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Mais um alegre blog...?!

Enfeitado , disfarçando; traduzindo: as horas, o tempo que passa, inexorávelmente, e sentindo os sentidos da minha vida e de tudo e todos os que minha alma toca e abrange. Bem vindos a este meu Universo.

Mais um alegre blog...?!

Enfeitado , disfarçando; traduzindo: as horas, o tempo que passa, inexorávelmente, e sentindo os sentidos da minha vida e de tudo e todos os que minha alma toca e abrange. Bem vindos a este meu Universo.

As ideias que se perpetuam

    As ideias perpetuam-se no nirvana, no espaço sideral, onde poucos o podem alcançar, onde Deus é, foi e estará sempre presente. Assim, as ideias morrem na mente finita da gente, mas no Universo existirão sempre.

Ondas de esperança - solidariedade, tolerância e realismo

     Devemos abraçar cada dia que nasce com esperança, como alguém que faz surf e está à espera que a onda se propicie. E a onda tarda em vir, mas a onda, quando persistimos, vem, demore o tempo que demorar. O dia que desejamos está à nossa frente, não podemos desistir. Mesmo que o furacão apareça e nos encontremos no meio dele, a esperança deve estar lá, porque até naquelas ilhas onde o sol brilha com tamanha claridade e as águas são mais límpidas como não há outras iguais, o furacão também passa e destrói, mas nada fica perdido, porque o essencial está lá. Há que ter fé até ao fim, e ser realistas, nada do que é material e corpóreo é eterno, há que aceitar que a antítese está presente neste mundo assim como no Universo, para um pólo positivo há um pólo negativo, para um Universo visível há um Universo invisível, que não se compreende, mas que faz parte do que é visível. Assim, como pode o homem querer prolongar o que é finito, prolongar a alegria quando a tristeza vem, porque se persiste? Porque não saímos de palco nesses momentos e damos lugar a quem a tenha, a outros actores? [Eu já fui actor de outras cenas e cenários, mas retirei-me, mesmo que isso me fizesse sofrer.] A alegria está na transição e na mudança, no crescer e no envelhecer. A vida alegre não está no momento estático eternizado pela foto, naquele que sorriu para um momento de boa disposição. Devemos persistir sempre, mas mudando de cena fazendo um novo cenário, mesmo no sítio onde fizemos outras cenas, mas, agora, esperando por outro momento, o adequado para fazermos as novas cenas e o novo cenário. ‘Fazem-te ver’ que a vida é só alegria, eu sei. Mas a verdade é que a nossa vida tem alegrias e tem tristezas, tem felicidade e tem depressão, de que modo pensas que a vida é? [eu não via isto assim, porque não vês que é assim?] A vida deve ser mesmo assim, e devemos aceitá-la como ela é, persistindo, e se possível com inteligência e vigor. A vida é uma estrada sem fim, se assim o quisermos, se assim o desejarmos, sê – la – há, porque poderemos tanger a eternidade dentro das nossas vidas, que serão infinitas dentro de um espaço tão pequeno, quando aceitarmos que somos o que somos, não seres abandonados, mas seres amados, porque até o mais débil dos seres foi amado, até mesmo aquele que foi mais maltratado. Aquilo que somos pertence a todo o Universo, cada um de nós é um grão de areia numa praia da imensa terra, cada um de nós é um suspiro na eternidade climatológica da terra, feita de sol e amenidade, vento e tempestades. Aquele que se revolta contra o outro, revolta-se contra si mesmo, porque os homens são todo Um só, mas mesmo essa ira lhe será perdoada. Porque não cabe a ira na incomensurabilidade do Universo. E um homem tem de ser duro, duro para a vida que lhe é dura, e um homem morre a lutar por aquilo em que acredita, só é pena que por vezes acredite tão pouco… porque pouco lhe foi ensinado e porque o espírito lhe foi fechado, ou, nunca aberto. Penso nos outros de quem falo como penso em mim, no passado que reconstruo vezes sem conta, naquilo que não voltarei a ser, mas que sempre serei. E sou tolerante para mim mesmo, porque sou único na maneira como faço a gestão do mundo, não haverá ninguém igual a mim, e ao mesmo tempo o que de bom eu tenho e faço, todo o suco, a essência de que sou feito perdurará até aos confins dos tempos, onde tudo voltará a ser o que foi, tenho fé. Não podemos buscar nos outros aquilo que somos, mas tudo que somos pertence a todos os seres. Temos fé numa imagem, num homem, que venha pôr ordem neste mundo. E ele ai está, temos fé nesse símbolo que se pode tornar marcante para a humanidade, que vai encaminhar a humanidade, ele tem poder. Não interessa como lá chegou, mas decerto uma Entidade superiora o quis, foi uma probabilidade que não teria acontecido mais vezes, porque nada se repete e nada volta atrás, assim como nós não nos repetimos. Aceita o beijo da vida. Tudo o que dizes já está dito na eternidade da existência, mas digas como o disseres, se fores genuíno, será ainda mais diferente do que aquilo que és. É tão bom partilhar, é tão bom sabermos os nossos limites e cabermos estritamente dentro deles. É tão bom (!), a evolução, saber que alguém já sentiu o que sentimos, e devíamos agradecer a essa pessoa por nos transmitir o que para ela foi imenso tempo de cogitação, reflexão, até que extraísse o que de bom se poderia tirar da sua existência e poder transmitir aos vindouros que se encontram com as suas palavras. Também temos medo da mudança, claro. Mas a mudança é inevitável, e não há ninguém humano tão superior assim que possa dizer que certa mudança não é útil, que seja capaz de a parar. Apenas podemos encaminhar essa mudança, nunca parar. Quantas sociedades já não houve nesta terra, e nunca, nenhuma tão interactiva como a nossa, capaz de gerar as mais profundas esperanças e ao mesmo tempo gerar o medo mais profundo. Mas afinal, medo de quê? O fim é certo, viver é fantástico, respeitar e tolerar é essencial. Primeiro está a sobrevivência do ser humano, mas depois de os recursos não chegarem, quando novas guerras e catástrofes chegarem, como será? O fim é certo, o sofrimento sempre existiu, mas o homem tem de ter respeito, e o homem será sempre um animal antes de se tornar humano, na acepção positiva da palavra, e esse facto – o de ser um animal - sempre estará antes dele, até ao fim. Como evitar a luta entre os seres, que serão sempre diferentes. O fim é certo, somos tão frágeis (!). Não me sai da cabeça essa evidência – O fim é certo -, e isso me dá alento para usufruir da vida que possuo, assim como gostava que muitas pessoas que merecem o tivessem - esse alento. Sim, sou altruísta. Mas muitos fazem desta evidência um lema, e pensam então que podem fazer tudo, que o sentido da vida está em usufruir, em ter sem olhar a meios, em pisar, em odiar, como se ficassem impunes. E depois procuram apoio quando estão no fundo e um dia descobrem que a vida não é assim como eles a viam, se é que dão o braço a torcer, insistindo nos mesmos erros. E muitos pensam que o dinheiro compra tudo. Como posso, então, ser altruísta para tais pessoas? Cada um tem que se redimir, daquilo que é. Mas estarei sempre ao lado daqueles que são simples e puros na sua conduta interior, ou mesmo não sendo simples, agem de forma correcta e sabem conter e gerir os seus impulsos destrutivos, e sabem ser humanos, na verdadeira acepção da palavra. Quanta ira já não passou por mim, quanta ira (!) raiva e frustrações, quantas questões me coloco no meu espírito, o porquê de me acontecer isto (?), ter asas e sentir-me atado e não poder voar. Quanta raiva investida em mim e o quanto isso não me destruiu, quanto não me fez e fará perder. Mas sei que tudo tem uma razão de ser, a serenidade tenderá a vencer. E mais do que me destruir, isso só me fez perder momentos e situações que eram justas de eu poder usufruir. E não é pelo facto de haver biliões de pessoas no mundo que estão em situação pior do que a minha que me faz acalmar essa frustração, é, simplesmente, porque eu apenas queria ser eu, e não me deixaram ser. E agora eu sou cada vez mais eu, e o destino me permita que cada vez mais eu seja. Que eu veja os meus inimigos a vacilar, que tenha tempo para isso, que eu viva o tempo suficiente para ver a injustiça a ser punida, que eu sem mover uma pena eu mova o mundo, ou será que é pedir muito? Que não haja um amor banal? Que esse amor seja especial? E lembra-te, não adormeças quando não deves, porque quando o fizeres será tarde demais, mas se acordares, acredita, alguém te protegeu, alguém pensa em ti, nem que não saibas quem é, acredita que por cada acção que tu faças há sempre um motivo, e aumenta a tua auto-consciência deste mundo humano, na verdadeira acepção da palavra, para que possamos viver em solidariedade, tolerância e realismo.

Incógnito sem fim

Passou entre eles, e não o reconheceram. Falou com eles e não o entenderam. Juntou-se a eles e não o aceitaram. Suicidou-se e não morreu. Quiseram matá-lo e não tiveram coragem. Quiseram odiá-lo mas não tiveram motivos, amá-lo seria uma estupidez, rebaixar-se a algo tão desprezível. Mas eles viam -o e desviavam o olhar, ele fitava-os e eles só viam a expressão vazia de sentido, como quem espera um sinal, quem não sabe perscrutar o silêncio das ideias, o silêncio de quem está mais para lá do que para cá. E então, lobos ferozes o circundavam, quando ele se desnudava do seu ser, como que a querer atacar, mas sem poder, porque forças maiores os repeliam, o perigo sentiam, a Guarda estava alerta. Brincava entre amigos, saudava estranhos, acolhia a humanidade, se é que humanidade alguma vez lhe restou. Estranho em si mesmo, como que a querer aprender a viver, viveu. Apenas lhe restava reviver. O tempo urgia, tanto havia para aprender e dizer, e ele via, de todas as perspectivas possíveis e imaginárias, tanto quanto o seu tempo lhe permitia, mas nada resolvia, a verdade é que não existia. E essa verdade, que é como ele, incógnita, existia, mas na verdade, sem a haver. E ele ultrapassou o limite do tempo, nesse ideal não havia barreira. Mas ansiava, também, extravasar o limite do espaço, um ponto tal em que a solidão dos homens não fizesse sentido, esse sentimento que alguém descobriu, porque tudo é descoberto, mas, o incerto permanece. E ele era eu, e eles eram eles, e eles eram os culpados, como poderia ser ele? Ele não olhava, era cego, mas via límpida e distintamente o que os movia, mas o que o movia? Eles eram como ele, mas ele não era como eles. Afogou-se em águas salgadas! Fechou-se que nem um caracol na sua carapaça! Foi tragado por uma onda! Caiu num precipício! Jogou com o fogo! Era como a pólvora prestes a rebentar à mínima chama! Um disse: mata! ; outro disse: esfola! E aí fica o resultado, de que tudo é só um, o facto de que, simplesmente, não se pára aquilo que não se vê, como um fantasma que assombra os dias e as noites, como um super -homem que não o é. E o medo era imenso, o terror era real, como real foi o passado que já não existe. E há que avaliar, aquilo que foi, aquilo que ainda há-de vir. E gostava de saber quem se dará a esse trabalho, se tal não for pago? Mas a recompensa é enorme… És o que és, estejas onde estiveres, com alguém te identificarás, esse sentimento compartilharás, o sentido estará ai. Duas almas vibram em conjunto, mas o espaço é breve, o tempo é eterno. Quero tempo! Quero tempo! Quero o certo pelo incerto! Quero! Quero! Quero! Mas nada se pode. E eu não grito, calo e prossigo enquanto me for possível. E tudo se sonha e deseja. E tudo parece alcançável. Dependendo dos meios que se utilizam, poderão dizer: fiquei lá perto! Mas ele alcançou. Mas que alcançou? De que se fala? Que objectivo será esse? Que se passa na mente dele? Pois, aqui estou eu; Aqui, estou eu; Aqui estou, eu; Aqui estou, eu! ; Aqui estou eu! ; Aqui! Estou eu; Aqui estou! Eu; Aqui estou! Eu! ; Alô, Aqui! Estou! Eu! Toma, vai buscar… qui, Lindo menino. Como o desconcerto pode ser grande. Como se pode magoar quem é frágil. Como se pode confundir quem é ignorante. Como se pode lutar contra quem é Poderoso? Clama pela justiça que jamais alcançarás, homem forte ou Barrabás. Barrabás! Barrabás! Então não viste? Mas devias. Einstein foi um grande homem. Mas quem foi ele? Foi… Bruce springsteen é um grande cantor. Mas quem é ele? Há, já sei, um inventor de músicas. Mas que fez ele? Há, Descobriu a música a que chamou relatividade. E assim surgiu um novo tipo de rock, o rock relativo, que durou, relativamente, um certo espaço de tempo, dependendo se o músico estava na lua amiudadas vezes ou se só andou na lua uma vez e depois foi para Plutão, há, mas esse já não existe, pronto, afinal, sempre era o pó que ao pó voltou, nem era preciso ter inventado a música, bastava ter ficado pelos rituais pagãos ou pelas danças tribais. Tu encontras a alegria a cada dia, a tristeza da tua alegria corrói-me. E pronto, ta tudo feito, não sei para que se faz, mas tem que se fazer, não sei para que se inventa, mas têm que inventar, constrói-se e destrói-se, utiliza-se e desfaz-se, e o que subsiste fica, a essência que deixará de o ser. A antinomia da vida, o que é por oposição ao que não é, o que és e acreditas, acima de tudo, só o é, enquanto acreditares, a constante presença da contrariedade. Não te canses, ninguém há – de saber que És.

1-10-04 'Ainda' o Mundo eterno dos 'talvez'

Talvez se seja mais feliz sendo louco. Talvez valha mais a certeza do incerto do que a incerteza do que é certo. As minhas memórias da loucura estão escondidas através do dia a dia. Talvez tenha que mudar de método, talvez tenha que mudar o meu discurso, talvez tenha que mudar o meu pensamento. Talvez eu consiga ser outro sendo quem sou. Tenho que me agradar a mim próprio para andar bem. Talvez eu deva desistir de pensar que tenho de fazer qualquer coisa. Talvez eu tenha que dar o braço a torcer. Talvez este mundo não me pertença. Tenho que sair das sombras, estou farto desta escuridão. Tenho um longo caminho a percorrer até ao sítio onde eu me vou encontrar bem, não posso parar. Eles vão ganhar, vão levar a deles avante. Terei que me vencer a mim próprio. EU SOU NORMAL. Não ando pelas regras dos outros, eu próprio criei as minhas regras. Eu quero ser independente. Eu parei no tempo em muitos aspectos. Eu sou finito. Todo o homem é finito. Eu não poderei mudar o mundo. Mas porque a imagem pode? Porque pode a palavra? Porque o muda o som? Porque o muda a técnica? Porque eu não possuo um desses meios de mudar o mundo? É só sentir, só absorver, é só esconder, como um bicho do mato. Como se o mundo parasse de rodar quando eu desfalecesse, como se eu fosse ponto fulcral, se é que o já não fui. Tudo o que fui a apagar-se, o tempo a passar, e eu perco a partida. Como dar a volta, eis a questão?

            A minha imagem não é a imagem de aparência. Ela é o retrato de quem eu gostava de ser. A minha imagem traduzia-se pela perfeição. Mas como eu posso ser  perfeito se eu sou simplesmente um humano? “Heaven is a place on earth”. Talvez isso seja verdade, talvez o paraíso seja um lugar na terra. Não, não sou feliz, não sou bem humorado, sou sério, a minha imagem não é o ‘faz ver’. Será que o homem só pode estar ao pé do outro estando bem disposto, com uma boa imagem? Porque teima o homem em andar no mundo da ilusão? Já não é o suor que une os homens, mas sim a boa aparência, a falsidade das palavras. E a cada momento que passa ponho  em hipótese se as minhas palavras transmitem algo com sentido. Até parece que o Outono deixou de ser Outono. Até parece que o Inverno se transformou em Verão e vice-versa. Mas isso já não me preocupa. Talvez o que mais me preocupa neste momento seja a minha sobrevivência.

            As flores desabrocham, o sol nasce, a lua aclara a noite. A noite mantinha o ritmo, a noite quebrou o ritmo. O mundo tem perspectivas e perspectivas, as variáveis são imensas, as palavras já serão poucas para descrever tudo. O mundo nunca será mais o mesmo. A vida nunca mais será a mesma. Eu  preciso de sobreviver, mas já não sei como me aproximar dos homens, porque será que assim acontece? O meu mundo desabou e não tem mais sentido como era. Mas novos mundos podem surgir. Talvez eu já tenha perdido tudo o que tinha a perder. Talvez eu tenha que me deixar de loucuras. Talvez eu tenha que pôr todos os medos de lado, entre os quais não ter medo de ser bom, de ser o melhor. Talvez eu esteja errado mesmo. Talvez isto tudo não tenha sentido aparente, mas lá no fundo eu existo eu tenho uma conduta na minha maneira de sentir.

            Mais e mais. Sempre mais e mais, sem nada conseguir parar tudo isto. O movimento, o céu, o sol, a lua, as nuvens, o rio que corre, a neve que cai, o dilúvio, a avalanche, a avalanche. Das emoções, dos risos e dos choros. O dilúvio de culturas. A apatia. O não mais sentir. Sinto que nada sinto. A solidão corrompe. A solidão fortalece, faz calo na alma. Mas de que se fala, tudo a querer falar dos outros, tudo a dizer que os outros estão mal, quando são eles que estão mal. Espera-se por justiça. Espera-se pelo amor. Espera-se que ainda tudo tenha sentido.

Deus e o mundo eterno dos 'talvez'

    Talvez. Este meu eterno mundo dos ‘talvez’... Talvez todos se sintam da mesma maneira a determinadas alturas da vida, talvez toda a gente se sinta especial. Talvez toda a gente tenha que se sentir especial para fazer algo de positivo. Eu já me senti especial, eu acho que já fui especial, eu já acreditei nos meus ideais e achei que estava no caminho certo. Eu já fui o que se pode considerar de normal, mas também já fui excêntrico. Eu já quis ter a razão do meu lado. E se a razão estivesse do meu lado, o prognóstico que faria deste mundo e de tudo o que existe seria de imenso pessimismo, com pouco optimismo, assim sou eu. Já pensei que podia mudar o mundo, acreditei que algum poder, para isso, transcendental, estivesse do meu lado, acreditei em Deus. Ainda acredito, mas não o posso conceber segundo ideias que não são minhas e que pertencem a outros. Julgo neste momento, que cada um o tem que descobrir por si. E agora, acredito que não posso mudar o mundo, sou demasiado pequeno e finito para isso. Deus, os homens, a sabedoria e a inteligência, tudo o que existe e existirá, o Universo dentro e fora de nós, o infinito tão longe e tão perto. Uns descobrem-no voltados para o exterior, outros voltados para o interior, o seu interior. A Loucura, tão longe da ingenuidade, da pouca sabedoria e da pouca inteligência e tão perto do inalcançável. Que seríamos sozinhos? Sem o máximo EU, sem o Deus, sem os outros que não seríamos o que somos. Como conseguem os homens tornar lobos em cordeiros? Como podem os homens odiar? Saberão os homens amar? Não meter o nariz onde não se é chamado é importante, Deus é o construtor deste mundo, quem é chamado a ajudá-lo deve ir, quem não é chamado para a sua obra fica no desemprego. Mas acho que ninguém é esquecido. Quem se revolta, só se revolta contra si mesmo, todo o mal que se tenta infligir aos outros, cai sobre o próprio, quem não quer acreditar no que vê anda por caminhos errantes, sofrendo, indo contra a sua própria conduta. Toda uma linguagem metafórica envolve o mundo, toda a linguagem de Deus é metafórica, só um mínimo de coisas são realidades, as essências são as verdades, e essas talvez não sejam tão palpáveis como uma rocha, o espírito é que lhe indica (à rocha) a realidade e talvez aí (no espírito) residam as verdades, o sentido das coisas. Sem o espírito, a luz, todo o mundo é incolor, sombrio e  sem vida, sem o espírito o corpo seria apenas matéria sem vida como uma rocha. O espírito é vida. Será que então o espírito realmente desaparece? Será que existe realmente a morte? O corpo é pó e o espírito é onda e magnetismo. Talvez as palavras sejam demasiado simples para descrever a complexidade daquilo que é a verdade. Talvez mesmo, o que chamam de  ‘bem’ seja o prazer e o chamado de ‘mal’ seja a dor. Sendo assim aquilo que nos dá prazer é o bem e aquilo que nos faz dor é o mal. E aquilo que é o bem hoje pode não o ser amanhã, assim como para o mal. E há imenso stress quando se tenta travar todo esse movimento, ou seja, quando ficamos apegados a algo que pensamos ser o bem eterno, há uma luta contra a corrente. O mesmo para o mal. Assim também aquele ou aquilo a quem se chamou Deus não deve ser um conceito estático, novos dados vão surgindo acerca de tudo o que nos leva a formular uma ideia mais correcta de Deus. Porque tem que Deus ser feito à imagem de um homem, restringindo-o  a essa imagem. Talvez mesmo ele esteja nessa imagem que somos nós num conceito a que chamamos homem, mas não se restringe a isso. Assim também a vida se chama inferno quando o mal se apodera de nós, ou seja quando a dor toma conta de nós e não nos conseguimos livrar dela, quando por exemplo também tentamos manter ideais que já não se aplicam a nós, ou quando nos impõem certos ideais que não são para nós, não restringindo a dor deste ponto de vista a algo físico. Temos que deixar o corpo adaptar-se às situações, corpo e mente. E muitas das vezes transformamos a dor em prazer. E o mal torna-se bem. Então e que é isso dos pecados? Aquilo que alguém convencionou que não se devia fazer e a que chamou mal. Talvez haja um mal comum tal como existe o senso comum. Será mesmo mal matar alguém? Quem mata age por algum motivo e convencido que está a agir bem, mas está a agir mal segundo certos ideais éticos, de alto nível. Mas então para que há guerras? Então, há dor e há prazer enquanto os ideais estiverem em fricção: há o meu ideal e há o teu ideal, eu sinto-me bem no silêncio e tu sentes-te bem a falar e no barulho logo não podes estar ao pé de mim porque isso é como uma contradição, uma antítese. E se tentar-mos estar um ao pé do outro e defendermos os nossos ideais ou ainda porque não há espaço disponível, então isso poderá provocar uma guerra, pela busca do prazer, do bem de cada um, que por sua vez é o mal do outro. Ou, algum, o mais fraco, não morrendo nessa luta sem armas físicas que é a luta dos ideais, tem que viver na dor, logo no mal, abdicando daquilo que gosta, daquilo em que acredita e que o faz sentir bem. E de quem é o pecado então? É daquele que, não havendo espaço para os dois, só olha ao seu prazer e não dá espaço, não cede, um bocado da sua liberdade para o outro, sendo o mais forte e o vencedor da guerra em que fisicamente não mata o outro. É daquele que fecha os olhos perante o equilíbrio e gera o desequilíbrio, é aquele que fecha os olhos perante Deus. É do forte, daquele que mata, aos poucos, aquele ‘seu irmão’ que dá sentido à vida como Deus a concebe, e que merece viver também, porque quando o sol nasce é para todos. É daquele que mata fisicamente e sem razão só pelo prazer de matar. É daquele que tem prazer de sufocar os homens ‘seus irmãos’ sem necessidade alguma, apenas pelo capricho do poder. Podemos concluir que mal não quer dizer propriamente pecado, mal é a dor, e pecado é provocar o desequilíbrio que Deus quer e usar o poder de sentir o prazer consciente, que Deus deu aos homens por igual, e usá-lo em detrimento do equilíbrio, da destruição de outros. E Deus, anseio infinitamente por isso, fará justiça sempre, e tratará destes que fecham os olhos e só olham ao seu prazer. Podemos agir mal, ir contra o nosso prazer e sentirmos dor, mas estarmos a fazer bem a outro, e isso é a favor do equilíbrio, de Deus. Podemos agir bem, olharmos ao nosso prazer e procurá-lo, e contudo estarmos a agir em pecado, a agir mal segundo os desígnios de Deus e do equilíbrio. Quantos não há hoje em dia que estão a agir segundo o prazer, só olhando para o prazer, não olhando a meios para o obter, que um dia serão chamados a contas e verão o tamanho mal que fizeram a outros. Talvez tudo isto que eu digo esteja realmente a decorrer. Mas não me compete a mim ainda saber, se é que algum dia me competirá.

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