Enfeitado , disfarçando; traduzindo: as horas, o tempo que passa, inexorávelmente, e sentindo os sentidos da minha vida e de tudo e todos os que minha alma toca e abrange. Bem vindos a este meu Universo.
Enfeitado , disfarçando; traduzindo: as horas, o tempo que passa, inexorávelmente, e sentindo os sentidos da minha vida e de tudo e todos os que minha alma toca e abrange. Bem vindos a este meu Universo.
Aprendi que tudo se conquista com esforço. Aprendi isso na pele, e, no entanto, conquistei tão pouco, segundo a minha ambição como bitola. Decerto só fiz o humanamente possível. Impingiram-me, nos ideais, que a vida é dura, e, decerto, não sei vê-la de outra maneira senão por esse prisma, mesmo que ela não o seja (mas sei que isso é relativo a uns e a outros). Não sei o que é ganho fácil. E por mais que tente, o tempo passa, mas, é como que a vida não vai para a frente. Quem somos nós para movermos o que quer que seja sem um Fulcro? Que podemos fazer nós de grandioso sem a invenção técnica de um mecanismo que nos permita sobrepujar as nossas forças. Em que a Grandiosidade se apoia? A nossa mente? Em que maquinas inventadas nós montaremos para aplanar a montanha? Até quando haverá combustível para alimentar essa mesma máquina? Porque saímos da harmonia rumo a um futuro incerto? Harmonia? Desde quando ela existiu (olhando aos pormenores)? Não, a harmonia não olha a pormenores, mas para um bem geral, o equilíbrio, exaltando uns e atropelando outros. Somos todos e tudo o que existe sempre manipulados por algo que sempre nos ultrapassará. Saímos do abrigo das cavernas, conquistámos a Terra, humanizámos o mundo e continuamos a descobrir maravilhas. Queremos mais, queremos tudo numa vida. Não queremos ser responsabilizados por nada, como que se a Terra nos tivesse que dar aquilo a que temos direito, Liberdade na ação. Liberdade na ignorância - digo eu. Porque nos foi Permitido chegar até aqui? Grandes vontades de certos seres humanos se impõem. Grandes interpretações nos levam mais além, e, no entanto, a Verdade não é alcançada, Ela não se mostra como os homens querem. Ciência para alcançar a Liberdade? Mas o que é isso? Os homens preferem a ignorância, o jogo do oculto, a impotência mascarada de potência, show off. Assim vai o mundo. Vede. Senti. No fundo sabemos quem somos. Sabemos que necessitamos de onde viemos, das Origens, de nos compreender conscientemente. E, contudo, poucos serão aqueles que poderão estar na mesma situação, idêntica diga-se, duas 2 vezes, parece-me, porque é tão precioso (!) o contexto único das coisas… Mas a que preço nos poderemos conhecer melhor? Vivemos do esforço de outros, os nossos antepassados. Tão críticos connosco, tão exigentes, movendo-se aleatoriamente segundo o que parecia, ao olhar ‘’ao longe’’, mas com firmes ideias, convicções e direitos de viver (tanto uns como outros, tanto humanos como animais), quando percebido o contexto em que agiam; tantos erros cometidos, além do mais, e, mesmo assim, devemos-lhe tanto… -Só o homem tem ilusão. Não sei se agradeça essa ilusão que nos faz mover, ou se será ela que nos irá destruir, ou, talvez, vangloriar ao nível da Magnificência, um vislumbre fugaz de Momentos psíquicos. A Psique a atingir sempre que nos seja permitido, essa Grande Ilusão.
O meu ser. A mim me parece estar. E, agora, estamos todos. Mas, seguimos com fé e esperança. Queremos sair mais fortes disto tudo. Sempre o quis também. A fé salva e a esperança é a última a morrer. No entanto, ignorado. Prossigo enquanto Me for permitido. Peço, sempre, mais um dia. E esse dia me tem sido dado. Grato por tudo, tento ser. Apesar de tudo, o caminho é dificultado, talvez para aprender, sempre, até morrer. Bode expiatório não quero ser. Lições a saber, todos os dias. O objetivo, o fim, a finalidade, a Vontade Suprema, será que está a ser demonstrada?! E salvo a todo o momento certo. Ninguém liga, mas eu ligo. Ninguém quer saber, que estranho. Tenho que aceitar se a Lei faz isso. Tenho que A conhecer, tento perceber. Não sei se é pedir muito quando peço sol na eira e chuva no nabal. Sei que Milagres acontecem a todos os segundos, até, somente na nossa vida. E sou salvo na hora certa. E quero compreender melhor, o que está por trás desta Grande ciência, porque sei que há algo mais. E se não fosse pedir muito só queria ser feliz. Será que ao pedir já o sou?! Hipóteses… teorias e interpretações que fazem sentido, ou vivemos na esperança de que um dia o farão. Fui mais uma vez resgatado da ignorância humana, da ironia, do destino implacável, da escuridão que se quer abater sobre mim e sobre o que me envolve. E tento ser mais grato ainda. Será que é suficiente? É necessário dizer obrigado? Ou fazemos ver uns aos outros? Porquê o meu destino? Porque as coisas são como são. E no entanto tento ser, ainda mais, grato. E quando tudo acontece a alma se eleva, no passado que se torna formidável. Porque puro é o futuro que se aspira. Elevo-me em seres que andam ou andaram por aí, e, contudo somos todos diferentes. Estranhos humanos. Más atitudes. Quem sou eu para pôr em causa a Vontade Infinita? Mas se sou um humano que nasceu no tempo certo, então tudo tem que ser assim, eu tenho que questionar como todos fazemos. Eu tenho que por à prova. Se a vida me permite admirar eu admirarei, simplesmente, porque posso. Mas porque surge a dúvida no meu ato de agir se sei que estou e sou de boa-fé? Porque todos somos diferentes, porque os momentos são infinitos e se calhar todos únicos. O confronto surge só com a banal presença dos seres, a diferença, a interpretação das coisas. Mas, há o Certo e o errado, certamente. Temos que aproveitar as oportunidades de escolher o que está correto, porque um dia poderá ser tarde, e, caímos nas mãos erradas sem ter-mos refletido um pouco quando nos era permitido. Simples, com tudo a ficar poluído, espero que ainda não seja tarde. Que o caso não seja perdido.
Admiro a arte do concreto. A arte do que é objetivo. Mas o meu caminho não foi esse. Subjetividade é o que me faz mover. Sinto, definitivamente. Sou sentimento com pouca emoção. E sou como qualquer pessoa, a não ser no que sou diferente, que pode ser tão pouco ou tanto quanto para o que fui talhado. Talvez não seja tão diferente e viva certamente no meu tempo, que por isso é especial, apesar de confinado, e, cada vez mais, todos no mesmo barco. Não se esqueçam.
Hoje venho fazer uma simples proposta para todo o ser que é ambicioso neste mundo, uma proposta para se trilharem os verdadeiros caminhos da humanidade rumo ao Universo e a Deus, rumo ao conhecimento e à sabedoria, em que todos, e cada um de nós, se devem conjugar e orientar, de modo a alcançar um estado de paz e liberdade, que para mim se tornou realidade, talvez como para outros, mas que para muitos ainda é utopia ou desconhecido. Então, seres humanos do mundo, proponho, de hoje em diante, a aceitação de uma cisão que não é nem pode ser dissociação, mas antes uma complementaridade: ciência para atingir o conhecimento; fé e Deus para atingir a sabedoria. E que a sabedoria guie o conhecimento, é o que eu peço para o futuro.
A mente não me corresponde de uma forma linear, não sei se só me acontece a mim ou a outra gente, nem consigo efectuar várias operações mentais ao mesmo tempo, normalmente. Parece-me que quando era mais jovem, até perto do fim da minha adolescência a minha mente funcionava de modo mais linear, mas com a idade adulta foi-se tornando o pensamento mais disperso, com maior dificuldade de concentração e sequenciação de tarefas, o que não sei se se prende também devido à utilização do computador, em que faço multitarefas.
Há muita maneira de escrever, segundo os ritmos que se consegue transpor para a escrita através da pontuação e da transmissão da ideia que presume maior ou menor rapidez/lentidão acerca do assunto que se está a falar. E pergunto-me: será que na verdade eu queria transmitir algo em concreto, neste momento, ou simplesmente divagar? Talvez divagar seja a resposta.
Gostaria de falar de emoções, amizade, amor, sexo e sexualidade. Gostaria falar do transcendente e do não palpável que são por exemplo esses temas. Psicologia, psíquico, mente também se englobam nesses temas. Gostaria de falar a verdade, ou daquilo que me parece ser a verdade, sem ter contrapartidas negativas, nem positivas, sem contrapartidas simplesmente. Gostaria de desenvolver e de que tivesse sentido esse desenvolvimento dos temas. Queria pôr tudo o que existe numa frase não muito comprida, apenas de algumas linhas, revelando com isto o meu lado mais prosaico, a minha narrativa não factual da vida, a vida dos sentimentos narradas com objectos, seres e/ou palavras que fazem parte do nosso mundo, e que o descrevem, para descrever o nosso mundo interior, como muitos homens que me antecederam já o fizeram. Ou ainda juntar o científico [os factos e as explicações da ciência que descreve o universo com precisão, que descobre as leis da física e da química] ao nível do psíquico e da imponderabilidade, da incerteza da conjugação imensa das coisas mais elementares do Universo e que o homem não conseguirá alcançar por mais tempo que consiga viver. Queria, desejava, que brotasse de mim a imensidão da inspiração e da motivação para isso, aquela que tinha na juventude sem no entanto ter a visão alargada que cada vez mais tenho, para meu bem ou meu mal. Como o simples pode ser complicado… Somos uma parte ínfima do universo, e no entanto ganhámos uma consciência da grandeza da vida: de que existimos e de que conseguimos ver causas que provocam efeitos, que existem explicações, quer seja a nível cientifico, quer a nível psíquico, como eu tenho revelado a mim próprio, na continuação da minha vida. Somos pilotos de uma máquina que nos ultrapassa ,a nossa compreensão -e que tendemos a revelar, alguns, mais ou menos, não sei -. Divagando, semeamos o nosso pensamento no abstracto da psique que se encontra ligada por laços ainda estranhos e eternamente invisíveis – ‘eternamente’, porque eu ainda não consigo vislumbrar o fim -. Associo assim o que é contínuo ao que é descontínuo, a lógica de uma ideia com a lógica de outra como se isso fosse possível no mundo real, mas não é, (!) associo ideias que não têm sequência, e estão de tal modo ligadas que afinal não são visíveis por qualquer um, como se estivessem encriptadas apenas para nós, ou para alguns entre muitos [em ultima instância: para mim]. A emoção está lá, nesta escrita que eu digo, o jogo do pensamento é enorme, e quiçá se movam montanhas com ele. Todo o passado se projecta no futuro, tudo o que foi nos trouxe [me trouxe] até aqui. Mas só aqui, na escrita virtual este mundo é verdade para alguns. Só num mundo virtual é possível uma transfiguração para algo que não sabemos o que vai ser [não sei no que me vou tornar]. Eu sou espectador de mim mesmo, vejo-me através do meu tempo vivido. Persigo a ambição do El Dourado do bem-estar espiritual, e a verdade é que por enquanto, se existe, ainda não o alcancei, demasiadas pessoas mo proíbem, leis que estão e atentam contra a minha existência. Procuro gente de bem, procuro-a no mais fundo do meu ser, ele [o meu ser] perscruta o interior dos outros, e, ainda não descobri pessoas a quem pudesse dizer, ‘sim, aqui estão aqueles que me espelham’. Talvez ande desencontrado, porque perdido não queria estar. Queria fazer-me em sociedade, não sozinho. Aceito a vida tal como ela é, mas não consigo deixar de me questionar e lutar contra aquilo que me quer destruir e não compreendo porquê, quero que me deixe de perseguir a vida ou algo que nela existe, o azar que vá para bem longe e que eu me reencontre dia após dia.
De repente senti uma enorme vontade de agradecer aqueles que tão generosa ajuda me dão na minha vida para morrer, me mostram o caminho da morte. Nesta ironia que é a minha vida, agradeceria, primeiramente, a quem me deu a vida, não sei precisar se de ambas as partes, que acabou por não ma dar na sua plenitude, coagindo-me e sacrificando-me, abafando meus gritos, fazendo ouvidos surdos, tentado fazer o bem (dizendo que era para meu bem), supostamente ‘o bem’, pondo-me no imponderável da vida, numa corda bamba, no limite do abismo, fazendo-me enxergar o negrume da vida, a insustentabilidade do meu ser, e sobretudo colocando-me numa situação de falta imensa de auto-confiança e auto-suficiência, numa situação de dúvida acerca de mim próprio e da minha capacidade de subsistência nesta vida. Afinal, quem nos dá a vida também nos encaminha para a morte, em vida [penso]. Supostamente, necessitei de ajuda em certos momentos chave da minha vida, e mais uma vez o complô de um destino que gira à minha volta e me encaminha para a minha morte actuou novamente e em força transpondo-me para uma nova fase de aproximação ao meu destino – aquilo que querem que seja o meu destino, o destino que uma natureza quer para mim -, entregando o meu ser e o meu destino na mão de alguém que, supostamente é ensinado para ajudar os outros, e que mais uma vez me ajuda neste caminho difícil para o fim dos meus dias, a reles atitude de quem promete o que não pode fazer, a promessa de uma cura que é impossível e que, no fundo sabem disso, mas que são superiores a tudo e agem a favor do desempenho da sua função, dizendo que é para curar que é para ajudar. Agradeço assim de seguida a todos os que se aproximam para me ajudar com base na falsidade das boas intenções, fruto de todo o erro original cometido pelos influentes seres primordiais da minha vida. O meu coração contorce-se a cada dia que passa, grito por ajuda, e vejo sempre a vã vontade humana de ajudar mascarada de sabedoria, contentes no fundo do seu âmago por não se encontrarem em tal situação. Penso nos tempos em que não tinha nada a perder, em que ainda podia confiar em alguém, até porque tinha de confiar em alguém porque sabia que o que me davam era genuíno e que não tinham a ideia de uma contrapartida, já que eu nada tinha, e logo não haveria falsidade nessa ajuda que prestavam. Agora digo correctamente, para que entendas: de repente senti uma enorme vontade de mandar à merda aqueles que ajudam a encaminhar-me para uma morte sofrida, quando podia ter uma morte com sabor a quem viveu, uma vida normal e apropriada a quem eu sou e de acordo com as minhas capacidades; De repente senti uma vontade de dar a volta a toda esta situação complicada que me envolve [uma vontade cega de vingança subtil, digo], de pessoas que não me querem deixar viver, que me empurram para o sofrimento, que se acham superiores e que agem perante mim como tal, com superioridade. Quando olho nos olhos de quem eu tão cegamente confiei um dia, hoje, consigo ver a falsidade que vai nos seus corações, e sinto-me completamente enganado, e penso, como poderá alguém tão próximo de mim ser assim? Como posso eu confiar em alguém depois disto [de ver (e sentir) isto]? E se eu não confiar, que será de mim? [penso]. Como enxergar o bem e o mal? Como saber o que é bom para mim se eu perdi o meu discernimento, estou falcatruado nos meus sentimentos, desfalcado do bom senso, alucinado pelo sofrimento que tenho de não poder ter a minha vida ao meu ritmo, devido, precisamente, ao medo de que não subsista economicamente na minha vida, quero com isto dizer, para que se entenda, ando a trabalhar doente porque se desistir não sei o que será de mim, economicamente, por isso quero morrer a trabalhar, doa o que doer. Como posso eu melhorar se não tenho capacidade de reacção que me foi retirada e anulada? E, então, eu penso naqueles que me querem ajudar, que dizem que me querem ajudar, penso, concretamente na minha médica, que diz que me quer ajudar quando eu sinto e vejo em seus olhos o desdém para quem eu sou (que pouca importância tenho para ela), assim como vejo o desdém de quem me deu a vida e de quem eu cegamente confiei. Penso também em todas as pessoas de boa vontade, que a maior parte das vezes não têm boa vontade nenhuma, porque eu sei que no fundo agem movidos por uma força interior de por os seus reais interesses (subjacentes na sua conduta inconsciente) à frente da boa vontade que manifestam. Penso na boa vontade que se manifesta em mudar uma pessoa que não pode ser mudada. Penso nas atrocidades que as pessoas cometem em nome da boa vontade e de ajudar, nas atrocidades que sempre existiram no mundo e que me querem bater à porta, a mim em particular, de uma maneira subtil. As pessoas a querer curar uma pessoa são capazes de a matar. Desgraçado daqueles que um dia necessitam de ajuda e caiem nas mãos erradas – que o mais certo é cair nas mãos erradas… na mãos dos pseudo- sabedores -. Como eu posso confiar numa medicação que um médico me dá? Como sei que não é pior a ‘emenda que o soneto’, que ao tomar aquele remédio não me fará mais mal do que o que estava? E mais ainda, estaria eu mesmo mal? Porque querem calar quem quer falar? Mas agradeço a outra hipótese que me dão de me curar, agradeço a pílula da lucidez, a pílula que me leva a morrer em vida em nome da evidência da ciência. <<Tu obténs o que dás>>, dizem. Como eu posso então obter se não tenho para dar, se me esvaziei (de energia, por exemplo). Eu deixo um repto à natureza que me envolve, que me demonstre que eu estou errado e até que ponto estou errado, que ninguém é igual a ninguém, e que posso confiar em alguém novamente. Eu peço um milagre, que me seja devolvida a auto-confiança perdida, o gosto de viver leve e livre, o poder pensar como quero pensar sem pensar que é errado, mas seja simplesmente o meu pensar, e poder agir sem atrito de morte. Porque agradeço eu a quem me ajuda a morrer? Porque querendo eu matar-me tudo se torna mais fácil com esta gente que dá uma mão, dando-me umas drogas para que eu morra lentamente, dão-me desprezo. Agradeço esse estranho tipo de amor que me dão. Esse amor que me cura. Mas vou tentar que não se fiquem a rir, indiferentes esses que me querem ajudar falsamente. Mostrem-me que as pessoas não são todas iguais, que se pode confiar, mostrem – me quem tem bom senso.
Nascer e morrer, o princípio e o fim da vida, o princípio e o fim de um sistema, (formado por outros sistemas) que se forma exponencialmente para falir e colapsar (pode-se utilizar o termo) quando a sua estabilidade se torna inviável. A mudança é uma constante. Nunca somos os mesmos, dependendo da velocidade a que se dá essa mudança. Os sistemas vão tomando novos equilíbrios à passagem do tempo [que ninguém sabe quando começou ou quando irá acabar]. Nada é fixo ou imutável, dependendo da posição do observador, e essa mudança, que é lei universal, dá-se mais ou menos rápido, ou, mais ou menos lentamente, mas, nunca, coisa alguma, está parada. E é formidável e notável a nossa disposição mental para descobrir partículas que não se vêem, essa capacidade fantástica de imaginar e dar uma interpretação coerente àquilo que os nossos olhos não vislumbram a olho nu e que está fora da interpretação óbvia dos nossos sentidos, a capacidade de associar e formar ideias que se podem aplicar na matéria. É o que faz reger o nosso cérebro, a ‘Psique’ humana, esse conceito que está no âmbito da criação do Universo e da existência do conceito de ‘Deus’ e do conceito de ‘Tempo’ [e que me deixa antever a existência de uma ‘Consciência Universal’] que nos permite tal façanha. Acredito, por estas palavras e neste momento, segundo as ideias que tenho, que é no ‘Tempo’ que reside a resposta essencial da vida e da existência. A nossa visão [a visão (humana) que temos das coisas, que é influenciada ou que provêm dos saberes, da ciência, da técnica e do saber utilizar os recursos que a terra tem, entre muitos outros níveis e esquemas de percepção, que são as extensões dos nosso sentidos], ultrapassou limites imagináveis [quando nos baseávamos na realidade do que existia, descurando, ou, não tendo em conta factores e variáveis imensas que nos ultrapassavam]. A nossa ‘auto-visão’ de hoje, Novembro do ano de 2009, que já vem sendo implementada ao longo dos anos, é de que o homem é capaz de tudo e que tudo consegue resolver. Tenho para mim que, é essa é a ‘imagem ideológica suprema’ que se passa às pessoas e que faz mover os homens, esquecendo-se da sua finitude, logo à partida, como se tudo seja possível aos homens. É óbvio que, se a visão que se tem não fosse positiva e esperançosa, o homem não evoluiria e cairia no vazio da existência. Apenas questiono o excesso de confiança que se quer passar, que é contradito pelos inúmeros factos que vejo na vida que me é transmitida, e alem disso, sobretudo, que sinto em mim como sendo incoerente com tal ideal esperançoso, apesar de a generalidade da vida que me envolve ‘parecer’ estar cada vez melhor [admito que faz parte do meu carácter esta minha maneira moderada de ver as coisas]. A interactividade do homem continua a crescer de forma inesperada e imprevisível (do meu ponto de vista). A dimensão que tomou (a que chegou) tal interactividade humana [a intensidade de comunicação e relação entre os homens], assenta na sustentabilidade que permite que tal aconteça, a ideologia existente por um lado [de progresso e de paz - de uma maneira geral entre os homens], o desenvolvimento das infra-estruturas e dos meios de comunicação por outro, que significa e engloba também a capacidade de produzir em massa, tais meios de comunicação, para consumo intensivo do mundo humano, mundo humano esse que tão abertamente recebe tais meios que o fascinam. [E isto leva-me a outra ideia – um aparte - que é a de que, toda esta sustentabilidade radica no consumo cada vez maior de e energia que por sua vez se pode tornar insustentável se as fontes de energia utilizadas se esgotarem e se não se descobrir maneira de se utilizar outra fontes de energia.]
Assim acontecem as metamorfoses debaixo deste céu azul [aparentemente]. Desde a crisálida ao insecto, a mudança dá-se em determinado espaço de tempo, e esse tempo é o tempo da metamorfose desse ser. O homem é dos seres que vive mais tempo nesta terra, cheia de seres e de vida [por enquanto]. Mas, mais que a mudança que se dá no nosso físico humano (a nossa dimensão física) e na nossa fisiologia, fascina-me a mudança que se dá na nossa dimensão psíquica. A mudança pode ser de tal forma, pode dar-se tão completamente, que a isso lhe chamaria ‘metamorfose psíquica’, no verdadeiro sentido da palavra, porque acontecem mudanças completas [ou quase] no tempo de vida da pessoa, em que uma mentalidade dá origem a outra, e acredito mesmo que haja várias mudanças de mentalidade ao longo da vida, variando de ser humano para ser humano, dependendo do seu grau de apetência e/ou predisposição e/ou motivação e/ou ainda da pressão do ambiente para a mutabilidade mental, em relação a esse ser, para que mude. E constato que a pressão para a metamorfose mental, hoje em dia, é enorme.
Começa. É o jogo da vida. Mas como e onde começa? Alguém o saberá? Vejamos por este prisma: a vida não passa de um jogo geral onde existem regras, mas que nem todos a interiorizam ou as descobrem ou lhes não é ensinado. É como o jogo da vida económica, das regras do dinheiro, inventado por alguém, mas nem todos o conhecem e sabem jogar. Este jogo que é a vida, é jogado instintivamente, quando a razão não tem meios mais civilizados para o jogar, quando as palavras ainda não fazem parte do jogo, quando o pensamento abstracto ainda não existe. É esse jogo instintivo que nos fascina e nos dá sentido (a esse jogo), como se tudo o que fizéssemos fosse magia, onde todo o nosso ser se entrega e deleita com cada passo que se dá para atingir o nível seguinte. É esse instinto de vida, que é fascinante, o não sentirmos o controlo da razão ou de qualquer força que reconheçamos, como se não houvesse regras, ou melhor, podendo havê-las subentendidas mas dominando-as de forma instintiva, como quando sabemos que 1+1 são 2, embora não sabendo a que se refere esse 1+1. Como é bom saber a teoria mesmo sem nunca ter feito a experiência, como é bom saber que é assim sem ter de o provar a alguém, como é bom ter a certeza que algo vai funcionar assim segundo os cálculos e os sentimentos e no entanto sem lhe tocar, a priori, temos a certeza que é assim, sem duvidar. Porque não se acredita mais a partir de certa altura, se um dia aquilo que sentimos era verdadeiro? Porque não acreditas? As pessoas são cépticas. Só acreditam no que lhes é objectivamente dado a conhecer, segundo o padrão perceptivo normal, da norma comum que são as pessoas (normais), segundo a sua maneira de pensar comum, o senso comum. Acreditam que a ciência lhes dá tudo, as respostas para tudo. Querem por o homem a funcionar segundo o esquema ‘causa - consequência’, onde todas as consequências têm que ter uma causa. Querem, à força, pôr leis em tudo, do tipo, quando funciona em todo lado então há uma lei (!). Querem à força atingir a explicação para tudo, o máximo onde se puder chegar. Mas é verdade que antes de o homem ver ele já sente, o sentir é primordial na existência dos seres. Para um homem um dia chegar a ver, ele tem de sentir, e eu vos digo que sinto que é assim. As pessoas que vêem e chegam a adultas esquecem-se disso, pelo menos julgo que uma enorme parte da humanidade cega com o que vê e não consegue sentir, principalmente no mundo da imagem de hoje. Vivem felizes (somente) por verem. Então e o sentir? Aquela causa primordial que gera o que se vê? Não sabem sentir. Para homens verem o interior da matéria, houve o sentimento e a imaginação a funcionar, para verem o que os olhos não viam. Os átomos são esse exemplo. Se alguém sentiu um dia que havia algo que lhe transcendia incomensuravelmente, e o transmitiu da maneira que o sabia transmitir, esse sentimento é válido. Resta é mostrar aos outros esse sentimento, mesmo que não haja imagem dele. O que se sente é verdade. O que se sente não é ilusão, ou é tão ilusório como uma pessoa olhar para uma rocha e reconhecê-la como tal. Agora, há ilusões que são adaptativas, a ilusão que é comum às pessoas e que serve como meio de partilha social, e há as ilusões que não se englobam em tais situações ou ainda não são reconhecidas por uma basta unanimidade e que levam as pessoas a duvidar da sua própria sanidade quando se deparam com tais realidades criadas pelo seu ser. O espírito criador não cede, e esse teima com o que sente e procura prosseguir não negando o que sente, porque negar o que se sente é negar-se a si próprio, e o criador não nega a sua criação. Os homens não são todos iguais, cada um tem o seu ser próprio, físico e espírito únicos, por mais idênticos que sejam os seres com que se identifica. E então cada um tem a sua maneira de jogar o jogo da vida. Cada um se adapta melhor a determinadas situações do que outros. E podemos também falar em visões, que são diferentes, em cada homem, em cada mulher, a realidade segundo a qual cada um é o que é, aquilo com que cada um se identifica no meio dos outros. Isso leva-me mais longe, a unicidade do ser, que cada um tem que aceitar mais tarde ou mais cedo. E falaria em solidão, quando nos vemos sozinhos com o nosso jogo, com a nossa visão, a nossa ilusão, a nossa realidade do mundo. Sentimos a solidão, como alguém disse por outras palavras, quando os nossos sentimentos não encontram repercussão neste Universo de pessoas, do homem no geral. Quando, façamos o que façamos, não nos sintamos reconhecidos, quando deixamos de acreditar em nós próprios e naquilo que sentimos, quando não queremos ou deixamos de ser capazes de lidar com a influência que nos é provocada e deixamos de influenciar. A vida é um jogo, sobretudo de sentimentos, auto-conscientes ou não. Sei que um homem não deve desistir desse jogo. Mas quando acreditamos que o jogo não nos está a ser favorável como fazer para sair dele? O pânico apodera-se de nós, estamos a jogar falsos trunfos, estamos presos na previsão do resultado e ainda temos esperança que esse jogo mude a nosso favor. Perdemos. Baralha cartas e dá de novo. Mas perdemos e perdemos outra vez, continuadamente, o instinto já se foi há muito, resta a esperança de que algo que não controlamos nos dê o controlo novamente. Assim é o jogo de alguns. Não sabem jogar às cartas, nem têm hipótese de vir a vencer, e enveredam por jogar outros jogos que estejam de acordo com as suas capacidades e que se possam realizar com tais jogos. Desenvolvem-se capacidades desconhecidas, fazem render outros homens ao seu jogo e tornam-se campeões, encontram o seu dom natural. E o orgulho, que se tendia a perder cada vez mais com as derrotas de um jogo que não era o seu, renasce. Afinal a vida ainda tem sentido, nem que seja por horas, porque o jogo, por melhor que sejamos, também tende a ter más horas e podemos acabar por perder jogadas. Ah! Mas nesse jogo somos pró! Sabemos que podemos perder, mas somos dos melhores, até porque fomos nós que inventámos esse jogo e fizemos atrair os outros para ele. Ou esses gajos que se tornaram bons já se esqueceram quem foi o Pai do jogo? E assim, um homem morre em paz consigo próprio, no seu jogo, sabendo que tudo o que fez lhe deu felicidade e afugentou a dor, sabendo que jogou um jogo que conhecia bem.
«Pedi tão pouco à vida e esse mesmo pouco a vida me negou. Uma réstia de parte do sol, um campo, um bocado de sossego com um bocado de pão, não me pesar muito o conhecer que existo, e não exigir nada dos outros nem exigirem eles nada de mim. Isto mesmo me foi negado, como quem nega a esmola não por falta de boa alma, mas para não ter que desabotoar o casaco.
Escrevo, triste, no meu quarto quieto, sozinho como sempre tenho sido, sozinho como sempre serei. E penso se a minha voz, aparentemente tão pouca coisa, não encarna a substância de milhares de vozes, a fome de dizerem-se de milhares de vidas, a paciência de milhões de almas submissas como a minha ao destino quotidiano, ao sonho inútil, à esperança sem vestígios. Nestes momentos meu coração pulsa mais alto por minha consciência dele. Vivo mais porque vivo maior.»
Excerto do 'Livro do desassossego’ de Fernando Pessoa
Nesta nossa vida (assim como na Internet, em particular, ao buscarmos por algo), tudo o que somos nos leva ao encontro daqueles que manifestam ou manifestaram algo, segundo aquilo que sentimos em determinado momento ou espaço de tempo, parecendo até, que somos iguais a alguém e que não estamos sós, como às vezes nos sentimos, interiormente, psiquicamente. Mas, a verdade, penso ser a de que somos únicos, e já o disse mais vezes, apesar de todas as afinidades que possa haver entre nós, humanos.
Compararia o que somos, fisicamente, à escrita, na qual existe um Alfabeto (Um conjunto de letras isoladas), sobre o qual se constrói todo um texto, este composto por palavras (conjunções e outros mais – os experts da linguagem que o digam) que podem designar algo em si mesmo, conceitos, e que constroem frases e textos que transmitem ideias.
Assim, fisicamente, somos feitos da mesma massa, a carne (como se costuma dizer, de uma maneira muito genérica), não sendo só essa característica que nos define como idênticos, mas também, temos cabeça como os outros, temos braços como os outros, e assim, como os outros, temos dedos, pernas, pés, Tudo isto é uma parte das similitudes que definem a nossa espécie. Mas sabemos mais, hoje em dia. Além daquilo que vemos exteriormente, no nosso interior existem órgãos que devido á similitude da sua disposição e características contribuem ainda mais para a definição da nossa espécie. Mas ainda há mais, antes disso estão as células que são as unidades que constituem os órgãos e que também já sabemos que funcionam de maneira idêntica entre nós. E acho que, o que foi descrito são as características mais gerais que nos definem fisicamente como espécie humana, como pessoas.
Comparando o que somos fisicamente à escrita, diria que a nossa espécie é como um livro enorme. Sendo assim, cada palavra representará uma célula do nosso organismo humano. Cada conjunto de palavras, as frases, que irão formar uma ideia na escrita, representarão um conjunto de células que farão parte de um órgão no organismo. Ao conjunto de ideias que transmite cada frase irá formar-se uma ideia geral que é transmitida num parágrafo, e cada parágrafo será um órgão do organismo, da pessoa. Ao conjunto das ideias gerais que transmitem os parágrafos irá formar-se o tema ou um capítulo do livro, ou seja, ao conjunto dos órgãos todos juntos e funcionais dá-se o nome de organismo. Sendo assim, cada pessoa é como um tema ou capítulo desse enorme livro que é a humanidade.
Mas podemos aprofundar mais a questão à medida que o nosso conhecimento avança, continuando ainda com a comparação do que somos à escrita. Sabe-se que para lá da célula, no seu interior, ela própria funciona como um organismo simples, como um ser unicelular. Dentro dela há mitocôndrias e D.N.A entre outras formas que constituem a célula o qual desconheço ou já não me recordo de os ter interiorizado. Mas interiorizei esse conceito de D.N.A como sendo um fio básico da vida, onde se encontra o Alfabeto da vida, uma relação directa entre escrita e o que somos. Se considerei que as palavras seriam como as células do nosso organismo, agora considero que as letras, que constituem as palavras e são o Alfabeto na escrita, são equivalentes ao Genes que constituem o D.N.A (É claro que isto para muitos é óbvio, devido ao grau de conhecimento que possuem). Assim como cada letra forma a palavra, assim os genes [são as letras que] irão formar a célula, ou seja, são os genes que lhe dirão em que tipo de célula se irá transformar, segundo o órgão para que está destinada. Na escrita, as letras são utilizadas, segundo o conceito (a palavra) que se quer transmitir, mas isto já baseado na ideia que se quer transmitir. A inter - relação que há entre o conceito (a palavra), a ideia (a frase), a ideia geral (o parágrafo) e o tema é ou deve ser recíproca para que tudo se conjugue na perfeição. Assim é no organismo, a relação entre os órgãos, as células que os constituem e os genes, de um modo muito geral, deve ser recíproca também para que tudo funcione correctamente, numa reciprocidade que eu toco com a minha imaginação, admito. Continuando ainda, as substâncias básicas que formam o D.N.A ainda não serão os genes, assim como as letras não são o elemento básico da escrita física. No D.N.A encontramos «as quatro bases [que o formam] que são a adenina (abreviado A), citosina (C), guanina (G) e timina (T)» (fonte de revisão: wikipedia). São estes os símbolos básicos da vida orgânica e que formam os genes e posteriormente as células. Assim como, continuando a metáfora, são aquilo a que se chamam ‘símbolos’ (aos rabiscos que parecem não significar nada quando não os entendemos), que formam as letras, e estes podem variar segundo as culturas,(e temos os símbolos árabes e chineses que diferem dos nossos, por exemplo). São os símbolos (esses rabiscos idealizados para base na construção das ideias) os compostos básicos na escrita tal como as bases dos genes são as que foram enunciadas e que são a base de todo o processo evolutivo e/ou regenerativo do organismo.
Já o que somos psiquicamente assenta, segundo me parece, naquilo que nos suporta, e que já falei, o organismo físico. O que somos psiquicamente é da ordem das ideias e não da escrita. A escrita à primeira vista, é uma manifestação das ideias. Mas apareceu primeiro a ideia ou a palavra? E tudo isto não é uma evidência ou uma clarividência, para mim falar das questões de que ‘apareceu primeiro a escrita ou a ideia’ é o mesmo que questionar, aquela questão clássica popular, se ‘apareceu primeiro o ovo ou a galinha’. E numa questão mais profunda, será que o nosso espírito foi-nos dado depois de sermos concebidos ou já estava pré-destinado ou ainda a eterna e irrespondível questão: entre isto tudo haverá obra de Deus, Ele existirá? E de seguida surgem outras questões, haverá vida psíquica para além da morte? Já que me parece que claramente o nosso organismo físico voltará a ser parte integrante do universo, ele se desintegrará e se transformará, nunca mais naquilo que já foi. Será que se passará algo idêntico com o nosso espírito? Será que ele se desintegrará nas partes essenciais que constituem esse lado da dimensão espiritual e continuará a tomar outras formas por esse Universo fora, a fazer parte não como um todo que já foi, mas em pedaços maiores ou menores de outros espíritos (outros psiquismos). Mas se tal acontecer, então nós já somos feitos de matéria psíquica que já existia, somos um aglomerado de pedaços de outros espíritos que existiram antes de nós e que nós desenvolvemos no decorrer da nossa existência e que passaremos a outros ou a algo que sucederá depois de nós. Mas à frente da nossa existência depois de desaparecermos, enquanto homens e seres vivos, do mundo, que restará? Os espíritos dos homens não poderão desaparecer assim sem mais nem menos. E ainda, tudo teve um princípio, sem dúvida e não se sabe se existirá fim. Se o nosso espírito existe, e isso é um facto, da ordem das ideias, ele não surgiu de qualquer modo, do ‘nada’ [o ‘nada’ não poderá existir porque ele engloba um conceito em si mesmo, demonstra a existência de algo e só existe em função dessa existência, o conceito de ‘nada’ existe porque na verdade existe algo], mesmo que isso nunca venha a ser entendido pelo homem, haverá uma explicação para isso. E penso, em Deus, O intangível principio e fim de tudo, O Universo palpável e O Nirvana a coexistir, o incomensurável tempo que nos antecede e procede. Deus, essa palavra que transmite um conceito ideal que nunca chega a estar definido, uma imagem à semelhança do homem, que alguns tentam transmitir, uma imagem que tentam concretizar, mas, que é indefinível nos moldes em que a tentam abordar.
Então, O nosso ser, no geral, é uma conjugação de uma entidade física, o corpo (humano) e uma entidade ideal (do mundo das ideias) que é o nosso psíquico. A relação entre essas duas entidades forma aquilo que nós ‘somos’ no geral, e apesar de haver algo que nos identifica ao longo da vida, que nos torna aquilo que ‘somos’, a conduta que nos rege e os traços que nos caracterizam, não somos seres imutáveis, pelo contrário, somos mutáveis, e mais, não há nada, por mais ínfima que seja a nossa observação, imutável ou parado no Universo. E é essa relação que forma o nosso sistema, a nossa pessoa, que interage com outros sistemas de muitas formas (outras pessoas). Não há sistemas fechados, no sentido absoluto do termo, por mais que um sistema pareça independente. E surgem mais questões: Surgiu primeiro a entidade física ou a entidade ideal, bem lá nos primórdios da existência dos seres vivos? Em relação à palavra e a ideia: O homem teve primeiro a ideia e inventou a palavra, ou primeiro, inventou ou proferiu sons que se tornaram em ideia? Tanto podemos imaginar o homem (os seus ancestrais, o homem primitivo) a ver uma ‘pedra’ e a proferir um som que começou a repetir para a designar, como podemos imaginá-lo a imaginar (sublinho ‘imaginar’, o que demonstraria que a ideia precede a palavra) essa ‘pedra’ e a tentar ou a, efectivamente, inventar um som para ela e a divulgá-lo entre os que o rodeavam. Também há a hipótese de ambos os casos irem acontecendo ao longo da evolução, havia objectos para os quais se diziam sons que se tornavam no identificativos desses objectos entre a comunidade e o caso de se estar a pensar na imagem do objecto e inventar-se um som para ele. Será muito difícil encontrar resposta se quisermos colocar a hipótese de que terá sido apenas uma das duas a ter acontecido primeiramente. O homem ao emitir sons, tal como qualquer animal já transmite um sentimento, se magoarmos um animal, se o pisarmos, o animal emite um som (estou a pensar num cão assim como pode ser um rato, que guincha) de dor, logo ele tem uma ideia de dor, que manifesta com um som. Para mim, neste momento, a interacção entre sons e sentimentos formou primeiro um desenvolvimento da mente no sentido da imaginação e nesse entretanto surgiu a palavra, os sons com significados, designando primeiramente objectos e coisas ‘palpáveis’, concretas, e depois passando para o mundo dos conceitos abstractos, tudo ao longo da evolução. Não ponho outra hipótese a não ser a de que a escrita veio depois destas questões já estarem assentes e mesmo apareceu depois de muitas formas de expressão terem sido desenvolvidas. O tema sem dúvida é longo.
Quero concluir a ideia com que iniciei: ‘somos únicos’. E esta ideia é transmitida, quando não claramente no que escrevi anteriormente, nas entrelinhas e nas milhares de ideias que as enunciadas nos levam a pensar, se tivermos imaginação. Mesmo entre irmãos, sei-o por experiência própria, gémeos até, pelo que leio e oiço, somos diferentes, por mais semelhanças físicas ou intelectuais ou ideais ou psíquicas que haja, as semelhanças são ínfimas, se analisarmos profundamente as diferenças. Somos diferentes porque temos genes únicos para começar, que nos tornam diferentes à medida que nos desenvolvemos, mesmo sendo gémeos, o ambiente nos tornará cada vez mais diferentes. Somos únicos, ainda mais, e mais marcadamente, na parte psíquica (intelectual, ideal). Somos únicos no nosso espírito, porque marcados, não só por aqueles que nos envolvem fisicamente, mas também por ideias e ideais que vieram até nós de diversas formas, por pessoas que vivem ou já não vivem, e até ponho a hipótese de sermos marcados por espíritos de personalidades que nos antecederam (atenção: esta minha ideia não tem nada a ver com espiritismo ou muito menos com práticas espíritas são utilizadas e acreditadas por alguns, apesar de poder parecer como tal, mas por um pensamento puro e puramente meu segundo os meus conhecimentos, pensamentos e reflexões). Somos únicos, mas não estamos sós, mesmo que tudo venha a faltar para a nossa sobrevivência, mesmo que seja a derradeira velhice que nos faça estar sem sentido, mesmo que seja uma provação que seja caso de vida ou morte, mesmo que este sentimento de solidão se apodere de nós por várias razões, entre as quais o não conseguirmos ser aquilo que queríamos ser (o querer ser como outros são, por vezes, ter outras características; aquilo que os outros nos impelem a querer que sejamos sem nós querermos, quem não somos). Mesmo que nos aprisionem fisicamente ou psicologicamente e injustamente por motivos de: ideais que fazem parte de nós, por aquilo em que acreditamos, pela nossa liberdade, por atentarem contra a nossa vida e nos tentarmos defender disso, por simplesmente não gostarem da nossa cara ou do nosso ser, por quererem ser maiores, condicionando ou destruindo os outros – a lei do homem é injusta – a nossa existência nunca foi nem será em vão, quero acreditar nisso. E gostava de fazer acreditar aqueles que não acreditam e sofrem com isso, até porque, acreditando comigo nisso, acredito que a força da liberdade permanecerá no mundo, porque acredito que existe o bem e o mal e que ele reside no homem ao mesmo tempo, e acredito que o bem tem de vencer, e o bem é a compreensão e a união em torno daquilo que faz o homem viver, a saúde que reside mais na mente do que no físico, porque acredito que Deus, essa entidade, conceito e ideia que em mim reside irá domar o homem tal como o homem doma a fera, tornado – o dócil e co – adjuvante.
Para terminar, Fernando Pessoa foi sem dúvida um grande homem, sei-o, mesmo sem o ter lido muito, mas porque o sinto – assim como muitos o foram e são – e foi – o porque se apoiou nos ombros de gigantes, tal como eu me gostava de apoiar e me tento apoiar. Não vi o infinito, mas gosto de senti-lo, apesar da solidão que se instala, quando temos que encarar um mundo que não é o nosso.
Muitos são grandes e vistosos, outros sãotão grandes que nem se vêem.
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