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Mais um alegre blog...?!

Enfeitado , disfarçando; traduzindo: as horas, o tempo que passa, inexorávelmente, e sentindo os sentidos da minha vida e de tudo e todos os que minha alma toca e abrange. Bem vindos a este meu Universo.

Mais um alegre blog...?!

Enfeitado , disfarçando; traduzindo: as horas, o tempo que passa, inexorávelmente, e sentindo os sentidos da minha vida e de tudo e todos os que minha alma toca e abrange. Bem vindos a este meu Universo.

Surpreendido com... o pensar e o respirar

      Deveria respirar melhor do que pensar, mas não, em mim é precisamente o contrário que acontece. Quando mergulho nos pensamentos, eles se apoderam de mim, e é com prazer que eu sinto isso quando nada ao meu redor me perturba. Absorvo-me de tal modo, muitas vezes em conversa, que tenho que fazer um esforço, grande, para acompanhar e compreender os pensamentos de quem me está a falar sobre qualquer coisa, quando me estão, precisamente, a dirigir a palavra e perco-me constantemente das ideias transmitidas, ouvindo palavras soltas que apanho apenas quando o meu pensamento me deixa, e muitas vezes (vezes de mais) meu ser entra em pânico quando não consegue compreender o que está a ser transmitido. É como que o meu tipo de pensar não acompanhasse o pensar de uma pessoa comum, de uma ideia que está a ser transmitida e é comum, e, pior ainda, quando são vários interlocutores, como se fosse para mim impossível ter os dois tipos de pensamento (consciente e inconsciente) ao mesmo tempo, como se o meu pensar íntimo e inconsciente tivesse sido tornado consciente e ocupasse o lugar do pensamento consciente que rege os cinco sentidos e de sentimentos imediatos, e que também rege uma mente direccionada. É um pensamento evasivo, o meu, já o disse mais vezes, e até compreendo em mim o porquê de eu me ter tornado assim - meu pai tem grande cota parte nesse problema, por falar de mais, erradamente e controladoramente tendo eu evadido o meu pensamento também ao estar com pessoas que falam de mais como ele; e também, consequentemente, por não me deixar pensar por mim próprio, não me ajudou de nenhum modo a tornar-me livre no pensamento e livre e equilibrado emocionalmente, pelo contrário reprimiu-me ainda mais, além da minha pré-disposição para ser introvertido, tendo-me tornado eu um estranho neste mundo: na maneira de senti-lo e na minha (In) capacidade de exprimir-me normalmente -, decerto sou uma pessoa incomum, que tenta fazer dos handicaps (as minhas desvantagens, os meus obstáculos e incapacidades), a força de viver, melhor, sobreviver com o mínimo de qualidade e transformá-los em vantagens. Assim me tornei ‘eu’, assim sou eu, agora, a compreender, sobretudo ‘quando estou na minha’, os conceitos mais profundos da vida e de tudo quanto existe e a perder-me no que deveria ser mais óbvio e que é mais comum: as relações humanas. Quando estamos numa conversa não podemos ser evasivos do momento e do que se está a falar, se queremos sentir-nos em sintonia com os locutores da conversa e de acordo com o contexto. Mas em mim, o pensamento inconsciente torna-se consciente e ocupa o lugar da minha atenção, e o pânico acontece perante tal incompreensão verbal e/ou do contexto social do que se está a passar. É assim que eu tenho vivido, com todas as dificuldades de quem tenta saber mais e mais - tentando ultrapassar todos os limites até não mais poder, saber o porquê de tudo isto me acontecer -, não tendo eu, pelo menos aparentemente, arcaboiço para aguentar com tudo o que quero levar para a frente, o que quero empreender na minha vida, mas surpreendendo-me a mim e em surpresa com tudo o que a minha vida me revela, dia após dia.

Procurando acreditar na existência [de ( 2) palavras]

          Continuo procurando a razão da minha existência. Continuo na procura da resposta dos ‘porquês’ do que se passa na minha vida. Continuo na busca da paz interior e com a fé de que existe uma inteligência superior que é possível alcançar, e que a posso ter em todo o seu esplendor a rodear a minha vida. Continuo na busca de palavras que venham a ter significado na minha vida, que venham a ter a plenitude do seu significado em mim, no meu interior. Palavras essas que definem conceitos que são importantes para mim. Mas quero querer cada vez mais, também, que isso me parece uma utopia. Não conseguirei atingir os meus objectivos devido aos seres que me rodeiam que me negam o alcance dos meus objectivos, devido ao facto de eu não ter ‘social skills’, habilidades sociais, reacção social para viver em sociedade. Nasci e cresci tímido, mas isso não é, em si, a causa do meu insucesso, a causa do meu mal - estar interior, a causa da minha constante insatisfação na minha vida, do vazio da minha existência nesta vida real, a causa está exterior a mim, só pode estar (!), por mais que mo neguem. Em consequência disso tenho visto e sentido o melhor e o pior do homem, das pessoas, neste mundo em que vivo. Perdi a confiança das pessoas, sinto-me traído por quem me deu a vida e é mais próximo de mim. Como posso eu voltar a sentir que posso confiar em certas e determinadas pessoas (pelo menos) (?), como posso ganhar a confiança nas pessoas (se é que algum dia a tive)? Meu pai, esse traidor [e digo isto com uma mágoa enorme], um falso, que acredito ter condicionado a minha vida para sempre; esse homem que me fez duvidar da bondade natural e humana, me fez desconfiar daqueles que poderão (iam) ser meus amigos. Devido a todas as circunstâncias em que nasci, elas me perseguem e me querem destruir, desde sempre, e agora sei-o realmente, consigo ver isso, e mais do que nunca, que isso (as circunstâncias em que nasci me querem destruir) é verdade. Enquanto eu tinha para dar também ia recebendo, agora, que não tenho para dar, que necessitava mais do que nunca, de quem mais foi importante para mim, se já não o é, [dessas (2)palavras] agora que precisava de receber e sentir que realmente eu estava em sintonia, eu não recebo nem sinto. Meu pai magoou a minha maneira de sentir. Estou como que nu e não se dignam de me oferecer umas roupas para me cobrir, e estou envergonhado e sem dignidade. Sempre fui vulnerável na minha inteligência, nos meus sentimentos e sentidos [no geral, em todo o meu ser, mas com a certeza de que poderia ser forte como quem é forte se não estivesse traído em mim próprio] : eles que me maravilham com a demonstração de todo o dom que me foi concedido, são eles também que destroem o meu ser, por tal sensibilidade e vulnerabilidade não caberem (não ser aceite) no mundo em que nasci, o mundo que me envolvia e envolve, por circunstâncias únicas de falta de amor e egoísmo humano [meu pai é a causa prima da minha vida e do meu sofrimento]. E eu pergunto, porque tenho o direito de perguntar e indignar-me (!), haverá justiça neste mundo? Porque sai impune o injusto, o malévolo, o destruidor (?) Porque sai a rir, a gozar, ou ainda sabendo que errou e continuando a errar? O meu deus, onde eu me tentei refugiar, não existe, e a crença ( na existência de uma justiça ou de um deus) é apenas um paliativo nesta vida, como o foi até ao momento nesta minha vida, para que não soframos tanto, sendo essa crença (na existência de justiça ou de deus) a causa dos maiores sofrimentos e atrocidades que os homens causam uns aos outros, aos seres vivos, à terra]. Tenho tristeza por este clã em particular, e, mais profundamente por mim: não queria magoar e tento não magoar, e, no entanto, magoo e estou mais magoado do que ninguém no meio disto tudo. Realmente serei um louco (?). Porque me tomaram por tolo? Vocês tem de saber como me sinto - porque enquanto estou vivo é-me permitido queixar. Tudo de errado acontece na minha vida, em consequência do que sou e do que sinto: os outros são intolerantes comigo e fazem interpretações erradas acerca do que eu sou, tudo o que é negativo vem ter comigo, como se alguém tivesse embruxado a minha vida, como se tivessem deitado um mau feitiço sobre ela. [Pensei que não era supersticioso até a certo ponto da minha idade adulta para agora ter de admitir a mim próprio que sou mais supersticioso do que ninguém, porque vejo, acontecem-me e sinto coisas que são muito estranhas na minha vida e não sei como as hei-de acomodar na minha vida e viver com elas, já que sei que não me posso desfazer delas.] Meu pai desprezou-me (e despreza-me), não mostra sentimentos e emoções, e todas as consequências de tal (ais) atitude (s), provavelmente entre outras, que se dá desde o meu nascimento poderiam ser catastróficas para mim, não fosse eu um ser abençoado pela vida e, afinal, com direito a viver e a ter a minha prosperidade que meu pai desde sempre, assim como muitas outras pessoas, talvez por consequência, não conseguem ver e aceitar em mim, nem tem o altruísmo de a dar, como seja gente próxima que se coíbe de demonstrar o verdadeiro sentido da existência de tais palavras que procuro, de as entranhar em mim [Será que preciso de ficar doente para sentir novamente a amizade das pessoas (?), para sentir o melhor e o pior que elas tem para demonstrar - talvez a indiferença e a critica - (?) ] . É certo que os meus dias já estão em desconto, caminho já pelo incerto; o incerto de poder viver 1 ano ou 1 dia, com a fé de que terei sorte, e se a tiver ainda viverei ainda muitos anos mais e terei tempo suficiente para trilhar este meu caminho e ainda usufrui-lo com satisfação; ou então, ainda há sempre o lado negro da coisa: tudo se tornar pior e todo o mal que vem de trás entrar em pleno na minha vida e destruir-ma completamente. Tudo, na minha vida tomou dimensões desproporcionadas. Vivo constantemente na corda bamba, na queda, a qualquer momento, imprevista a curto prazo mas possível, na imponderabilidade do vazio, na injustiça da minha vida. Para muitos que lerão isto, dirão, tal como meu pai o fez, que sou um louco (com a mania da perseguição, ainda para mais), ou ainda ‘um queixinhas que tenta atrair as atenções para ele’. A verdade é que escrevo para verbalizar o que vai em mim, que não consigo expressar-me de outra maneira nem tenho para quem por causa de todos os motivos já ditos. Escrevo para tentar por em ordem o que sinto. Escrevo com a imparcialidade de quem não está precisamente e concretamente a pedir ajuda, como um desabafo, mas que no fundo a ajuda seria bem-vinda se o meu coração a sentisse como genuína. Bem, muita coisa mais será pensada do que dita, uns compreenderão outros criticarão negativamente [ou positivamente (mas, sinceramente, duvido que sejam criticas positivas], e eu digo: Não tenho estômago para vos aguentar, assim como vós não tereis para toda esta minha verborreia. Estou saturado.

            No romantismo, encontramos o amor, a agitação mais alta dos sentimentos, a alegria da sintonia de duas almas, ou de múltiplas almas, que vivem em exaltação dos sentimentos (que se desejam positivos), onde se encontram as motivações para se viver, o verdadeiro sentido da dualidade ou da multiplicidade do encontro das almas que se unem, mas, que, no romantismo, levavam (noutros tempos, mais propriamente) ao desespero, e/ou à tristeza da necessidade de proximidade do amor ausente e a tenebrosidade que causava na alma essa ausência, de algo que se necessita tanto, hoje colmatada pela facilidade de comunicação que alterou a relação entre as pessoas e a relação de amor que temos. O ‘amor’, esse conceito difícil de definir  concretamente. Apesar de ter o ‘sentido do amor’ magoado na minha alma, consigo conceber o amor tal como ele é vendo-o [interpretando o conceito de amor] de uma perspectiva exterior a ele. Sei que existe o amor nas mais diversas dimensões sociais: na família - pode existir o amor paternal, dos irmãos, só por alguém em particular, ou, generalizado e abrangente nesse clã; na dimensão da amizade; na dimensão sexual; na dimensão do emprego; etc. O amor toma, assim, diferentes formas dependendo dos contextos e quem ama pode não amar só numa dimensão ou contexto, pode amar por uma característica em particular ou por um todo, pode amar um ou mais, por mais que certas culturas o tentem negar. Agora a questão que coloco é: porque todo o meu amor degenera em ódios, desprezo/indiferença, mal entendidos? Sei que me falta o sentimento, ou ainda o que me define melhor os sentimentos, a falta de sintonia. O meu amor está toldado pela mágoa, pela descrença, pela distância sentimental das pessoas, como um astronauta que perdeu a comunicação com a nave, vejo-a mas não a sinto.

            Assim procuro acreditar na existência de 2 palavras (na minha vida): Amor Gratuito.

            As outras, palavras, procurarei depois…

A batalha vai começar [Liberdade vs compreensão]

A batalha vai começar [já começou, algures, no tempo transacto]

 

Armas em punho. A batalha vai começar. A luta do bem contra o mal; a impenetrabilidade do entendimento; o escudo que é a compreensão; a maior, a relatividade de tudo. Tudo é bem, tudo é mal. A realidade é dura, aquilo que se sente é duro, essa é a realidade. O determinismo é imenso, mas a sorte pode ser outra. Liberdade, compreensão, até que ponto o entendimento pode interpenetrar as duas? Acho que ou há liberdade ou há compreensão, as duas são difíceis de coexistir. O que é o melhor? Liberdade ou compreensão? A prisão da compreensão ou a cegueira da liberdade? O conhecimento do mundo interior, a maquinação do mundo exterior. (...) A luta, essa difícil estabilidade do que quer contra o que não quer, os ideais em fricção. A luta essa capacidade que se desmorona a cada segundo que passa para logo de seguida se soerguer até nunca mais poder, a força da vida; Não, não é paranóia, ela está na tua cabeça, procura o significado. A sintonia é essa, só tu a podes descobrir! O mundo voltar-se-á contra ti mas a força da vida prevalecerá, esse não será o teu dia. Perguntas e perguntas bem. A tua imaginação dá voltas para sair deste labirinto, mas, acabaste apenas de entrar. Não tenhas medo.

            Há um mundo de gestos, de sons e de palavras, imagens. Incompreensíveis talvez, porque não vocabulares. Mas a força que imprimires há-de vencer o atrito. A semente que se cultiva é o fruto que se colhe. Os atritos... são imensos, como imenso é o universo. Estrelas que cintilam, planetas que brilham, vidas de lá que jamais se encontrarão cá. Um apagão. Um chamamento. Uma imposição, posso aceitar ou não.

 

 

 

Nota (longa) de rodapé:

[Liberdade vs compreensão:  Eram ‘extremos do entendimento’ segundo o que me pareceu na altura que escrevi isto. Admito agora uma posição intermédia entre estes dois extremos. Queria eu dizer que a compreensão das coisas - que se relaciona com o conhecimento e a experiência de vida - 'aprisiona-nos', segundo o ponto de vista imediato que tive. Talvez eu quisesse ter dito, com isto tudo, que a compreensão nos aprisiona e nos tira a liberdade - mas agora digo que acho que isso pode ser superado e o que me parecia um extremo oposto pode tornar-se numa  Liberdade 'ao quadrado'. O conhecimento está relacionado biunivocamente com a compreensão das coisas. No mundo de hoje, a informação é nos transmitida em quantidade incomensurável, havendo entropia nessa informação. Quando tendi a entrar nesse mundo de informação de uma maneira directa, mas gradualmente, sem ter esquemas para compreender toda essa informação que focalizava, entrei como que num ‘labirinto’, e há medida que ia conhecendo e compreendendo, era como que tivesse a sensação de que estava a perder a liberdade que tinha antes de tomar consciência desse conhecimento, e não via saída à vista. Todo esse manancial de informação era extremamente confuso para o meu entendimento, e ‘aprisionou-me’. Apareceu-me, nesse momento em que escrevi o texto em cima, essa dicotomia do entendimento entre liberdade e compreensão (conhecimento), como se o aumentar do segundo inibisse o primeiro, como que se fossem dois conceitos opostos, dois caminhos, e que, se se seguisse um caminho se estivesse a abdicar de outro sem poder voltar atrás. E atrás não se pode voltar, mas não poderia imaginar que esses caminhos se encontrariam novamente para se tornarem num só, e que surgiriam esquemas para interpretar toda a informação que posso entender segundo a (s) linguagem (ns) que compreendo. Mas a linguagem que ainda estou a desenvolver, a conhecer melhor, para compreender melhor essa dicotomia do entendimento que se fundiram num só em mim, é a linguagem universal. Pelo menos espero que assim o seja, e espero que futuramente o meu entendimento evolua, que o conhecimento e compreensão sejam sinónimos de liberdade e que estes conceitos se relacionem e não que se aniquilem.]

Sentir como sinto

     Tento, na maioria dos meus escritos, escrever algo com cabeça, corpo e membros. Não sei se o consigo fazer, não sei como são interpretadas as minhas ideias. O mundo da semântica e da subjectividade pode ser coerente ou pode não ser, mas acho que isso depende de quem o interpreta. Por trás de uma frase podem estar milhentas ideias ou simplesmente estar um vazio delas (pode dizer-se aquilo por dizer ou porque a ‘natureza’ assim nos faz dizer sem que tenhamos ideias conscientes subjacentes ao que dizemos). Sei que nas minhas ideias acontecem as duas situações, por vezes digo frases que têm imensas ideias por trás daquela frase, mas também digo ‘por dizer’ outras vezes – e, não é curioso que, algo dito ‘no vazio do sentido’ pode tomar sentido(!), tal como algo que só tem corpo tome vida(?!), tal como o ‘hardware’ do computador ganha vida, ganha sentido, com o ‘software’ -. Quando digo uma frase que tem as tais ‘milhentas’ ideias subjacentes sinto-me perdido ao rever essa frase tal a diversidade semântica, de interpretação variada da frase, do sentido da frase. Até certo ponto da minha vida eu não sentia assim essa revisão das minhas frases, até essa altura esses enunciados tinham ideias claras para mim – talvez isso fosse o tal ‘dizer porque a natureza nos faz dizer’ essas frases -. E, talvez, a esta ambiguidade de interpretação que eu sinto agora chamemos também capacidade de abstracção que ganhamos com o tempo e que faz marcadamente diferença do homem inteligente e culturalmente e ideologicamente estimulado (e o que define essa cultura é a capacidade da palavra, da escrita, e da abstracção de conceitos) que varia entre si [os próprios homens] e os animais. A verdade é que  o meu pensamento salta de ideia em ideia a um ritmo frenético, ao mesmo tempo que o tento captar essas ideias e desenvolvê-las de maneira coerente). E com a cabeça a fervilhar de ideias diversificadas como está, por exemplo, a minha, frequentemente, construir a ‘tal ideia’ com cabeça, tronco e membros torna-se uma tarefa complicada. Neste momento estou a lembrar-me de uma frase (que forma uma ideia ou ideias em mim) que marca os meus pensamentos, que vem da teoria da relatividade de Einstein [ http://pt.wikipedia.org/wiki/Teoria_da_relatividade ] : ‘A relatividade das coisas’; refira-se ‘coisas’ como algo concreto e ou material, assim como no plano das ideias. Falaria, assim, também, da relatividade daquilo que somos, daquilo que sou eu. É tudo tão relativo (!), e então o mundo das ideias é ainda muitíssimo mais (!). Diria mesmo que o mundo das ideias é volátil, formam-se e desfazem-se, para se tornar a formar ou o mais certo a reformular. Vejamos o mundo das ideias que hoje a internet, em particular e mais recentemente, e os meios de comunicação em geral vieram gerar. O mundo está a dar um pulo ideológico enorme. São incomensuráveis as ideias que são produzidas e/ou formadas e/ou reformuladas a cada segundo que passa, baseadas em factos concretos (como sejam as noticias que nos dizem que tal acontecimento ocorreu em tal parte, por exemplo), ou baseadas em factos mentais, no plano da pura ideologia. Temos a informação a surgir mais que exponencialmente, informação essa tanto escrita como multimédia, e refiro-me em particular na internet. Acho que esse caldo de ideias que navega por mim se deva a todo este mundo de informação que eu comungo, a cada dia que passa, e que vai de encontro à minha predisposição para trabalhar no plano da ideologia e da interiorização dos conceitos, no plano virtual onde se dão os sentimentos [no plano virtual dão-se os sentimentos, no plano concreto, aquilo que se manifesta, o nosso corpo físico, dão-se as emoções]. Sei que não é no plano da escrita que conseguirei digerir todo esse ‘caldo ideológico’ que vai em mim, mas é um plano que faz parte da maneira de trabalhar as ideias. Eu poderia trabalhar as ideias somente para mim, no meu mundo mental, através da associação das imagens, dos sons, dos cheiros, da minha experiência, tudo isso que tenho na mente [no meu plano virtual, o nível dos sentimentos], mas fazer isso fechadamente seria algo que geraria um vazio na minha existência e que ‘me faria rebentar’ se eu não expusesse e transmitisse de algum modo aquilo que eu sinto, aquilo que me espicaça para viver, para me mover para me manifestar [aquilo que é o plano concreto, o plano das emoções]. Fechar-me, com tanto em mim para dar, seria a negação da própria existência, seria contra a natureza, neste caso a minha natureza humana, seria anular-me a mim mesmo. Sei que não sou o mais bonito para fazer da minha beleza a minha forma principal de expressão, sei que não sei tocar instrumentos de música para compor melodias e exprimir-me dessa maneira nem tão pouco tenho a melhor voz para tal. Sei que as minhas formas de expressão estão reduzidas. Mas escrevo neste momento, como o faço em alguns momentos para me exprimir, faço da beleza das palavras e das ideias uma forma de expressão, faço das palavras as minhas notas musicais para compor melodias e me exprimir, faço destes momentos, aqui na internet, uma forma de me dar a conhecer, de me exprimir, mesmo que tenha para mim que tudo é relativo, dar-me a conhecer é relativo a quem me lê, neste caso. Esse equilíbrio entre sentimentos e emoções tem que se dar, para existir uma existência harmoniosa do viver e é isso que me tem faltado, de uma maneira geral, essa adaptação, essa capacidade de ter acomodação para o que se assimila.

Sobre Deus e religião- comentário e reflexão, feito a um amigo

 

Olá Pedro. Antes de mais, não sou padre, sou uma simples e às vezes reles pessoa, que me limito a pensar, porque o pensamento não pode parar. Há no teu texto uma promiscuidade de ideias, que por vezes tendem a ser antitéticas, isto é, entre o não querer aceitar o conceito de Deus e ao mesmo tempo não o poder negar. Mas acho que isso se passa com muita gente que é confrontada com essa problemática. E acho que compreendo essa atitude, porque há uns anos atrás eu a tive também. Eu fui e senti-me confrontado - dadas as minhas raízes cristãs católicas, provavelmente como as tuas, onde se impõe uma ‘cartilha’ em que temos que acreditar cegamente, com conceitos estereotipado de Deus, como se Deus fosse como eles o querem ‘pintar’- a partir de certo ponto da minha vida, em que não cabia em mim essa concepção de Deus. E a verdade é que já pensei bastante sobre isso mas nunca encontrei respostas definitivas. Consegui, sim, aproximar o conceito que alguém me deu a entender de ‘Deus’ ao meu ideal do mundo e do Universo, segundo o que sei e a forma como sinto, mas nunca consegui negar que Deus não existe (tal negação seria a negação de quem sou). Aceito que provar a existência de Deus é algo impossível se o considerar - mos como sendo algo concreto, como a religião cristã (ou outras) o tenta (m) fazer (pelo menos passam essa ideia). Assim, não haverá algo concreto a que possamos chamar Deus, algo a que possamos atribuir uma representação, tal como o fazes quando chamas 'pedra' a uma pedra, tu mesmo o dizes por outras palavras.  Deus, definitivamente para mim, não é um ser humano superior, nem tão pouco um ser humano ou animal ou qualquer coisa em particular. Eu considero-o como sendo uma entidade metafísica que se manifesta em tudo o que existe, seres vivos e não vivos, a natureza, o mundo e o Universo no geral. Eu e tu somos uma ínfima manifestação dessa entidade, no plano corporal(como sistema humano que somos no geral, como tendo células, esses sistemas básicos do nosso organismo, que por sua vez têm constituintes ainda mais básicos e Universais como sejam os constituintes bioquímicos e, em última análise, o átomo e os seus constituintes), assim como no plano metafísico (o nosso pensamento e o mundo das ideias). Como entidade metafísica que é, a esse ‘Algo’, podemos chamar entidade superior. [Nós somos, além de seres físicos, entidades metafísicas, temos um pensamento, ideias, uma alma]. Deus não é ‘uma criação humana’, como dizes, mas a palavra ‘Deus’ é-o, e refere-se a um conceito que tendemos a construir com o passar da vida. E, sendo assim, a palavra ‘Deus’ é um Nome, que tenta transmitir um conceito em constante enriquecimento, a que os homens, desde sempre, atribuíram a ‘Algo’ que sentiam e não compreendiam - a eterna questão do sentido da vida, o porquê de estarmos aqui e qual a finalidade de tudo - e que ainda, apesar de se ter cada vez mais conhecimento, ainda não compreendem. É obvio que o nível de entendimento das pessoas em relação ao conceito de ‘Deus’ varia muito, segundo a cultura, inteligência, sabedoria e a liberdade que se tem. Por isso algumas pessoas não passam de ‘beatas’ e ‘ovelhas do rebanho’, porque a sua compreensão não dá para mais (e ainda bem para ti que tens a hipótese de ultrapassar todas essas pessoas em compreensão de Deus e do mundo, e tens a liberdade para não acreditares em Deus, se quiseres, e se a tiveres…). E mesmo que não queiras pertencer a nenhuma religião (que, possivelmente, te está a ser e foi imposta, como a mim) até podes acreditar em Deus, podes concebê-lo segundo o que és em relação como que te envolve. Mas uma coisa é certa, mesmo que não acredites em Deus, vais tentar atribuir na tua vida, àquilo que se passa contigo, que sentes e não compreendes, a ‘Algo’, seja isso o que quer que seja, não podes ignorar o que sentes. E esse ‘Algo’ será a resposta das respostas que encontrarás: a tua visão do mundo, o que sabes, o que vais saber, o porquê das tuas alegrias e tristezas, coragens e medos. Tu não irás ficar indiferente às tuas questões. Olha, eu não fiquei, em relação às minhas. Ainda bem que posso atribuir um Nome às minhas inquietações, questões, dúvidas, sofrimentos, alegrias, e àquilo que me liga à humanidade e ao Universo no geral.
                Um abraço.

Análise exasperada dos conceitos: humanidade, economia, liberdade e das relações entre os sistemas

 

 

 

Exasperando, todos os dias. Talvez a definição me leve a algum lado. Piorando certas coisas de dia para dia (embora haja algumas que melhorem também), irritado, para dentro, constantemente, faz longos anos. Talvez exasperado signifique crispado, contrafeito e também contraído, tenso. Um emaranhado de definições, umas que nos levam a outras e que me trazem de novo a esta: exasperado. Contrafeito com o que me envolve, encontro respostas para as minhas frustrações também. Como posso eu estar sereno e não exasperado se o que vejo e o que leio não me deixa ficar indiferente? Como posso eu ficar indiferente às notícias que vejo no telejornal, que vejo no jornal, que vejo na revista? Uma menina foi raptada em certa altura, quantas não foram raptadas depois desta? E parece que já foi morta, há indícios disso, um homicídio, de um ser humano, ainda com a vida pela frente ainda para mais, como posso eu ficar indiferente? Como se não fosse humano… mas sou. Violações, crimes, suicídios… dia após dia tudo a vir ao de cima. Coisas (problemas) que me não poderiam dizer respeito, mas dizem, sou humano, pertenço aos homens, e a humanidade busca a perfeição, e para atingir tal, essas coisas não são admissíveis. Nessa busca da perfeição e bem-estar, na busca de múltiplas respostas para as imensas perguntas que nos envolvem com todo o avanço tecnológico, toda a humanidade se atropela uma há outra, a interacção entre os homens é imensa nos dias que correm com tendência a aumentar. A raça é só uma, a humana, mas a lei não é igual para todos, a justiça humana é errática e o que move o mundo moderno é a economia e os números, no geral. O homem moderno ambiciona muito os bens materiais, de uma maneira geral, e em poder económico como se esse fosse o fim para que se vive, como se o outro fosse mais um numero nesta teia imensa que é a humanidade. Nem sempre foi assim, houve tempos em que o homem valorizava o interior e os sentimentos, o que era genuíno na humanidade. O homem antes de ser homem já era animal, mas não se restringiu ao que era, para bem da sua sobrevivência enquanto espécie, e agora quer tornar-se num Deus, fazendo uma justiça que há – de ficar aquém de justa, querendo transformar o mundo como se o mundo um dia se tornasse melhor só porque ele o transformou à imagem dele, do sonho que persegue. Como posso ficar indiferente às alterações climáticas que estão acontecendo em nome da liberdade do homem, que tem por base essa economia, e num sonho inalcançável como é a perfeição, esquecendo-se e afastando-se daquele que é o seu lar, que é a terra? ‘O homem é lobo do homem’ (Thomas Hobbes, filósofo inglês). Para mim a espécie humana compete neste momento, como sempre, segundo ‘a lei do mais forte’, só que num nível mais evoluído do conhecimento e inteligência, mas está cada vez mais longe das origens, ou será cada vez mais perto? ‘Do pó vieste e ao pó hás – de voltar’. Talvez a perfeição seja um equilíbrio entre coisas perfeitas e coisas imperfeitas. Parece-me isso o mais evidente, a perfeição não é um estado, um facto, mas um momento, e assim há coisas e momentos perfeitos e há coisas e momentos imperfeitos. Tem que haver o pobre e o rico, o inteligente e o ‘burro’, alegria e a tristeza… Não se consegue um estado para sempre. A perfeição não deve ser uma meta mas uma constante universal de equilíbrio onde desajustes desse equilíbrio tendem a fazer movimentar sistemas que estão em interacção dentro desse sistema maior em equilíbrio e que formam um todo (um outro sistema) e que tendem para um novo equilíbrio.  Logo, nem sempre seremos inteligentes, nem sempre estaremos em baixo na vida – teremos momentos melhores e momentos piores e talvez o pobre nem tenha sempre que ser pobre, talvez ele veja ‘a luz’ e consiga singrar na vida e vir a ser rico, talvez porque um outro rico deixou o lugar vago e passou a ser pobre – relacionando isto com economia.

Termino assim, um pouco menos exacerbado com o mundo humano. Talvez as coisas tenham que acontecer como acontecem, talvez o assassino aja como aja movido por desequilíbrios no sistema que o envolve e o faz agir assim. O sistema maior que engloba todos estes sistemas, o universo, é o sistema de onde vimos e para onde vamos. Concluo por hoje que tudo é uma passagem, e a nossa vida depende da interacção do nosso sistema, que somos cada um de nós, com os sistemas que nos envolvem. Nada depende somente de nós, mas nós podemos fazer a diferença em relação ao que se pode passar no nosso futuro, imediato ou posterior.

 

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