Preocupações pessoais e ambientais
A minha preocupação com o que se passa na minha vida é proporcional ao que se passa no mundo e no Universo, e proporcional à impotência que sinto pra mudar para melhor qualquer uma das anteriores situações. Tento compreender o que se passa, mas sei que não é o facto de compreender que muda as coisas em si, porque o facto de compreender é meramente o de observar com mais aproximação e verdade o que se está a passar, não significa que tenhamos a capacidade de controlar ou mudar as coisas. Um homem não é ninguém sem os outros homens, assim como qualquer ser nunca foi algo substancialmente potenciador de mudança sem pelo menos haver outros seres que o envolvem, sejam da mesma espécie ou não, além de todo um ecossistema que lhe permite efetuar mudanças; e até ao século passado ou séculos passados, talvez poucos milénios atrás, já com a existência do homo-sapiens, terá havido o pico da Biodiversidade, que acredito ser difícil de voltar a encontrar na história da terra [Tenham medo, pois a terra nunca mais será a mesma, por mais que tentem fazer ver que está tudo a ir para melhor, que o pior já passou, como que iludindo as crianças e os ignorantes – A matança continua, e a maldade, malícia, ganância do homem nos levará ao fim]. Assim é a terra, um ecossistema único onde a vida cria vida e a mantém pelo passar dos tempos, dos milhares de milhares de anos que fazem a história da terra. Estamos fascinados pelo poder da comunicação em tempo real, pelos Media, pela internet, pela tecnologia, numa cegueira desenfreada, não há quem oriente as massas no sentido de conservação da terra, da abnegação pelo poder de controlar desenfreadamente as mentes que estão zombies. Falar é fácil, mas fazer é muito mais difícil, incomparavelmente mais difícil, talvez não haja uma vontade clara no rumo que o mundo toma, e tudo segue ao acaso, mas um acaso medonho. Uma nova ordem se impõe, disso tenho a certeza, a fim de ainda salvar o mundo, de reduzir a nossa dor e a dos filhos que são amados. Os corações estão totalmente eclipsados pelo poder de exploração da natureza a que o homem foi capaz de chegar, e, ao mesmo tempo isso permite criar realidades supérfluas. Os problemas, quando não nos tocam, são sempre dos outros, como se houvesse sistemas completamente isolados, como se fossemos imunes ao que está longínquo, quando na verdade tudo está relacionado. Na minha mente, procuro pela resposta à questão se o homem tem o direito de usufruir da natureza para seu prazer, sem pensar nas consequências num futuro mais ou menos longínquo ou imediato, e a resposta mais justa que encontro é que se o homem tem o direito de usufruir, também tem o dever de cuidar e proteger, de permitir a renovação do ecossistema para seu próprio bem.
E que tal se plantássemos árvores? Uma ideia que vem desde sempre, pelos conservadores e protetores da natureza, que faz todo o sentido e que significa abrangentemente: ‘Protege a natureza e te protegerás’. Porque existem cidades onde pessoas não sabem mais o que é a natureza, como funciona a natureza? Porque não nos viramos para o conhecimento da fauna e da flora, de uma maneira massiva, e tentamos proteger a natureza para nosso próprio bem, em vez de passarmos horas da nossa vida vendo filmes, galhofando das vidas alheias, criando ilusões, fantasias, novelas, inação saturada, doenças. Nada é connosco, é, por exemplo, com os governos…; Porque os governos não têm poder, porque não há um ‘bom’ poder? Será que o poder existe na verdade? O poder para proteger o interesse do equilíbrio da terra? É difícil… essa é que é a verdade. A teoria é uma, até pode ser boa, mas a prática é outra, difícil de implementar, e, mesmo assim, sem desculpa para não tentar.
Pessoalmente, tenho um certo contato com a natureza, tento ter uma vida diversificada, dentro do que são as minhas energias e capacidades; sei que posso pouco, mesmo assim; as minhas habilidades sociais são curtas, mas a minha maneira de sentir o mundo é única, continuo acreditando nisso; e no fundo, sem ser egoísta por isso, preocupo-me imenso comigo e com a injustiça que me envolve, tentando libertar as amarras que de algum modo me tentam acorrentar, o desequilíbrio que se acomete comigo.