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Mais um alegre blog...?!

Enfeitado , disfarçando; traduzindo: as horas, o tempo que passa, inexorávelmente, e sentindo os sentidos da minha vida e de tudo e todos os que minha alma toca e abrange. Bem vindos a este meu Universo.

Mais um alegre blog...?!

Enfeitado , disfarçando; traduzindo: as horas, o tempo que passa, inexorávelmente, e sentindo os sentidos da minha vida e de tudo e todos os que minha alma toca e abrange. Bem vindos a este meu Universo.

Eu não quero

           

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Eu não quero chorar pelo que passou de mau na minha vida, pelo que perdi, pelas frustrações que tive e tenho, isso também faz parte da vida de muita gente, é certo. Há muita gente em situações bem mais difíceis do que a minha ou de outros como eu, há uma incomensurabilidade de situações das pessoas no mundo para a qual eu não tenho resposta (nem outros a terão, apesar de querer sempre dizer que é por isto ou por aquilo, querendo nós todos ser possuidores das respostas, muitas das vezes); Muitos estão mal, uns por culpa deles ou dos que os antecederam ou daqueles que os rodeiam, ainda; outros não conseguem compreender o porquê de tudo se passar nas suas vidas tal como se passa. Se existe uma justiça, tantas vezes já aclamada por mim neste blog, num pensamento metafísico, em que as coisas acontecem por um motivo muito superior a nós, decerto tudo está no bom caminho, todas as vidas não serão em vão, todo o sofrimento faz sentido, o que não estará acontecendo se tal vontade não existir; A mim custa-me imenso pensar que tudo o que acontece é mero acaso, que existem simplesmente coincidências, sorte. De algum modo hei de recordar todos os bons momentos, todas as boas sensações que tive para fazer forçar as más ir para de trás das costas; Ainda, quiçá, muitas más recordações e sensações foram lições para o que sei hoje de bom, aceito isso, e continua a ser assim, só tenho de aceitar e alegrar-me por isso ser assim. Não sou hábil, é certo, sobretudo em exprimir-me, quer seja fisicamente quer seja verbalmente, não tenho arte, não tenho habilidades mentais que me permitam ser um ‘chico-esperto’, um especialista no que quer que seja; Talvez me deva considerar possuidor de um espírito diferente; Diferente, porque assim tem de ser, dado a minha fisiologia e psíquico. Eu acomodo muito em mim sem extravasar. As dificuldades psicológicas são muitas, sempre o foram, com a diferença de que agora eu vejo muito mais lá, eu vejo de maneira diferente, eu vejo o que não pensava vir a ver um dia, eu sei que há algo com que sempre sonhei e que se torna realidade, eu desejo que assim seja. Eu esforço-me para continuar a viver, porque afinal ainda tenho momentos de paz. Sigo envolvido na ilusão da internet que veio para complementar muitas pessoas e que para mim foi uma necessidade de evasão da solidão, tal como para muitas outras pessoas, diria mesmo que foi uma salvação em muitos aspetos, foi uma ilusão que me ajudou a animar do desânimo em que me encontrava; foi também, quando não mais, uma distração. Não quero construir castelos na areia, se bem que temo que o faça, mas assim tem que ser, pelo menos preencho o meu tempo. E não podemos desistir, quem vai por bem tem que ter ânimo. Decerto as pessoas são todas diferentes, eu sou diferente e em imensos aspetos da vida não posso competir com outras pessoas na vida real; Muita dessas pessoas vivem não querendo compreender ou pelo menos tolerar quem é diferente, e tanto pode acontecer com estranhos como entre família; a inteligência é curta e a sabedoria diminuta, no entanto vencem o valor da economia, do dinheiro, um mundo onde não consigo vingar, sem nunca me ter faltado o essencial. É certo que somos seres emocionais, que as relações ‘ao vivo’ requerem muita segurança de quem somos, capacidade de estar naqueles momentos em que estamos a viver, onde entram vontades, costumes, maneiras de ser, culturas e mais; E aí temos que reagir, não podemos parar para pensar como o fazemos ao escrever, calmamente; Tudo pode correr bem se conseguirmos ir ao sabor do momento ou tudo pode descambar se as pessoas não interagirem, se o atrito se instalar; O medo descamba, a irracionalidade toma conta do momento quando as emoções fluem e falam mais alto, quando a mente deixa de funcionar corretamente. Pessoalmente, sei que poderei ver melhor as coisas, agora, os obstáculos no meu caminho, mas não sei até que ponto os poderei transpor. Tentei seguir o ideal da perfeição, extravasei todos os meus limites para estar aqui agora. No entanto, nunca ouvi dizer que ‘fizeste bem’ quando estava certo, um reforço positivo, de quem me devia dizer que realmente estava bem, quando estava bem, porque na verdade nunca nada está bem para quem não se digna de dizer que está bem, quando está bem, só por querer rebaixar o outro, nesse sentimento egoísta de superioridade; O orgulhoso, quem é ínfimo e simplesmente uma pessoa como as outras, o egoísta, controlador, destrói quem devia amar, destrói a sua própria memória. Ninguém pode suportar erros dos outros; A empatia, tolerância, solidariedade, assim como o perdão só fazem sentido para quem compreende a situação dos outros, desvalorizou um erro alheio sem intenção e esse ‘alheio’ aceitou a mão amiga, se arrependeu. Apesar de ter a consciência limpa, de sentir que sou uma pessoa que tende para o bem e para a pureza, dentro do possível, inquieta-me profundamente a alma saber que tanta gente no mundo escolhe o mal voluntariamente, praticam o mal conscientemente e prazenteiramente; Tenho muito medo dessa gente de mal. Apesar de tudo eu não vou chorar, vou acreditar que vou superar as dificuldades, de algum modo, vou ter mais dias de bem-estar, certamente, nem que sejam simplesmente dias ilusórios.

A instabilidade das incertezas

            No momento em que escrevo não me sinto bem, nem sei que hei-de dizer ao certo. Na verdade, sinto que algo quer que eu me cale para sempre [ou que, simplesmente, não diga e viva silenciado], algo como seja uma multiplicidade de variáveis, coisas que eu não consigo definir ou talvez não deva definir. O meu ser orgânico não está em paz, minhas hormonas não devem andar bem, minha mente está perturbada. A minha expressão não é manifestada como deve de ser, minha interacção com o mundo social tende a ser incoerente, talvez mesmo entrópica, sinto-me a decair sem a satisfação normal de ter vivido. Acho que compreendo as coisas, mas talvez seja só compreensão à minha maneira, sem conseguir explicar o que sinto, vejo e como compreendo. Sei que a minha consciência está num grau incomum, em que consigo sentir de uma maneira diferente da ‘normalidade’ dos outros, talvez. Tudo à minha volta tende a querer encaminhar-me por um caminho que eu tento evitar em que eu não consigo perceber o porquê disso. No fundo continuo fechado em mim próprio, com uma consciência da vida muito particular, muito própria, a não conseguir interagir com o mundo que me envolve de uma maneira normal, e o pior é que me sinto mal; sei que deve ser por esse ‘algo’ que não me sinto bem, essa causa que eu não consigo combater, esse aprisionamento do qual eu não consigo sair. Gostava que o mundo fosse à minha maneira, como uma criança que se acha a coisa mais importante e que o mundo todo gira à sua volta. Feliz ou infelizmente não passo, como talvez ninguém e cada um de nós passa, de uma pequena parte de um todo muito complexo e infindável, e, sendo assim, é tão bom quando encaixamos bem nesse todo, quando tudo corre de vento em popa, e é tão difícil quando estamos desajustados com esse sincronismo, quando o atrito é imenso e, aparentemente pelo menos, é incontornável ou não evitável. A minha mente tem-se expandido com a experiência, meu conhecimento tem aumentado enormemente, mas meu ser não consegue lidar com tamanha informação que provem de todos os lados, entra em desequilíbrio, facilmente. Não consigo entender porque as coisas são como são e se dão como se dão. Vejo o que me é mostrado sobre a guerra mundial, a 1ª ou a 2ª, e não entendo de onde vem a raiz do mal, mas também, mesmo, não consigo entender de onde vem a raiz do bem, em verdade não consigo entender porque tem de existir o paradoxo do bem e do mal em simultâneo. Tanto ser vivo, tanto ser humano morto em guerras sem uma causa que se perceba, e no entanto sentimos que temos que viver e morrer; Nós, homens, somos predadores e presas ao mesmo tempo. Porque tem de tudo ser assim? Parece que tudo se dá ao acaso, e isso não está de acordo com o que aprendi, de que havia um Deus, uma justiça, que dirigia o futuro deste mundo e do Universo, e não consigo livrar-me e aceitar que tudo é uma acaso, que o Universo joga-nos a seu bel-prazer, com uma insignificância atroz, e sem justiça, no sentido de que muitos de nós que agimos na tentativa de ser correctos e equilibrados neste mundo somos os que mais sofremos por causas que nos ultrapassam e que parece impossível de, algum dia, entender. Quero justiça na minha vida, peço-a ao desconhecido, a ‘algo’ que não percebo, ainda... Eu sinto que compreendo, mas este paradoxo de que ao mesmo tempo não compreendo, acompanha-me. Eu vivo, mas esta incerteza de vida, esta vida de sociedade em que o mal brota de onde menos se espera e que quer trazer a morte até nós, que nos quer ter cativos dele [do Mal], deita-nos abaixo até pensarmos que seremos injustiçados neste mundo e tudo foi em vão, alem de que põe em causa tudo o que existe e que faz parte do meu conhecimento, sendo que Deus nunca deveria ter sido um dado adquirido, mas um dado a tentar descobrir. A verdade é que tenho medo, a minha vida é cheia de medos e incertezas. 

O meu passado demanda o tempo futuro

                O tempo continua na demanda do infinito. Sem conseguir parar eu sigo no trilho que tenho seguido, talvez não possa escolher outro. Sinto o tempo que passei como uma brisa de ar, seria maravilhoso se eu pudesse sentir como senti o mundo e as pessoas, crescer com aquele poder infinito de ter um Universo pela frente, uma incomensurável possibilidade de ser quem queria ser. É um sentimento, ou melhor, são sentimentos tão extremos e complexos como complexo é o nosso mundo e a nossa vida e o Universo, que eu gostaria de transmitir. É maravilhoso interagir com o Universo exterior a mim, mas ainda não compreendo este sentimento de vazio e necessidade de constante procura de algo novo ou o redescobrir do que já foi descoberto. Já experimentei muita coisa, e no entanto pareço o ser humano mais ingénuo que jamais existiu à face da terra; melhor, afinal nem sei quem sou realmente. Nestas minhas andanças já partilhei e partilharam muitos sentimentos e emoções comigo, e tenho a clara noção de que fui impotente para que fizesse brilhar aquilo que sentia e que me faria transcender nesses momentos, fui fraco e era mais fraco do que a minha mente me dizia constantemente, [agora vejo o que podia e que não podia fazer e ser, mas se nesse ‘antigo tempo’ eu visse ‘o que não podia fazer’ eu não teria lutado e então eu nesta altura não seria quem sou, para não dizer ‘ninguém’, mas estaria muito aquém do que sou, seria um derrotado logo na partida, o que não aconteceu]; errei, não fui fluente nas minhas emoções com os amigos supostos, não fui agregador de sentimentos de coerência, senti medo e incapacidade e afugentei em lugar de me aproximar de pessoas, o medo estava comigo, e sei que isso ainda acontece hoje, por isso vivo nesta solidão, que não é tão grave quanto possa soar, pelo menos por agora. Vivo num mundo à parte, a querer voltar a ser adolescente e corrigir todo o mal feito, a querer viver segundo o meu desejo de viver, segundo aquilo em que acredito; no entanto dou por mim já a não corresponder às expectativas, a querer fazer coisas que não são as certas para este meu tempo, e tenho medo de me perder nas malhas de um tempo não recuperável e de uma mente confusa que me possa tomar de assalto (se é que não estou já nela), de perder mais e ser injustiçado, quando eu só quero viver em paz, com o necessário e ao contrário das forças que me têm puxado toda a minha vida para a mudez da minha boca [quero falar], para o medo e os mal-entendidos, para o aproximamento de coisas (pessoas, acontecimentos, conhecimentos) que não desejo na verdade. Sempre me fechei, e emudeci, na tentativa de me controlar, de entender o que se passa à minha volta. Com tudo o que passei psiquicamente sei que estou seriamente danificado, psíquica e psicologicamente, meus sentimentos e emoções não são normais, por mais que eu tente ser normal. Apetecia-me libertar, libertar e sentir uma força revigorante para mandar à merda a tudo o que não me dá o direito da liberdade de ser quem sou. Houve uma noite, entre tantas outras, faz tempo, estaria eu num dos momentos mais confusos da minha vida, então peguei no carro e fui dar uma volta, até um lugar perto e apreciar a noite para desanuviar, olhando as estrelas, além de que levei uma guitarra mesmo sem eu saber tocar guitarra. E eu toquei ao luar para as estrelas que me ouviam, decerto não havia ninguém por ali, num sítio que tão bem conheço, por isso a chacota deve ter passado ao lado; toquei magnificamente, pelo menos tentei fazer música, afugentar a dor de não compreender o porquê de eu não poder eu ser livre de me expressar. Além disso apeteceu-me gritar, e eu gritei bem alto, para tentar desentranhar tudo o que sentia preso dentro de mim. Mas não, não resolveu o problema fulcral da minha vida que ainda venho tentando compreender [talvez o de ser mal-amado; talvez o mundo não tenha compreensão para o meu amor]. Talvez algumas vezes tenha agido como um louco e me tenha sentido como tal, mesmo depois de ter feito o que fiz, mas vejo loucuras muito mais sérias a acontecer neste mundo, e eu se pudesse faria justiça a elas com toda a certeza. Mas não, tenho que viver escondido e calado, ninguém pode saber quem sou, porque isso seria o descalabro e eu não aguentaria ser quem sou. Como seria maravilhoso acordar um dia e ser livre para sempre, com o bem-estar dentro de mim e gozar e curtir esta vida como deve de ser, com uma memória renovada, com um desejo eterno de viver sem magoar e sem ser magoado mesmo nas situações em que se pode perder a cabeça. Já desejei o mais mal que se possa imaginar a este mundo [assim como já desejei de tudo que de melhor possa haver] e no entanto quem sou eu para ser atendido ao meu desejo e para que se faça a minha justiça (?). Será que tudo o que desejei irá alterar o mundo ou só me alterou a mim, e ainda por cima se ficam a rir de mim por ter desejado tais coisas, que eu pensava que eram boas.

                 O certo é que a noite tem sido minha companheira, companheira de solidão e ela me ajuda a compreender as coisas, quaisquer que elas sejam, mas eu não mudo, e sou um inadaptado do mundo social, sem ‘social skills’, a noite jamais me deu e jamais me dará aquilo que não posso ter de algum modo, enquanto algo não se resolver, a fonte do meu insucesso social. Falo como se houvesse uma harmonia social que eu tanto desejaria integrar. Mas a verdade é que a harmonia social que existe e que passa também não me convence, o mundo deteriora-se pela cegueira e egoísmo da riqueza que todos os seres humanos demandam, como se o dinheiro fosse um deus; isto é como as pessoas andarem a mexer em fogo junto da pólvora sem saber o que isso provocará, será o fim, as pessoas que não nascem com o sentido de amor pela vida, mal-amados poderão ser potenciais destruidores daquilo que não compreendem, além de que esses são guiados pelo desamor que é o que os faz mover; o falso conhecimento também está por toda a parte; E é do que acontece hoje em dia, ah! nada é com ninguém, todos têm os direitos ao bem-estar e mesmo quem está bem só tem é que usufruir e ser mais e mais consumidor do bem que existe, só a sua liberdade acima das dos outros e do bem comum, e usufruir da beleza comum que é o mundo e a sua também quando se aplica. Parece que já não acredito, como ainda tentam fazer passar, que ‘juntos podemos fazer muito bem’, que ‘juntos conseguiremos fazer um mundo melhor’; eu acho é que podemos fazer muito mal; ou então o melhor é fazer uma orgia global (!!!) que é o que se está ou se quer realmente fazer, e fornicar tudo, pronto, tá resolvido. Pergunto-me: Será mesmo este o caminho  para o fim? Cada vez menos a minha vida demanda o futuro, mas ainda a demanda, o que me diz que ainda terei um certo tempo de vida se os meus sentimentos estiverem correctos. Mas mais uma vez me pergunto a questão do porquê de tudo ser assim: vivemos e atingimos o esplendor, e ainda assim sempre seguimos insatisfeitos, pelo menos alguns como eu, que fui desancado do meu equilíbrio emocional, e tento descobrir as origens de como algo em mim me despoletou para ser quem sou e seguir o caminho que tenho seguido. Porque tudo tem de acabar? Porque não poderei acabar eu com o sentimento de ter vivido e feito obra? Como eu desejo acabar bem apesar de não me ter encaminhado bem (!).

Fugindo da escuridão [ainda /(e/ou)/ para sempre]

                                Eu vivi na escuridão, literalmente: Os meus primeiros dois quartos eram escuros, não tinham janelas para o exterior – nunca contei isto acerca da minha vida. Cresci, bastantes anos, demasiados e importantes anos, sem saber quando amanhecia, sem a alegria de ver os dias que chegavam, a chamar-me. Acordar era como entrar num pesadelo, mais ainda, quando, ainda para mais, em vez de encarar com a luz a entrar pelo meu quarto entrava um vulto com uma voz estridente e sem sensibilidade para me chamar, pelo menos normalmente, já que não fosse com calma ou com ânimo, de que tinha que enfrentar, ou melhor ‘Fazer isto aquilo ou aqueloutro’ em mais um dia. Na verdade eu deveria era ‘abraçar’ [esse devia ser o direito da minha pessoa enquanto criança] e não ‘enfrentar’ mais um dia, estando eu na idade em que estava. Dou comigo por vezes a lembrar-me, vivamente, desses sentimentos que me assolavam e a compreender o que sinto e sou hoje, desses sentimentos que fazem parte de mim, em grande parte, ainda hoje. Assim, ainda continuo com as mesmas questões da altura: porque tende o mundo a fugir de mim, a calma, o que há de belo e a liberdade? E porque tende a depressão, a tristeza, a melancolia, a fraqueza de espirito a perseguir-me? Porque me persegue a escuridão? A minha contrariedade é grande, e é grande a quantidade dos meus desejos frustrados. Dei por mim, neste ultimo ano, a descobrir mais mundo através da internet, a descobrir muita da luz que me envolve, a natureza do resto do mundo que não conhecia, um grande resto do mundo natural que eu defendia sem nunca o ter visto, e tenho visto muito do social. Com isto tudo busco a luz do bem-estar da minha vida, mas, sinto que tudo me foge muito mais rapidamente também. Trabalhei aproximadamente 10 anos de noite. Até essa altura, que comecei a trabalhar de noite, a minha situação era má, para não dizer de ‘prognóstico’ péssimo: Eu não tinha grandes expectativas nem sabia por onde sair da situação em que estava; com muito pouco dinheiro e sem saber o que fazer para conseguir ganhar a vida, dada a situação de saúde mental em que me encontrava; foram anos difíceis, pelo menos os primeiros 3 anos que se seguiram. E assim, mais uma vez, quando comecei a trabalhar de noite, a escuridão me envolveu, mais uma vez eu senti que estava só no mundo e que estava como um barco à deriva em alto mar, e me fez querer que sou um ser solitário; desta vez eu poderia apreciar o nascer do dia que tanto tinha perdido na minha vida, mas, na verdade, eu não o apreciaria porque o dever de cumprir o meu trabalho não me deixava lugar para ter as minhas sensações, eu tinha que ganhar dinheiro, eu tinha de aguentar todos os nervos que me consumiam, eu tinha que aguentar [pensei que explodiria de tão louco estar, além da loucura que já tinha], não podia pensar em bem-estar, de ver os amanheceres calmamente, que estavam defronte a meus olhos; ‘Que será de mim? Aguentar-me-ei muito mais tempo aqui? Que farei se não me aguentar aqui (?), irei caminhar erroneamente para sempre, decerto…(?)’. Até que nos últimos anos (talvez os últimos 4) eu os pude apreciar, os diferentes amanheceres que se mostravam em toda a sua beleza, já com mais calma, algo em mim mudou, idealmente e fisiologicamente. Pensando agora nessas noites, em que tudo toma um movimento diferente, e provoca uma maneira de sentir diferente nas pessoas (julgo assim pela maneira como eu senti), uma acalmia, uma alucinação, que me levou a aprender o que nunca julguei aprender na vida. Durante esse tempo eu li, li muito; Eu pensei e reflecti, muito; eu me compreendi, e muito. E, ainda assim, apesar da compreensão, da acalmia etc, não aprendi a ganhar dinheiro na vida activamente, a virar meus pensamentos para a economia e subsistência; A minha subsistência não está periclitante a curto prazo, mas a um médio - longo prazo ela poderá estar seriamente em causa. Estou a envelhecer, tenho medo de perder ou de não conseguir aguentar o espirito de juventude que gostava de continuar a ter, os hábitos de ouvir música, ver um filme, mas ao mesmo tempo tenho que fazer algo para que não entre em miséria um dia, não posso perder tempo só a olhar para o computador, a curtir a música e as belas imagens, tenho que ser produtivo e ganhar com isso. E eu não estou bom, estou melhor, apenas, e tudo isto que digo é relativo.

                            As minhas dificuldades sociais sucedem-se.  O tempo passa e eu fico a perder no que diz respeito à sociabilização, mesmo este tempo de escrita me parece perdido por vezes como se fosse um monólogo fútil. Desabafo aqui e não me adianta, mas pelo menos ‘lanço as sementes ao vento’. Nestes dez anos de trabalho nocturno eu senti uma força estranha que me fez evoluir e compreender a um ritmo que julgo estar a perder ao longo deste último meio ano. As sensações que tive nestes dez anos de vivacidade sentimental foram as mais díspares, diversas e com intensidades variadas, com os horários de sono diurnos, quando trabalhava, e quando de folga, tudo se mesclava entre o cansaço, a troca de sono e de regime e horário alimentar; os sentidos tomavam e captavam novas sensações as quais eu tentava compreender; a música acompanhou-me neste tempo todo: houve a redescoberta das músicas que me marcaram enquanto jovem e a entrada no ‘mundo’ dos novos sons que a rádio me ‘servia’ no dia- a -dia, coisa que tende a desaparecer [terei eu começado já a decadência?]. A minha memória funciona de uma maneira que não se adequa a ambientes sociais complexos, e até minimamente complexos. A maneira como o meu cérebro interpreta as coisas até pode ser válido [em certas situações], e a mim parece-me que é, mas não é adequado às interacções sociais que diria que são normais, e adequado à sobrevivência económica. Eu provoco o meu afastamento dos outros; num mundo de expressão como é o nosso eu sou inexpressivo e mal-entendido quando tento me exprimir, eu sou diferente e não aceite, não compreendido. Eu não domino o que me envolve de modo a eu me adaptar ao que me envolve e o que me envolve se adaptar a mim. Eu vivo na incoerência do agir, ao contrário da norma, eu fujo dela e a vejo do lado de fora, eu os vejo interagir e com surpresa não me identifico com eles, e, eles me marginalizam, porque não querem compreender a escuridão.

Sentimentos e emoções in loco

                Orgia de sentimentos. Significação das palavras. Abstracção. Emoções. Fascínio. Confusão. Para mim é errado que emoções provocam sentimentos, mas pelo contrário, tudo o que sentimos é o que manifestamos, e sim, sentimentos provocam emoções, tendo definição de ‘emoção’ a manifestação de algo, do sentimento, a expressão do sentimento. Define a wikipédia: << Emoção, é uma experiência subjectiva, associada ao temperamento, personalidade e motivação. A palavra em inglês 'emotion' deriva do francês ‘émouvoir’. Que é baseada do latim emovere, onde o 'e- (variante de ex-) significa 'fora' e movere significa 'movimento'.  O termo relacionado motivação é assim derivado de movere .>>. Torna-se óbvio que a palavra e o conceito de emoção significa algo dinâmico e ‘virado’ para fora’, portanto a ‘expressão do sentimento’ é dinâmica, é a emoção, que lhe dá vida, que a exprime. O que eu sinto faz parte daquele que eu sou e rege os meus passos em direcção a um objectivo, tornando tudo à volta diferente pela acção que nós provocamos à nossa volta pelo que sentimos, manifestado em emoções, e pelo que provoca em nós o exterior. A nossa própria acção é uma manifestação daquilo que sentimos, mesmo quando o resultado dessa acção seja um simples movimento, simples acção ou uma simples obra, e não propriamente artística ou algo complexo. O que sentimos faz parte de nós, temos sentimentos que vêm de mesmo antes de termos nascido. Quando choramos, quando isso não é fingido – e quando somos crianças temos menos capacidade em fingir - isso é uma manifestação de um sentimento, a dor, que pode ser física ou psicológica. Os sentimentos vão- se tornado complexos à medida que o tempo passa, e a nossa capacidade de expressão desses sentimentos, as emoções, diminuem, tendo assim mais autocontrolo sobre nós mesmos, cada vez mais, mas também somos cada vez mais incapazes de  nos exprimirmos com naturalidade e vigor físico. Mas o mais importante para mim é viver ainda o que tenho para viver, atirar com tudo o que de negativo se passa na minha vida e viver mais um pouco, desfrutar do breve despertar, do amanhecer e do entardecer, das transições do tempo, de tudo, com prazer. Quero usufruir um pouco mais deste meu viver, sentir e compreender, estudar e saber, mais, desinteressadamente, e com isso continuar contra a corrente que por vezes quer ser avassaladora que me quer destruir. Medo, talvez não tenha de morrer, apenas da injustiça, que no entanto não mudará o mundo como eu desejava, porque nenhum homem manda no todo, e tenho muito medo de não ser amado ou mal-amado, o que ainda pode ser pior. Para que querem viver as pessoas se não ligam aos sentimentos genuínos da sabedoria?! Da interessante possibilidade do conhecimento?! Querem ser salvas… e no entanto não pedem à sua vida, não dão pequenos passos para que essa vida mude, para melhor, simplesmente não fazem por isso. Pessoalmente, procurei a minha felicidade no outro, na outra pessoa, e não a encontro por tantas razões que eu sei e que sinto mas que não consigo traduzir em emoções. Não tendo encontrado essa felicidade devo desistir e ficar apático e triste para todo o sempre por isso? Não, não quero. Mas sei que não controlo tudo, talvez uma ínfima parte da  minha vida apenas, e que o imprevisível pode vir ao meu encontro. Sei que outros me podem fazer sentir mal e sem vontade de continuar como já fizeram, sei que a vida pode virar-se contra nós quando menos esperamos, retirando-nos quase totalmente o ar, pondo-nos como zumbis.

            É óbvio que sinto um certo rancor invejoso por aqueles que nasceram equilibrados, com felicidade neles, com sorte e com dinheiro suficiente, com poder conhecer as coisas sem que isso os perturbe a tal modo que tenham medo de trilhar seu caminho, equilibradamente bonitos, equilibrados nas suas acções, amados da maneira que são, que seguem um caminho calmo. É que eu nem consigo deixar aproximar ninguém de mim. Sinto isso, uma inveja de não ter seguido o mesmo tipo de caminho… de ser tão frágil e me quererem forte e que me manifeste como forte, quase que caindo no abismo, quase que sendo devorado pelos leões. Sinto inveja de não ter uma família muito mais inteligente ainda, mais tolerante, e no entanto a amo porque necessito dela, porque posso precisar de ajuda, porque podem precisar de mim, enfim, para que me possa compreender cada vez mais e quem sabe achar saídas. Acho mesmo, muito seriamente, que o meu nascimento foi um paradoxo, o qual eu gostaria de resolver se possível, mas pelo menos compreendê-lo ao máximo.  Porque vem até mim o que é negativo e não sou eu timoneiro do barco do meu destino?  Porque se riem de mim quando aprecio o nascer e o pôr-do-sol, quando transmito um sentimento a alguém ou por alguém? Sou mesmo sem jeito (…), um inábil emocionalmente. Eu só queria falar, para alguém que me entendesse, que fizesse o meu tipo, mas o meu tipo é tão estranho, compreendo, sei disso. Não nascemos para viver para todo o sempre como seres físicos, mas quem sabe se viverá o nosso espírito.  Quero ser capaz de… me sentir bem, eu mereço sentir-me bem, e só posso falar por mim…não posso defender o desconhecido, não posso confiar no incerto, mas mesmo quando estou só e perdido, e a vida me dá uma demonstração que mereço continuar, isso é belo. Mas sou homem, e terei um fim mesmo assim. Mas enquanto eu me recordar de quem eu fui, eu ainda serei eu. Não sei ainda porque não me querem, porque sigo eu este caminho, neste mundo comum.  Mas não quero ir, quero ter muito mais caminho a trilhar, e ver cair quem me queria ver cair, injustamente, isso seria justiça in loco.

Surpreendido com... o pensar e o respirar

      Deveria respirar melhor do que pensar, mas não, em mim é precisamente o contrário que acontece. Quando mergulho nos pensamentos, eles se apoderam de mim, e é com prazer que eu sinto isso quando nada ao meu redor me perturba. Absorvo-me de tal modo, muitas vezes em conversa, que tenho que fazer um esforço, grande, para acompanhar e compreender os pensamentos de quem me está a falar sobre qualquer coisa, quando me estão, precisamente, a dirigir a palavra e perco-me constantemente das ideias transmitidas, ouvindo palavras soltas que apanho apenas quando o meu pensamento me deixa, e muitas vezes (vezes de mais) meu ser entra em pânico quando não consegue compreender o que está a ser transmitido. É como que o meu tipo de pensar não acompanhasse o pensar de uma pessoa comum, de uma ideia que está a ser transmitida e é comum, e, pior ainda, quando são vários interlocutores, como se fosse para mim impossível ter os dois tipos de pensamento (consciente e inconsciente) ao mesmo tempo, como se o meu pensar íntimo e inconsciente tivesse sido tornado consciente e ocupasse o lugar do pensamento consciente que rege os cinco sentidos e de sentimentos imediatos, e que também rege uma mente direccionada. É um pensamento evasivo, o meu, já o disse mais vezes, e até compreendo em mim o porquê de eu me ter tornado assim - meu pai tem grande cota parte nesse problema, por falar de mais, erradamente e controladoramente tendo eu evadido o meu pensamento também ao estar com pessoas que falam de mais como ele; e também, consequentemente, por não me deixar pensar por mim próprio, não me ajudou de nenhum modo a tornar-me livre no pensamento e livre e equilibrado emocionalmente, pelo contrário reprimiu-me ainda mais, além da minha pré-disposição para ser introvertido, tendo-me tornado eu um estranho neste mundo: na maneira de senti-lo e na minha (In) capacidade de exprimir-me normalmente -, decerto sou uma pessoa incomum, que tenta fazer dos handicaps (as minhas desvantagens, os meus obstáculos e incapacidades), a força de viver, melhor, sobreviver com o mínimo de qualidade e transformá-los em vantagens. Assim me tornei ‘eu’, assim sou eu, agora, a compreender, sobretudo ‘quando estou na minha’, os conceitos mais profundos da vida e de tudo quanto existe e a perder-me no que deveria ser mais óbvio e que é mais comum: as relações humanas. Quando estamos numa conversa não podemos ser evasivos do momento e do que se está a falar, se queremos sentir-nos em sintonia com os locutores da conversa e de acordo com o contexto. Mas em mim, o pensamento inconsciente torna-se consciente e ocupa o lugar da minha atenção, e o pânico acontece perante tal incompreensão verbal e/ou do contexto social do que se está a passar. É assim que eu tenho vivido, com todas as dificuldades de quem tenta saber mais e mais - tentando ultrapassar todos os limites até não mais poder, saber o porquê de tudo isto me acontecer -, não tendo eu, pelo menos aparentemente, arcaboiço para aguentar com tudo o que quero levar para a frente, o que quero empreender na minha vida, mas surpreendendo-me a mim e em surpresa com tudo o que a minha vida me revela, dia após dia.

Fingir

    Não sei fingir. Toda a minha vida tenho enganado com a verdade, tem sido do tipo de ‘com a verdade te engano’. Bem, talvez não seja bem assim, mas a verdade é que sou muito mau fingidor. Depois de tantos anos nesta vida, ainda não percebi os meandros do entendimento humano que me envolve, pelo menos do entendimento visível, onde todo um esquema de atrocidade cultural tenta invadir os seres mais fechados, como eu (que absorve sem conseguir dar vazão ao que se forma, como que oprimido na expressão dos sentimentos: as emoções). Depois de todo este tempo ainda sou uma pessoa vulnerável neste mundo humano de conhecimento onde o fingimento corrói quem é ingénuo, onde grandes actores se divertem a fingir relações humanas que não têm nada a ver com alguns, muitos talvez (imagino), como eu. Ah, mas eu tenho algo do meu lado, talvez o definiria como um conhecimento sentimental profundo, conheço as leis que regem os sentimentos, e talvez sejam elas que têm jogado a meu favor para equilibrar a balança, entre a ingenuidade social e o desterro deste mundo (que este mundo me queria votar), afinal, aquilo a que se chama ‘sorte’ também joga a meu favor - yes! -. Nem que tudo isto que eu diga não seja verdade para muitos, mas, para mim, tem de ser. Vejo através deste mundo de economia que floresce cada vez mais e atropela as antigas leis da vida, onde os números são adorados, em especial por alguns, que querem o poder através deles, que não olham a meios para atingir seus fins. Deve haver uma ‘verdade’ a ser seguida pra sobreviver no meio disto e perpetuar-se nos tempos sem fim, tem de haver (!) - não consigo ver de outro modo a não ser desta maneira-, não posso negar que algo existe, de complexo, a gerir todas estas vida, em particular a minha, nesta minha vida no meio deste mundo, e que eu sinto à minha maneira, que a minha compreensão vai atingindo cada vez mais. Eu ganhei e, assim, tenho ‘vontade’ neste mundo, mas até que ponto sou livre de exercer esse meu ensejo?

Depois do amanhecer

     Mais um acordar, o dia já vai um pouco avançado, mas ainda há bastante mais para percorrer. Para mim tudo isto dos dias é confuso, no sentido de como se já não existisse o verdadeiro significado do dia e da noite, porque tudo tem novo significado para mim e tudo toma novos significados à medida que o tempo passa, baseado nos significados que algum dia já tiveram para mim. Mais um acordar em que não consigo demarcar-me daquilo que sou e que sinto; não consigo demarcar-me dos sentimentos em que cada vez mais estou envolvido, quer seja para ou bem, ou temo que, pelo pessimismo que me consome, para o mal. Tudo volta novamente a cada acordar, todas as alegrias passadas ainda permanecem na minha memória, mas, aquelas recordações que mais vêm ao meu pensamento são as menos boas e as más, sobretudo as que estão relacionadas com a insegurança que sinto de viver, o medo de viver, e as que se relacionam com a injustiça, sobretudo pessoal (mas também do mundo) e a eventual futura incapacidade de sobrevivência. Acordo constantemente com este pesadelo de me sentir uma pessoa incomunicável, também, neste mundo hodierno; sinto-me incapaz de comunicar, como se fosse eu o cúmulo da incomunicabilidade. Sinto-me tão incompreendido… de tal modo que tenho medo de dialogar com as pessoas porque não me faço entender, nem eu entendo os contextos que me envolvem, senão à minha maneira, alienado. Temo mesmo que ao escrever tudo isto que escrevo, na tentativa de comunicar (não sei com quem), todos estes meus receios, se agravem, porque o meu ser se rende ao que penso e escrevo. Exijo muito de mim, e sinto que fico o centro das atenções muito facilmente, atenção, essa, que não sei gerir, sentindo assim o meu mundo a ser carcomido e a desabar. Assim, sinto o meu mundo sem sentido ou com um sentido muito diferente dos que lhe dão o comum dos mortais. Sinto que a vida não tem continuidade (ao contrário do que queria acreditar, noutras perspectivas de vida), todo o meu ser desaparecerá, apenas ficarão enxertos de mim que se tenderão a apagar em mais ou menos tempo. Acredito que o Deus que certos homens inventaram como tendo uma vontade e que atendia as nossas preces e nos observava e acolhia no seu seio, afinal, não têm vontade própria, particular e unidireccional (porque a existência é um caos e um acaso) , e, isso de ‘acolher’ e ‘fazer justiça’ é tudo muito relativo; com isto digo que tenho observado o mundo desde outras perspectivas e o tenho interpretado com base nessas novas observações e novos sentimentos interpretativos; com isso tenho mudado a minha mentalidade e sinto um misto de revolta e engano, sinto que fui tremendamente enganado, como se tivessem semeado a semente do atrito no interior do meu ser quando eu ainda era um ser frágil; é claro que se tudo isto não tivesse acontecido na minha vida, se não me tivessem feito acreditar em Deus, eu seria um homem completamente diferente hoje, e não teria contemplado o misticismo que frequentemente tenho, mas que me leva a ter caminhos de rumo à loucura, até porque não fui aceite, e, não me deixaram exprimir e reagir aquilo que sentia, a começar por quem é mais próximo, em concreto o meu pai, o qual eu abomino, na mesma proporcionalidade com que ele me abomina e despreza, subliminarmente, fingindo no fundo do seu coração; no entanto, foi ele que me fez ser quem eu sou, hoje. Sinto que somos tocados e obrigados a mover por forças que nos transcendem mas que tendemos a compreender, no nosso interior; talvez a essas forças se possa chamar Deus, mas com uma definição diferente da preconceituosa, que é a maneira como a definem as religiões. As forças que já me empurraram num sentido em que eu as aceitava e me sentia bem ao ritmo delas, viraram e empurram-me noutras direcções que eu não gostaria de tomar, e ainda para mais, sou obrigado a dizer que: ‘ainda podia ser pior’ e ‘ tenho que agradecer a Deus por ter ainda o que tenho e não estar pior, muito pior, como tantos e tantos’, o que não me satisfaz.

     Depois do amanhecer, amanhecer da minha vida, já me encontro no meio-dia, se bem que isso é relativo porque não sabemos o que se passará no futuro, futuro esse que eu temo ser curto, vivendo eu como se fosse o último dia da minha vida a cada dia que passa, mas sem excessos. E houve amanheceres que permanecem na minha mente, amanheceres em todas as estações do ano e vários lugares, que me trazem recordações agradáveis quando interpretadas à minha maneira, mas que me trazem um vazio porque não tiveram repercussão na humanidade que me envolve nem estão em consonância com a sociedade que me envolve, no sentido que foram sentimentos de introvertimento, muito pessoais, e que não me fizeram sentir como pertencente ao mundo social que me envolve, e, sendo assim, apesar de belos no meu interior, nada dizem a outros que não eu, o próprio. Julgo mesmo, que as manhãs, tal como eu as vi e senti, não dizem nada a muitas pessoas, que têm vis sentimentos, que privilegiam o social, não percebendo a terra que os envolve, a terra mãe, esquecendo-se que do pó vieram e ao pó hão-de tornar, da terra/Universo vieram e à terra/Universo hão-de voltar. Depois do amanhecer, e de uma boa noite de repouso (de preferência), temos um dia inteiro para desfrutar, e, com a energia da juventude, teremos um dia que parecerá nunca mais acabar; ainda sinto o pulsar da minha vida de jovem, o pulsar interior nunca desenvolvido em harmonia, sinto a beleza do meu ser a tomar conta de mim, a liberdade de nunca pensar nem me preocupar o que era isso de ‘liberdade’, de percorrer trilhos campestres, de usar a minha força física para conquistar espaço neste mundo. O amanhecer será para mim, sempre (do qual me lembrarei mais), o dos anos 80 e 90; esses deverão permanecer no meu espírito para sempre, (porque se fixaram com força na minha vida) se o Alzheimer não me atacar, se tiver integridade na minha mente, de preferência com integridade em todo o meu ser. É certo que irei caducar; outros me irão empurrar porque eu tenderei a estar a mais, mas tenho esperança de que ainda possa ser feliz, novamente a cada dia que passa, e que todas estas forças do Universo que me envolvem tenham um lugar reservado para mim até ao último dia da minha existência – a isso, se tal acontecesse chamaria ‘high power’, num rock frenético dos anos 90, afastando toda a mesquinhez humana, toda a alma insensível e desconfiada (desconfiado, como eu me tornei).

     E assim este ser eclético da vida prossegue o seu dia, depois de mais um amanhecer.

A busca da existência do amor

Toda a gente precisa de amor, ouve-se dizer na música, na poesia, na arte e em toda a expressão humana, de uma maneira geral. E há gente que efectivamente o encontrou, muito possivelmente. Mas há quem o não tenha encontrado, e quem, não tendo-o encontrado, o busca empenhadamente, sacrificando a sua própria vida buscando o significado e o sentimento de tal conceito, que pode ser um estado de espírito de efectiva união com um ser ou vários seres. É o amor eterno (?) - existindo esse conceito – [ou o amor é prolongável no tempo (?)], ou é perene (sendo um clímax ou o auge de todo um caminho ou conjunto de acções que nos levam a tal auge ou clímax)? É uma ligação concreta entre seres (?), ou tudo não passa do plano espiritual (?), ou ainda, será uma mistura desses dois tipos de elos de ligação? Decerto o amor existe e não pode ser comparado a um contrato, mas subjacente a ele pode acontecer que pode haver um contrato que se torna em vínculo, em amor. Haverá amor por quem nos trata mal, física ou psicologicamente ou só fará sentido essa existência, ou seja, só existe amor quando essa relação entre seres é repleta de sentimentos de amizade e desejo pelo outro, pela proximidade do outro? A vida é estranha para muita gente, decerto, e para mim, sempre o foi e penso que será por mais que venha a compreender muita coisa. Penso no amor como penso na existência de um Deus, a nível transcendental, e o sentimento de uma existência de amor parece-me equivalente a uma existência divina, isto é, se existe aquilo a que se chama amor também existirá aquilo a que se chama deus. Assim, se penso em Deus, eu penso no Amor, ou vice-versa, a um nível espiritual. Se penso em amor também penso no contacto humano, no toque, a um nível físico. Confesso que, pessoalmente eu estou do lado de lá da esfera, desse sistema em que existem outras regras de interacção humana diferentes das minhas, dentro de um espaço mental e de uma perspectiva (onde me encontro) que é o meu, que me parece ser exterior a esse espaço que observo, onde está um conglomerado humano normal, ou seja, é como se as pessoas estivessem na terra e eu da lua a observá-los, e sendo eu também uma pessoa, estivesse longe daquilo e daqueles que também eu sou, e, estando só, observando, tendo como minha companhia o eterno nirvana, ou seja o sentimento de solidão que é o ‘custo’ que me parece que temos quando nos ultrapassamos a nós próprios, à nossa própria limitação humana.

Existirá o amor concerteza, nem que seja como um estado passageiro [ou estados passageiros (porque tudo neste Universo é imparável e passageiro, tudo dura o seu tempo)] físico ou mental ou psíquico ou uma mistura de todos eles. Mas a mim intriga-me a sua existência, e, como conceito puro, e purificado que foi pela minha mente, da maneira que eu o vejo, custa-me a aceitar de maneira como a ordem está e como o amor funciona, porque eu não sou funcionável nessa ordem de acontecimentos. Quem me manda ou mandou a mim complicar as coisas que deviam ser simples, naturais e descomplicadas? Quem me manda ou mandou a mim pôr a natureza dos seres (humanos, em particular) em causa, a maneira como as coisas funcionam? Tenho medo de ser insignificante e desprezível, mas também tenho medo de possuir um poder que não posso controlar e que se vira contra mim próprio. Ou então tudo não passa de uma ilusão, a ilusão máxima de que o sofrimento parece existir, quando na verdade não existe. A minha ilusão, numa imaginação sem fim, imaginação que não é mensurável, a existência de um inconsciente no meu consciente, que eu não domino, a existência de um infra-ego poderoso que está acima do meu ego, quando eu deveria ter o ego a ser comandado naturalmente por esse infra-ego, domina-me e escreve a minha história.

Uma contingência de coisas: factos; acontecimentos (reais ou imaginários); inúmeras causas que antecedem o meu nascimento e que por sua vez provêm já desde sempre dos meus antepassados; o meu ideal, que não percebo como surgiu, mas consigo, até certo ponto, acompanhar a sua evolução até aquilo que eu sou hoje; o facto de tudo na minha vida ser paradoxal, começando, repito, pelo meu nascimento, e todo o impacto que isso teve na vida da minha família e de tudo o que me rodeia, a começar pelo que é mais próximo, até aos dias de hoje, até onde acabei por alcançar, e que resulta num feedback (negativo) que eu não compreendo o porquê de ele ser assim e o porquê de eu ter tomado o rumo que tomei; a influência de algo que tem a ver com a continuidade da minha vida pós-nascimento e que me marcou e não me deixou mudar marcando profundamente o meu carácter e, quiçá, marcando o resto dos meus dias; a maneira como eu estou preso a um controlo mental e físico que eu não consigo quebrar tão facilmente (mas que, tenho esperança, ainda consiga quebrar, pelo menos, enormemente) - Tudo isso me impede de dar o próximo passo na minha vida, o próximo passo de gigante que deveria ser um pequeno passo e natural. Mas inquieta-me esta minha inquietação constante, desde que sou gente, de a minha vida seguir um caminho que não é o que eu desejo para mim, de nunca estar satisfeito com o que tenho e querer coisas simples e serem tão complicadas de alcançar. Porque tenho eu de ser correcto quando tudo à minha volta é incorrecto? Porque sou eu um estranho entre estranhos? Que tenho eu a perder com as minhas acções? Porque hei-de de ter medo de dar um passo? Certamente há um motivo para todas essas questões de retraimento, penso. Motivo ao qual tenho respondido e vou respondendo à medida que caminho, para mim mesmo, e que não fazem sentido para mais ninguém. Tento pôr ordem na minha mente. Eu pergunto, mas o mundo e a natureza poucas vezes me responde como quero, aliás dá-me respostas ambíguas (passíveis de serem positivas ou negativas, não ditas explicitamente como positivas ou negativas) e retractivas.

Tudo me parece uma treta. Mas eu deveria deixar o mundo girar, muito simplesmente, essa é que é a verdade. Não podemos matar quem nos faz mal, mas viver em retracção e sofrimento e limitamento da vida por causa de alguém é terrível. Viver assim sem capacidade de reacção é viver uma vida de letargia. Abomino tal figura que me despreza, assim como outras que imitem tal figura. O meu desprezo é grande por essa gente, e se eu tivesse um poder, eu me riria dessa gente que age egoisticamente, sem escrúpulos como se o mundo lhes perdoasse o que fazem aos outros, e mesmo mostrando-lhe o que estão fazendo não querem acreditar ou saber e seguem pisando o mesmo trilho. Cada um é dono da sua vida, se bem que pode não o ser do seu destino, porque ‘o futuro a Deus pertence’, a natureza age de maneira superior, sempre, pelo menos até aos dias de hoje, pelo menos a meu ver. Eu sei pouco, muito pouco - muitos dirão o mesmo, se quiserem e se tiverem coragem para isso -, mas eu digo que se sei pouco e além disso ainda posso menos. Mas sei que se vão ficar a rir, os meus inimigos, e por isso desejava não conhecer ninguém, mas, ao mesmo tempo não sou nada sem um elo de ligação ou sem elos de ligação. E a busca é incessante e desgastante, porque as nossas forças são perenes e a recuperação é cada vez mais lenta. Vivemos, acho, pelo menos eu vivo, num mundo intenso interiormente, num mundo em que só a confiança em nós próprios não é suficiente para viver, é necessário confiar em alguém mais, tarefa essa que parece quase impossível. Será que o amor está aí onde a confiança noutra pessoa é caso de excepção? Num ideal muito limitado e que não sabemos se o encontraremos?

Música [Concerto dos U2 em coimbra]

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Música: Concerto dos U2 em Coimbra em 2010 está esgotado

17 de Outubro de 2009, 17:02

Lisboa, 17 Out (Lusa) - O concerto dos U2 a 02 de Outubro de 2010 em Coimbra, está já esgotado, disse hoje à agência Lusa a promotora Ritmos & Blues.

Os 42.000 bilhetes para o concerto foram colocados à venda a partir das 10:00 de hoje, mas esgotaram em cerca de sete horas.

O preço variou entre os 32 euros e os 260 euros >>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>

 

                        Gosto das músicas do U2. A música marca e marcou muito a minha vida, como deve marcar a de qualquer pessoa. Mas estou aqui para fazer a apologia daquilo que eu sou e do que senti e sinto. E a música dos U2 marcou de forma indelével também o meu ser, apesar de eu gostar da música de uma forma transversal, pelo que me faz sentir. Talvez por ser uma pessoa introvertida [e que ainda me considero]  apanhei um gosto peculiar por ouvir as músicas que a rádio passava, era esse o meio que tinha para as ouvir enquanto cresci, era a minha ligação com o mundo globalizado que eu sonhava compreender e conquistar. A música entrava de uma forma muito particular na minha alma sensitiva, como sempre o foi, sei disso, quando me lembro do que fui e do que senti.  Aprendi a apreciar a música inglesa, sobretudo, os sucessos que era o que mais passavam nas rádios nacionais, a RFM sobretudo, que ainda continuo ouvindo. Sei melhor, agora, que faziam, realmente, vibrar muita gente, e compreendo melhor a dimensão desse sentimento. Não era por qualquer motivo que eram as melhores, melodias que entravam directamente na minha alma em formação, mas já com uma predisposição para essa sensibilidade que tendo a interpretar e compreender. Lembro-me de desejar conhecer um dia qual o título daquela música, quem a cantava, porque eu realmente só ouvia, e não tinha MTV. Mas é óbvio, agora, para mim, que se tivesse visto primeiro quem cantava aquelas músicas teria perdido esta sensibilidade particular de sentir o mundo, aquilo a que chamamos ‘sentir com o coração’, sentir antes de observar. Teria certamente, criado preconceitos se tivesse visto antes de sentir e isso teria condicionado a minha maneira de sentir, neste caso em particular a música. Como aprendi a apreciar a música ‘com o coração’ e antes de ver quem a cantava, assim acredito que antes de vermos temos os sentimentos que antecedem a nossa visão e que nos permitem compreender o mundo antes de o interpretar visualmente, o dom de sermos quem iremos ser neste mundo, façamos o que fizermos. E sei - e saberei cada vez mais, espero – que o que me falta em compreensão visual do mundo  tenho em compreensão sentimental, compreensão do que é feito a minha psique, a sua natureza e concerteza a natureza do ser humano. Penso que temos de saber apreciar a arte em si, não porque foi este ou aquele que a fez. Temos que apreciar a música como temos de apreciar outra arte qualquer, como a escrita, por aquilo que nos faz sentir, e nos faz despertar. Pode nem ser o (a) cantor(a) bonito(a), mas o som da sua voz pode ser divinal. Pode até não ter mais músicas que sejam interessantes, mas aquela é inesquecível. Mas, como tudo, os gostos são questionáveis. Tal como ‘Quem feio ama, bonito lhe parece’ assim as músicas que marcaram a minha vida e que eu julgo ser as que têm uma beleza especial, para outros podem não dizerem-lhe nada. Os gostos são relativos. Parece-me que  há uma maneira de medir a extensão do ‘bonito’, a beleza da arte, é, precisamente, pelo número de pessoas que apreciam ‘aquele’ som, ‘aquela’ escrita, ‘aquele’ quadro, ‘aquele’ tipo de expressão. Quanto maior a capacidade que a obra produzida tem de mobilizar o maior número de pessoas, maior o seu nível de beleza. Talvez mesmo a grandeza da beleza da arte esteja no grau de capacidade de mobilizar os sentimentos humanos universais, que existem nas pessoas, por todo o seu ser. E é o espírito humano, dádiva de algo que nos transcende, que nos permite descobrir a beleza, e é sem dúvida ele mesmo criador de beleza. Posso dizer, por outras palavras, que a projecção que tem a obra criada lhe pode dar mais beleza ou ai encontra a beleza que nunca encontraria se não fosse projectada. Quantas possíveis músicas bonitas não ficaram no silêncio porque não projectadas, quantos poetas esquecidos nas malhas do tempo, talvez nem reduzidos a lendas, quantas escritas esquecidas, textos que poderiam ter enorme valor e que foram apagados da memória consciente da humanidade. Mas acho que tudo tem uma razão de ser. Os U2 são uma banda que se projectou e a projectaram e que perdurou, como se isso estivesse escrito que havia de ser assim. Tem estilos de sons variados, letras muito interessantes. E o que mais me interessa é o que a sua música me faz sentir, sons que me fazem relembrar, que me fazem sonhar, músicas que marcam momentos, da minha vida. E ela me faz um elo de ligação de mim com outros. Mas os  sons serão ultrapassados, o mundo mudará e os sentimentos das pessoas mudarão, novos estilos aparecerão. E aquelas músicas ficarão marcadas na memória para quem vivenciou as situações ao som daquela música. E elas serão descobertas por outras pessoas, mas possivelmente já não representarão o mesmo significado original - e depois faz-se mais um remix e tal -. E há aquela música que tem de entrar no ouvido porque ela é forçada a entrar. Por vezes não gostamos, mas somos obrigados a vir a gostar depois de tanto ouvir a lenga -  lenga. Não sou artista porque penso que o sou. Quero acreditar que, se um dia soubermos produzir, fazer obra, ai podemos ser artistas e produzir beleza, sobretudo se formos projectados pela vida. Assim acontece com aqueles que sonharam ser. E a beleza é ilusão. A ilusão faz parte do sonho, e pode ser alucinação. E o sonho faz o homem avançar. Como é bom recordar, e através da música tanto melhor.

E agora, aqueles que passaram hora ao relento para comprar o bilhete para assistir ao concerto que desfrutem dele depois que eu vou desfrutar da música deles aqui, ou no carro, ou num lugar, quem sabe,  que passe uma música deles na rádio e que marque mais um momento e ai as suas músicas tomam novos significados.  

 

 

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