Enfeitado , disfarçando; traduzindo: as horas, o tempo que passa, inexorávelmente, e sentindo os sentidos da minha vida e de tudo e todos os que minha alma toca e abrange. Bem vindos a este meu Universo.
Enfeitado , disfarçando; traduzindo: as horas, o tempo que passa, inexorávelmente, e sentindo os sentidos da minha vida e de tudo e todos os que minha alma toca e abrange. Bem vindos a este meu Universo.
Hoje sinto-me internamente, subjetivamente, não manifestamente, eufórico no sentido que me apetece dizer algo. Imagens passam diante meus olhos manifestando-se apenas na minha mente de que algo de grande se pode verbalizar. O mundo está numa mudança acelerada, as nossas mentes andam aceleradas, embora nem todos tenham capacidade para gerir tais mudanças, eu, certamente, sou um dos que não tenho, mas, por breves momentos no tempo, quando me sinto especial novamente, até parece que realmente tenho capacidade e sou realmente especial; o que para mim é evidente, pois não posso escolher outra vida que não a minha, nem outro ser quem não o meu, nem outro tempo que não o que me é permitido viver. As mentes estão de algum modo conectadas, sinto-o, embora não consiga perceber de que modo o estão. Sinto algo fantástico que me é difícil dizer, algo que é sinónimo de compreensão mas que não consigo verbalizar - pensar coerentemente, segundo o senso comum não é comigo, é minha dificuldade original, logo é para mim evidente que o efeito de tal causa seja não conseguir verbalizar facilmente, o que lhe poderá parecer paradoxal ao estar a escrever este texto para si. Compreendo que neste mundo há perspetivas sem fim. Percebo que a minha vida é feita de dificuldades que jamais poderão interessar a alguém. Sei que há coisas que nunca deviam ser questionadas para se viver em conformidade com o ‘espírito da época’, vou chamar assim á usualidade psíquica dos tempos que correm em determinados momentos no tempo; Eu penso que questionamos sem saber o porquê disso, comigo foi assim, tudo começou e não mais parou - talvez a sobrevivência esteja em causa, e por isso o homem pensante pensa, para resolver a dificuldade vital; no meu caso, acomodando-me no certo e conhecido evitando o incerto e desconhecido, tentando ter o meu mundo sobre controlo. Imagino que tenho um deficit emocional, ou melhor, talvez uma perturbação emocional. Constato que o que se diz não sempre é o que se escreve, nem é sempre conversa útil, assim como, a verdade se tende a ocultar para apenas ser revelada aqueles a quem tiver de ser, e por consequência há quem diga e há quem faça, e fazendo mais um ‘mea culpa’: eu digo, não faço, eu vejo mas eu não tenho tato para fazer, nem coordenação psico-motora para executar determinadas tarefas, sobretudo em grupo. Sinto que a minha maneira de ser foge aos tramites da normalidade imposta, e que apesar de me trazer muitos prazeres particulares também me trás dificuldades próprias, não inteligíveis para outras/os pessoas/conhecidos, mesmo os mais próximos – ah! Como eu sinto o egoísmo que grassa pelo mundo! – Sei que sou diferente, sempre o disse que o sou, sei que todos nós somos diferentes, mas unidos por qualquer coisa, por aspetos físicos ou psíquicos, ou por uma mente universal que nos rege a todos em última instância, o topo da pirâmide, o lugar máximo da escala da vida -. Mas porque eu acho que entendo? Será que, realmente entendo muita coisa? Ou sou eu a imaginar que entendo? Se entendo os outros, porque os outros não me entendem a mim? Se não entendo, porque sou tratado como entendendo das coisas? Se entendo porque não tenho eu sucesso na vida? Sou diferente, mas até que ponto? Sou sensível, meu corpo é belo quando sigo em normal segurança pela vida – quando, por exemplo, não tenho stress em demasia, não tenho de apanhar sol a partir de uma tolerância muito baixa, quando não tenho de beber álcool, vinho ou cerveja, em algum encontro festivo em que se põe à prova as capacidades das pessoas, marginalizando (marginalizando-me eu próprio, duplamente), quando consigo alimentar-me normalmente – e, no entanto, não tão belo quanto digo, tornando-se mesmo uma chaga viva quando certas coisas que, para os outros mais fortes não causa sofrimento, a mim causa um sofrimento enorme; e no entanto sobrevivo; o psíquico torna-se mais estranho à medida que o tempo passa, porque, e é um paradoxo, mas parece-me que os males da psique não são considerados manifestamente males, mas feitios, ideias, atitudes que não se devem manifestar na cultura segundo a qual estamos a perspetivar esse ‘mal’ (atenção: não falo em ‘males da mente’ que é diferente, ‘mal da mente’ = problemas fisiológico/neurológico); já os males físicos (exteriores) são evidentes e aceites, relativamente aos interiores já pode não ser bem assim, o que não se vê põe-se em causa a sua veracidade, não é assim? Assim é com o psíquico, não se vê logo não se é para compreender, por quem não necessita de compreender porque, eu estou bem logo não sei o que o outro tem nem quer saber – para uma pessoa comum essa atitude é entendível, já para um médico que supostamente é para compreender e não compreende, isso dá que pensar; será que só interessa ganhar o dinheiro ao fim do mês? Deixo a questão, e digo que falo pelo que sinto em relação a duas médicas onde tenho ido; e vejo mais queixas por ai de gente que não é compreendida nos males que se tem, sobretudo psíquicos em que os médicos não são capazes de dar resposta adequada, longe disso, aos problemas que as pessoas, desesperadamente têm; e ainda, posso contar algo de concreto (embora não me referindo ao psíquico neste caso) - até já fiz um post sobre isso há uns posts atrás, em dezembro de 2013, http://johnybigodes.blogs.sapo.pt/65796.html -, em que eu fiquei a saber por mim próprio que era intolerante à lactose quando já me tinha queixado à médica por varias vezes que tinha mal-estar intestinal, e ela nunca foi capaz de se lembrar, digo assim, de me dizer isso: para evitar o leite. Agora já se fala muito nisso, e já se vai encontrando leite sem lactose. É lamentável acontecer isto, tenho sofrido muito mais do que sofreria na vida por tomar o leite e andar mal dos intestinos, se tivesse sabido há pelo menos 10 anos atrás… simplesmente não percebia o que se passava até que se fez luz. Realmente, as pessoas são irracionais em grandes aspetos da vida, neste mundo, deixem-me generalizar agora um pouco este aspeto (de irracionalidade) porque se recusam a compreender quando estão bem, nada é com elas: o mundo está a caminhar para pior, mas como ‘eu estou bem’ então nada mais interessa saber; é pena que isso aconteça….Se bem que por outro lado há aqueles que tanto poderiam fazer e simplesmente estão, sei lá, economicamente bem, não precisam de se preocupar. E isso leva-me a pensar afinal é verdade que pagam os mais fracos com a injustiça, os mais doentes, que ainda tem de trabalhar mais do que outros saudáveis, muitas vezes. Quem mais precisa é quem é explorado, e a pensar nisto penso também naquilo que me questiono frequentemente, porque acreditei em Deus?Porque não consigo, no entanto, não o negar (?), apesar de haver muitos mais indicativos de que o que ocorre nesta vida é um acaso do que uma ‘vontade maior’, em lugar de haver um Deus bom, que me querem fazer acreditar; vida, esta, num mundo magnífico onde os fracos tem a vida perdida à partida em lugar de ter um lugar reservado por Deus para uma eternidade nunca comprovada, num paraíso além-vida que será infinitamente incerto, vida, esta, onde a vontade do homem é negada à partida segundo uma saúde e uma série de vicissitudes que lhe ditarão o que vai ser, como se fosse um jogo em que quem não consegue jogar já perdeu mesmo sem nunca querer jogar. Podia falar ainda mais na falta de amor, de gente perdida, pessoas em número exorbitante, que falam ser protegidas quando nunca mais terão proteção, porque são elas mesmo fruto da desproteção e do desamor, da irracionalidade, ou tão-somente do acaso, de uma experiência da evolução, por exemplo. Continuarei a questionar-me sobre isto, possivelmente sem nunca encontrar resposta a estas questões, sofrendo sem perceber porquê, e no entanto agradecido a algo desconhecido, se assim for, porque sei que não sou o que sofro mais além de que me posso rever noutros sofrimentos que me dizem que não estou só, pelo menos não sou o único, porque aí qualquer um que esteja só com a sua maleita seria desprezível.
Acabei por não dizer nada do que queria =| …talvez diga o que quero depois de amanhã.
Há desafios em cada momento das nossas vidas, porque a mudança é uma constante, em maior ou menor grau. E porque a mudança é constante e apenas o melhor tende a perdurar chamamos, a isso, evolução. Acontece que o ‘melhor’ (que a evolução seleciona) é selecionado ou evolui à custa do ‘menos bom’ e ‘pior’, não tendo, assim, menos importância o ‘menos bom’ e ‘pior’ do qual depende o ‘melhor’, apenas o ‘menos bom’ e ‘pior’ dura menos em termos de evolução. Fica aqui mais uma apologia dos mais fracos, porque quando o Sol nasce é para todos. Além disso o melhor também deixará de existir; E mais: se é melhor agora não quer dizer que será melhor amanhã. Além disso, ‘o melhor’, o ‘menos bom’ e o ‘pior’ existirão em maior ou menor grau em todos os seres ao mesmo tempo, apenas sendo mais utilizado, a longo prazo, ‘o melhor’ de cada ser, de cada coisa (generalizando), ao longo da vida de cada um, ao longo da existência do Universo, do ínfimo e do máximo.
O desafio das mudanças leva-nos a tentar adaptar de qualquer modo; hoje tenho tempo para divagar sobre o ‘desfio das mudanças’ porque a minha direção de adaptação me levou a isso; para muitos, este modo de estar na vida não faz sentido, este observar a vida, divagando, por exemplo, pelo dito tema, isto porque o sentido de adaptação é outro, porque tudo se lhes conjugou de outra forma, de outras formas. Tenho que ser feliz com o que tenho, não com os sonhos desmesurados que não terão lugar na minha vida, e no entanto, sonho, e é esse sonho que me conjugou como eu sou e me conjugará como serei; sou feliz por isso, por ter existido e compreendido; mais, algo me diz que devo lutar contra esses desafios, porque tudo tem que mudar, porque não podem simplesmente apagar o que é bom, ‘o melhor’, é a lei, mesmo que seja provisória, ‘Dura lex, sed lex’ é a lei da vida, quiçá de Deus.
A preservação de um ser é algo de magnífico, a sua idade, a sua perseverança de viver, sendo, no entanto, um suspiro despercebido na idade do tempo. A vida é algo de extraordinário e único (talvez a maioria das pessoas saiba isso e o que digo é uma vulgaridade para elas, porque o veem como evidente, tenham elas a inteligência que tiverem ou independentemente do estrato social que ocupam na sociedade); o facto de sermos seres vivos auto-conscientes ainda é mais extraordinário. Talvez sejamos únicos neste Universo. Tudo parece belo quando estamos no nosso elemento, em segurança, dentro do aceitável segundo as regras do homem, tendo um conhecimento superior ao dos outros; ou talvez nem por isso, talvez se viva bem e feliz na ignorância vivendo toda a vida como crianças; eu não me importava de ter sido esta última, já que tive de viver, se Deus quisesse. Tenho a fé de que há Leis muito maiores do que as apeladas de ‘leis’ criadas pelos homens, segundo tais Leis as leis dos homens passam somente a ser simples regras, regras de convivência ou, muitas vezes, de conveniência. A minha preservação, enquanto ser consciente e conhecedor que sou, passa por sobreviver o mais longevamente possível e na melhor qualidade de vida possível, acrescentando: na inteligência e na fé dos valores bons, positivos, da vida, na busca do que é justo além da procura da força do saber sofrer, quando tal tem que acontecer. Quero construir a minha vida, tenho que agir, no entanto sempre tive medo de agir mal, talvez porque embutiram em mim o ideal da perfeição, da autoexigência, autoexigência essa que me levou a ultrapassar os limites da minha mente, mas com um preço caro, que estou a pagar (para o bem ou para o mal), o tal sofrimento que quero superar. Essa exigência leva a que tenha ideais elevados mas me retrai no agir, visto que eu não ajo segundo as regras do homem, e sim, tento sempre agir segundo as leis do Universo, de um ideal superior, o que me causa dificuldades imensas, mas que julgo que, como crente, ao mesmo tempo me vai valendo essa fé num Bem superior, para onde temos que caminhar e evoluir. Vejo através de análises extrínsecas que muita gente não deve dar valor à vida, mesmo quando têm o essencial para lhe dar valor e lutarem pelo que é justo, subjacente está um ideal de vida de desvalorizar o Universo (a vida, tudo o que existe, eles próprios). Até posso dar um exemplo a atualidade em que jovens da europa, neste momento partem para a Síria para combater ao lado do estado islâmico; estando eles numa terra de paz e liberdade, partem para morrer em vão numa guerra sem sentido; faz-me muita confusão, isso, como é possível? Como é possível o aberrante, sem valor, atrair vidas? Dizem que lutam em nome de Deus, mas quem são eles para lutar por Deus, por amor de Deus?! Prosseguindo: Eu mesmo tenho medo, neste momento assim como em todos os momentos da minha vida, que caia numa situação em que não consiga dar mais valor à própria vida e ao que vivi. Mesmo assim, é provável que chegue a um certo ponto, se continuar a viver, em que a vida não me soará como soa agora no meu psíquico, em que tudo o que fui e sou se irá diluir no tempo, aceito que tal poderá acontecer, desconfio que já esteja acontecendo paulatinamente.
Falamos mais em ‘preservação’ quando falamos de proteger objetos para que possam existir o maior tempo possível, eu falo da minha auto-preservação. O homem devia pensar que auto-preservar-se deve ser preservar esta bela terra pelo mais longínquo tempo possível, mas à velocidade a que está o mundo tenho que dizer que não tenho esperança num futuro a médio prazo, resta-me a fé numa intervenção divina para equilibrar tudo isto. Como dizer o que vejo por palavras? É tão difícil fazer-se compreender quando as pessoas não querem compreender… É mais fácil idealizar mas tão difícil agir. Tanta gente que nasce sem amor, sem ideias, seguindo regras cegamente, seguindo seus instintos enganadores e erróneos. Deus, se existe o bem e o mal, e tu és o bem, tens que intervir e tornar este mundo belo aos olhos de todos, ou estarei eu completamente errado? Tenho medo que esteja, mas ficaria feliz se estivesse um pouco certo do que sinto.
Tento preservar-me, mas a maioria dessa capacidade de preservação não está em mim (somente uma minoria em mim), mas sim no que chamamos o acaso de situações, que poderão não ser tão acaso como pensamos. Pistas de mim perdurarão para sempre, senão histórias completas, que tentarão reescrever-me. Desejava não ser o protótipo de um homem que não tem valor, porque tudo o que sinto é imensamente valorizado, não fingido. Se tenho muitas coisas más (sentimentos, atitudes, más ações)? Terei algumas, e mesmo assim tudo em mim terá um propósito ainda muito, mas muito maior do que eu posso alcançar. Resta olhar para o que me é inerentemente bom e equilibrado, o desejo de ser um ser perfeito, apesar de todas as dificuldades e imperfeições. Poderemos chamar ao que está a acontecer no mundo ‘acaso’, ou haverá um propósito para tudo o que acontece? Talvez o propósito seja a evolução, a melhoria dos seres, mas… é tudo tão paradoxal que confunde a mente racional.
Para nos preservar também precisamos conhecermo-nos o melhor possível, saber o que podemos fazer ou não, e respeitar os limites de nós mesmos, mesmo quando estamos a ultrapassá-los constantemente, devemos respeitar o que nos é imposto pela nossa natureza. É como saber o que nos faz bem e o que nos faz mal, se nos faz mal devemos evitar sem dúvida, se possível; decerto há um lugar para nós estarmos, não devemos tentar ser como outros se não o podemos ser. Se o leite me faz mal, não o tomo, em princípio tenho alternativa; Sorte a daqueles que bebem sem males maiores, devem ter bom fígado, o meu não destila bem, vou por outro caminho, obrigado, talvez não possa ser vosso amigo. Eu que pensava ser especial, afinal sou um ser fraco, não tenho uma saúde normal, tenho que seguir o meu próprio caminho, solitário, mas o meu caminho, ou então, se não tiver caminho, lutarei para fazê-lo sobre o vosso, até morrer… Tudo pode ser sério, tudo pode ser simples, não conhecemos ninguém; Eu pelo menos tento conhecer-me a mim mesmo, e respeitar-me, e superar-me respeitando os outros quando merecem, senão luto para fazer o equilíbrio, o meu equilíbrio e o equilíbrio dos outros para comigo. Senão ainda sonho: quando não posso sonho que posso.
Culturas que se diluem em culturas; conquistas forçadas; sangue inutilmente derramado em nome de Deus, em nome de ideais que hão de desaparecer para sempre; a destruição do mais fraco; a preservação dos fósseis; atritos que não compreendemos; as inteligências de seres que superam outros mas que vivem na tolerância da humanidade são boas aos olhos de quem realmente manda; tento ver com olhos superiores mas não consigo realmente ser superior; Ajo segundo uma natureza que pressinto mas não consigo descrever; tento perseverar, quero perseverar; Não me deixes cair no vazio, e no entanto deixar-me-ás cair, mas tenho fé que me levantarás, para me auto-preservar.
Formalidades e informalidades fazem parte deste mundo humano, dito civilizado. O que é certo de se fazer? Sei e não sei, sei e não consigo explicar, mas na verdade eu tenho a presunção de que sinto como ninguém sentiu nem ninguém jamais poderá sentir… e, no entanto não passo de um ser, a envelhecer, na luta pela sobrevivência, pela busca de valores justos, com uma força que parece partir de mim quando na verdade não compreendo de onde vem e como funciona. Sou um expectador atento da minha vida, ambicionava mais, muito mais, não escondo esse forte sentimento pelo qual me demovi, mas pensei que podia ser grande segundo o senso do mundo social, e no entanto tornei-me um grande desconhecido na busca de terreno firme por onde eu possa seguir os dias que me restam. Às vezes penso em aventuras, ainda sonho como se fosse uma criança, mas já sem o verdadeiro sentido de força pela busca desse sonho, ainda sinto e vejo na minha mente como sonhava e o que queria alcançar, e sem dúvida tenho ou alcancei muito mais do que alcançaria se tal não acontecesse, embora isso ainda não me complete, e apelo assim à sorte para que me assista. Não sou bonito, mas pensei que o era, e tenho a certeza que já o fui, eu o sentia realmente, o que era ser jovem, bonito e com vigor. Mas eu ainda sou bonito, tenho um ‘Auto orgulho’ que qualquer ser tem (ou deveria ter) que será o último a morrer. Hei-de fazer Tudo, mas mesmo tudo ao meu alcance para viver, para procurar o amor que me ame, uma alma que que me faça companhia, porque ninguém quer ser um ser solitário, no entanto no fundo sou um ser exigente, quando na verdade me parece tudo aceitável. Eu fiz tudo certo no que compete à minha atitude interior numa perspectiva filosófica de vida e de acordo com uma entidade chamada Deus, e no entanto eu sou constantemente chamado a continuar essas atitudes de superioridade esquizofrénica que me ridicularizaria se eu não as conseguisse controlar, dentro das minhas posses. A minha existência é muito exigente comigo, e se essa exigência vem de um Deus, que eu o respeito como ele me respeita, eu também sou exigente com ele, eu sou um cliente desta existência magnifica que é o Universo tal como o conhecemos, e quero ter direitos e quero ser ajudado se eu cumprir aquilo de bom a que me propus no meu pensamento e me guiou vida afora, realmente, eu sinceramente quis encontrar e seguir o caminho da saúde e bem-estar interior e exterior, acabando por fazer o mais difícil, sofrendo com isso e compreendendo que não posso agradar a ideias opostas quando essas ideias não procuram se são correctas ou não, não querem um ponto de mediação. Tenho medo que tudo seja em vão, mas não tenho mais nada que fazer e desperdiço aqui palavras e palavras num monólogo desenfreado, na tentativa de me fazer implodir ou explodir e fazer as horas passar na enganosa tentativa de me compreender e compreender tudo e matar o tempo. Sou um entre sete mil milhões, sou mais 1, mas prefiro ver-me como ‘um’ primeiro, não como um numero qualquer, mas o 1º a contar de mim. Ainda não sou velho, mas realmente o que sinto é que estou desencontrado com a norma, sinto que toda a minha vida foi uma vida paralela, ou, paralela algumas vezes, outras, transversal, de atrito, no seio de uma cultura (entre as inúmeras que há e que não me convencem) que não aceito e que me revolta (m), porque conheci muito mais do que aquilo que a minha cultura me permitia perceber acerca do que eram a ‘liberdade’, o ‘bem’ e o ‘mal’, quiçá também já tenha visto o que é a ‘verdade’. Estou condicionado e não irei jamais atingir aquilo que eu queria ser. O amor tende a fugir na minha vida, desde quando eu vislumbro na minha vida o amor, mas sempre virtual, como se eu estivesse atrás de uma redoma com uma doença que não me deixa aproximar das pessoas que realmente imagino que gostam de mim, ou então como se uma força maléfica não me queira deixar sentir bem e feliz. Por mais que algo, que muitas vezes digo que é ‘a vida’, me queira levar à insignificância eu tento sempre deixar as minhas marcas neste mundo, embora saiba que as marcas que deixamos são muito relativas de prevalecerem ou não. Não sei porque as coisas são como são e porque acontecem na minha vida como acontecem, mas imagino, e sei que virá uma hora em que será demasiado tarde para ‘imaginar’ e ‘fazer’, em que a última palavra, como a primeira, do fato da minha existência, como possivelmente a de qualquer um, será a da eternidade. Mas os tempos das nossas vidas ta ai, dia a dia em que acordamos para prosseguir e apreciar a beleza do mundo hoje ao alcance da sociedade do conhecimento, da minha perdição, da minha marginalidade amorosa. Serei eu assim tão horrendo para não ser amado? Porque não me liberto, porque não serei libertado? E se o que eu vejo estiver certo? Mais ainda, e se maravilhosamente e antiteticamente nada do que eu sinto como certo é o certo e eu seja um erro, ou apenas um sacrifício medíocre a mais (simplesmente mais um) do propósito máximo da existência ou quiçá da ilusão da existência? Tanta gente que já pensou sobre estas coisas, escreveu romances, inventaram palavras e palavras sem fim, idealizações e idealizações inimagináveis para um ser só, mas utopicamente sonhadas por alguém que se tenta transcender, tenta acreditar que não, isto não pode ser um acaso. Toda esta luta da vida é eterna e o fraco tem supremacia sobre o fraco, mas acredito que nem por isso terá sempre, senão poucas vezes, a primazia da grandeza primordial da existência, gostava de estar cá para ver se algo disso faz sentido. O que interessa é que estou ca, nada mais, neste momento do tempo da minha vida, para peguntar:‘Diz-me porquê?’.
Houve uma altura na minha vida, talvez há uns 12 anos, em que eu, simplesmente, não entendia o que se estava a passar nela: eu estava mal (para não dizer péssimo) e não compreendia o porquê – talvez porque eu não queria acreditar no que se passava, no que via, no que era a compreensão do porquê de eu estar assim, talvez porque tudo tem um tempo próprio para se compreender e superar se assim se puder entender. O tempo e o espaço muda, tenho presente esse aspecto desde sempre, no meu espirito. E, ainda hoje, provavelmente, eu não estarei bem, mas não estou certamente naquela situação de imponderabilidade e desespero em que estava nessa altura. No entanto receio o futuro a médio prazo, o que será de mim se eu não conseguir lutar para viver, ou pior ainda, para sobreviver. Naquela altura eu procurava ajuda de algum modo, como qualquer ser procura ajuda no outro, procurei na internet, tinha as minhas ilusões de que alguém seria forte o suficiente para me dar uma dica que fosse para sair da situação que desde muito novo eu senti que estava, aprisionado. Eu tinha as minhas fugas, eu saia até à noite para me soltar, eu procurava amigos dia e noite, eu procurava ser um ser humano normal. Mas na verdade algo mais profundo me atormentava desde sempre, hoje sei-o, e, estou no encalço da fonte do meu mal, sinto isso (espero ansiosamente isso), e tem sido uma luta interminável, uma luta de força interior e física, de inteligência, de esperteza; agora sou raposa que persegue raposa, melhor ainda, se ainda não o sou quero-o ser, não hei-de ser presa que seja agarrado por predador; mesmo que nunca venha a ser predador hei-de ser mais astuto do que aqueles predadores que me perseguem - que a vida me seja dada na plenitude com que a desejo, de acordo com o que eu sei que sou e sinto e que se faça justiça para toda a eternidade, que o meu grito mais profundo atinga o todo sempre. Um homem, tal como um animal (‘homem’ que também o é), tem que se defender dos seus predadores, aqueles que querem destruir a sua vida [subtilmente], é luta pela luta, é luta pela sobrevivência, seja feita de que maneira for, e não me venham dizer que um homem tal como um animal não se pode defender com os meios que têm ao seu alcance! ‘Quem não tem cão caça com gato’. Todo o ser tem direito a defender-se quando ameaçado, para mim tende a tornar-se claro isso. E não duvido que ‘O homem é lobo do homem’ ou então sou eu um ser humano que não devia ter existido se isso não for verdade, ou ainda sou eu então a fonte de todos os males da terra e tento ‘fazer ver’ que não o sou. E quando se é ameaçado, subtilmente, como o fazem os homens? Mas um homem tem que ter amor à vida, ou talvez por isso mesmo fica no seu espaço esperando que a ameaça passe. Muitas vezes é maltratado por um conjunto de indivíduos cobardes, mas na verdade assim é a natureza, o mundo animal, onde se unem seres para destruírem numa luta profundamente desigual um outro ser – um ser por vezes débil, por qualquer motivo [E isso, realmente não compreendo no meu espírito devido a ter-me sido implantado a existência de um Deus, que ainda por cima me disseram ser bom, e que bondade trás bondade – e sou surpreendido pelo paradoxo de que o ser bom também age e faz mal sem querer]. Mais ainda, o homem faz isso…, e eu não compreendo, e fico perplexo, boquiaberto, face àquilo que me foi entranhado, segundo os mandamentos de Deus, segundo os seus princípios. Eu desafiei a existência de Deus desde a minha infância, eu o questiono, assim, algo me é dado a conhecer, eu o respeito, mas para mim subsiste a injustiça que abarca a minha vida e isso não me pode deixar ter a calma necessária para poder estar na ‘onda’ do ‘Deus bom’. E a verdade é que estou cada vez mais envolvido nessa crença que questiono, e quanto mais a questiono, a maravilha do desconhecido acontece a cada momento na minha vida, coincidências atrás de coincidências, se assim fosse com a sorte ao jogo e me saísse o Euro milhões e pudesse viver a vida em paz e segurança… Hoje em dia os sentimentos que me dominam são de revolta - rancor e frustração são os ingredientes base com que cozinho o meu espírito (sem querer, mas porque tem que ser assim enquanto acontecimentos maiores não ocorrerem), para que me reforce para atingir a justiça na minha vida (espero que esse seja o fim do que eu passo). Decerto, as minhas forças físicas atingiram o seu máximo há pouco tempo atrás e agora tendem a diminuir, no entanto, sinto o meu espírito mais forte, no sentido de que me sinto mais sabedor e conhecedor do mundo que me envolve, mais conhecedor da psicologia e do psiquismo das pessoas, capaz de entrar na profundidade da vida humana, na cultura dos seres. Curiosamente é das pessoas que cultivam o mal, a superpotência, a falsidade (o ‘bem parecer’ que trás a oculta intenção de prejudicar) que eu topo mais facilmente, pessoas do tipo das que têm interesses ocultos, maléficos, e que têm objectivos condenáveis, injustos e realmente desequilibrantes do que deve ser a vida dos seres humanos de hoje em dia que devem ser assertivos, que buscam a paz, a inteligência, e procuram ser altruístas. Falo daqueles sugantes de vidas humildes, ingénuas ou simples e boas (de bom espirito, bom coração). Pois, cheguei à conclusão que há forças muito negativas que envolvem o meu mundo, forças que vêm a raiz da minha nascença. Talvez esteja a falar das raízes do mal que me envolvem e que têm origem numa raiz maléfica forte, que infelizmente não foi, pelo contrário, a raiz justa que devia alimentar-me com mais intensidade, e me devia dar o suco do bem.
Tudo indica grandes mudanças a médio prazo, o mundo vai mudar decerto muito, e eu também não concebo o futuro de outra maneira, segundo o que me é dado a conhecer e a saber. Temo que essas mudanças sejam negativas e afectem a minha vida ainda mais. Ou então mais uma vez eu estou a complicar a vida, como tantos o fazem, e este sentimento seja o sentimento da perda gradual da própria vida, da inconformidade com um destino que é reservado aos fracos, que além disso, se revoltam por serem fracos, EU.
No momento em que escrevo não me sinto bem, nem sei que hei-de dizer ao certo. Na verdade, sinto que algo quer que eu me cale para sempre [ou que, simplesmente, não diga e viva silenciado], algo como seja uma multiplicidade de variáveis, coisas que eu não consigo definir ou talvez não deva definir. O meu ser orgânico não está em paz, minhas hormonas não devem andar bem, minha mente está perturbada. A minha expressão não é manifestada como deve de ser, minha interacção com o mundo social tende a ser incoerente, talvez mesmo entrópica, sinto-me a decair sem a satisfação normal de ter vivido. Acho que compreendo as coisas, mas talvez seja só compreensão à minha maneira, sem conseguir explicar o que sinto, vejo e como compreendo. Sei que a minha consciência está num grau incomum, em que consigo sentir de uma maneira diferente da ‘normalidade’ dos outros, talvez. Tudo à minha volta tende a querer encaminhar-me por um caminho que eu tento evitar em que eu não consigo perceber o porquê disso. No fundo continuo fechado em mim próprio, com uma consciência da vida muito particular, muito própria, a não conseguir interagir com o mundo que me envolve de uma maneira normal, e o pior é que me sinto mal; sei que deve ser por esse ‘algo’ que não me sinto bem, essa causa que eu não consigo combater, esse aprisionamento do qual eu não consigo sair. Gostava que o mundo fosse à minha maneira, como uma criança que se acha a coisa mais importante e que o mundo todo gira à sua volta. Feliz ou infelizmente não passo, como talvez ninguém e cada um de nós passa, de uma pequena parte de um todo muito complexo e infindável, e, sendo assim, é tão bom quando encaixamos bem nesse todo, quando tudo corre de vento em popa, e é tão difícil quando estamos desajustados com esse sincronismo, quando o atrito é imenso e, aparentemente pelo menos, é incontornável ou não evitável. A minha mente tem-se expandido com a experiência, meu conhecimento tem aumentado enormemente, mas meu ser não consegue lidar com tamanha informação que provem de todos os lados, entra em desequilíbrio, facilmente. Não consigo entender porque as coisas são como são e se dão como se dão. Vejo o que me é mostrado sobre a guerra mundial, a 1ª ou a 2ª, e não entendo de onde vem a raiz do mal, mas também, mesmo, não consigo entender de onde vem a raiz do bem, em verdade não consigo entender porque tem de existir o paradoxo do bem e do mal em simultâneo. Tanto ser vivo, tanto ser humano morto em guerras sem uma causa que se perceba, e no entanto sentimos que temos que viver e morrer; Nós, homens, somos predadores e presas ao mesmo tempo. Porque tem de tudo ser assim? Parece que tudo se dá ao acaso, e isso não está de acordo com o que aprendi, de que havia um Deus, uma justiça, que dirigia o futuro deste mundo e do Universo, e não consigo livrar-me e aceitar que tudo é uma acaso, que o Universo joga-nos a seu bel-prazer, com uma insignificância atroz, e sem justiça, no sentido de que muitos de nós que agimos na tentativa de ser correctos e equilibrados neste mundo somos os que mais sofremos por causas que nos ultrapassam e que parece impossível de, algum dia, entender. Quero justiça na minha vida, peço-a ao desconhecido, a ‘algo’ que não percebo, ainda... Eu sinto que compreendo, mas este paradoxo de que ao mesmo tempo não compreendo, acompanha-me. Eu vivo, mas esta incerteza de vida, esta vida de sociedade em que o mal brota de onde menos se espera e que quer trazer a morte até nós, que nos quer ter cativos dele [do Mal], deita-nos abaixo até pensarmos que seremos injustiçados neste mundo e tudo foi em vão, alem de que põe em causa tudo o que existe e que faz parte do meu conhecimento, sendo que Deus nunca deveria ter sido um dado adquirido, mas um dado a tentar descobrir. A verdade é que tenho medo, a minha vida é cheia de medos e incertezas.
Hoje venho fazer uma simples proposta para todo o ser que é ambicioso neste mundo, uma proposta para se trilharem os verdadeiros caminhos da humanidade rumo ao Universo e a Deus, rumo ao conhecimento e à sabedoria, em que todos, e cada um de nós, se devem conjugar e orientar, de modo a alcançar um estado de paz e liberdade, que para mim se tornou realidade, talvez como para outros, mas que para muitos ainda é utopia ou desconhecido. Então, seres humanos do mundo, proponho, de hoje em diante, a aceitação de uma cisão que não é nem pode ser dissociação, mas antes uma complementaridade: ciência para atingir o conhecimento; fé e Deus para atingir a sabedoria. E que a sabedoria guie o conhecimento, é o que eu peço para o futuro.
São imensas as cadeias que prendem meu coração, mas já foram mais. Ouvindo Richard Marx, ‘Chains around my heart’… e, como sempre, momento após momento, eu vibro com as recordações e com a sensação de estar vivo e ter vivido, vibro, surpreendido, com o chamamento da vida nas ocasiões que penso que tudo vai desabar outra vez. Surpreendo-me e ao mesmo tempo tento aceitar aquilo que me ultrapassa, que não consigo mudar. Realmente tudo o que vivi tem um significado, e é maravilhoso ver as coisas encaixar e tomarem sentido. Todas as minhas vivências a encaixar, e, no entanto, sempre na defensiva perante o desconhecido do futuro. Eu queria reagir, e não consegui, não me foi permitido, fiquei passivo, absorvendo tudo à minha volta, tentando compreender infinitamente o mundo que me cercava, como tento compreender mais e mais a cada dia que passa ainda hoje, isso é-me permitido. Mas eu penso que tenho pouca capacidade de reacção, ainda. De bode expiatório a um ser especialmente querido, a minha metamorfose continua, nem que tudo seja ilusório. No entanto, tudo é incerto, só tenho a certeza de ter vivido, dos azares e das sortes que tive, qualquer previsão do futuro pode estar completamente errada, porque um número inimaginável de infinito futuros me podem acontecer. Sinto que a minha vida vai ter mais uma mudança no futuro que se aproxima, e queria acreditar que a vida me vai dar uma nova chance de melhorar quem eu sou e de poder gozar mais um tempo de vida de intensidade agradável. Pensei que não arrancaria mais com a minha vida, pensei que seria mais um caso perdido, de pessoas esquecidas neste mundo, mais um esquecido neste mundo, e que iria esquecer quem eu tinha sido um dia, pois só via tenebrosidade, melancolia e escuridão na minha frente, além de sentir uma profunda incompreensão do que se me estava a passar, e sentia uma imensa impotência de lutar contra forças tão estranhas e que me puxavam para o abismo. Agora, aqui estou eu, sentindo o cheiro de uma nova primavera, tentando invadir o meu espirito com sorte e positividade, neste preciso momento. O quanto desejo que todas as frustrações se vão embora da minha vida, que o equilíbrio venha ter comigo, que tenha forças para que pessoas maldosas não me consigam ferir. Quem me dera que isto que sinto fosse o cálice da vida, a compreensão geral de tudo, ou pelo menos da minha vida em que eu sou o centro do meu Universo. Eu tive a oportunidade de VER este mundo com uns olhos especiais, dados a um ser especial, e do qual só eu posso falar. Eu fui amado desde toda a eternidade, porque estive previsto desde sempre, eu nasci e cresci contra todas a probabilidades, porque me foram dados os caminhos certos para atingir estes momentos. Não sei se poderei falar do mundo agora, mas parece-me que estou apto a falar do que eu conheço, de mim próprio, e talvez com isso eu possa contar também a história do mundo. Talvez eu não possa salvar o mundo nem as pessoas que sofrem, mas posso tentar salvar-me a mim para que outros se salvem. Reafirmo a possibilidade do conhecimento e a existência da sabedoria, os quais eu respeito desde toda a minha existência, e talvez por isso eles me dão momentos tão bons na minha vida e me são tão queridas. Queria acreditar que Deus existe, mas talvez me baste saber que eu existo por meio de algo que tende a mostrar-se à medida que o tempo passa, não interessa o que lhe chamemos, e que a perfeição está nesta amálgama que por vezes parece o caos e por outro lado parece magnificamente perfeito. Sinto-me vivo ainda, e tudo o que senti faz sentido e teve uma razão de ser. Eu tive uma hipótese na vida como poucos terão possivelmente, ou pelo contrário, todos tem essa hipótese, mas nem todos a conseguem aproveitar por motivos que ainda compreenderei um dia. É o sobe e desce da vida, os momentos agradáveis e amenos e até mesmo de vigoroso esplendor versus a queda, a dor e o atrito que nos tomam sem compreendermos o porquê de ser assim. É assim até mais não podermos. Eu vejo desde aqui o que me envolve, sem no entanto ver como os outros. Eu vi: claramente a ironia do mundo; o fingimento; a minha tamanha imperfeição na tentativa de ser perfeito, assim como os erros das outras pessoas e os meus também; a relatividade de tudo, como já me parecia existir desde os meus primordiais pensamentos; a oportunidade de respirar, novamente, por um pouco que fosse, para poder mergulhar mais fundo nesta minha azarada vida. No entanto, não sei se me é permitido esta sensação de plenitude, como a conseguirei manter? Será que consigo?
E se a tua vida não fizesse sentido? E se a tua vida não tiver que ter sentido? E se não existir Deus? Trilhei o caminho errado, com convicções erradas e agora não consigo sair dele. ‘Do nada viemos e ao nada voltaremos’, diz-se, mas eu ainda mais, vivo como se simplesmente não vivesse, eu não vivo e ao nada voltarei, sem brilhar nesta vida que se tornou errónea para mim, sem, simplesmente, viver. Estou metido numa grande embrulhada e não consigo sair dela. É uma embrulhada do tipo ‘destino’, em que me envolveram os tentáculos da apatia e da injustiça, e não consigo libertar-me deles, porque eles são imanentes ao próprio mundo, agora eu compreendo, mas não posso voltar a nascer. E se eu não tiver lugar neste mundo? Quem sou eu e que faço eu aqui? Deixei as minhas ilusões, deixei de viver para morrer devagarinho, dia após dia, esquecido pela infinidade do tempo. Não tenho manhas e estou indefeso, estou desprovido das emoções. Defendo ideais que na verdade não fazem mais sentido, não tenho capacidade para os defender, os paradoxos anulam-me a mim próprio, os paradoxos anulam tais ideais. Cada vez mais sou um estranho neste mundo, por mais que me mova apenas me enterro mais ainda. Não somos nada sozinhos, mas eu não posso ter mais ninguém, porque fui preso logo à partida, porque não consigo confiar em ninguém, talvez porque não haja em quem confiar. Não adianta queixar, se até o próprio Deus não existe, aquilo em que mais profundamente acreditei na minha vida, onde poderei encontrar a justiça se eu não a conseguir executar? Se Deus não existe, eu que acreditei nele, isso, faz-me tornar num louco. A batalha que travo é grande de mais para mim, lutar contra algo que não tem sentido e é relativo, é um vazio constante, e assim sou uma alma perdida neste Universo, mas que tinha esperança de que - e ainda me resta alguma esperança- esse mesmo Universo que me gerou me faça alguma justiça. Simplesmente, eu fui contra as leis que regem o que me envolve, como se o que eu acreditava tivesse lugar neste mundo. Tornei-me e sempre me mantive um ser frágil que, no entanto, nunca pensei que chegasse a este ponto de entendimento da minha vida, e quando falo em entendimento falo em conhecimento e sabedoria. Mas sou um ser cheio de problemas emocionais, e o mundo que me envolve ainda é emocional e intolerante, além de eu não reagir aos incitamentos para me mover e libertar. E como cheguei eu a este nível de compreensão deste mundo? Porque não sou eu como a norma? E se este mundo estiver cheio de falsidade, injustiça? Mas não (!), não é ‘e se…’, isso tudo – injustiça, falsidade, luta pela sobrevivência sem escrúpulos, sem regra-, sempre houve no reino animal da terra. É uma injustiça e falsidade segundo as quais, uma razão pura, eu, que me propus a ultrapassar a minha animalidade rumo à purificação da humanidade, como haverá outros, (onde a razão) não tem cabimento. E se não houver regras? E se eu nunca vier a compreender porque nasci com esta consciência e este jeito de ser? E se eu, devido à injustiça e à ira do homem – à sua incultura, à sua intolerância, ao seu paganismo, à sua cegueira etc. - for um homem cruxificado? Pois, já estou seguindo o caminho da cruz… Estou complicado e temo que não posso voltar atrás, a minha vida é irrecuperável. Enganaram-me, enganaram-me profundamente, fazendo-me acreditar em Deus, que havia regras e que seria recompensado por todo o bem que fizesse, por toda a pureza da minha vida, como se isso existisse…como se existisse a fé verdadeira, o caminho verdadeiro. Reduzindo toda esta conversa a conclusões: eu sou tímido e não me liberto; não me deixaram reagir normalmente às adversidades da vida e tornei-me num ser fechado que explodi rumo ao psiquismo e à transcendência e com isso me chamaram, revoltosamente, louco, por quem mais amava, e isso vincou ainda mais aquilo que sentia sem me poder libertar; sou um traumatizado (que gostava de ver o mundo destruído pela minha dor, que, afinal, tem sido suportável – não sei como - mas plena de injustiça); A frustração, o rancor e ódio que sinto pesa-me sem me conseguir libertar; Quem me dera ser livre (!), liberdade pura que eu devorasse, que nada me dissesse o que me é permitido fazer e o que não é, quem me dera ser desprovido de autoconsciência, de moral, que me dá um prazer particular e que me atormenta socialmente. Qua significa tudo isso? Que significados têm todos os ‘e se’ na minha vida?
Estou aqui pensando. Onde (?) não digo, mas posso dizer que estou pensando em toda a parte, como se o poder de Deus me fosse dado dessa forma, neste meu corpo perene, dependente das vicissitudes da vida de um simples ser, e nem quero dizer com isto se ele existe ou não, mas tenho para mim que jamais alguém conseguirá dizer se existe ou não. A religião afirma que existe (!), dogmaticamente: faz cair na explicação fácil e inquestionável (porque pretende dominar através da ignorância), de que tudo é explicado por um Deus com vontade própria e incomensurável e que protege os inocentes, os frágeis. E, talvez os proteja, pelo menos enquanto não duvidarem da sua fé, como me aconteceu a mim que poderia explicar a minha vida à luz da existência de Deus, até que caí na profusão da metafísica, na transcendência do abstracto, na multi-variedade e multiformidade, talvez infinitas formas, de entender o que nos é dado, a leitura de um texto, de uma frase, quiçá de uma palavra apenas que atinge todo o seu potencial quando bem expressa, emocionalmente activa, a subjectividade e multi - interpretação das ideias. Custa-me a pensar o óbvio e o imediato, mas certas verdades ocultas da vida que chegam até mim compreendo como se sempre tivessem feito parte de mim. Compreendo o livro da vida sem nunca o ter lido, todas as histórias que fazem parte da própria vida, compreendo a inexistência de regras nesta existência de seres, nesta amálgama de acções (desses seres) que não são propriamente justas, e não posso assumir que isto que sinto seja para me vangloriar, porque na verdade, nada sou, e algo me diz que não sou bom como penso que sou, e que isto é um estado de loucura. Mergulho nesta insónia faz anos, talvez eu estivesse destinado a isso. Podia ter ficado simplesmente como um louco, viver com a inexplicação da minha vida, num vegetar psicológico, mas não, algo com que interajo, talvez a minha mente com uma mente colectiva superior, me fez tornar num louco afortunado, e me chama ainda, dia após dia para que viva, me diz que eu tenho que ter fé para que a minha verdade vença.
Neste mundo humano de poderes emergentes, o meu poder só reflectirá poderes que estão acima dos meus, poderes fantásticos, que terão as usas vantagens e desvantagens para quem os possui. No entanto, o poder é estranho para mim, ter a capacidade de regular vidas de outros e ter a sua (a própria vida) salvaguardada enquanto esse poder o protege, ao regulador. Estarei salvaguardado no meu berço enquanto o poder de meus pais me protegerem; estarei salvaguardado no jogo, seja ele qual for, se eu for bom na aplicação das regras desse jogo; estarei salvaguardado no jogo da resistência se for saudável e/ou bem treinado ou, senão… terei que produzir sub-regras pessoais para que possa sobreviver já que não me adapto às regras, se não tiver capacidade de resistência e apelando à sorte, quando não houver outra explicação, e, mesmo assim, serei sempre um desvantajado por mais que queira vencer por outras regras. Num estado avançado da autoconsciência, todas as dúvidas afluem à mente, deixamos de confiar até nos nossos próprios pensamentos assim como não podemos confiar em ninguém, porque todos os outros como nós próprios estamos em constante mutação, e o que era confiável deixa de o ser num período mais ou menos curto de tempo. A desconfiança e a disputa são os móbeis (entre outros, muito provavelmente) do ser humano: intrinsecamente nas raízes do ser cerebral, que finge ser amigo, quando o não é; fingidor se tornou o humano (o animal humano que se acha a mais superior de todas as criaturas). Como posso saber quem é meu amigo ou não? Poderá a amizade ser uma constante? Vence o fingidor que consegue fingir até ao fim, quando não lhe descobrem a verdade de fingidor. E parece que fingir está na moda do televisivo, a ilusão da vida, do fascínio pela imagem a entrar e a transformar o modo de pensar e agir das pessoas na vida real, o actor durão que não morre, derrota e é mais esperto que tudo e todos.
Consigo vislumbrar a ‘panelinha’ entre os seres, mas eu não tenho. As pessoas protegem-se, criam laços entre elas, e eu não tenho nem sou capaz nem faço por isso, porque tenho medo, porque um poder maior me prende, porque me rejeitaram e sei lá que mais. Vitimizo-me, sim é verdade, porque, na verdade, sou vítima, sempre o tentei esconder até que explodi… ou melhor, talvez implodi. Jogam comigo e tentam enganar-me, não sei o que farão por trás, talvez gozar, difamar, ou talvez nada disso, apenas, sou eu que torno tudo isso exequível. O meu poder oculto é ser quem sou, intrinsecamente, extrinsecamente sou vulnerável. Meus pais só esperam ver-me bem quando chego, dia após dia, mas também assim são as pessoas no geral, porque quando estou mal viram-me as costas e não querem saber do que sinto e de me ajudar, só querem que seja normal, que faça coisas normais, e eu precisava que meus pais me ajudassem a ser livre, isso é o que preciso, e eles me negam e negaram a liberdade, e eles me prenderam. Além disso, fui um ser muito mal – educado, a educação que me deram não se aplicava a mim. Mas tenho que partir de onde estou segundo o que fui.
O poder do homem? Homem que constantemente se Auto vangloria sobre a supremacia que vai tendo sobre a natureza e dos conhecimentos que a permitem dominar, como se o homem fosse um e a natureza outra, dissociado, como se houvesse disputa entre o poder da natureza e o poder do homem, como se fosse possível aos homens vencerem a natureza. Mas que orgulho é esse?! Que luta vã é essa? O que chamam de conquistar conhecimento e supremacia sobre a natureza são na verdade passos apressados para a destruição da vida, o homem a desestabilizar o homem, uma cultura da verdade da ciência (cientifica) - que não se sabe ao certo que é a verdade mas que funciona, é certo -, e que encaminha a destruição inevitável das culturas humanas, a criação da aberração que afinal sempre existiu, a destruição de culturas, de mentalidades que pensavam (de quem pensava) viver num ambiente de valores eternos. Mas sim, para mim como para muitos outros, fizeram (-me) abrir os olhos. O melhor do mundos é uma utopia. O bem-estar anda por ai, é certo, mas é tão relativo. Pergunto-me constantemente porque para uns estarem bem têm que estar outros mal? Agora pergunto-me mais, porque quem está mal, não faz por estar bem? Mas tudo é assim, paradoxal, antitético, por contraposição, e alguém ou algo quis descobrir uma ordem que, afinal, só existe na mentalidade do homem, no sonho, nada mais que isso. Simplesmente o poder será a supremacia do mais apto e mais forte para sobreviver, quer me custe ou não, porque sei que eu não sou o mais apto e mais forte. Mas vislumbro outras capacidades de sobrevivência, mas não as defino, porque não são claras para mim.
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