Enfeitado , disfarçando; traduzindo: as horas, o tempo que passa, inexorávelmente, e sentindo os sentidos da minha vida e de tudo e todos os que minha alma toca e abrange. Bem vindos a este meu Universo.
Enfeitado , disfarçando; traduzindo: as horas, o tempo que passa, inexorávelmente, e sentindo os sentidos da minha vida e de tudo e todos os que minha alma toca e abrange. Bem vindos a este meu Universo.
Estou diferente. Sou a mesma pessoa, na conduta que me rege, no entanto muito em mim mudou, quero crer nisso pela maneira como me sinto e me vejo. Não sou mais uma criança, e ainda, no entanto, continuo à procura dos significados de ‘criança’, ‘jovem’ e ‘adulto’, porque ao mesmo tempo eu sinto-me como se sempre tivesse sido o que sou e da maneira que sinto, apenas cresci fisicamente e tenho mais conhecimento. Particularmente, sinto que a minha consciência mudou, e ela continua emergindo, daquilo onde sempre eu fui e existi. O Professor Marcus du Sautoy, na BBC, fala da existência de um código em tudo o que existe ao nosso redor, do qual fazemos parte, fala de um código matemático, o qual tenta demonstrar através de exemplos concretos que existem à nossa volta, de compreensão relativamente acessível para quem tem conhecimentos básicos de matemática. Mas eu ao ver estes documentários dele, assim como tenho visto outros documentários dele e de outros de outro tipo, sinto-me a crescer para lá dos meus limites, o meu conhecimento transborda constantemente, a minha consciência de mim e do mundo que me envolve e mesmo do Universo aumenta consideravelmente. Não sei onde este caminho me vai levar, mas já vim de muito longe até aqui, e sinto-me um privilegiado por estar aqui e saber e ser o que sou, por sentir algo novo como estou a sentir no presente, como se fosse a dádiva de algo para comigo. Mas tal como todos os seres sou um ser delicado e não quero ser magoado, que não quer deitar tudo o que sei e sou a perder. E realmente convenço-me cada vez mais que é possível compreender, o que somos e o que existe à nossa volta, como se tudo pudesse ser simplificado, sem no entanto querer dizer com isto que o conhecimento e compreensão de que falo seja um dado adquirido para qualquer pessoa, mas sim para um numero mais reduzido de pessoas, e muitas só com muito esforço ultrapassarão os limites a que algo exterior a elas as tenta limitar e controlar, essa estranhas e inúmeras variáveis que nos envolvem. Muito do que vem a ter até mim, é a confirmação de algo que eu já senti no tempo passado da minha vida, como se eu previsse aquilo que me é demonstrado, através dos meus olhos, do meus ouvidos, da minha mente, enfim, de todo o meu ser; muito do que vem até mim me fascina assim como me fascina o porquê de eu ter nascido com esta conduta de vida, com esta maneira de ser e de sentir que me apreendeu e me trouxe até hoje. A minha vida não tem seguido consistentemente e dentro de um limite como um rio que segue dentro daquelas suas margens, quero dizer, com o gosto por uma única coisa, por uma única profissão, por um conhecimento particular esquecendo, digamos, ‘que tudo o resto existe’ ou que não é comigo tudo o que de resto se passa à minha volta. Assim, tenho adquirido ao longo da minha vida um conhecimento muito generalizado de tudo o que consigo abranger dentro do tempo que vou tendo e com a motivação que me vai surgindo ao longo desse tempo. A minha cabeça não tem parado de trabalhar ao longo de todos estes anos, segundo após segundo, tentando compreender aquilo que deveria ser para não compreender ou esquecer, que tudo é um acaso, que não interessa analisar, a minha vida, o porquê de tudo isto que sou eu e do que se passa (?), comigo em particular; Pensando fortemente eu aprendo, além de tudo o que sinto e comparo e associo, tudo, dentro desta caixa mágica que está bem em cima do que eu sou. É óbvio que poderão dizer que isto, que este modo de estar na vida, não me dá o pão de cada dia, e é verdade (!) que não me tem dado o ganho monetário para viver [vi-me algures no tempo perdido e a querer desaparecer sem saber o que fazer para ganhar tostão na vida, até que encontrei um emprego para ter algum metal ou papel mais estúpido que alguém inventou como tendo valor em si]; mas quem sabe se (este modo de estar na vida) não tem facilitado a minha existência que de outro modo seria pior, muito pior, por tudo o que tenho dito neste blog, como se fosse uma chance de ultrapassar a minha vã existência tornando-a em algo especial – mas tenho a dizer que tem sido uma maneira de viver oculta, dentro de mim, e vivida nos tempo livres, aqueles de quando quero fugir ao destino fútil que me quer envolver -. Eu sou generalista, e eu me tento relacionar entre toda esta generalidade da qual faço parte, com o Universo, e tento perceber o ‘como’ e o ‘porque’ o Universo fala assim à minha alma e ao meu ser, porque não sou eu mais nem menos do que qualquer outro ser existente neste planeta, apesar de sentir como sinto e de pensar que sou especial. Eu tento estar, como sempre ‘optei’ [ou talvez não tenha sido opção] por estar no centro de tudo, perto da média, perto do equilíbrio, o ponto ou a zona mais difícil de estar neste mundo, por ela ser tão breve em qualquer medida de tempo a que nos refiramos. É aí, no equilíbrio, no centro ou na média, entre os extremos, que reside a virtude da vida, e é ai que eu tento pôr a minha virtude. Ainda sobre o Professor Marcus du Sautoy e os documentários que fez sobre ‘o código’, ele refere a existência do caos na vida, da complexidade que algo toma à medida que o tempo passa e à medida que as variáveis aumentam, referindo-se ao mesmo tempo da existência de padrões que se tendem a descobrir. Ele se refere à existência perene e ocasional de padrões perfeitos (geométricos em particular entre outros), coincidindo com o que eu já disse outrora aqui sobre a existência escassa e difícil de atingir, as perfeições; extrapolando, as acções dos seres vivos perfeitas que tenderemos a compreender com o tempo, à medida que ele urge e o espaço equilibrado e vital para nós se tende a deteriorar.
Tento estar no equilíbrio, no centro, na média, na perfeição, na virtude, mas a verdade é que isso é complicado a maioria das vezes, porque parece ser quase impossível, se é que o não é ser ou estar de tal modo. As forças que nos envolvem, as pessoas que me envolvem não pensam como eu, não têm a mesma conduta - e nem todos somos bonitos e com sorte -, nem todos ambicionamos o equilíbrio porque o homem ousa tentar pôr à prova o equilíbrio, desequilibrando-o, sem necessidade, blasfemando a sua breve existência, semeando a má semente entre a boa semente, parafraseando a literatura bíblica, quando ele tem a capacidade de separar o trigo do joio. Talvez a minha perfeição seja um estado de espirito meu, que eu ambiciono, e que se torna tão difícil de alcançar. Terei pena se um dia a minha vida descambar para o incerto desequilíbrio, como já senti alguma vez na vida, duvidarei de tudo outra vez, e terei medo de me esquecer o que sou e o que fui, de esquecer a relação de forças (parentais, em particular, entre outras) que me moldaram. Acho que sou capaz de me reparar, de tornar o mau passado em bom futuro. Muito de mau vem ao meu encontro até ao momento presente, não encontro em quem confiar e parece-me que as pessoas estão sempre a lixar-me, não sei porque se passa isso, mas ambiciono que tudo isto mude, e a forças da confiança me ilumine e me faça prosperar no que é certo e viva feliz o resto do tempo que ainda tenho. Assim, o iceberg degela e emerge cada vez mais pequeno.
Estado de alerta. Estado de aparente clarividência. Estado de auto-controlo máximo. Estes parecem ser alguns dos meus principais estados que fazem a minha vida. Pânico de perda de controlo. Pensamento constante sobre a vida e a sua efemeridade, a morte como algo certo que nos persegue. Pergunto-me o sentido da minha existência, o para quê da acumulação de saber, como se houvesse continuação das coisas quando tudo parece apontar para um fim de uma existência sem um motivo, apenas uma casualidade. Para onde irá toda esta grandiosidade de sentimentos depois de um fim, que parece perseguir todos os seres, e que lhes encurta o caminho aos mais incautos, desprevenidos ou com pouca sorte. Serei sortudo ou azarado nesta contabilidade de sortes e azares que constituem a vida, a minha vida? Vivi um estado de tensão constante - Gostaria de dizer para sempre deste modo, como se tudo isso fosse passado -. Vivi desfasado da vida comum sem o perceber, sem perceber de tudo o que afluía a mim (de uma maneira muito estranha). Ainda sou um desfasado. Vivo à margem, mas não quero dizer marginalizado. Continuo a achar estranho tudo isto que se passou, mas encontro nexo na compreensão das coisas que se passaram, tenho teorias que encaixam, finalmente, como se começasse a perceber as leis que regem a minha vida. Talvez as leis que regem a vida psíquica das pessoas não seja igual em ninguém, e talvez isso nos torne únicos. Mas temo que a minha vida me esteja a escapar, inevitavelmente, nunca tomando um rumo com que sempre sonhei. E, uma coisa é certa, estou dentro de um sonho, mesmo que não seja propriamente aquele que eu queria ter, até porque nunca estamos satisfeitos com o que temos e onde estamos, mas, no fundo, eu estou. Só que as pessoas desestabilizam-se umas às outras, propositadamente ou despropositadamente. Eu sinto o vibrar de todos os seres em mim. Sinto um estado dentro de mim, para além do visível. E com isto caminho nesta vida, a minha vida, feita de leis próprias que se tornam gigantes quando tento fugir delas. Pergunto-me, constantemente: porquê? Porquê a vida tem que mudar de estado? Porque não podemos captar o estado perfeito na nossa vida (?) e apreendê-lo para sempre em nós, o estado da eterna juventude e do momento e sentimentos perfeitos, e vivermos assim até ao momento das nossas mortes (?). Porque se agita esta amálgama de seres neste mundo (?) e se empurram uns aos outros, porque monologam os homens (?) na busca de uma lei eterna, de um eterno saber? I’m just asking why? Eu pergunto o porquê? Porquê este Enigma que consome quem o enfrenta (?) – mas o consome de prazer, como se fosse um masoquista -. Apaixonamo-nos na vida, pelos seres, pelo desconhecido, pelo novo, pelo que subsiste ou pelo que é vulnerável, pelo pequeno e pelo grande, como se existisse, ainda, uma criança em nós, em mim, constantemente, curiosa e maravilhada por tudo quanto existe, uma alma aberta a um Universo que estranhamente se torna conhecido a cada passo que se dá, e que se revela incomensuravelmente maior quanto mais o descobrimos e sabemos dele. Esta é a lei que me rege desde os meus primórdios, a lei de uma igreja e da existência de algo maior que a própria sabedoria de todos os seres da terra que existiram e irão existir, algo que engloba tudo e que nunca conseguiremos transpor fisicamente, mas, que acredito que seja tangível, açambarcável e compreensível psiquicamente - ou então eu vivo numa ilusão constante -. Amo a natureza, os seres, como se não me cansasse de o dizer, como se os seres e tudo quanto existe fosse bom por natureza. Gosto do campo e do trabalho nele, a liberdade da existência e o cultivo do fruto necessário para essa existência. Não desvalorizo quem tem as mãos calejadas pela dureza saudável da vida e rejeito os seres, homens sobre todos os seres que menosprezam aquilo que é essencial, como se a cultura fosse o móbil do homem, a cultura do ignóbil em detrimento da sabedoria da existência. Mas quem sou eu para dirigir os caminhos desta terra, quem será alguém, que existe, para fazer tal? Contudo, ninguém, nenhum ser, pode fugir à responsabilidade dos seus passos e dos seus actos. E com isto constato que a linguagem muda através dos tempos, mas a ideia do que é transmitido perdura através da existência, a existência da terra e do Universo que produz todos os ideais, e assim, também podemos encontrar a mensagem da existência de cada ser em particular através das eras.
Na minha vida sou, ainda (pelo menos um pouco) movido por uma ideia que afinal se prova ser errada, eu estava enganado, completamente: <<não quero influenciar nem ser influenciado, muito menos negativamente>>. Não sei porque tive tanto tempo esta ideia de querer ser um agente neutro neste mundo, ou um agente positivo. De onde surgiu esta ideia? Não sei, ainda… Mas surgiu-me, claramente, na minha mente como uma espécie de clarividência que todos temos que influenciar e ser influenciados, a neutralidade não existe. A nossa presença neste Universo é um sem fim de influências, como uma osmose, influências directas e indirectas. Mesmo que pareça que não estamos a influenciar nada, podemos estar a influenciar muito mais do que pensamos, todo o Universo que gira à nossa volta. E não quer dizer que a nossa influência tenha que ser negativa ou positiva muitas vezes, mas não deixa de ser uma influência que faz mudar o que gira em torno do nosso ser e que nos dá um feedback, que nos quer fazer mudar também, em ultima instância (num estado ultimo), aniquilar. Desde o que pensamos até ao que fazemos, a nossa acção, influencia o nosso futuro, e nós não temos consciência disso na maioria das vezes, e, mesmo que tenhamos, muitas vezes não somos capazes de controlar o sentido do nosso caminhar. Realmente eu vivia oprimido e ainda sofro as consequências disso: o medo de influenciar e ser influenciado, o medo de provocar coisas negativas que se voltassem contra mim e me aniquilassem, ou pior, me magoassem. E, contudo, eu saí magoado. Agora vejo mais claramente como o mundo de influências funciona, vejo que todo o homem erra, e errou. Vejo homens a levar povos no caminho negativo, a provocarem guerras, sofrimento, em nome de culturas e de progresso, em nome de uma paz inalcançável, a prometerem um mundo melhor, mas prosseguindo a destruição sem a conseguir deter. Vejo homens, que lutam pelo instinto mais básico de um ser desde que a vida existiu, a sobrevivência e a perpetuação daquilo que é esse ser, seja a que nível de conhecimento for. Vejo e não posso fazer nada, apenas suspirar de tanta opressão do meu ser, de tanta injustiça, que nunca se vai remediar. Temo que todas as opressões me tenham já encurtado a vida. E, então, serei eu, ainda agora, tal como esses homens de renome, mais um a lutar pela sobrevivência, talvez, este, o primordial estado da vida.
Despido dos preconceitos e dos estereótipos, único, logo original e inimitável, este sou eu: quando só me encontro com as palavras, com a minha alma e a minha consciência, quando afastado do que é físico, absorto, não prestando atenção ao que me envolve proximamente (talvez já conheça esse espaço), afastado das emoções – longe do bater do coração que nos domina, na realidade – e de uma aparência que me contradiz – como se eu fosse um ser humano horrível; com o passado na minha mente e com a extrapolação das minhas experiências - que não podem ser manifestadas de outra maneira senão por esta -. Dispo-me, a miúdo, deste mundo externo, das sensações envolventes, para ver mais além das coisas, para penetrar no mais profundo do meu ser, onde as regras são as minhas (e talvez, muitas delas, sejam as do Universo), onde estou em sintonia com uma energia poderosa que envolve e ao mesmo tempo está em todos os seres, o Universo no geral. Energia, essa, que tudo move, a essência da alma, a sintonia dos seres que existiram, existem e hão – de existir. Dispo-me aqui e agora, assim como o faço em muitas ocasiões da minha vida, dispo-me perante os desconhecidos, e conhecidos, se os houver. E então sou mais psíquico e metafísico do que físico (e não sei se serei um ser ou uma entidade transcendente), e só assim as pessoas me podem conhecer - se é que alguém me conhece - as privilegiadas, se é que há algum privilégio em mim, como se um ser sagrado se tratasse - se é que há algo de sagrado neste mundo ou no Universo, ou então é tudo sagrado -. Despido de mim, eu domino em vez de ser dominado, eu sou rei e não sou servo, sou forte, porque não tenho aparência - e o inexplicável e desconhecido gera admiração e temor -, e estou nuzinho de todo, como Deus nos põe no mundo. E desculpem a soberba, agora. Na verdade, quando não estou despido ando roto e esfolado, com o cabelo desgrenhado, todo desalinhado, com fome e com sede, como se até o próprio trabalho me fosse negado, como se o mundo não me pertencesse e tivesse que pedir licença a alguém até para respirar. Aqui estou eu, agora como tantas vezes, este sou eu, esperando que o mundo me abrace até ao fim, esperando simplesmente, sem fim, até quando acabar. Porque há um princípio e um fim, que será quando eu não puder voltar a vestir – me. E vou como vim.
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