Enfeitado , disfarçando; traduzindo: as horas, o tempo que passa, inexorávelmente, e sentindo os sentidos da minha vida e de tudo e todos os que minha alma toca e abrange. Bem vindos a este meu Universo.
Enfeitado , disfarçando; traduzindo: as horas, o tempo que passa, inexorávelmente, e sentindo os sentidos da minha vida e de tudo e todos os que minha alma toca e abrange. Bem vindos a este meu Universo.
- Cala-te e deixa-te de coisas. Vamos ao que interessa. - O quê? E pensas tu que me levas para a alcova. - Claro que sim, fazias-me umas tagatés. - Isso é algum vilipêndio ou quê? - Deixa-te de andares sempre a abesoirar o que eu estou a dizer. Tu bem me entendes…ou és andrófoba? - Bem, não falemos mais nisso. Estamos aqui perdidos e… - Vamos para a alcova ou não? - Vamos para o tálamo. - Oh! Oh! Já está supino. - À seu rufista. - Quanto te almejo Sirsi. - Vonda! Espicha. Não fiques com acedia, agora. - Olha que eu sou pertinaz. - Ahhhh! Labrego!
Observação: Este texto foi originalmente escrito no inicio dos anos 90.
Define o meu pequeno dicionário: " sexualidade: características morfológicas, fisiológicas e psicológicas relacionadas com o sexo." Talvez seja uma definição pouco descritiva da verdadeira dimensão desse conceito. Essencial na sua objectividade mas muito concisa na sua subjectividade, no meu parecer, estática quando na verdade o conceito de sexualidade é versátil. Sexualidade não é só o aspecto de uma pessoa- um conjunto de órgãos objectivamente estudados -, não é só um conjunto de reacções orgânicas que nos levam a um fim, sexo (a reprodução, nos animais), não é só o comportamento observável das pessoas, no que diz respeito ao sexo, e não se define mesmo com todas essas características juntas. Ela é mais do que isso. Sexualidade é mais que intimidade consigo próprio, afecto, erotismo, amor. Ela manifesta-se na inteligência, força, poesia, amizade, nos sentimentos [e emoções (alegria, raiva, tristeza) ], nos gestos, no diálogo, dirige a forma como pensamos. É a força da vida em si mesma. Dou comigo a pensar e pôr hipóteses: ‘a sexualidade, na verdade, é o que faz mover o homem’; ‘O homem vivia no paraíso. No paraíso o homem tinha tudo o que precisava: alimentos. A sexualidade reduzir-se ia nessa altura ao acto sexual que servia para reprodução e se propiciava automaticamente quando a fêmea andava com o cio (como nos animais). A certa altura da evolução o homem começou a pensar sobre o que pensava e logo sobre o acto sexual e sobre aquele impulso incontrolável. Ele podia rever-se nesse acto e inventou a vergonha, como um sentimento de confusão por não entender aquele impulso que o levava aquilo. E começou a conter e a tentar controlar o sentimento que apareceu a par da vergonha, o desejo, tapando as partes púbicas. Digamos que foi destes dois sentimentos antitéticos (desejo por um lado e vergonha- repressão do desejo- por outro) que se deu o ‘big bang’ da evolução do homem, ao reprimir o seu desejo, ao tentar controlá-lo ele explodiu noutros sentidos como por exemplo, e o mais paradigmático exemplo, no do desenvolvimento da sua inteligência e o que está directa ou indirectamente ligada a ela: o aparecimento da técnica, a capacidade de abstracção relacionada com o aparecimento da linguagem. Tudo isto devido a esse virar-se para si próprio e descobrir-se a si próprio. Tudo para dar vazão a esse manancial complexo de sentimentos que caracteriza a sexualidade.’
A sexualidade diz respeito a todo ser humano. Ao contrário da sexualidade animal que é facilmente definida, a componente psicológica da sexualidade no homem torna-a complexa. Diria, como complemento, que sexualidade é tudo o que nos leva ao sexo, é o preliminar dele, fim último e principal para que vivemos, talvez...pelo menos no minha maneira de ver as coisas é. Todo o homem coloca questões, essas que podem ser do tipo destas: ‘de onde vimos? Para onde vamos?’ questões estas difíceis de serem respondidas. Mas quando nos questionamos ‘qual o sentido da nossa vida?’ não será fácil encontrar uma resposta? Ao fim e ao cabo o objectivo da nossa existência é a reprodução e a perpetuação da espécie. Pondo de parte os eufemismos e falando linguagem comum, o objectivo é o sexo (o acto sexual, aquele clímax final de todo um percurso). Todo o homem (e mulher) tem etapas de realização, primeiro realiza-se no simples contacto com o sexo oposto, depois no acto sexual e mais tarde em ter um filho. Acho estas as principais etapas de realização no que diz respeito à sexualidade e as básicas da vida. Considero que as demais realizações que se vão tentando surgem após ter estas satisfeitas.
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