As ideias que se perpetuam
As ideias perpetuam-se no nirvana, no espaço sideral, onde poucos o podem alcançar, onde Deus é, foi e estará sempre presente. Assim, as ideias morrem na mente finita da gente, mas no Universo existirão sempre.
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As ideias perpetuam-se no nirvana, no espaço sideral, onde poucos o podem alcançar, onde Deus é, foi e estará sempre presente. Assim, as ideias morrem na mente finita da gente, mas no Universo existirão sempre.
Devemos abraçar cada dia que nasce com esperança, como alguém que faz surf e está à espera que a onda se propicie. E a onda tarda em vir, mas a onda, quando persistimos, vem, demore o tempo que demorar. O dia que desejamos está à nossa frente, não podemos desistir. Mesmo que o furacão apareça e nos encontremos no meio dele, a esperança deve estar lá, porque até naquelas ilhas onde o sol brilha com tamanha claridade e as águas são mais límpidas como não há outras iguais, o furacão também passa e destrói, mas nada fica perdido, porque o essencial está lá. Há que ter fé até ao fim, e ser realistas, nada do que é material e corpóreo é eterno, há que aceitar que a antítese está presente neste mundo assim como no Universo, para um pólo positivo há um pólo negativo, para um Universo visível há um Universo invisível, que não se compreende, mas que faz parte do que é visível. Assim, como pode o homem querer prolongar o que é finito, prolongar a alegria quando a tristeza vem, porque se persiste? Porque não saímos de palco nesses momentos e damos lugar a quem a tenha, a outros actores? [Eu já fui actor de outras cenas e cenários, mas retirei-me, mesmo que isso me fizesse sofrer.] A alegria está na transição e na mudança, no crescer e no envelhecer. A vida alegre não está no momento estático eternizado pela foto, naquele que sorriu para um momento de boa disposição. Devemos persistir sempre, mas mudando de cena fazendo um novo cenário, mesmo no sítio onde fizemos outras cenas, mas, agora, esperando por outro momento, o adequado para fazermos as novas cenas e o novo cenário. ‘Fazem-te ver’ que a vida é só alegria, eu sei. Mas a verdade é que a nossa vida tem alegrias e tem tristezas, tem felicidade e tem depressão, de que modo pensas que a vida é? [eu não via isto assim, porque não vês que é assim?] A vida deve ser mesmo assim, e devemos aceitá-la como ela é, persistindo, e se possível com inteligência e vigor. A vida é uma estrada sem fim, se assim o quisermos, se assim o desejarmos, sê – la – há, porque poderemos tanger a eternidade dentro das nossas vidas, que serão infinitas dentro de um espaço tão pequeno, quando aceitarmos que somos o que somos, não seres abandonados, mas seres amados, porque até o mais débil dos seres foi amado, até mesmo aquele que foi mais maltratado. Aquilo que somos pertence a todo o Universo, cada um de nós é um grão de areia numa praia da imensa terra, cada um de nós é um suspiro na eternidade climatológica da terra, feita de sol e amenidade, vento e tempestades. Aquele que se revolta contra o outro, revolta-se contra si mesmo, porque os homens são todo Um só, mas mesmo essa ira lhe será perdoada. Porque não cabe a ira na incomensurabilidade do Universo. E um homem tem de ser duro, duro para a vida que lhe é dura, e um homem morre a lutar por aquilo em que acredita, só é pena que por vezes acredite tão pouco… porque pouco lhe foi ensinado e porque o espírito lhe foi fechado, ou, nunca aberto. Penso nos outros de quem falo como penso em mim, no passado que reconstruo vezes sem conta, naquilo que não voltarei a ser, mas que sempre serei. E sou tolerante para mim mesmo, porque sou único na maneira como faço a gestão do mundo, não haverá ninguém igual a mim, e ao mesmo tempo o que de bom eu tenho e faço, todo o suco, a essência de que sou feito perdurará até aos confins dos tempos, onde tudo voltará a ser o que foi, tenho fé. Não podemos buscar nos outros aquilo que somos, mas tudo que somos pertence a todos os seres. Temos fé numa imagem, num homem, que venha pôr ordem neste mundo. E ele ai está, temos fé nesse símbolo que se pode tornar marcante para a humanidade, que vai encaminhar a humanidade, ele tem poder. Não interessa como lá chegou, mas decerto uma Entidade superiora o quis, foi uma probabilidade que não teria acontecido mais vezes, porque nada se repete e nada volta atrás, assim como nós não nos repetimos. Aceita o beijo da vida. Tudo o que dizes já está dito na eternidade da existência, mas digas como o disseres, se fores genuíno, será ainda mais diferente do que aquilo que és. É tão bom partilhar, é tão bom sabermos os nossos limites e cabermos estritamente dentro deles. É tão bom (!), a evolução, saber que alguém já sentiu o que sentimos, e devíamos agradecer a essa pessoa por nos transmitir o que para ela foi imenso tempo de cogitação, reflexão, até que extraísse o que de bom se poderia tirar da sua existência e poder transmitir aos vindouros que se encontram com as suas palavras. Também temos medo da mudança, claro. Mas a mudança é inevitável, e não há ninguém humano tão superior assim que possa dizer que certa mudança não é útil, que seja capaz de a parar. Apenas podemos encaminhar essa mudança, nunca parar. Quantas sociedades já não houve nesta terra, e nunca, nenhuma tão interactiva como a nossa, capaz de gerar as mais profundas esperanças e ao mesmo tempo gerar o medo mais profundo. Mas afinal, medo de quê? O fim é certo, viver é fantástico, respeitar e tolerar é essencial. Primeiro está a sobrevivência do ser humano, mas depois de os recursos não chegarem, quando novas guerras e catástrofes chegarem, como será? O fim é certo, o sofrimento sempre existiu, mas o homem tem de ter respeito, e o homem será sempre um animal antes de se tornar humano, na acepção positiva da palavra, e esse facto – o de ser um animal - sempre estará antes dele, até ao fim. Como evitar a luta entre os seres, que serão sempre diferentes. O fim é certo, somos tão frágeis (!). Não me sai da cabeça essa evidência – O fim é certo -, e isso me dá alento para usufruir da vida que possuo, assim como gostava que muitas pessoas que merecem o tivessem - esse alento. Sim, sou altruísta. Mas muitos fazem desta evidência um lema, e pensam então que podem fazer tudo, que o sentido da vida está em usufruir, em ter sem olhar a meios, em pisar, em odiar, como se ficassem impunes. E depois procuram apoio quando estão no fundo e um dia descobrem que a vida não é assim como eles a viam, se é que dão o braço a torcer, insistindo nos mesmos erros. E muitos pensam que o dinheiro compra tudo. Como posso, então, ser altruísta para tais pessoas? Cada um tem que se redimir, daquilo que é. Mas estarei sempre ao lado daqueles que são simples e puros na sua conduta interior, ou mesmo não sendo simples, agem de forma correcta e sabem conter e gerir os seus impulsos destrutivos, e sabem ser humanos, na verdadeira acepção da palavra. Quanta ira já não passou por mim, quanta ira (!) raiva e frustrações, quantas questões me coloco no meu espírito, o porquê de me acontecer isto (?), ter asas e sentir-me atado e não poder voar. Quanta raiva investida em mim e o quanto isso não me destruiu, quanto não me fez e fará perder. Mas sei que tudo tem uma razão de ser, a serenidade tenderá a vencer. E mais do que me destruir, isso só me fez perder momentos e situações que eram justas de eu poder usufruir. E não é pelo facto de haver biliões de pessoas no mundo que estão em situação pior do que a minha que me faz acalmar essa frustração, é, simplesmente, porque eu apenas queria ser eu, e não me deixaram ser. E agora eu sou cada vez mais eu, e o destino me permita que cada vez mais eu seja. Que eu veja os meus inimigos a vacilar, que tenha tempo para isso, que eu viva o tempo suficiente para ver a injustiça a ser punida, que eu sem mover uma pena eu mova o mundo, ou será que é pedir muito? Que não haja um amor banal? Que esse amor seja especial? E lembra-te, não adormeças quando não deves, porque quando o fizeres será tarde demais, mas se acordares, acredita, alguém te protegeu, alguém pensa em ti, nem que não saibas quem é, acredita que por cada acção que tu faças há sempre um motivo, e aumenta a tua auto-consciência deste mundo humano, na verdadeira acepção da palavra, para que possamos viver em solidariedade, tolerância e realismo.
Talvez se seja mais feliz sendo louco. Talvez valha mais a certeza do incerto do que a incerteza do que é certo. As minhas memórias da loucura estão escondidas através do dia a dia. Talvez tenha que mudar de método, talvez tenha que mudar o meu discurso, talvez tenha que mudar o meu pensamento. Talvez eu consiga ser outro sendo quem sou. Tenho que me agradar a mim próprio para andar bem. Talvez eu deva desistir de pensar que tenho de fazer qualquer coisa. Talvez eu tenha que dar o braço a torcer. Talvez este mundo não me pertença. Tenho que sair das sombras, estou farto desta escuridão. Tenho um longo caminho a percorrer até ao sítio onde eu me vou encontrar bem, não posso parar. Eles vão ganhar, vão levar a deles avante. Terei que me vencer a mim próprio. EU SOU NORMAL. Não ando pelas regras dos outros, eu próprio criei as minhas regras. Eu quero ser independente. Eu parei no tempo em muitos aspectos. Eu sou finito. Todo o homem é finito. Eu não poderei mudar o mundo. Mas porque a imagem pode? Porque pode a palavra? Porque o muda o som? Porque o muda a técnica? Porque eu não possuo um desses meios de mudar o mundo? É só sentir, só absorver, é só esconder, como um bicho do mato. Como se o mundo parasse de rodar quando eu desfalecesse, como se eu fosse ponto fulcral, se é que o já não fui. Tudo o que fui a apagar-se, o tempo a passar, e eu perco a partida. Como dar a volta, eis a questão?
A minha imagem não é a imagem de aparência. Ela é o retrato de quem eu gostava de ser. A minha imagem traduzia-se pela perfeição. Mas como eu posso ser perfeito se eu sou simplesmente um humano? “Heaven is a place on earth”. Talvez isso seja verdade, talvez o paraíso seja um lugar na terra. Não, não sou feliz, não sou bem humorado, sou sério, a minha imagem não é o ‘faz ver’. Será que o homem só pode estar ao pé do outro estando bem disposto, com uma boa imagem? Porque teima o homem em andar no mundo da ilusão? Já não é o suor que une os homens, mas sim a boa aparência, a falsidade das palavras. E a cada momento que passa ponho em hipótese se as minhas palavras transmitem algo com sentido. Até parece que o Outono deixou de ser Outono. Até parece que o Inverno se transformou em Verão e vice-versa. Mas isso já não me preocupa. Talvez o que mais me preocupa neste momento seja a minha sobrevivência.
As flores desabrocham, o sol nasce, a lua aclara a noite. A noite mantinha o ritmo, a noite quebrou o ritmo. O mundo tem perspectivas e perspectivas, as variáveis são imensas, as palavras já serão poucas para descrever tudo. O mundo nunca será mais o mesmo. A vida nunca mais será a mesma. Eu preciso de sobreviver, mas já não sei como me aproximar dos homens, porque será que assim acontece? O meu mundo desabou e não tem mais sentido como era. Mas novos mundos podem surgir. Talvez eu já tenha perdido tudo o que tinha a perder. Talvez eu tenha que me deixar de loucuras. Talvez eu tenha que pôr todos os medos de lado, entre os quais não ter medo de ser bom, de ser o melhor. Talvez eu esteja errado mesmo. Talvez isto tudo não tenha sentido aparente, mas lá no fundo eu existo eu tenho uma conduta na minha maneira de sentir.
Mais e mais. Sempre mais e mais, sem nada conseguir parar tudo isto. O movimento, o céu, o sol, a lua, as nuvens, o rio que corre, a neve que cai, o dilúvio, a avalanche, a avalanche. Das emoções, dos risos e dos choros. O dilúvio de culturas. A apatia. O não mais sentir. Sinto que nada sinto. A solidão corrompe. A solidão fortalece, faz calo na alma. Mas de que se fala, tudo a querer falar dos outros, tudo a dizer que os outros estão mal, quando são eles que estão mal. Espera-se por justiça. Espera-se pelo amor. Espera-se que ainda tudo tenha sentido.
Talvez. Este meu eterno mundo dos ‘talvez’... Talvez todos se sintam da mesma maneira a determinadas alturas da vida, talvez toda a gente se sinta especial. Talvez toda a gente tenha que se sentir especial para fazer algo de positivo. Eu já me senti especial, eu acho que já fui especial, eu já acreditei nos meus ideais e achei que estava no caminho certo. Eu já fui o que se pode considerar de normal, mas também já fui excêntrico. Eu já quis ter a razão do meu lado. E se a razão estivesse do meu lado, o prognóstico que faria deste mundo e de tudo o que existe seria de imenso pessimismo, com pouco optimismo, assim sou eu. Já pensei que podia mudar o mundo, acreditei que algum poder, para isso, transcendental, estivesse do meu lado, acreditei
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