo o ponto de vista imediato que tive. Talvez eu quisesse ter dito, com isto tudo, que a compreensão nos aprisiona e nos tira a liberdade - mas agora digo que acho que isso pode ser superado e o que me parecia um extremo oposto pode tornar-se numa  Liberdade 'ao quadrado'. O conhecimento está relacionado biunivocamente com a compreensão das coisas. No mundo de hoje, a informação é nos transmitida em quantidade incomensurável, havendo entropia nessa informação. Quando tendi a entrar nesse mundo de informação de uma maneira directa, mas gradualmente, sem ter esquemas para compreender toda essa informação que focalizava, entrei como que num ‘labirinto’, e há medida que ia conhecendo e compreendendo, era como que tivesse a sensação de que estava a perder a liberdade que tinha antes de tomar consciência desse conhecimento, e não via saída à vista. Todo esse manancial de informação era extremamente confuso para o meu entendimento, e ‘aprisionou-me’. Apareceu-me, nesse momento em que escrevi o texto em cima, essa dicotomia do entendimento entre liberdade e compreensão (conhecimento), como se o aumentar do segundo inibisse o primeiro, como que se fossem dois conceitos opostos, dois caminhos, e que, se se seguisse um caminho se estivesse a abdicar de outro sem poder voltar atrás. E atrás não se pode voltar, mas não poderia imaginar que esses caminhos se encontrariam novamente para se tornarem num só, e que surgiriam esquemas para interpretar toda a informação que posso entender segundo a (s) linguagem (ns) que compreendo. Mas a linguagem que ainda estou a desenvolver, a conhecer melhor, para compreender melhor essa dicotomia do entendimento que se fundiram num só em mim, é a linguagem universal. Pelo menos espero que assim o seja, e espero que futuramente o meu entendimento evolua, que o conhecimento e compreensão sejam sinónimos de liberdade e que estes conceitos se relacionem e não que se aniquilem.]

Liberdade

Entre brumas matinais eu caminho, na esperança de encontrar do lado de lá o esplendor da limpidez da liberdade. Caminho silencioso, perscrutando tudo à minha volta, tentando atrair a mim as energias positivas, que desejo que me envolvam e protejam neste mundo belissimamente horrível. Quantas palavras me ficam agarradas nas entranhas? Quanta absorção eu conseguirei mais aguentar sem deitar fora todos esta porcaria de informação que corre em mim? Tenho a certeza que os meus limites já foram ultrapassados faz muito tempo. Tanta limitação que me impuseram... a minha revolta é grande. Talvez eu seja um ser inadaptado ao ambiente que me rodeia. De que me adianta ser quem sou? Vantagens positivas? Tenho. Mas que isso me acarreta também consequências negativas também é verdade. Talvez eu me concentre demasiado nas consequências negativas, por vezes, e dai o meu mal. Quem é o culpado? Liberdade é essencial: Não estar dependente de ninguém enquanto pessoa saudável que se é, poder fazer o que se quer e não ter limitações; sentir-se bem por aquilo que se é, ser-se aceite como se é, não ser-se obrigado a mudar-se muito rapidamente; não desejar ser perfeito; não se conhecer demasiado é essencial para se ter liberdade, não conhecer os defeitos próprios é caminho para seguir em frente sem vacilar, é estar sob influência de variáveis que nos ultrapassam e não termos consciência disso, e isso é estarmos em sintonia com o mundo de modo inconsciente; Liberdade é escolher entre duas opções que se gosta, uma delas e não sentir-se mal por não ter escolhido a outra; Liberdade é estar calmo com a vida sabendo que tudo vai ser breve; Liberdade é poder deixar fluir as emoções; Liberdade é poder ir navegar no Universo se tivermos meios para isso; Liberdade é poder fazer o que se quer sem restrições. Mas a Liberdade existirá apenas nos momentos em que não sentimos os limites e as restrições. A Liberdade é então um conceito volátil. Somos livres enquanto, apesar de as restrições existirem, não tivermos consciência delas. A liberdade existe em momentos que podem durar mais ou menos tempo. A Liberdade é uma luta constante contra as imposições que os outros nos tentam impingir. Liberdade pode significar dominar o outro e não deixar ser-se dominado. Mas esse domínio do outro deixa de significar ‘Liberdade’ quando a consciência moral, talvez infligida pela religião, nos diz que «Os homens são nossos irmãos» e «devemos fazer aos outros aquilo que gostávamos que nos fizessem a nós». Aí sentimos culpa ao dominar, pelo que não há Liberdade e seremos dominados por aqueles que não têm consciência moral. Eu quero ser Livre, portanto não quero ser dominado, quero fluir com os seres e com o Universo.

Sentir como sinto

     Tento, na maioria dos meus escritos, escrever algo com cabeça, corpo e membros. Não sei se o consigo fazer, não sei como são interpretadas as minhas ideias. O mundo da semântica e da subjectividade pode ser coerente ou pode não ser, mas acho que isso depende de quem o interpreta. Por trás de uma frase podem estar milhentas ideias ou simplesmente estar um vazio delas (pode dizer-se aquilo por dizer ou porque a ‘natureza’ assim nos faz dizer sem que tenhamos ideias conscientes subjacentes ao que dizemos). Sei que nas minhas ideias acontecem as duas situações, por vezes digo frases que têm imensas ideias por trás daquela frase, mas também digo ‘por dizer’ outras vezes – e, não é curioso que, algo dito ‘no vazio do sentido’ pode tomar sentido(!), tal como algo que só tem corpo tome vida(?!), tal como o ‘hardware’ do computador ganha vida, ganha sentido, com o ‘software’ -. Quando digo uma frase que tem as tais ‘milhentas’ ideias subjacentes sinto-me perdido ao rever essa frase tal a diversidade semântica, de interpretação variada da frase, do sentido da frase. Até certo ponto da minha vida eu não sentia assim essa revisão das minhas frases, até essa altura esses enunciados tinham ideias claras para mim – talvez isso fosse o tal ‘dizer porque a natureza nos faz dizer’ essas frases -. E, talvez, a esta ambiguidade de interpretação que eu sinto agora chamemos também capacidade de abstracção que ganhamos com o tempo e que faz marcadamente diferença do homem inteligente e culturalmente e ideologicamente estimulado (e o que define essa cultura é a capacidade da palavra, da escrita, e da abstracção de conceitos) que varia entre si [os próprios homens] e os animais. A verdade é que  o meu pensamento salta de ideia em ideia a um ritmo frenético, ao mesmo tempo que o tento captar essas ideias e desenvolvê-las de maneira coerente). E com a cabeça a fervilhar de ideias diversificadas como está, por exemplo, a minha, frequentemente, construir a ‘tal ideia’ com cabeça, tronco e membros torna-se uma tarefa complicada. Neste momento estou a lembrar-me de uma frase (que forma uma ideia ou ideias em mim) que marca os meus pensamentos, que vem da teoria da relatividade de Einstein [ http://pt.wikipedia.org/wiki/Teoria_da_relatividade ] : ‘A relatividade das coisas’; refira-se ‘coisas’ como algo concreto e ou material, assim como no plano das ideias. Falaria, assim, também, da relatividade daquilo que somos, daquilo que sou eu. É tudo tão relativo (!), e então o mundo das ideias é ainda muitíssimo mais (!). Diria mesmo que o mundo das ideias é volátil, formam-se e desfazem-se, para se tornar a formar ou o mais certo a reformular. Vejamos o mundo das ideias que hoje a internet, em particular e mais recentemente, e os meios de comunicação em geral vieram gerar. O mundo está a dar um pulo ideológico enorme. São incomensuráveis as ideias que são produzidas e/ou formadas e/ou reformuladas a cada segundo que passa, baseadas em factos concretos (como sejam as noticias que nos dizem que tal acontecimento ocorreu em tal parte, por exemplo), ou baseadas em factos mentais, no plano da pura ideologia. Temos a informação a surgir mais que exponencialmente, informação essa tanto escrita como multimédia, e refiro-me em particular na internet. Acho que esse caldo de ideias que navega por mim se deva a todo este mundo de informação que eu comungo, a cada dia que passa, e que vai de encontro à minha predisposição para trabalhar no plano da ideologia e da interiorização dos conceitos, no plano virtual onde se dão os sentimentos [no plano virtual dão-se os sentimentos, no plano concreto, aquilo que se manifesta, o nosso corpo físico, dão-se as emoções]. Sei que não é no plano da escrita que conseguirei digerir todo esse ‘caldo ideológico’ que vai em mim, mas é um plano que faz parte da maneira de trabalhar as ideias. Eu poderia trabalhar as ideias somente para mim, no meu mundo mental, através da associação das imagens, dos sons, dos cheiros, da minha experiência, tudo isso que tenho na mente [no meu plano virtual, o nível dos sentimentos], mas fazer isso fechadamente seria algo que geraria um vazio na minha existência e que ‘me faria rebentar’ se eu não expusesse e transmitisse de algum modo aquilo que eu sinto, aquilo que me espicaça para viver, para me mover para me manifestar [aquilo que é o plano concreto, o plano das emoções]. Fechar-me, com tanto em mim para dar, seria a negação da própria existência, seria contra a natureza, neste caso a minha natureza humana, seria anular-me a mim mesmo. Sei que não sou o mais bonito para fazer da minha beleza a minha forma principal de expressão, sei que não sei tocar instrumentos de música para compor melodias e exprimir-me dessa maneira nem tão pouco tenho a melhor voz para tal. Sei que as minhas formas de expressão estão reduzidas. Mas escrevo neste momento, como o faço em alguns momentos para me exprimir, faço da beleza das palavras e das ideias uma forma de expressão, faço das palavras as minhas notas musicais para compor melodias e me exprimir, faço destes momentos, aqui na internet, uma forma de me dar a conhecer, de me exprimir, mesmo que tenha para mim que tudo é relativo, dar-me a conhecer é relativo a quem me lê, neste caso. Esse equilíbrio entre sentimentos e emoções tem que se dar, para existir uma existência harmoniosa do viver e é isso que me tem faltado, de uma maneira geral, essa adaptação, essa capacidade de ter acomodação para o que se assimila.

O valor genuíno do tempo da vida

                O tempo passa. Tenho defronte de mim o mundo. Eu vejo-vos sem que vós me vejais. Tenho atrás de mim o meu passado que me quer fugir e eu não quero deixar. Não sei se seria melhor deixá-lo ir embora da minha memória, mas penso, e que seria de mim depois? Eu tenho andado ausente, mas ainda continuo por cá, embora por vezes na solidão, embrenhado no meio de tantas questões que tento entender, que tento dar uma resposta, o porquê de tanto que consigo sentir. Tentava outrora acalmar-me na compreensão do que me envolvia, mas descobri que essa acalmia é passageira, tem o seu tempo, depois há que continuar na busca de nova respostas para novas perguntas que surgem no caminhar. Tento produzir pensamento útil na minha mente. Tento que os meus pensamentos afugentem e fiquem imunes à ira, à contrariedade e à frustração que por vezes vem até mim e não me deixa seguir livre. E não consigo entranhar em mim as visões que tenho do mundo, por inteiro, e transformá-las em algo útil. Gostava de ser produtivo, mas vejo as minhas energias a fugirem-me, e as forças do conhecimento a apoderarem-se da minha energia que se dissipa com elas. Realmente talvez eu seja mais pequeno do que alguma vez pensei, e cada vez mais o serei, sinto-o como uma evidência. Há medida que o tempo passa a minha presença física torna-se mais pequena e inútil neste mundo, mas, dentro de mim, há a matéria de que são feitos os sonhos que cresce exponencialmente, a matéria infinita do conhecimento e da compreensão de tudo. Eu queria quebrar as correntes que não me deixam ser livre, mas elas têm-me fortemente preso. Eu sou simplesmente um ser. Todo o meu ser está virado para o meu interior, e só a partir dele eu consigo interpretar o mundo que me rodeia, a informação que vem até mim através dos meios que consigo ter, tem que ser ‘trabalhada’ à minha maneira através do modo como eu sinto – e eu sei que sinto de uma maneira muito diferente da maneira que sentem ‘a norma’ das outras pessoas e isso tem-me dado muitos mal entendidos e problemas -.

            Tenho pensado em grandes questões da vida. Tenho-as pensado só para mim. Tenho esventrado as questões e as respostas que encontro. Tenho insistido nas questões e nas respostas que encontro até à exaustão [tal qual como quando se ouve uma música vezes e vezes sem conta até que ela passe a fazer parte de nós, e a compreendemos], pondo-as à prova na minha mente de acordo com todo o ser que eu sou, como todas as experiências exteriores e interiores a mim que tenho tido na minha vida – e sei que muito do que se pensa não é mais do que lixo que se produz na nossa mente, mas tento retirar o suco, a essência, de tudo isso -. Muito pouco do que analiso resiste a tal intensidade e obcecação de análise do pensamento. E sei que o sentido de esta vida é em frente, já o disse, até à meta final, signifique isso o que significar, o fim das finais. Não adianta desistir ou parar na esperança de que de um momento para o outro nasçamos com uma nova vitalidade, e pensar que tudo de mau irá passar. Se parar-mos, tudo nos ultrapassará, deixaremos de entender o mundo e voltamos à inocência. Voltaremos à nossa vida interior. Não podemos desistir, e devo dizê-lo para mim com veemência, ‘não posso desistir!’. Mas é certo que tenho que recuperar energias para caminhar mais um pouco.

Dizem que eu não tenho nada nem sirvo para nada, na minha cabeça dizem-no. Mas o valor de saber amar a vida e ser amado por ela não é observável. Dizem que o meu passado não tem valor, foi em vão, pelos menos na minha mente dizem-no e fazem-me sentir isso, mas ele tem mais valor do que se possa imaginar. Um passado simples pode ser enriquecido com toques de magia. Ninguém tem controlo sobre o que se vai passar na vida. A vida ajeitasse para nós à medida que vamos caminhando e vamos escolhendo o caminho e as pessoas que passam a fazer parte da nossa vida, conscientemente ou inconscientemente. Escolhemos o que vamos fazer a cada segundo que passa, nós, segundo o que somos escolhemos o caminho. E sou daquelas pessoas que acredita que 1 segundo na vida é capaz de mudar uma vida em certas circunstâncias, em certos momentos. Quantos passos não dei em falso quando o medo se apoderou de mim nesta vida. Eu revejo esses momentos na minha mente e sei que poderia ser tudo diferente, se eu tivesse tido uma outra aparência, uma outra aparência na maneira de agir também. Muito desta vida se resume a aparência e não ao que de facto se é. Acham que o que é genuíno é simples? Ultrapassei as minhas forças e ainda cá estou e essa é a prova que, a vida, apesar de não me dar a felicidade que tanto sonhei, não me abandonou. Podia dizer vida ou podia dizer Deus, mas esse conceito já o debati muito em mim e isso já me é indiferente até certo ponto e em grande parte da enorme questão. Pensamos que temos um ‘personal Deus’ [eu pensava] que nos ouve e que nos protege. Mas então o que seria de todos aqueles que necessitam (se é que haverá alguém que não necessite)? Sei que estou cada vez mais longe de ser feliz segundo os sonhos que tinha. Sei que encontramos nos outros que não nós a felicidade, muitas vezes, e não só em nós como se diz por vezes, mas também. Mas também são outros que nos fazem sentir mal. Mas como posso ser assertivo nesta vida? Como podemos ambicionar a perfeição se somos seres imperfeitos?

 

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