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Mais um alegre blog...?!

Enfeitado , disfarçando; traduzindo: as horas, o tempo que passa, inexorávelmente, e sentindo os sentidos da minha vida e de tudo e todos os que minha alma toca e abrange. Bem vindos a este meu Universo.

Mais um alegre blog...?!

Enfeitado , disfarçando; traduzindo: as horas, o tempo que passa, inexorávelmente, e sentindo os sentidos da minha vida e de tudo e todos os que minha alma toca e abrange. Bem vindos a este meu Universo.

Espectador de mim

      Vivo constantemente nesta insolência sentimental. Sei e compreendo cada vez mais o que sinto, pois, afinal, sou um espectador de mim próprio, um ser incomensuravelmente consciente, que tem evoluído no conhecimento intra e extra-sensorial, mas mais no conhecimento intra-sensorial. Numa tentativa de não perder o auto-controlo, sobretudo do pensamento, tornei-me num auto-controlador extremo de todos os meus pensamentos, como se o meu ego, que é o polícia do meu alter-ego (do meu inconsciente), se tornasse cheio de poder e retirasse forças à manifestação natural daquilo que é a minha natureza, tal como é a natureza humana (no sentido colectivo), de um modo geral. Esse policiamento tem um significado que é o de que pretendo seguir as leis com o máximo de rigor possível, muito possivelmente, e está de acordo com o sentimento que me acompanhou no meu desenvolvimento, que era o de seguir o objectivo de atingir a perfeição, agir correctamente em todos os aspectos da minha vida, de seguir o que é correcto e agir de acordo com o que eu sei que é a perfeição. No mínimo, de seguir com os princípios da perfeição. Sei que este sentimento que me guiou, vem de um pai exigente que, na verdade – agora sei-o e sei mais ainda - não é perfeito, longe disso. Chamaria – o - sem me ferir, por isso, a mim ou a ele ou qualquer susceptibilidade que exista nalguma parte mencionada ou exterior às mencionadas -, de um pequeno ditadorzinho familiar, um ditador medíocre. Sei agora que as minhas expectativas foram goradas, porque a raiz daquilo que me levava a tentar ser o que eu não era, era ela mesma (essa raiz) imperfeita, além de que tenho a convicção de que nenhum homem pode ser perfeito, porque nenhum homem é senhor de si e do seu destino. Senão fosse assim, até poderíamos, um dia, atingir a perfeição [a perfeição geral máxima], que para mim é a manutenção do equilíbrio. A beleza do equilíbrio aliada à energia do poder fazer, está de acordo com o inventar coisas equilibradas e descobrir a maravilha do porquê do equilíbrio das coisas, e a perfeição mora aí. E com tudo isto, ou contudo, eu sou o que sou hoje.

     Surgem-me, neste contexto, grandes perguntas acerca do porquê de o homem não poder ser perfeito e ter uma auto-consciência de si mesmo, o que é magnífico. Não descuro a parte de que para algo ser o que é houve muitas tentativas e erros da natureza para algo surgir equilibradamente, extrapolando, quero dizer: para um homem surgir com as características que tem, já muitos homens o antecederam e evoluíram. Há muito mais coisas e acontecimentos repetidos do que imaginamos, há muitos mais sacrifícios de seres do que imaginamos para toda esta evolução. Parece-me que a evolução, quando há equilíbrio, é algo que deve ser incontestável e é imparável, até ao fim dos tempos. Sei que defendo, com isto, Darwin, mas com tudo o que tenho lido e experimentado na peneira dos meus sentimentos, é verosímil que assim seja.

Há no Universo um conceito intrínseco em tudo o que se queira observar: a dualidade. Acredito nesse conceito, assim como acredito na existência do oposto para que haja equilíbrio. E fascina-me a capacidade que os homens têm, nós temos, pelo menos alguns, de, apesar de estarmos no pólo oposto, no pólo negativo, saber-mos que há um pólo positivo, de conseguirmos observar o outro lado de onde estamos. Isso é fonte de maravilhas e ascendência nesta vida ou, pelo contrário, pode ser e significar um caminho mais rápido para o desterro, para a angústia: assim é a auto-consciência. Diria mesmo que, se um homem quiser, se tiver essa forte vontade, ele consegue observar as coisas de múltiplos e incomensuráveis ângulos. Podemos imaginarmo-nos a nós próprios do exterior, fazer uma ideia do que somos exteriormente, mesmo sem nos olharmos com outros olhos, e, no entanto, também nos podemos olhar com outros olhos, mesmo com olhos de quem nunca nos olhou. Penso mais, que, muito provavelmente, poderemos falar em pluralidade.

     Observo o meu interior constantemente. Analiso os meus sentimentos, trago as recordações da minha vida ao de cima, envolvo-me nos meus sentimentos originais na tentativa de compreender. Questiono-me acerca daquilo que sinto e que imagino, encontro respostas viáveis que se tendem a tornar fiáveis, pelo menos para mim, na minha interpretação do mundo. Sou um espectador atento daquilo que sou eu, redescobrindo-me a cada dia que passa, mais e mais. Estou enormemente grato por ter a possibilidade de viver e ter chegado até aqui. Grato por tido a possibilidade de evoluir, de sentir prazeres na vida, de ultrapassar objectivos que pareciam inultrapassáveis, grato pelo sofrimento sentido (também) como forma de evolução e maior compreensão das coisas. Estou grato e não sei ao quê ou a quem agradecer… Sinto uma imensidão em mim, sim, um vazio social imenso mas também uma grandeza Universal que me acompanha no meu interior. Mas temo que estes sentimentos de plenitude e grandiosidade me façam ter azar, e que ele um dia se queira vir a apoderar de mim, novamente, algo que ninguém está livre neste jogo de sorte e de azar que é a vida. E tenho tanta sorte… poder estar ainda aqui… saber muito mais do que o que sabia antes… sentir que tenho um lugar no mundo… Pois, tenho oportunidade de estar integrado ou a integrar-me novamente. Pergunto-me constantemente até quando esta sorte vai durar (?), [até acho estranho depois da escuridão que se abateu sobre mim], este entendimento calmo da vida, que desejava sentir para sempre. Decerto a vida fala comigo uma linguagem que eu vou entendendo cada vez mais. Até poderíamos chamar Deus, porque alguém o colou a mim, esse conceito de uma entidade superiora, da qual não me consigo livrar, repito-o até à exaustão. Neste momento e cada vez mais sinto que sou um ser único [quer seja isso bom ou não] e que essa vida, esse Deus, fala comigo uma linguagem particular; sinto que não me cabe a mim gerir os destinos do mundo, porque sou pequeno de mais para isso, ínfimo, prescindível. Se ao menos eu puder salvar a minha vida… Não, não sou egoísta [repito-o], sou empático, solidário, e se eu tivesse força e energia suficiente eu levantaria o mundo com os meus braços. Se eu fosse o dono da perfeição o Deus de todos os homens, eu os tornaria perfeitos e a agir da forma correcta. Mas não, sou apenas espectador, quase na totalidade, da minha acção neste mundo. A maioria das coisas para as quais eu estava pré-destinado neste mundo a fazer e a mudar, talvez eu já tenha feito, isto é, se tinha alguma coisa a mudar neste mundo ou no meu mundo interior talvez já o tenha feito. Sei que não adianta questionar-me acerca do porquê das coisas ser como são e não de outro modo, elas simplesmente são como são, simplesmente acontecem, e acontecem uma vez apenas, tal como se nasce e morre uma vez apenas. O caminho é em frente, não há o regresso. Doa o que doer [em mim], a [minha] vida é assim. Sou e tentarei ser um espectador atento de mim, e futuramente dos outros (desejo isso).

In & Out – Culpado ou assistente do que se passa

Passo muito do meu tempo aqui, agarrado à tecnologia, que me fascina, me ocupa, me desenvolve (o conhecimento sobretudo) e me ajuda a passar o tempo. Por vezes temo não ter tempo para ela, e cada vez me surge mais frequentemente esse sentimento, porque o meu tempo urge. Temo perder o fascínio pela tecnologia e pela vida, mas tenho esperança de que tudo o que me envolve espaço – temporalmente, - o universo (de que eu tanto falo) e o meu tempo (passado, presente e futuro) me traga uma vida realizada, livre de mágoas, ressentimentos e frustrações, à medida que os meus anos de vida passam, além de que desejo que o meu sistema (o meu organismo) me dê uma vida justa , metabolicamente falando, livre de complicações de maior. Todas as variáveis que me envolvem são enormes e eu não consigo controlá-las, mas consigo observar de uma maneira especial a maneira como elas funcionam, de uma maneira mais superior, por causa de / graças a , toda a dificuldade que tem aparecido na minha vida, graças aquilo que sou desde sempre e que procuro a resposta para o porque de eu ser quem sou. É verdade que gosto de tecnologia, é verdade que gosto de ser livre, mas a ideia de que tudo tem um custo no tempo e no espaço prende-me (acorrenta-me), porque eu não queria destruir cegamente (como muitos e muitos) aquilo que deve ser para usufruto de quem merece – ou seja, de todo o ser nascido, que devia ser livre até ao ponto em que o outro é livre e que tem direito a ter um mundo que o acolha e do qual possa desfrutar de acordo com aquilo que sente e que é, e para que tudo isto fosse perfeito, que tivesse uma mentalidade elevada para poder respeitar todos os seres e que pudesse receber esse feedback de respeito [mas tudo isto é um sonho da perfeição, do ser imperfeito que eu sou, angustiosamente, e do qual me quero livrar] - tendo um ambiente sustentável no tempo futuro, livre de excessos, injustiças e desigualdades. Mas sei, cada vez mais, que não me cabe a mim mudar o rumo que o mundo com tais imensas variáveis toma, e no entanto ainda não me conformo, não estou satisfeito se não conseguir sentir-me bem comigo próprio e com o mundo que me envolve. Não é o facto de eu abdicar e mudar umas poucas de mentes, ou devido à minha fraca presença que o mundo vai mudar para melhor, além de que nada me garante que o meu ideal esteja certo como já alguma vez acreditei piamente. Questiono-me, constantemente, o porquê do mundo me ser algo tão estranhamente belo (?), em certas horas, para ser um verdadeiro pesadelo noutras. Pergunto-me o porquê de haver tanta gente que joga (?), em primeiro lugar o jogo da economia, do dinheiro e do valor monetário, que somos obrigados a jogar desde sabe-se lá quando começou a fazer parte da cultura, tão abrangente hoje em dia, do homem. Acho que o jogo faz parte do homem, e jogos que uns gostam de jogar podem não gostar outros. Sei que há muita gente que não imagina o que está por detrás destas palavras que eu digo, nem mesmo eu (!) imagino o alcance que elas têm… Não ligam e desprezam ou ignoram, simplesmente, mas o facto de as ter encontrado já ditaram um novo rumo nas suas vidas, nem que seja da forma mais elementar, mais simples. Influenciamos e somos influenciados, e eu só tenho de aceitar isso, por mais que me custe. Eu não estou no centro do mundo, e isso tem que me entrar bem dentro da minha cabeça, eu sou apenas algo que existe, para não mais existir, um dia, por mais que isso me faça sentir inconformado, me intrigue também a minha existência, muitas vezes injustiçada neste mundo. Vivo um isolamento espiritual imenso, atingindo visões que não percebo o porque de elas virem até mim, compreensões de coisas das quais não encontro quem, mais alguém, as sinta do mesmo modo, ou idêntico, e que as queira comentar. Vivo um jogo singular que não serve neste mundo económico - e mesmo que não falando na economia falamos nas emoções, das quais as minhas não são idênticas as dos outros seres. Tudo à minha volta é estranho, muitas vezes, ou então sou eu que provoco essa estranheza: ambas as situações acontecem, sei-o claramente; Vejo situações das quais o ambiente me pede intervenção, não podendo-lhe dar essa intervenção criando um bloqueio em que tudo à minha volta começa a ser muito estranho e anormal; vejo situações em que o ambiente me diz que estou como observador e sei que há algo de anormal a passar mesmo que eu não consiga entender o quê, e que não está a acontecer por minha culpa. Mas uma coisa é certa, dependentemente ou independentemente de mim: 'assim acontece'.

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