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Mais um alegre blog...?!

Enfeitado , disfarçando; traduzindo: as horas, o tempo que passa, inexorávelmente, e sentindo os sentidos da minha vida e de tudo e todos os que minha alma toca e abrange. Bem vindos a este meu Universo.

Mais um alegre blog...?!

Enfeitado , disfarçando; traduzindo: as horas, o tempo que passa, inexorávelmente, e sentindo os sentidos da minha vida e de tudo e todos os que minha alma toca e abrange. Bem vindos a este meu Universo.

A Ilusão do Esforço

            Aprendi que tudo se conquista com esforço. Aprendi isso na pele, e, no entanto, conquistei tão pouco, segundo a minha ambição como bitola. Decerto só fiz o humanamente possível. Impingiram-me, nos ideais, que a vida é dura, e, decerto, não sei vê-la de outra maneira senão por esse prisma, mesmo que ela não o seja (mas sei que isso é relativo a uns e a outros). Não sei o que é ganho fácil. E por mais que tente, o tempo passa, mas, é como que a vida não vai para a frente. Quem somos nós para movermos o que quer que seja sem um Fulcro? Que podemos fazer nós de grandioso sem a invenção técnica de um mecanismo que nos permita sobrepujar as nossas forças. Em que a Grandiosidade se apoia? A nossa mente? Em que maquinas inventadas nós montaremos para aplanar a montanha? Até quando haverá combustível para alimentar essa mesma máquina? Porque saímos da harmonia rumo a um futuro incerto? Harmonia? Desde quando ela existiu (olhando aos pormenores)? Não, a harmonia não olha a pormenores, mas para um bem geral, o equilíbrio, exaltando uns e atropelando outros. Somos todos e tudo o que existe sempre manipulados por algo que sempre nos ultrapassará. Saímos do abrigo das cavernas, conquistámos a Terra, humanizámos o mundo e continuamos a descobrir maravilhas. Queremos mais, queremos tudo numa vida. Não queremos ser responsabilizados por nada, como que se a Terra nos tivesse que dar aquilo a que temos direito, Liberdade na ação. Liberdade na ignorância - digo eu. Porque nos foi Permitido chegar até aqui? Grandes vontades de certos seres humanos se impõem. Grandes interpretações nos levam mais além, e, no entanto, a Verdade não é alcançada, Ela não se mostra como os homens querem. Ciência para alcançar a Liberdade? Mas o que é isso? Os homens preferem a ignorância, o jogo do oculto, a impotência mascarada de potência, show off. Assim vai o mundo. Vede. Senti. No fundo sabemos quem somos. Sabemos que necessitamos de onde viemos, das Origens, de nos compreender conscientemente. E, contudo, poucos serão aqueles que poderão estar na mesma situação, idêntica diga-se, duas 2 vezes, parece-me, porque é tão precioso (!) o contexto único das coisas… Mas a que preço nos poderemos conhecer melhor? Vivemos do esforço de outros, os nossos antepassados. Tão críticos connosco, tão exigentes, movendo-se aleatoriamente segundo o que parecia, ao olhar ‘’ao longe’’, mas com firmes ideias, convicções e direitos de viver (tanto uns como outros, tanto humanos como animais), quando percebido o contexto em que agiam; tantos erros cometidos, além do mais, e, mesmo assim, devemos-lhe tanto… -Só o homem tem ilusão. Não sei se agradeça essa ilusão que nos faz mover, ou se será ela que nos irá destruir, ou, talvez, vangloriar ao nível da Magnificência, um vislumbre fugaz de Momentos psíquicos. A Psique a atingir sempre que nos seja permitido, essa Grande Ilusão.

 

 

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Não compreendo

        Buscamos respostas, e vamos encontrando, se não imediatamente pelo menos à medida que passa o tempo. Satisfazemo-nos com elas, quando entendemos a sua coerência e a relação com outros acontecimentos. Só que para mim, por vezes, essas respostas que tanto sentido fazem em determinados momentos deixam-no de fazer noutros momentos como se desse por errado aquilo que foi certo durante tanto tempo. E eu não compreendo - apesar de já ter havido momentos em que compreendi, pelo menos pareceu-me isso. Porque o sentido desaparece tal como a matéria arde e se torna em fumo? Será que existe uma ilusão muito maior do que aquilo que parece concreto? Não compreendo o porquê do paradoxo, da antítese que está subjacente ao que era para ser dado como certo. Nestes momentos não compreendo o comportamento das pessoas, nem me compreendo a mim, como se tudo tendesse a escapar, mas lá no fundo eu sei que tudo é feito para destruir os dados que provam o que é a verdade. Será a aniquilação da justiça que quer fazer perder a razão? Que força destruidora será essa que envolve a boa vontade?

Falhado

 

           

 

                 Faz muito tempo que não escrevo. A apatia e desânimo tendem a tomar conta de mim; já não vejo um mundo imenso à minha frente, aquele mundo que me parecia possível de conquistar, de imensas possibilidades e onde cabia a minha possibilidade. Onde está a motivação de outrora? Aquela que me fazia ter esperança, aquela em que me fazia acreditar na tolerância, numa terra em paz e em liberdade, onde a minha paz e liberdade era possível. Agora vejo a vida do tipo de um jogo de copas, onde revejo a metáfora da minha vida, por mais que tente só consigo ganhar 1 em cada 4 jogos, por mais que tente…. Muito ocasionalmente, tenho uma pequena sorte eclipsante de ganhar 2 seguidos, mas quantos jogos e quantos, eu não tenho perdido seguidamente sem ao menos ganhar um. Com este pequeno exemplo, tenho a indução de que [tenho em mente que] não podemos quebrar as leis da vida, nem do Universo. O problema existencial parece-me ser o grande problema da minha vida do qual já não vou sair, muito provavelmente, se bem que me resta alguma esperança na medida do tempo que me restará de vida, mesmo sem saber qual é esse tempo; O problema de acreditar em coisas como certas, como factos, sem na realidade os poder provar, talvez jamais o poder provar traz-me uma frustração, terem-me posto na mente uma ideia que se cimentou tão fortemente que não se pode transformar, a de Deus, a da existência do correto, do bem [e do mal], uma prisão que nos acorrenta para a vida segundo a vida de Cristo; Ideias que ficam em nós [que ficaram em mim] de medo, muitas das vezes sem fundamento, a cobardia pelo medo da injustiça, quando a injustiça faz parte da casualidade dos acontecimentos, das leis da vida e do Universo, tal como as leis do jogo das copas. Pergunto-me se o que sinto é real (?), no sentido de que tudo isto que se passa em mim e comigo tem um propósito; Terá um propósito que eu nunca poderei compreender? Que desgosto traz a minha ambição; porque não serei um ser normal (?), com vontades comuns aos outros humanos, com desejos limitados, satisfazendo-me com respostas imediatas, com a ilusão de uma criança que se contenta com o comum, bastando o sentido do sentimento de que só o que se vê é o que existe. Com o que sou marginalizo-me e marginalizam-me; marginalizam-me esses, os comuns… ‘’idiotas’’, penso, ‘’a vossa vida é de escravidão, tendes um espírito pequeno de mais’’, e no entanto sou igual a vós porque sou feito de material perene; oh! Se o que vai na alma realmente contasse da grandeza de uma pessoa e fosse fonte e força de sobrevivência! O quanto eu quis desde sempre ser grande e sentir-me bem, mas, quão errado estava, com esse desejo de sonhador, quando, afinal, sou de carne e osso, feito de matéria finita, suscetível de dor, com a necessidade de ligação aos outros seres; ligação, essa, que não consigo ter, fazendo-me trilhar por estes caminhos solitários, insatisfeito, guiando-me pelo paradoxo de desejar o contato com o outro e ao mesmo tempo só me parecer que o outro me faz mal, como o inimigo, como o diabo que me tenta estragar a vida. É certo que sou um ser incomunicável, onde quase que só existe o sentido direcional do tragável, da absorção, da assimilação descontrolada; na minha pessoa não há diálogo, não há expressão do meu ser; além do mais pensava que compreendia as pessoas, mas quando estou com elas não me parece isso, e vejo que sou eu que não estou a perceber o contexto e a agir em conformidade com o que me envolve; não ajo como as sardinhas que se movem em uníssono, como as aves do céu que dançam harmoniosamente em bandos; sou um ser solitário, como os seres solitário que vagueiam por esse mundo afora, tímidos, não sociáveis, com estratégias de sobrevivência fantásticas, vivendo em habitats inóspitos para a maioria dos seres, tendo características únicas. Penso ainda que tenho uma compreensão do mundo especial; mas como pô-la em prática? Como tirar proveito disso? Como sentir-me bem com o que sou e o que sinto? É certo que as pessoas não são todas iguais, más, como pode transparecer da minha ironia de escrita, do exagero daquilo que de mal sinto em mim e na minha vida; só que não compreendo porque vem a mim todo um conjunto de sentimentos que não queria ter com os outros, uma vida de mal-entendidos constantes. O legado que me deixam não me agrada, não quero ser um falhado, não quero morrer em vão, não quero a injustiça, sobrevivo na procura da paz de espirito, de jus. Assim, digo que extrapolo aqui (nesta escrita) ao máximo aquilo que sinto na verdade, na tentativa de que o mal não aconteça na realidade externa a mim. Senti-me perdido um dia, nada mais fazia sentido, não havia comunicação com o exterior, restou-me a juventude, que me traz aqui ainda, para prosseguir, e a internet para me restaurar; pergunto-me se não viverei na mesma uma ilusão, a internet não me dá as capacidades de comunicação que nunca desenvolvi, a oralidade, a relação humana, o ‘cultivar dos olhos nos olhos’; será que escrevo para o vazio, tendo apenas ecos de silêncio, pensando que estou fazendo bem a mim mesmo quando apenas estou a desperdiçar o tempo? Falhado não sou, não, não sou, sou um camaleão que se tenta disfarçar no meio ambiente, ou um ser que se fecha na sua carapaça superforte para se proteger porque a natureza não deu outros meios de proteção. Não, falhado não sou! Porque, afinal, vivo há mais de trinta anos, e isso me torna um ser abençoado, conhecedor e sabedor; sou um ser bonito, magnífico, com uma história de vida e um destino que só o Universo pode saber o porquê de ser assim. É o sentido desse destino que fortemente me condiciona!

 

Obra existencial

            Que sente um homem que vive aprisionado? Haverá a existência e separação do ‘bem’ e do ‘mal’? Como é a ‘relatividade de tudo’ para uma pessoa e para a humanidade em geral, e, de que forma estão as emoções relacionadas com essa relatividade e também com o conhecimento e sabedoria? Como um homem pode ser especial se vive aprisionado e não é conhecido? Será possível a todo e qualquer homem atingir muito conhecimento e sabedoria? Serei eu um fanfarrão que se auto -intitula conhecedor e sabedor? [Mas podem ter a certeza que sou apologista do saber e do conhecer]. Estarei eu mesmo aprisionado ou tudo será fruto da minha mente? Serei eu um marginal neste mundo? Se o for, será esse o motivo que me torna especial? De onde me vem esse desejo de ser especial? Porque não posso ser ao mesmo tempo especial, livre e feliz comigo mesmo e com os outros? Porque a maldade da destruição me quer atingir? Porque há uma força que me quer levar ao abismo e outra me quer levantar quando me prostro ou o mal me atinge? Perguntas e mais perguntas. Sim, já me disseram numa ‘expressão ortodoxa’ que eu era ‘ótimo’, devo ficar feliz por isso, e não, não foi, nunca, da boca de meu pai (efetivamente da minha mãe já ouvi elogios). Ele, a causa de eu estar aqui e agora, neste contexto, com esta forma e feitio, tenho quase a certeza que foi isso. Terei algum complexo de édipo? Na! Não me parece, invenções e mais invenções de teorias que querem explicar objetivamente aquilo que não é explicável, a psique humana, o comportamento humano, que me querem julgar erradamente. Como explicar a emoção humana? A ligação emocional entre os seres? Não quero acreditar que tenha de me queixar de quem me devia amar, sinceramente, nem queria absolutizar todo esse mal (é forte a palavra ‘mal’, admito), pelo menos não queria absolutizar toda essa real indiferença da parte dele (‘indiferença’, essa é a palavra mais suave e que se engloba melhor no contexto de que estou a falar). Vejo quem chora a ausência física de um pai que foi perdido. Vejo tristezas por não se ter nem mãe nem pai. Vejo tristezas por se ter sido abandonado. Não fui nem tive tais coisas. Mas, vejo-me, a mim, aqui, magoado, por ser quem sou, por, apesar de ter um pai e uma mãe, no entanto, um pai sem sentimentos, cheio de falsidade, enganador, realmente sinto - me enganado e usado, e só eu sei o porquê. Meu pai projetou-se no futuro com sua maldade mais intrínseca, incapaz de pôr o interesse do seu filho, futuro do seu futuro, na devida importância. Ainda vejo o momento fulcral de seus olhos chispantes a rogar-me um mau futuro, indiretamente, essa tal ‘indiferença’ que o carateriza contra uma criança que se pode resumir a esse primordial momento que compreendi o meu futuro, em que eu me projetei ate estes momentos que tenho passado agora. A História deve estar plena de casos como os meus; sei que a bíblia, por exemplo, aborda a eternidade de toda a história do homem que se repete vezes e vezes sem fim, exemplos e mais exemplos de lutas de pais contra filhos, ou ainda de um ‘bem’ contra ‘um mal’, quer isso se dê a nível familiar ou extra – familiar. Penso que também relata a eterna luta animalesca do mais forte que derrota o fraco na realidade que é este mundo. -Gostaria, do fundo do coração e da minha vida, que se rompesse toda a coerência da história do mundo, uma vez a minha existência ter irrompido nos paradoxos do mundo, eu que nasci fraco e revoltado, seria uma obra existencial que talvez nunca tenha acontecido se os fracos (inteligentes, conhecedores e sabedores) do lado do bem e da razão irrompessem do vazio da existência e derrotassem os fortes do lado do mal !!! Talvez ai o mundo se tornasse melhor - Enfim, uma utopia, que leva a considerarem-me louco, certamente, ao ir contra os desígnios da existência deste mundo, desta terra. Assim, no entanto, esta foi a minha possível vida, este terá sido o passado menos mau que pude ter e só tenho de aceitar. Será que faço de meu pai o bode expiatório da minha situação? Não creio, e é tão difícil explicar, exprimir o porquê de ser assim, mas eu sei-o (o ‘porquê’) e mais ninguém, eu sinto-o desta maneira, e custa-me imenso se tiver que morrer com este sentimento, no vazio, atingindo o nirvana sem o gosto da verdade justa. Terá que ser assim?! Anos e anos a ‘falar tristeza’, a redescobrir o meu passado, a entender que afinal tudo tem sido mais forte do que eu, querendo mudar o mundo, a expectar a mudança do mundo para comigo, porque eu me tenho sentido impotente para mudar. Talvez num desperdício de tempo, nos olhos de muitos, sempre assim, faz anos, cansado, agora, pelo tempo, pensando que esse ‘tempo’ estava do meu lado, será que não está? Pensando também que meu pai estava do meu lado, uma ilusão, enfim que tive que ter para crescer, neste mundo de promiscuidade e falsa retidão nas ações, enganado pela própria existência – generalizando, falsa retidão dele assim como daqueles que são egoístas, egocêntricos e que absolutizam o seu seres, seus corpos e as suas vidas, não aceitando o fim de tudo, fazendo crescer o mal neste mundo superlotado. O fim aproxima-se dele, se bem que pode aproximar-se de mim primeiro, contudo sempre o disse e senti: ‘Não tenho medo da morte, mas sim, do sofrimento’, e apesar disso, sinto-me a sofrer constantemente, senão, certamente, não estaria aqui, neste blog, transmitindo o que transmito, sempre com a esvanecente esperança de que ainda hei - de ser feliz. E agora digo mais, tenho imenso receio da injustiça perante a minha vida, por isso, agora, também procuro a justiça – E, procuro aperfeiçoar o entendimento desse conceito, a ‘justiça’.

            Que aos bons chegue o bem, e que eu saiba quem me envolve por bem, se me for permitido.

Escrevi isto ao som de:

 

1. Paul Young - 02 - Everytime You Go Away (4:25)

2. Johnny Hates Jazz - Turn Back The Clock (4:32)

3. 15 - Bonfire - You Make In Feel (4:44)

4. Simon Climie - Dream With Me (4:50)

5. Sydney Youngblood - I'd Rather Go Blind (4:17)

6. 01 - Jennifer Rush - Power Of Love (6:02)

7. Cock Robin - When Your Heart Is Weak (4:40)

8. Marc Cohn - Walking In Memphis (4:17)

9. Climie Fischer - Love Like A River (4:24)

10. Jon Secada - Do You Believe In Us (4:00)

11. Jennifer Rush - A Broken Heart (4:09)

12. Talk Talk - 15 - Such A Shame (5:43)

13. Mike & The Mechanics - 13 - A Time And Place (4:51)

14. Maggie Reilly - 02 - Everytime We Touch (4:04)

15. Richard Marx - Angelina (4:07)

16. Phil Collins - 10 - Long Long Way To Go (4:21)

17. Phil Collins - I Wish It Would Rain Down (5:29)

18. F.R. David - Words (3:35)

19. Celine Dion - 07 - Where Does My Heart Beat (4:30)

20. Marillon - No One Can (4:37)

21. Richard Marx - Right Here Waiting (4:26)

22. A - Ha - The Sun Always Shines On Tv (5:08)

23. Phil Collins - 01 - Do You Remember (4:38)

24. Frankie Goes To Hollywood - The Power Of Love (5:30)

25. Richard Marx - 13 - Chains Around My Heart (3:46)

26. Chris Rea - Texas (5:09)

27. Toto - Rosanna (5:31)

28. Roxette - Fading Like A Flower (3:51)

29. 11 - Peter Cetera - Glory Of Love (4:23)

30. Nik Kershaw - The Riddle (3:53)

31. Roxette - It Must Have Been Love (4:19)

32. Curtis Stigers - 01 - I Wonder Why (4:28)

33. George McCrae - Rock Your Baby (3:53)

34. Christopher Cross - Words Of Windsom (5:49)

35. Vaya Con Dios - What's A Woman (3:54)

36. Paul Young - Don't Dream It's Over (4:24)

37. Roxette - Spending My Time (4:37)

38. Spandau Ballet - How Many Lies (5:24)

39. Beverley Craven - 05 - Holding On (3:52)

40. M.C. Hammer - Have You Seen Her (3:55)

41. Fleetwood Mac - Dreams (4:18)

42. Mike & The Machanics - You Are The One (3:38)

43. Fleetwood Mac - Sara (4:38)

44. Eurythmics - Miracle Of Love (4:37)

45. Paula Abdul - 06 - Rush Rush (4:21)

46. New Kids On The Block - 16 - I'll Be Loving You (4:24)

47. Sonny & Cher - I Got You Babe (3:13)

48. Peabo Bryson & Roberta Flack - Tonight, I Celebrate My Love (3:32)

49. Huey Lewis And The News - World To Me (5:09)

50. Cock Robin - 05 - Thought You Were On My Si (4:19)

51. Billy Idol - Eyes Without A Face (4:12)

52. Mirjam's Dream - 13 - Take A Look At Me Now (3:56)

53. Vanessa Williams - 15 - Save The Best For Last (3:39)

54. Sandra - Maria Magdalena (3:39)

55. Lisa Stansfield - 07 - Change (5:39)

56. Richard Marx - Children Of The Night (4:45)

57. Fairground Attraction - Perfect (3:39)

58. Bad English - 03 - When I See You Smile (4:19)

59. Roxette - Queen Of Rain (4:53)

60. Shanice - 03 - I'm Cryin' (5:08)

61. Black - 08 - Feel Like Change (4:37)  

Em paz, na existência

       Olhai para mim e vede: Eu não era para ter existido, e, no entanto, vivo (!), tudo à minha volta atentou, senão mesmo ainda atenta a minha existência e no entanto eu continuo trilhando o caminho da luz, que me foi vedada, até no meu leito (…). Vede, it´s allright, eu podia nascer num país de opressão como a Coreia do Norte, na asia, ou outro sitio parecido; podia ter nascido na china, podia ter sido maltratado a ponto de ser um ser comum que não lhe é permitido indagar a sua existência, e, em ultima instância, a da humanidade. Podia ter nascido oprimido de modo a ter uma vã existência, mas observai bem e vede quem eu sou, eu fui oprimido mas não a ponto de deixar de pensar por mim, a minha íntima Liberdade me faz prosperar, não fiquei no ponto de acreditar no que tenho que acreditar, mas a maldade me quer cegar para não ver isso: Oh! Mas eu já vi muito, agora só me resta a vida, aquela que há-de transbordar pelos tempos. A vida é um sonho em si mesmo. E eu nasci na PAZ e a paz está comigo; peço para que esteja para sempre. Aqui estou eu a contar a minha história, a eterna história de alguém que um dia existiu e fará para sempre parte do Universo, a dizer as coisas mais complicadas sempre com a mesmas palavras, aborrecidas, para quem não entende nem quer entender; pois desses eu também não quero saber, seu futuro não me pertence. Sou alguém que questiona, impõe, grita, mas sobretudo implora pela verdade e pelo bem-estar, eu nasci, o mundo demoveu-se. Eu sou o filho certo do tempo oportuno, em que tudo faz sentido, por momentos, na imensidão do espaço-tempo. Eu continuo a subir a montanha para ver mais além. Eu sinto-me um ser perseguido, digam o que disserem, e não me calarei, e me expressarei pelo meios que tiver porque o que sinto é puro e verdadeiro, e o futuro do que sinto está ai, ele é o agora a acontecer. As pessoas nascem sem o pedirem, seguem um rumo sem o escolherem, morrem sem o entender (O rumo), mas influenciam, e, com isso fazem o bem ou o mal. Um dia, uns partem com a simples ilusão da satisfação terrena e existencial, de terem cumprido e realizado suas vidas, por outro lado, outros partem com o despeito eterno de ter vivido uma vida vã, eternamente questionável, com um fim profundamente inalcançável, com uma ilusão desfeita… cedo de mais. E os homens lutam ou deviam lutar pelo equilíbrio, mas a semente da destruição vem dentro deles, de muitos, demasiados. Eu quero acabar com o meu mal, quero-lhe cortar a raiz para não se perpetuar, eu tenho fé que ainda hei-de ser feliz, e penso, eu na verdade sou feliz, um felizardo, não vivo na coreia do norte ;) ; mas como todos somos um só coração, como dizem as músicas (‘One Heart’), enquanto uns sofrerem outros sofrerão, enquanto houver opressão e maldade que afecte um ser justo, todos estão a ser injustiçados, e não precisamos de chegar ao ponto e ser lamechas, mas tolerantes, reconhecedores dos erros, verdadeiros, não aumentar a ganância e a indiferença, a falta de empatia, ou pior, a empatia falsa que grassa no mundo. Um mundo verdadeiramente empático, sabedor, que quer compreender e aceitar é um mundo pelo qual devemos lutar. Mas muitos são conhecedores, e de saber têm muito pouco. Talvez não haja algo Supremo por que lutar, pelo menos algo que seja compreensível em nós, simples seres, mas que há magnificência naquilo que os nossos olhos conseguem vislumbrar e compreender se os soubermos abrir e observar, isso há; e não há que ser orgulhoso, apenas feliz por ser dada essa oportunidade de vislumbramento. Assim, olhai para tudo o que há à vossa volta e vede: tudo é para ter existido, tudo é para existir. E, eu, exagero toda a minha existência e de tudo o que me envolve como uma grande bomba atómica, ou simplesmente, pelo contrário, vivo em paz, na existência.

Estranho mundo

            Começo, como tantas vezes, olhando para esta folha branca e vazia (no word, rsrsrs), com uma ideia [que tantos supostamente partilham, pelo(s) mesmo(s) motivo(s), ou não, que eu], que perfaz o título deste post, que traduz uma união de ideias, sentimentos e pensamentos. Ela é particularmente baseada num sentimento que tive há minutos e que aglomera, repito, ideias que sinto (e se formaram na consolidação que se dá no meu ser ao longo do tempo] acerca de quem sou, do que me envolve e da minha relação com essa verdade/ilusão que é o que me envolve. Assim, aqui estou eu, um anónimo nas profundezas da humanidade, com uma nesga de tempo nas horas que avançam pela noite dentro, num monólogo, pensado e registado, de algum modo e de alguma maneira, na tentativa de me expressar e de tentar perceber quem sou, o que é o mundo que me envolve e a relação que existe entre mim e o Universo (o mundo em particular). Já abordei noutros posts e nos meus pensamentos a existência de paradoxos neste Universo que se manifestam no meu ser (e que me deixam confuso ou mesmo numa angústia existencial) e na escolha de caminhos que tenho que fazer forçosamente, contra a minha vontade (e na escolha de ideias que tenho que seguir inexoravelmente). Já abordei noutros posts que em mim há ideias megalómanas, como se eu tivesse um sentido superior (megalómanas no sentido de eu querer ter uma grandeza inigualável na compreensão deste Universo e de vir a ser portador de uma conduta de verdade Universal entranhada em mim sem por isso ser infeliz e passar mal neste mundo - assim o desejo, embora tal não seja propriamente o que se passa). Mas é precisamente esse sentido que me é paradoxal, porque não tenho maneira de provar que ele é verdadeiro, não consigo assumi-lo, assim, se bem que o persigo desde sempre, impelido por forças que tendo a descobrir, e que são, exactamente, paradoxais. Como posso seguir, sendo o que sou, nestas condições? Como posso mudar dadas as contingências da minha vida? Não preciso de o fazer, mas digo: - Juro que não compreendo como tudo foi despoletado em mim, não fui eu que escolhi o meu caminho, porque estou eu metido nele?! (mas antes neste que noutro pior, claro, já o disse mais vezes, qualquer um com bom senso dirá o mesmo) ; se eu escolhi ‘algo’ (se influenciei de algum modo a direcção do meu caminho), isso representa apenas uma pequeníssima percentagem que é a pequena capacidade que tenho para escolher da globalidade, do total em que sou impelido a escolher, a seguir, pelas tais forças que me ultrapassam, desde o ‘big bang’ do meu nascimento. Sei que não compreenderei na totalidade, nunca (parece-me que não, pelo menos por agora, mas manifesto ambição de compreender), se bem que já entendi, consegui perceber, visualmente na minha mente muito do que se passa comigo, o ser estranho que sou no mundo / o ser estranho que sou e me sinto em mim, talvez por não estar no tempo /e/ou/ momento certo. Pergunto-me, inconformadamente: - como posso ser tão inútil e mal sucedido no mundo exterior a mim, o dito ‘mundo real’, se em mim há algo de tão grandioso e perfeito (pelo menos tendendo a isso), um sentido de verdade, uma compreensão coerente de tudo (mas mesmo tudo quanto existe)?! Assim sou um ser, posso dizê-lo, marginalizado, com uma maneira de pensar muito própria, um ser único (repito-o sem fim), que devia ser respeitado e sobretudo aceite como sou, o que não acontece (e parece-me que já identifiquei o móbil e as circunstâncias que despoletaram essa não aceitação, pode ser que algum dia possa e consiga falar nisso). Apesar de eu não ser deficiente físico, não me aceitam pela maneira intelectual diferente que tenho, talvez mesmo pela maneira psíquica diferente que sou - recuso veementemente que me façam conotações negativas(!). Muito provavelmente sou um homem que não vive no seu tempo, ou estarei apenas no sítio errado, embora no tempo certo, mas de qualquer modo não sei onde será o meu sítio certo. Talvez esteja num limbo desde que nasci esperando ser libertado, algo que acontecerá ou não. Mas sei que estou aqui e agora, o mesmo não posso dizê-lo do dia depois de amanhã: - Estarei neste ‘Mundo estranho’ amanhã?

Consciência global

  

            Tenho por quase totalmente certo que tenho uma ‘consciência global’ e penso que posso dizer que sempre tive um ‘sentir global’ (que me levou à tal consciência), e mais, parece-me que preencho cada vez mais essa globalidade com factos que chegam até mim de todos os quadrantes além do aumento de experiências pessoais que tenho vivenciado e de todas as inferições que faço com esses dados que obtenho de algum modo. Com isto tudo, todo o saber e conhecimento que tenho, estou seriamente tentado a seguir em busca de um ‘santo graal’ que me permita perceber a lei do espaço-tempo, em mim, das variações que se irão suceder no mundo, de que modo e em que comprimento de tempo se vão dar [sem saber se o irei conseguir alcançar e se ele existe, mas tenho fé]. Gostaria de utilizar esse saber, se o achar, em primeiro lugar para eu melhor poder vivenciar a minha vida, de seguida quereria dizer que o queria utilizar para o bem do mundo, mas, já há tanta gente a tentar ‘fazer um mundo melhor’, e, apesar de tudo, a visão global do mundo que tenho é que ele não está melhor; para mim é claro que o mundo social viveu na ilusão que estaria melhor, em anos passados, devido ao petróleo que era abundante e a bom preço. Tenho para mim neste momento que se todo o conhecimento produzido não for bem aproveitado pelas mentes futuras, se o Universo assim o quiser, para produzir revoluções tecnológicas para o bem-estar de todos os homens, se o ‘bem’ que é imenso não conseguir ofuscar o ‘mal’ que é muito inferior, então julgo que se entrará num período de enorme sofrimento, que, no fundo, sempre existiu de algum modo em algum lugar, mas em menor quantidade. Vejo que toda a gente ‘fala’, toda a gente dá ideias para melhorar, mas aquelas que vingam e que são as corretas são ínfimas; eu mesmo me vejo nessa situação, tenho consciência disso, tanto neste momento em que escrevo, em que analiso e proponho, como na minha vida no geral, em que consigo sentir os rumos do espaço e do tempo e nada me parece poder fazer para os levar a bom porto. Penso que não serei o único à procura desse santo graal e desse entendimento das variações que se irão dar no mundo e no Universo, pelo contrário, penso que muita gente anda à procura disso, grandes instituições que avançam com dados sobre situações que hão-de suceder, projecções, bruxaria, mentes particulares que perscrutam em privado e muito mais. Decerto, provavelmente serei dos últimos a ter sentido em mim esse passar do tempo segundo as variáveis que se sucedem, quando por vezes queria acreditar que fui o primeiro. Sinto que as minhas preocupações natas acerca deste mundo e do Universo [toda a destruição a que o mundo está a ser sujeito, muito resumidamente - quer fisicamente (o mundo físico) quer socialmente, ou seja, moralmente e mentalmente] foram largamente difundidas e amplamente projeccionadas. Foram receios que eu entre outros (talvez muitos) sentimos e que marcam uma geração (a minha geração), e que expandem um sentimento vivo, vindo, talvez, de uma alma remota e inidentificável, de angústia pela possível perda de algo profundamente belo e irrecuperável se tal suceder: a perda do equilíbrio natural do mundo, a poluição desenfreada assim como o uso dos recursos naturais sem medida; a destruição do conhecimento verdadeiro, o facto de não vencer a força da sabedoria em cada individuo, a queda da moral quando não assistida pelo verdadeiro sentido do mundo social quotidiano, ‘o conhecimento com sabedoria’ – O mundo social está a esquecer completamente a base em que ele está sustentado! Que é a terra, a ‘mãe terra’, para usar uma expressão totalmente enraizada e globalizada-.

            Pergunto-me o que me levou(a) a ter mais em consideração o estado global do mundo, uma maior preocupação pelo estado do mundo, em detrimento da minha própria condição humana (?), e o porquê de isso acontecer (?). Porque ponho (pus) eu à frente de tudo, como prioridade, o geral antes do particular, o bem-estar geral à frente do bem-estar particular (?). Mas olho para a minha vida e tudo o que consigo sentir nela e dela, e vejo que tudo me trouxe a este momento de grande extravasamento mental. Consigo entender coisas tão globais e aparentemente complicadas e não consigo entender o comum dos mortais, não consigo entender porque eles não entendem. No fim disto tudo, sou eu quem sai a perder e sem valor neste mundo de aparência. Gosto da tecnologia, gostava de viver altamente tecnológico se isso fosse sustentável, mas eu não serei feliz se viver de uma outra maneira? Porque eu, e muitos outros, não podem ser felizes?

Mais um injustiçado

            Mais um dia quase passado, que, se fosse noutra hora de um outro tempo atrás e de uma outra maneira, poderia dizer que ‘com a esperança renovada’. Assim, agora direi que simplesmente ‘se está a passar’ e o peso dos dias que passam tendem a sobrecarregar meu ser físico e psíquico. O meu intelecto tende regredir de capacidade, a minha mente anda confusa, o meu psíquico anda desnorteado, com uma fome de verdade e de justiça e por não conseguir mudar o mundo, ao menos o meu mundo… mas nem isso. Não me sinto livre e algo (que poderia chamar Deus com convicção, se fosse noutra altura mais antiga) brinca com o meu ser a seu bel-prazer; a minha dignidade de homem está severamente manchada porque, precisamente, me magoaram indelevelmente, não sou um homem livre, não sou um homem mentalmente capaz de ter um bem- estar intelectual, porque meu espirito foi perturbado desde que me formei enquanto humano, muito possivelmente, além de onde a minha memória não pode chegar; à medida que o tempo passa, descubro o porquê de a minha vida ser perturbada, e desde precocemente isso acontece. A minha tristeza é enorme, e não deve ter fim, porque eu procuro o fim dela há já tanto tempo e não o encontro. Sinto uma revolta enorme com os meus progenitores, sinto uma revolta enorme por algo que eu não consigo identificar precisamente e poder lutar contra essas coisas que me perturbaram e perturbam, não sendo capaz de ultrapassar as dificuldades (porque não as consigo identificar claramente), um desejo que há tanto tempo cresce em mim (o de ultrapassar tudo isto); e à medida que cresce mais esse desejo mais me vejo incapaz de o realizar. Desejei a independência e a vingança – no sentido de fazer-se justiça na minha vida – daquilo, daquelas atitudes - que injustamente era alvo, pensei que cresceria e que depois então alguma luz se havia de fazer, me havia de livrar de tudo aquilo que acorrentava a minha humanidade, mas, não sabia eu, que, pelo contrário, o caminho que trilharia para essa independência era errado e que me levou a não ter saído deste mesmo sitio de sempre – falo precisamente de um momento da minha infância em que me apercebi que estava perante algo injusto, perante atitudes diárias de injustiça, pressão psicológica sobre uma inocente criança, assim como nesse dia em que me apercebi da injustiça de meu pai perante mim: sendo eu uma criança e ele tratar-me com tal dureza e crueldade, injusta, repito. Nunca me esqueci desse dia em que fugi à procura de um aconchego, em lágrimas de uma criança que tinha o mundo à sua frente, e o perdeu naquele momento, quiçá [oxalá esteja errado], para sempre, em que tudo passou a ser uma ilusão, porque só na ilusão eu poderia sobreviver com um mínimo de lucidez e normalidade aparente, tendo eu passado a fingir que vivia normalmente, quando eu entrei, na verdade, numa vida em que deixaria de ser eu, para entrar numa espécie de vida etérea, e não compreensível por ninguém que se tem cruzado pela minha vida, sem correspondência real com a vida normal dos outros, daquela no qual faz parte o senso-comum; foi nesse preciso momento que eu enxerguei pela primeira vez a injustiça e tive o sabor amargo da maldade psicológica pura e dura, de quem amava (ainda por cima, e que faz parte de muita gente por esse mundo afora) e que tive de perdoar durante toda a minha evolução para me tornar adulto, um adulto com handicaps aparentemente desvantajosos, para sobreviver, em última análise. Mas quem sou eu para estar acima de todas as outras criaturas que sofrem neste mundo? Sou só um e apenas um, mais um, do qual a injustiça e a inglória se querem apoderar. Por isso sou insignificante, por mais que isso me custe, e a minha vida depende do valor que eu lhe conseguir dar, por um lado, mas de enormes forças desconhecidas, por outro, (forças essas que partem de mim também e que se geram de uma forma muito estranha) além de que eu não consigo dar-lhe o valor mínimo necessário para que eu possa viver com clarividência mental e independência. A essência de quem eu sou foi como que sugada e açambarcada por algo que eu ainda tento desvendar, meu progenitor é um grande culpado disso, e eu não consigo lutar de modo a demarcar-me e ganhar o que ele me tirou, a forças de vida, a essência de quem eu sou. Mas este mundo é feito destas pessoas, más, não só ele mas como ele, com a força que a vida lhes imprimiu e que podem fazer tudo e andar por cima dos outros sem que venha o ‘Deus’ a safar quem é pisado, e a derrubar a maldade que se impõe injustamente.

Esta luz não se apagará

      Se olhasses para mim naquele momento verias a luz que em mim se acendeu, um momento a tender para o perfeito, um momento que deveria ocorrer frequentemente, uma luz que se acendeu e que devia perdurar e não se apagar. Esse momento foi o ideal, como tantos em outras situações ocorrem, mas muitas vezes ‘tirados a ferros’ porque o natural, em mim, é ter outro estado de alma, uma alma com penumbra, mas que anseia sempre por esses momentos de luz. Esse momento foi um novo folgo, nem que o seja por um momento na vida; foi um crescer de autoconfiança, nem que seja passageira; foi um retemperar de uma calma que teima em não ser contínua, mas breve; por momentos eu fui quem não tenho sido, a ilusão de um sonho tomou conta de mim e na realidade e fez – me estar ‘on’. É formidável quando a dualidade corpo - alma se encontra, quando o nosso ser físico responde em consonância com os objectivos da mente, e ai encontramos uma coerência na consequência que se dá. É certo que tento encontrar a luz a cada dia que passa na minha vida, sempre o fiz, mas não sem que as adversidades sejam maiores, há medida que essa luz me ilumina mais intensamente. Nunca há o bem sem o mal, nem a bonança sem a sua contrapartida. Se me perguntasses porque é assim, porque não tem tudo de tender para o equilíbrio, para o entendimento e para a busca do que nos corresponde (?), eu te diria que, infinitamente, me pergunto a mim próprio porque é assim (?), desde sempre, sem ter uma resposta clara diante de meus olhos. Acredito que ainda vou ter pelo menos uma resposta razoável com o tempo, que por sua vez desejava que não me trouxesse contrapartidas negativas no meu ser e na minha vida, porque tudo a que respondo traz a adversidade que me tenta consumir mais rápido do que o normal. E eu podia abominar o mundo da adversidade que me envolve como abomino, mas de nada adianta a não ser para minha maior perdição e dificuldades, a manifestação clara e inequívoca dos nossos sentimentos são a nossa destruição, visto que ficamos vulneráveis aos nossos inimigos e adversários. Eu tenho que agir com muita inteligência esperando que a sorte me bafeje, isso sim. Eu tenho paciência, muita paciência, como sempre tive, mas o tempo já é de desconto, quando estava a meu favor já passou, começo a ter mais consciência disso. Já construi a minha vida até onde a pude construir, já tive o mundo em aberto para mim, agora tende a fechar-se rapidamente, não tenho ilusões, resta-me viver trabalhando a minha vida a partir da minha formação, daquilo que construi, não tenho outra vida. Pensava que eu era o melhor, melhor no sentido de bom, pensei que havia muita gente boa, mas estava completamente errado em relação a essas duas ideias; descobri a relatividade do que significa ser bom ou mau, a efemeridade do ser e dos ideais. O esforço por encontrar o eldorado da existência humana, da minha existência, em particular, é uma tarefa que pode ser tão recompensadora como absurda. Depois de eu partir, tal como acontece ainda na existência, não depende de mim a manifestação do que eu agora digo, o sucesso das minhas palavras; a filosofia vã, de quem um dia teve fé de que, fosse como fosse, nós merecemos continuar a existir e a lutar por isso. Descubro a cada dia que passa o desentendimento e a incompreensão que grassa pelo mundo, descubro as provas concretas de algo que há muito era claro para mim, a perenidade e a inconstância do ser, sim, mas a continuidade da obra só talvez se… o que nos ultrapassa o permitir.

     E, então, amanhece mais uma vez. Agora, se as minhas palavras valessem neste mundo, então elas seriam de destruição. Mas porque eu quero destruir maus e bons, os maus que fizeram mal e os bons que me tentam ajudar? Sim, esta pergunta é fulcral no momento que corre na minha vida. Eu devo-me revoltar contra quem me faz mal e não continuar a senda dos maus tratos, porque me trataram mal a mim. Assim, eu penso que… aquele fez-me mal é a ele que eu vou destruir. Eu não consigo diferenciar bem quem me faz mal e me fez bem neste momento – mas já foi muito pior -, porque estou toldado de raiva e frustração, doença e confusão. Assim, uma voz se levanta e diz: tomba tu ó excelsa pessoa, fruto da inteligência régia, sabedor de tudo e de todos os tempos, falsa és, fingidora, todo este tempo, vulcão eruptivo de sofrimento para quem te ama; Tu! Que espalhaste o teu ódio e insensatez, recusaste a humildade de ser humano nobre e me fizeste pisar as cinzas da tua ira, acreditando, por tuas ideias falsas e dissimuladas, que nada seria em vão, que isso me faria mais forte, sacrificando-me em nome de Deus, de quem eu conhecerei mais do que tu. Tu! És a perdição de ti próprio! Eleva-te ao mais alto dos céus e deixa-me viver. Porque eu retiro o suco do que de melhor tem os meus inimigos, eu me fortaleço e eternizo a cada dia que passa, nesta loucura desenfreada de quem tem uma voz apagada mas cheia de sentimento vindo de uma alma abafada. Eu te deixo fervilhar o veneno em teu corpo para que te destruas. Ao meu lado caiem gregos e troianos, levantam-se tempestades defronte de mim, persegue-me as inundações, e a mais bela-luz do sol é horrível para quem ousou fazer o que não devia ser feito. Eu mesmo me rastreio constantemente e sei que puro não serei, nunca, porque sou uma vara de uma videira impura, à espera de enxertada na boa planta. Anseio, um dia deixar de ser carne, e ser a energia das estrelas, deixar a mediocridade, a incompreensão, as desavenças, de quem não se quer em paz, porque eu fui roubado da minha dignidade. Mas tenho a certeza que continuarei a ter estas luzes, que tal como a de hoje, não se apagarão.

Fugacidades [do pensamento]

Continuam chegando até mim pessoas, o meu blog continua a ser visitado, fugazmente. Ah, podem não ser muitas, e até podem estar de passagem, mas elas levam-me com elas. Não são muitas, mas não é propriamente a quantidade que interessa, é a impressão que vamos causando, quando não no imediato, no futuro, o que é melhor ainda. A vida é um todo, não é um momento somente. E o que perdura e subsiste é o que interessa e realmente vai marcando. Não é só o que é imediatamente observado e que é facilmente absorvível que é o que é verdadeiro, a verdade e a genuinidade esconde-se atrás do óbvio, nesta promiscuidade imensa, neste mundo. Quanto temos que trilhar para poder chegar lá! A interacção entre o que fomos e o que nos estamos a tornar a cada momento que passa dá-se constantemente. Eu sou um ser fugaz e perene, por vezes fico contente por isso e por vezes isso dá-me uma imensa tristeza. Quando penso que perdi algo, e se foi injustamente, isso provoca-me um vazio. A complexidade pode ser maravilhosa, mas o medo de me perder dentro dela é imenso. O meu gosto pela vida e por tudo o que sinto ou imagino é transversal. Eu não sou de maneira nenhuma uma pessoa linear. Esta transversalidade da vida tem-me levado a gastar mais energia, muita mais do que gastaria se eu fosse linear nos meus gostos, mas tenho descoberto e tenho sentido o gosto de sentir a generalidade de tudo o que consigo abranger. Não sou o maior, sou o que sou segundo aquilo que me envolve. Não sou uma pessoa que adira a ideais facilmente, que vá atrás de modas, ou de outras pessoas sentimentos fáceis de união falsa. Eu sou apenas eu, um ser pequeno no meio de tantos e tantos seres, diferente de todos eles e único na maneira de sentir, mas que estou envolvido no meio desta malha que nunca conseguirei compreender por mais que tente e por mais que consiga compreender. Tenho momentos melhores e piores. Tenho alegrias e tristezas. Compreendo que tudo tem que mudar, mas tenho medo de não conseguir acompanhar essa mudança, apesar de tender a aceitar que irei ficar para trás a pouco e pouco em coisas que queria que durassem mais tempo. Compreendo que estamos sós no meio da ilusão da vida, eu sinto-me como tal. As ligações humanas são fantásticas e é bom conhecer pessoas que nos complementam, mas este mundo é mesmo estranho, por vezes as pessoas são estranhas e isso é bom, mas por vezes são estranhas e isso é mau. As pessoas falam que é necessário proteger o mundo, para o futuro das gerações, mas ninguém abdica de ser um motor das causas de destruição, ninguém quer abdicar do conforto que tem. A vida é estranha, a cultura que os homens têm é estranha, eles lutam entre eles, querem ser donos do conhecimento e ser os maiores e dominar os outros. A vida é mesmo estranha. Eu também sou assim, nasci no meio dos homens e sou de carne e osso como eles, sou um humano, sou um ser vivo desta terra. Eu quero ter conforto, e não quero abdicar desse conforto se isso for imprescindível para a minha sobrevivência, eu preciso de conforto para poder viver mais tempo. A sobrevivência é pelo que lutamos por mais avançada que seja a nossa cultura ou a nossa mente. Queremos influenciar os outros, ter um poder de os por a trabalhar para nós de sermos os detentores da sabedoria, do que faz girar todo este Universo. As pessoas, na verdade não constroem somente, elas destroem muito mais e exploram e gastam e desgastam este mundo de uma maneira sem controlo, gastam esta terra que é de todos, mas é a sobrevivência e o gosto por ir sempre mais alem que provoca o impulso de continuar a gastar sem reciclar e a querer viver tudo numa vida. O que as pessoas hoje em dia procuram, talvez como sempre procuraram foi cultivar a personalidade, a influência, o conhecimento do mundo, a beleza. A ilusão que se cria do mundo hoje é enorme. As pessoas vão atrás umas das outras. Muitas pessoas precisam de ser guiadas, mas como sabemos quem nos pode conduzir bem e se há um caminho correcto? Ou se simplesmente o nosso caminho é o correcto, seja ele qual for? O sofrimento é pungente, mas inerente ao homem, mas eu não vou pagar por aqueles que querem fazer mal a eles próprios, eu não quero fazer-me sofrer mais do que o sofrimento que o destino me faz ter. Eu quero bem-estar e preservação do ambiente que me envolve. Mas tudo isto que digo é tão relativo, as coisas são tão estranhas, a vida não nos diz claramente o que é certo ou não, e sou tão perene para compreender tais coisas. As coisas repetem-se vezes e vezes sem fim, a história repete-se vezes e vezes sem conta na nossa memória, só assim conseguimos preservar as memórias do conhecimento. Quantas coisas não repetimos sem nos darmos conta, quantas coisas sem fim. O homem quer mais e mais sem fim, sem conseguir parar, é compulsivo. Estamos num mundo dos direitos humanos, onde esses direitos não chegam a todos, porque apenas alguns os sabem reivindicar. Como gostaríamos de voltar para a inocência, como gostaríamos de reviver o clímax, o auge do prazer sentido, a genuidade da vida que parece perdida e a tentamos encontrar novamente. Porque tem de ser tais momentos passageiros e não podem durar bastante mais? De que adianta a rebelião destrutiva que nasce em certos homens, porque não são eles clarividentes para terem uma rebelião construtiva? O mundo teve um princípio e vai ter um fim por mais que queiram suster este mundo muitos, como eu. O mundo é para se usar, se bem que havia de ser usado em respeito por todos. Mas as pessoas não compreendem, as pessoas … eu não compreendo por vezes, e outras vezes pareço compreender. Já não cimentamos valores e amizades, o mundo tende a diluir-se. Toda proximidade das pessoas, a pertença a um grupo tende a diluir-se numa idade de solidão que não tem de ser propriamente de tristeza. Caminho inexoravelmente para o meu fim, caminho e não sei porque caminho, mas sei que tenho que caminhar. Caminho a leste, mas caminho, caminho só, mas continuo a caminhar, na fé de que há um Deus que me tem.

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