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Mais um alegre blog...?!

Enfeitado , disfarçando; traduzindo: as horas, o tempo que passa, inexorávelmente, e sentindo os sentidos da minha vida e de tudo e todos os que minha alma toca e abrange. Bem vindos a este meu Universo.

Mais um alegre blog...?!

Enfeitado , disfarçando; traduzindo: as horas, o tempo que passa, inexorávelmente, e sentindo os sentidos da minha vida e de tudo e todos os que minha alma toca e abrange. Bem vindos a este meu Universo.

Fugindo da escuridão [ainda /(e/ou)/ para sempre]

                                Eu vivi na escuridão, literalmente: Os meus primeiros dois quartos eram escuros, não tinham janelas para o exterior – nunca contei isto acerca da minha vida. Cresci, bastantes anos, demasiados e importantes anos, sem saber quando amanhecia, sem a alegria de ver os dias que chegavam, a chamar-me. Acordar era como entrar num pesadelo, mais ainda, quando, ainda para mais, em vez de encarar com a luz a entrar pelo meu quarto entrava um vulto com uma voz estridente e sem sensibilidade para me chamar, pelo menos normalmente, já que não fosse com calma ou com ânimo, de que tinha que enfrentar, ou melhor ‘Fazer isto aquilo ou aqueloutro’ em mais um dia. Na verdade eu deveria era ‘abraçar’ [esse devia ser o direito da minha pessoa enquanto criança] e não ‘enfrentar’ mais um dia, estando eu na idade em que estava. Dou comigo por vezes a lembrar-me, vivamente, desses sentimentos que me assolavam e a compreender o que sinto e sou hoje, desses sentimentos que fazem parte de mim, em grande parte, ainda hoje. Assim, ainda continuo com as mesmas questões da altura: porque tende o mundo a fugir de mim, a calma, o que há de belo e a liberdade? E porque tende a depressão, a tristeza, a melancolia, a fraqueza de espirito a perseguir-me? Porque me persegue a escuridão? A minha contrariedade é grande, e é grande a quantidade dos meus desejos frustrados. Dei por mim, neste ultimo ano, a descobrir mais mundo através da internet, a descobrir muita da luz que me envolve, a natureza do resto do mundo que não conhecia, um grande resto do mundo natural que eu defendia sem nunca o ter visto, e tenho visto muito do social. Com isto tudo busco a luz do bem-estar da minha vida, mas, sinto que tudo me foge muito mais rapidamente também. Trabalhei aproximadamente 10 anos de noite. Até essa altura, que comecei a trabalhar de noite, a minha situação era má, para não dizer de ‘prognóstico’ péssimo: Eu não tinha grandes expectativas nem sabia por onde sair da situação em que estava; com muito pouco dinheiro e sem saber o que fazer para conseguir ganhar a vida, dada a situação de saúde mental em que me encontrava; foram anos difíceis, pelo menos os primeiros 3 anos que se seguiram. E assim, mais uma vez, quando comecei a trabalhar de noite, a escuridão me envolveu, mais uma vez eu senti que estava só no mundo e que estava como um barco à deriva em alto mar, e me fez querer que sou um ser solitário; desta vez eu poderia apreciar o nascer do dia que tanto tinha perdido na minha vida, mas, na verdade, eu não o apreciaria porque o dever de cumprir o meu trabalho não me deixava lugar para ter as minhas sensações, eu tinha que ganhar dinheiro, eu tinha de aguentar todos os nervos que me consumiam, eu tinha que aguentar [pensei que explodiria de tão louco estar, além da loucura que já tinha], não podia pensar em bem-estar, de ver os amanheceres calmamente, que estavam defronte a meus olhos; ‘Que será de mim? Aguentar-me-ei muito mais tempo aqui? Que farei se não me aguentar aqui (?), irei caminhar erroneamente para sempre, decerto…(?)’. Até que nos últimos anos (talvez os últimos 4) eu os pude apreciar, os diferentes amanheceres que se mostravam em toda a sua beleza, já com mais calma, algo em mim mudou, idealmente e fisiologicamente. Pensando agora nessas noites, em que tudo toma um movimento diferente, e provoca uma maneira de sentir diferente nas pessoas (julgo assim pela maneira como eu senti), uma acalmia, uma alucinação, que me levou a aprender o que nunca julguei aprender na vida. Durante esse tempo eu li, li muito; Eu pensei e reflecti, muito; eu me compreendi, e muito. E, ainda assim, apesar da compreensão, da acalmia etc, não aprendi a ganhar dinheiro na vida activamente, a virar meus pensamentos para a economia e subsistência; A minha subsistência não está periclitante a curto prazo, mas a um médio - longo prazo ela poderá estar seriamente em causa. Estou a envelhecer, tenho medo de perder ou de não conseguir aguentar o espirito de juventude que gostava de continuar a ter, os hábitos de ouvir música, ver um filme, mas ao mesmo tempo tenho que fazer algo para que não entre em miséria um dia, não posso perder tempo só a olhar para o computador, a curtir a música e as belas imagens, tenho que ser produtivo e ganhar com isso. E eu não estou bom, estou melhor, apenas, e tudo isto que digo é relativo.

                            As minhas dificuldades sociais sucedem-se.  O tempo passa e eu fico a perder no que diz respeito à sociabilização, mesmo este tempo de escrita me parece perdido por vezes como se fosse um monólogo fútil. Desabafo aqui e não me adianta, mas pelo menos ‘lanço as sementes ao vento’. Nestes dez anos de trabalho nocturno eu senti uma força estranha que me fez evoluir e compreender a um ritmo que julgo estar a perder ao longo deste último meio ano. As sensações que tive nestes dez anos de vivacidade sentimental foram as mais díspares, diversas e com intensidades variadas, com os horários de sono diurnos, quando trabalhava, e quando de folga, tudo se mesclava entre o cansaço, a troca de sono e de regime e horário alimentar; os sentidos tomavam e captavam novas sensações as quais eu tentava compreender; a música acompanhou-me neste tempo todo: houve a redescoberta das músicas que me marcaram enquanto jovem e a entrada no ‘mundo’ dos novos sons que a rádio me ‘servia’ no dia- a -dia, coisa que tende a desaparecer [terei eu começado já a decadência?]. A minha memória funciona de uma maneira que não se adequa a ambientes sociais complexos, e até minimamente complexos. A maneira como o meu cérebro interpreta as coisas até pode ser válido [em certas situações], e a mim parece-me que é, mas não é adequado às interacções sociais que diria que são normais, e adequado à sobrevivência económica. Eu provoco o meu afastamento dos outros; num mundo de expressão como é o nosso eu sou inexpressivo e mal-entendido quando tento me exprimir, eu sou diferente e não aceite, não compreendido. Eu não domino o que me envolve de modo a eu me adaptar ao que me envolve e o que me envolve se adaptar a mim. Eu vivo na incoerência do agir, ao contrário da norma, eu fujo dela e a vejo do lado de fora, eu os vejo interagir e com surpresa não me identifico com eles, e, eles me marginalizam, porque não querem compreender a escuridão.

Desconforto a ultrapassar, satisfação a atingir

             Não sei por que motivo eu sou quem sou e sinto como sinto. Não sei qual o sentido da evolução, quer pessoal quer de uma maneira geral, nem do caminho rumo a uma utopia – a perfeição- Não sei para que aprendemos, se isso que aprendemos nos faz sofrer; porque tem de ser assim tudo? Escondo-me atrás destas palavras na esperança de fazer minorar a minha dor da existência que me atormenta, a tensão emocional que me acompanha, os medos, mas ainda mais, o grande stress de não poder ter calma em grupo, num conjunto de pessoas, de compreender as coisas e a situação, o que as pessoas dizem, o ideal partilhado, de saber quem sou e como estar e proceder nesse mesmo grupo e também de partilhar os sentimentos de determinados momentos e situações, de ter a minha personalidade e de não me auto- comiserar, de não sentir que estou a agir mal, simplesmente agir naturalmente, sem as emoções da dessicronia. Sinto-me tão só (!) com esta intensidade de sentimentos, com este ser único e isolado, com esta fome de harmonia de emoções que temo nunca mais ser satisfeita, tendendo mais para o isolamento. Compreendo tudo o que me fez chegar aqui, e cada vez mais, mas aquilo que não desenvolvi no tempo próprio receio que não irei desenvolver mais, embora a fé de que tempos melhores virão me fazerem mover, talvez a ilusão do sonho me mantenha suportado, talvez a sede de justiça me ampare. Por onde quer que vá e esteja o peso da maneira como me exprimo [ou melhor talvez, a apatia e inexpressividade, o desconforto] cai sobre mim; vejo nos outros, que quer num curto espaço de tempo, mas mais ainda à medida que o tempo de convívio se vai prolongando, a minha influência negativa neles e a maneira de pena com que me tratam umas vezes, outras com gozo, outras com solidariedade manifestando a resposta à minha ansiedade e pânico do mesmo modo, que por sua vez me faz crescer a minha ansiedade e pânico ainda mais porque queria dar-me normalmente, não ser a fonte de toda a desordem, de todo o descontrolo. É óbvio que as pessoas vão criando sempre mais distância, cada vez mais, à medida que o tempo passa, nem que por vezes pareça o contrário, é uma maneira natural das pessoas o facto de se afastarem daquilo que causa desconforto, o meu desconforto neste caso, de que tanto falo e me atormenta. Uma pessoa em descontrolo pode por em perigo a sua vida ou pelo menos a sua qualidade de vida, a maneira como se sente a vida também, quer num curto espaço de tempo quer num longo período de tempo, assim tem sido comigo, compreendo isso. Sonho em quebrar as amarras que me envolvem desde sempre, no dia em que serei livre. O saber tanto e não poder dar nem ter dado vazão, expressão, a tudo isso que sentia e sinto tem-me cada vez mais sufocado, e não sei como me posso equilibrar e partilhar das emoções das pessoas que me envolvem com sentimento de satisfação, sem qualquer desconfiança, sem ver maldade, ou pensar que existe maldade na maneira como me tratam, como me fez quem me devia amar mais, uma pessoa tão vã, manipuladora, simulada, egoísta e egocêntrico, que prejudicou a criança que eu era e possivelmente até ao fim dos meus dias. Ele me fez e faz desconfiar do amor na família e de outras pessoas para comigo. Ele me retirou a capacidade de reacção, e quero querer fortemente que não foi só porque eu que nasci assim, tímido e reservado, ele deu cabo da minha mente e continua a dar, aquele que me deu a vida.            

            Como estar normal numa situação de convívio? Temo que enquanto continuar concentrado nestas questões todas e não as abandonar, a pensar nisto tudo que me influência sem ter capacidade de esquecer e agir ou reagir, não vou melhorar os meus sentimentos e logo as emoções; mas também é verdade que não as pude abandonar [abandonar toda esta maneira de sentir e ser] porque se tivesse feito isso, e se não fosse assim, eu, neste momento, não me compreenderia, e estaria mais perdido, esquecido de toda a fonte ou de qual a verdadeira fonte ou fontes do meu mal, pois, talvez não haja só uma fonte, e não teria sido capaz de lutar contra elas da maneira silenciosa que luto. Anseio pela independência, por agir de acordo com os meus ideais, sentir-me normalmente satisfeito.  

Entusiasmado

                Por vezes entusiasmo-me por mim próprio, em mim próprio. Sei que o que sinto e vejo é magnífico. No entanto, fui educado e cresci com a forte convicção de que a prudência é nossa [minha] amiga e joga a nosso [meu] favor. Já o que faço [exprimo] é extremamente limitado, tanto em trabalhos manuais como em expressividade de outro tipo, e isso torna-me imensamente inseguro, não acreditando em mim próprio e fazendo-me sentir como um incapacitado muitas vezes – sei que sou exigente comigo próprio e isso contribui para que eu me sinta desanimado facilmente quando não vejo resultados bons na minha acção. Tento há já muito tempo [há anos] concretizar, especificar, aquilo que me faz um profundo atrito, aquilo que me trava e não me deixa evoluir. Pensei a certa altura, há uns anos atrás, que não conseguiria jamais identificar, restringir e particularizar, aquilo que eram o meus problemas, tal era o meu estado e a quantidade de problemas que me atormentavam. Felizmente, agora, me parece que tal situação melhorou imenso: aprendi tanto nestes últimos anos (!); vi coisas que nunca pensei vir a ver (!); exprimi-me como nunca pensei mais que me exprimiria, em particular, aqui neste blog; fiz coisas e relacionei-me com pessoas de um modo que nunca mais pensei que iria fazer, apesar dos meus, ainda, grandes handicaps (dificuldades) sociais – que talvez nunca acabem, mas vejo que também a culpa é da dificuldade em se entender com os outros devidos a imensos motivos que não só estão em mim, mas em grande parte nos outros, agora vejo isso; Sem dúvida eu mudei (!) e todos aquele problemas que me atormentavam e pareciam imensos e impossíveis de particularizar para os poder ‘atacar’, eu os defini e separei em grande parte, para minha admiração. Assim também, neste momento, vejo e compreendo porque muita gente continua frustrada na vida, a zangarem-se com quem não tem culpa nenhuma dos seus problemas, com quem quer, até, ser seu amigo, a fazer perdurar o seu desequilíbrio; e isto acontece porque as pessoas perdem a noção, ou não identificam [porque não conseguem identificar ou porque não conseguem lutar contra o motivo de todo o desequilíbrio em suas vidas] o causador ou a causa de origem de todos os seus problemas, e não lutam contra essa causa ou causas – eu andava assim(…). - [Penso, ‘talvez eu seja um sortudo’] - Por exemplo, no meu caso eu vi que o meu pai é o grande causador de todos os meus problemas da minha vida, apesar de ser ele quem me deu os pontos de referência para muita coisa de quem eu sou, e ainda me dá; muito resumidamente: suas atitudes para comigo ao longo da minha vida, sua maneira de ser para comigo, sua personalidade controladora algo mais ainda que eu não conseguirei dizer agora ou por poucas palavras, todas aquelas coisas que eu compreendi e associei em minha mente, eu as fui destrinçando e destrinçando aquilo que meu pai é e a maneira como ele, com tudo o que ele é, me foi afectando ao longo da minha vida, e me fez andar errático; além disso, eu associei tudo isso no ambiente familiar que me cerca, entre os quais a maneira como os meus irmãos são e agem e em relação com a atitude e maneira de ser da minha mãe também; e posso dizer que cheguei a conclusões que fazem todo o sentido até porque as constato in loco, no momento real e presente da minha vida e isso serve-me de referência no modo como hei-de de agir perante as minhas adversidades. Seja ou tenha sido tudo como foi, o tempo é unívoco, e pais e famílias só temos uma, e eu tenho uma e fico contente por isso, ao contrário de muitos que andam perdidos sem referências e sem compreender o porquê de suas vidas serem como são. O ponto principal de tudo isto é que eu compreendo a minha vida e isso me faz viver, apesar das dificuldades; não consigo enxergar um mundo sem dificuldades, e tudo o que se passou na minha vida me transformou no ser tímido, inteligente, magnífico, maravilhado, agradecido, que eu sou. As dificuldades são assim, muitas vezes incompreensíveis no momento nas quais as estamos a vivenciar, mas que trazem o fruto mais saboroso no fim de tudo, e a sensação de ter vivido e ter usufruído do prazer de viver é algo de indefinivelmente belo. É certo que cada vez mais o mundo me foge, o tempo quer levar toda a potencialidade existente em mim, sei que um dia será pior, mas quero acreditar que serei um ser cada vez mais conformado há medida que tal acontecer e ainda mais agradecido por tudo o que foi a minha vida, pelo menos eu posso dizer, eu vivi, eu tive uma vida, cheia de plenitude.    

Um complô dificil de entender

      Não vejo a face que está do outro lado. Procuro-a, mas não a encontro. Há um vazio entre esta diferença abismal do que sinto e sou capaz de compreender e do que sou capaz de fazer. Acredito que compreendo (isto tudo que sinto é compreensão, só pode ser), mas não posso ou consigo dizê-lo, sou incapaz. E porquê? Talvez eu esteja preso perante a imensidade, talvez porque o mundo que me envolve me tende a sentir perdido; Talvez seja eu que sou tão pequeno para fazer e tão grande para ver, ínfimo no ser físico e na capacidade de executar e vasto no sentimento interior e faculdade de sentir e analisar; Talvez porque eu esteja virado mais para o interior do que para o exterior; talvez porque eu absorvo mais do que o meu organismo desde sempre ou algum dia poderá construir ou exprimir. Exprimir-me é como uma doença, não me deixaram [o mundo que me rodeia: os meus pais, a minha cultura e cultura dos que me rodeiam] desenvolver a capacidade de expressão, além de que, conseguir ver toda a minha trajectória de vida na minha mente e nos meus sentimentos [como sou capaz de ver e sentir], até aos dias em que estou, saber o que me afecta e não ter a capacidade suficiente de ultrapassar todos os obstáculos, é a causa de uma doença, conformada nos limites da esperança de que dias melhores ainda virão, e que haverá sempre dias menos maus e mesmo bons, de sentimentos positivos, de sentimento de liberdade enquanto tal não se der. Lutar contra todo este atrito de expressão é como lutar contra a pequenez a que a minha vida me quer votar, a indiferença do mundo perante mim. Não consigo medir o meu alcance, o alcance das minhas acções, de todo o meu ser em contacto com o mundo [mundo esse que é o que sei e conheço], pelo menos de uma maneira concreta e objectiva, conseguindo no entanto ver a subjectividade das minhas acções.

 

Perseguindo a luz.

 

Estou constantemente atrás daquilo que quero ser. E mesmo sem me aperceber, sou-o, desta maneira. Ando constantemente nas nuvens na finalidade de tocar os céus, de tocar aquele azul imenso que me inspira e me eleva a alma. E a tal altitude eu vejo o que me envolve, a imensidão do que me envolve. Mas quero atingir o sol. Quero chegar àquela estrela que está mais além e me fascina. Quero acelerar, mas ao mesmo tempo tenho medo. Prefiro ir sempre um passo atrás, pelo menos. Não gosto de me adiantar, mesmo que tivesse meios para tal. Não quero perder as sensações, mas também não quero ser possuído por elas, e, no entanto continuo a perseguir a luz. Quero sentir-me seguro, mas não quero cair na apatia e no vazio, por isso persigo a luz. Queria exprimir o que sinto de uma maneira que fosse perceptível. Mas o que sinto não é facilmente perceptível. O que sinto não é facilmente dizível. O que sinto é uma caixa de Pandora. O que sinto é puro ouro jamais encontrado. E continuo na senda da luz, na esperança de algo faça sentido. ‘Sentido’, um conceito criado pelo homem, para simplesmente dizer que a direcção, do que quer que seja, que exista fisicamente ou idealmente, é o fim – ‘do pó viemos e ao pó havemos de voltar’ -. E tenho uma paciência de Jó na busca dessa luz que me ultrapassa. Vejo o que mais ninguém vê, desta maneira, destas perspectivas que é pouco provável que vejais. Meu coração estremece cada vez mais, a dor agudiza-se e nada nem ninguém deste mundo consegue mudar aquilo que em mim se criou e a maneira como me criei. No entanto, eu amo e continuo perseguindo a luz que me ilumina, mesmo sabendo que poderei nunca alcançá-la. Neste mundo, hoje como sempre, salve-se quem puder. Peçam à sorte para que a vossa vida seja bem – aventurada. Eu só posso pedir por mim, porque posso muito pouco, porque sou um simples humano e não um deus. Já me esgotei a pedir por quem não conhecia, pensando que isso era bom, e, parece-me, isso foi indiferente, visto destas perspectivas com que agora vejo, mas talvez não possa dizer que foi uma perca de tempo, afinal foi a minha vida passada que não posso negar e esquecer. As vozes e o tipo de pensamento que fluem das escrituras perseguem-me, a sensação de Deus está sempre comigo mesmo que a tente negar. O que sinto está bem escondido e não se quer mostrar. Sou tão influenciado pelo que leio que talvez fosse melhor não ler. Talvez devesse apenas pensar e nem manifestar-me. Mas não, um homem não se pode deixar apagar, e ‘o caminho é para a frente’, nada volta ao que já um dia foi. Sei que a nossa energia não é infinita assim como a energia do que provoca a luz, tudo tem o seu tempo de duração. E assim me deixo abater com facilidade. Sinto o fim, como se estivesse próximo. Não sei se é a estas sensações que eu deveria dizer ‘viver cada dia como se fosse o último’. E escrevo, simplesmente para falar, porque falar faz parte do homem, e, para quem sabe escrever, deve-se escrever para não se esquecer do que isso é, e esquecer-se de quem se é o que se anda aqui, neste mundo, a fazer. Escrevo para deixar um trilho por onde possa voltar se me sentir perdido, para saber quem sou, um dia, quando o Alzheimer quiser tomar conta de mim, se bem que sinto, sinto intensamente, que não irei chegar ao limite que desejaria encontrar. Simplesmente sinto-me a definhar. Sinto que o tempo me ultrapassa e o espaço deixa de ser suficiente para mim. Imagino constantemente o limiar da vida, o momento último da existência, a linha que divide a existência do espírito neste corpo com uma outra existência que será diferente da que a agora usufruo, pedaços de mim que irão fazer parte daqui e dali no Universo enquanto ele existir, nalgum tempo, nalgum lugar, onde quer que seja. Será que devemos viver com ‘o fim’ sempre em vista para que possamos viver cada dia como se fosse o último? Eu vivo, mas isso é desgastante, retira muita energia que deveria ser investida de outra maneira, mas não pode ser de outro modo, sei-o. E sei que não é o fim que é o pior, que nos gera frustração, pior do que o fim e o que nos gera frustração e atrito em nós, em mim (em particular) é a sensação de que passámos o tempo a perder sempre um jogo, oportunidades, ou o que quer que seja, que devíamos ter conquistado para a nossa realização e termos consciência que não conseguimos. Realmente estou dessintonizado e dessincronizado com o mundo, muito provavelmente desde que nasci, ou talvez desde que fui concebido. Vejo e oiço, nas minhas reflexões, aqueles que me dirigem a palavra e que perturbam a minha caminhada na perseguição da luz, aqueles que me dizem coisa do tipo que eu ‘não era esperado’, como se eu não pudesse ser amado. Abomino todos estes seres que assim o dizem, eles estão a mais neste mundo e não eu. E mesmo que eu os abomine, isso não os matará, se bem que mereciam o sofrimento de setenta vezes o sofrimento que eu sinto. Para mim o tempo é escasso, e isso deveria servir-me de consolo como já um dia senti. Talvez eu não seja mais o mesmo, tenho uma nova vida, e alem disso sei quem fui, simplesmente sei quem fui, o que me torna num perito em se ser quem se é. Os sentimentos são altivos, o bem acima de tudo. E personificamos aquilo que sentimos. Mas também somos dissimuladores. Dissimulamos o que sentimos. Sejamos quem formos, seja eu quem for, estejamos onde quer que estejamos, esteja eu onde quer que esteja, o objectivo está sempre à frente, no agora e no depois, e nunca atrás, naquilo que não se pode recuperar. A luz nos iluminará até ao fim, assim seja, a luz me iluminará até ao fim, assim é. ' It is not my time '.

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