Enfeitado , disfarçando; traduzindo: as horas, o tempo que passa, inexorávelmente, e sentindo os sentidos da minha vida e de tudo e todos os que minha alma toca e abrange. Bem vindos a este meu Universo.
Enfeitado , disfarçando; traduzindo: as horas, o tempo que passa, inexorávelmente, e sentindo os sentidos da minha vida e de tudo e todos os que minha alma toca e abrange. Bem vindos a este meu Universo.
Até tenho medo de falar. Há temas tão sensíveis para serem tratados até mesmo neste nível de anonimidade relativa, mas, afinal, aqui me tenho aberto através do meu avatar johnybigodes que deveria ser, pelo nome, um avatar divertido e concentrar-se em dizer coisas positivas e alegres; quem sabe eu não seja isso também. Mas o que me interessa e me faz concentrar dia a dia é compreender e tentar superar todos os meus entraves da minha vida. Todos aqueles que são próximos de mim, a minha família, são os principais responsáveis por eu ter trilhado um caminho e não outros. E aquilo que me leva a escrever são as mágoas, a frustração, a raiva, a busca pelo meu meio de bem-estar, de equilíbrio. Caminho a medo, com receio de fazer algo de mal, como se ser livre é mau; eu bem que tento ser livre e pesquiso, onde quer que seja, na minha mente e no meu psíquico, em última instância, o que isso significa, segundos todos os dados que chegaram até mim nesta altura da minha vida e que tanto me influenciam, mesmo que eu não me aperceba disso para ultrapassar as dificuldades.
A sexualidade e o sexo definem todas as espécies, cada ser ou criatura tem o seu modo de seduzir para levar à reprodução, que no homem significa seduzir para levar ao prazer (consciente), também. Admito que tenho confusões deveras - como não seria possível (!), mais uma das grandes confusões da minha vida-, sobre esse tema tão central da existência dos seres, e como móbil do homem, centro de procura de prazer, afetos, contato, apoio. É um tema difícil de ser tratado, pelo menos para mim, essa ligação da atração humana e frequentemente sinto de um modo especial a maneira desfasada em que me encontro em relação ao ‘centro’ do entendimento dessa questão, da (s) maneira (s) de agir no dia-a-dia segundo os preceitos – mas questiono-me acerca desses preceitos, que são eles? Que significam? - Não procuro respostas concretas, sei que é difícil haver respostas que se possam dar, já feitas, acerca destes temas em que o mundo humano se vai abrindo mais e mais, em que nada é definitivo. A sexualidade faz parte de culturas, e molda a conduta das culturas, o caminho por que seguem as culturas. Sei que há culturas muito piores que a minha, mas, eu tenho medo e revolta acerca da minha cultura; nunca me agradou como fui e sou tratado, sobre as imposições que se põem e que se têm que cumprir para não se ser marginalizado, o casamento por exemplo, como se tivesse de casar só por casar, de sobrepor os meus princípios que vêm de la de trás. Terei eu que achar que o sexo é mau (?), em última análise, como uns tantos querem fazer transparecer, quando a perversidade de todo os tipos e feitios reinam nesta terra destes homens em decadência? Terei que achar que é mau gostar-se de alguém? Muitos dos problemas que surgem no desenvolvimento jovem, de um jovem normal, quase que apostava que são devido à sexualidade, à relação de sexualidade do próprio ser com o mundo envolvente, à restrição da sexualidade que cada um tem nessa área para a qual a vida nos desperta e a qual nem sempre ultrapassamos (essa fase) do modo normal, como deveria ser, por qualquer motivo (s). Eu tive grandes dificuldades no que foi dito anteriormente, e este foi um dos grandes motivos pelos quais estive no vazio da existência devido a uma questão tão simples quanto ‘sexo’, falta de afectos, descontrolo emocional, e que se perpétua na minha vida. Por exemplo, a sexualidade faz parte do ser psicofísico de cada um de nós. E nem quero estender-me falando em traumas de abusos que podem transviar a beleza da sexualidade, nem de más interpretações acerca do estar com o nosso complemento, o ‘Yin’ e o ‘Yang’, quer seja com o Homem o ‘Yang’ ou a Mulher a ’Yin’, penso.
Tenho que dizer isto, com imensa mágoa, para a eternidade, meu progenitor é um derradeiro arrasador em relação a este tema, a sexualidade, -como a tantos outros, mas não falemos de tudo-, o amor, as emoções (‘arrasador’ para não falar do feitio extravasante de ser contra tudo, que só ele é que sabe tudo e manda em tudo, o que ele diz é que é); tenho fome de ver o seu ascendente sobre mim cair e seria fantástico se eu tivesse sorte depois de tanto atrito, dor psicológica mesmo). Apetece-me por vezes trata-lo a um nível baixo e chamar-lhe nomes, ‘velho de merda’, por exemplo, mas nunca o faço, mas revolto-me silenciosamente nesta luta de surdos; aguardo o fim dele para que tenha a sorte de viver pelo menos em paz comigo, ou pelo menos busca-la como deve de ser, buscar a tal liberdade que tanto procuro, mas ele nem ser tratado abaixo de cão merece. Quero perdoar-lhe tudo o que me faz, sempre o quis, mas não faz mais sentido. Ele arrasou-me todo o tema ou temas que disse, pois, arrasa-me, ainda, as emoções, a capacidade de amar, os afetos e o equilíbrio das emoções. Ele é um verdadeiro desafio constante na minha vida, este desafio entre o viver com ele ou mandar-me para o vazio e morrer injustiçado, algo que ninguém compreende facilmente e sobre o qual não me vou estender facilmente, contudo vou tentar encontrar as palavras certas para dizer o que sinto, sempre, ao longo do tempo. Meu progenitor complica sempre que pode, nunca facilita, possivelmente um mafioso emocional desde toda a sua vida, vou-lhe descobrindo mais agora a careca, e questiono-me acerca das pessoas que me envolvem se não há algo de idêntico nelas, porque há muitos modos de se ser da mesma maneira por outras aparências, e de que modo posso sair disto forte e vacinado. Estou a envelhecer e relativizo tudo mais, mas a indiferença pela minha vida não pode existir. Eu sou um ser cansado psiquicamente com tudo o que se passa na minha vida, obcecado na procura de um amor que sei que vai ser muito difícil encontrar devido aos motivos mais que ditos, devido a um progenitor controlador; sou um filho tardio, não único, numa cultura de indiferença pelos seres, desprezado na vida como se a ele não lhe dissesse nada o futuro da minha vida. Mas apetecia-me gritar: ‘Eu tenho direito a ser amado, a afeto e tudo o mais’, eu procuro isso, e isso foi-me roubado. Porque perdi o comboio estou out, preciso de ainda apanhar o avião pra la chegar. Estou desorientado, por isso procuro justiça, eu tenho direito a ser livre sexualmente, e não são os beatos pervertidos que me vão ensinar tudo o que a minha gloriosa vida me tem demonstrado, e pelo qual eu apelo que me demonstre sempre mais e me traga mais alegria e paz além que me faça estar no lado da razão.
Sou como sou, serei parecido a alguém em muitos aspectos, mas no fundo, a essência que faz parte de mim e que faz ser quem eu sou é única; o que eu sou é uma combinação de factores que se juntaram de uma maneira que possivelmente não se repetirá de igual modo em nenhum outro momento da história da vida em toda a sua globalidade, quer temporal quer física, este meu sistema é único e com suas subtilezas próprias, mas temo que tudo isto que sou e vivo venha a ser em vão. Pergunto-me o sentido de todo este caminho percorrido (?), o que será de mim no fim de isto tudo ter passado (?), e o porquê de, para mim, ser tão importante a busca da existência de uma justiça, de uma liberdade (?), o porquê de haver a (minha) ânsia de um equilíbrio e do fim da própria ânsia, quando na verdade pareço estar mais longe daquilo que ambiciono atingir. No fim de tudo, custa-me que, um dia, não seja nada mais que nada, e nem quero acreditar que depois do ‘agora’ voltarei ao ‘antes’, do nada ao nada, do nirvana ao nirvana, e que tudo isto seja uma passagem cheia de emoções, de bons e maus momentos, e que na minha vida permaneçam os negativos, a insatisfação, a frustração, a raiva, a angústia, o ódio - tudo isso de um modo latente que me tende para a inércia. Custa-me pelo sentimento de injustiça, pelo sentimento de inverdade e incoerência com o que sinto, pela falta de amor que tive e pela dignidade emocional que me foi negada por alguém, quem eu ainda procuro descobrir. Procuro o porquê de toda esta insanidade que me faz perder meu tempo, aqui, perdendo horas na busca dos porquês e na busca da inspiração, na tentativa de ser artista sem ter a capacidade natural para tal, que desilusão (!) realmente, artista do infortúnio eu sou, perdido em monólogos sem fim. Porque não poderei eu subjugar o mundo que me envolve a meu bel-prazer no sentido de poder viver de acordo com os meus valores de tolerância e humanismo, num grau, o mais alto grau de humanidade (?); porquê procurando eu o equilíbrio e a perfeição me torno cada vez no mais imperfeito dos seres que tal tentam (?); porquê, fazendo eu pela sorte, o azar me vem bater à parte constantemente (?). Porque não consigo libertar-me e ser feliz? Mas eu sei porque tal acontece, o porquê de eu não atingir meus objectivos, e é porque quero mudar aquilo que não posso mudar, sei que deveria ser eu a mudar-me e não tentar mudar tudo, mas sinto que o mundo já não chega para mim, e nem sei se mesmo o Universo chegaria, não há lugar para me esconder, não há lugar onde o meu ser esteja seguro. Sei que deveria ser eu a mudar-me, mas não tendo onde me esconder não adianta fugir, não posso fugir derrotado, mas assim, fugindo, não estaria lutando, e quem sabe estaria dando o certo pelo incerto, deitando tudo a perder, quiçá. A minha raiva é profunda, mas, o que eu sinto é um misto de empatia humana virtual com profundo ódio real (quando na realidade, ‘face to face’, que sinto ao vivo na proximidade das pessoas com que falo que se cruzam comigo na vida e das quais sinto desprezo e intolerância) - quando vejo as pessoas do outro lado dum monitor, todas me parecem tão belas que tenho horror a quem lhes faz mal como quem mata de forma cruel como por exemplo Hitler, e não entendo como tal pode acontecer, mas, ao mesmo tempo, quando me transponho para a realidade junto às pessoas parecidas de certo modo em maior ou menor grau com essas que eu senti e vi no ecrã tudo é diferente, e então elas não são humildes, não são tolerantes, são ‘Burras’ para usar um termo de calão ou são ignorantes para ser mais soft, não fazem bom uso da faculdade humana, e querem-me fazer sentir que eu estou errado naquilo que digo e faço, e eu sinto uma vontade enorme que algo de mal lhes aconteça (a essas pessoas injustas); mas talvez na verdade eu esteja enganado em relação a isso tudo, no entanto o que eu sinto é real, muito real em mim, é a minha realidade num dado momento do tempo e do espaço, e não a posso negar (essa realidade), senão o que seria eu? Seria uma negação de mim mesmo (?) provavelmente. Quero justiça! Quero justiça na minha vida! E mostrem-me o contrário, ou calem-se acerca deste post e consintam que são as pessoas que eu digo. Isto pode ser um desafio…
Toda a gente precisa de amor, ouve-se dizer na música, na poesia, na arte e em toda a expressão humana, de uma maneira geral. E há gente que efectivamente o encontrou, muito possivelmente. Mas há quem o não tenha encontrado, e quem, não tendo-o encontrado, o busca empenhadamente, sacrificando a sua própria vida buscando o significado e o sentimento de tal conceito, que pode ser um estado de espírito de efectiva união com um ser ou vários seres. É o amor eterno (?) - existindo esse conceito – [ou o amor é prolongável no tempo (?)], ou é perene (sendo um clímax ou o auge de todo um caminho ou conjunto de acções que nos levam a tal auge ou clímax)? É uma ligação concreta entre seres (?), ou tudo não passa do plano espiritual (?), ou ainda, será uma mistura desses dois tipos de elos de ligação? Decerto o amor existe e não pode ser comparado a um contrato, mas subjacente a ele pode acontecer que pode haver um contrato que se torna em vínculo, em amor. Haverá amor por quem nos trata mal, física ou psicologicamente ou só fará sentido essa existência, ou seja, só existe amor quando essa relação entre seres é repleta de sentimentos de amizade e desejo pelo outro, pela proximidade do outro? A vida é estranha para muita gente, decerto, e para mim, sempre o foi e penso que será por mais que venha a compreender muita coisa. Penso no amor como penso na existência de um Deus, a nível transcendental, e o sentimento de uma existência de amor parece-me equivalente a uma existência divina, isto é, se existe aquilo a que se chama amor também existirá aquilo a que se chama deus. Assim, se penso em Deus, eu penso no Amor, ou vice-versa, a um nível espiritual. Se penso em amor também penso no contacto humano, no toque, a um nível físico. Confesso que, pessoalmente eu estou do lado de lá da esfera, desse sistema em que existem outras regras de interacção humana diferentes das minhas, dentro de um espaço mental e de uma perspectiva (onde me encontro) que é o meu, que me parece ser exterior a esse espaço que observo, onde está um conglomerado humano normal, ou seja, é como se as pessoas estivessem na terra e eu da lua a observá-los, e sendo eu também uma pessoa, estivesse longe daquilo e daqueles que também eu sou, e, estando só, observando, tendo como minha companhia o eterno nirvana, ou seja o sentimento de solidão que é o ‘custo’ que me parece que temos quando nos ultrapassamos a nós próprios, à nossa própria limitação humana.
Existirá o amor concerteza, nem que seja como um estado passageiro [ou estados passageiros (porque tudo neste Universo é imparável e passageiro, tudo dura o seu tempo)] físico ou mental ou psíquico ou uma mistura de todos eles. Mas a mim intriga-me a sua existência, e, como conceito puro, e purificado que foi pela minha mente, da maneira que eu o vejo, custa-me a aceitar de maneira como a ordem está e como o amor funciona, porque eu não sou funcionável nessa ordem de acontecimentos. Quem me manda ou mandou a mim complicar as coisas que deviam ser simples, naturais e descomplicadas? Quem me manda ou mandou a mim pôr a natureza dos seres (humanos, em particular) em causa, a maneira como as coisas funcionam? Tenho medo de ser insignificante e desprezível, mas também tenho medo de possuir um poder que não posso controlar e que se vira contra mim próprio. Ou então tudo não passa de uma ilusão, a ilusão máxima de que o sofrimento parece existir, quando na verdade não existe. A minha ilusão, numa imaginação sem fim, imaginação que não é mensurável, a existência de um inconsciente no meu consciente, que eu não domino, a existência de um infra-ego poderoso que está acima do meu ego, quando eu deveria ter o ego a ser comandado naturalmente por esse infra-ego, domina-me e escreve a minha história.
Uma contingência de coisas: factos; acontecimentos (reais ou imaginários); inúmeras causas que antecedem o meu nascimento e que por sua vez provêm já desde sempre dos meus antepassados; o meu ideal, que não percebo como surgiu, mas consigo, até certo ponto, acompanhar a sua evolução até aquilo que eu sou hoje; o facto de tudo na minha vida ser paradoxal, começando, repito, pelo meu nascimento, e todo o impacto que isso teve na vida da minha família e de tudo o que me rodeia, a começar pelo que é mais próximo, até aos dias de hoje, até onde acabei por alcançar, e que resulta num feedback (negativo) que eu não compreendo o porquê de ele ser assim e o porquê de eu ter tomado o rumo que tomei; a influência de algo que tem a ver com a continuidade da minha vida pós-nascimento e que me marcou e não me deixou mudar marcando profundamente o meu carácter e, quiçá, marcando o resto dos meus dias; a maneira como eu estou preso a um controlo mental e físico que eu não consigo quebrar tão facilmente (mas que, tenho esperança, ainda consiga quebrar, pelo menos, enormemente) - Tudo isso me impede de dar o próximo passo na minha vida, o próximo passo de gigante que deveria ser um pequeno passo e natural. Mas inquieta-me esta minha inquietação constante, desde que sou gente, de a minha vida seguir um caminho que não é o que eu desejo para mim, de nunca estar satisfeito com o que tenho e querer coisas simples e serem tão complicadas de alcançar. Porque tenho eu de ser correcto quando tudo à minha volta é incorrecto? Porque sou eu um estranho entre estranhos? Que tenho eu a perder com as minhas acções? Porque hei-de de ter medo de dar um passo? Certamente há um motivo para todas essas questões de retraimento, penso. Motivo ao qual tenho respondido e vou respondendo à medida que caminho, para mim mesmo, e que não fazem sentido para mais ninguém. Tento pôr ordem na minha mente. Eu pergunto, mas o mundo e a natureza poucas vezes me responde como quero, aliás dá-me respostas ambíguas (passíveis de serem positivas ou negativas, não ditas explicitamente como positivas ou negativas) e retractivas.
Tudo me parece uma treta. Mas eu deveria deixar o mundo girar, muito simplesmente, essa é que é a verdade. Não podemos matar quem nos faz mal, mas viver em retracção e sofrimento e limitamento da vida por causa de alguém é terrível. Viver assim sem capacidade de reacção é viver uma vida de letargia. Abomino tal figura que me despreza, assim como outras que imitem tal figura. O meu desprezo é grande por essa gente, e se eu tivesse um poder, eu me riria dessa gente que age egoisticamente, sem escrúpulos como se o mundo lhes perdoasse o que fazem aos outros, e mesmo mostrando-lhe o que estão fazendo não querem acreditar ou saber e seguem pisando o mesmo trilho. Cada um é dono da sua vida, se bem que pode não o ser do seu destino, porque ‘o futuro a Deus pertence’, a natureza age de maneira superior, sempre, pelo menos até aos dias de hoje, pelo menos a meu ver. Eu sei pouco, muito pouco - muitos dirão o mesmo, se quiserem e se tiverem coragem para isso -, mas eu digo que se sei pouco e além disso ainda posso menos. Mas sei que se vão ficar a rir, os meus inimigos, e por isso desejava não conhecer ninguém, mas, ao mesmo tempo não sou nada sem um elo de ligação ou sem elos de ligação. E a busca é incessante e desgastante, porque as nossas forças são perenes e a recuperação é cada vez mais lenta. Vivemos, acho, pelo menos eu vivo, num mundo intenso interiormente, num mundo em que só a confiança em nós próprios não é suficiente para viver, é necessário confiar em alguém mais, tarefa essa que parece quase impossível. Será que o amor está aí onde a confiança noutra pessoa é caso de excepção? Num ideal muito limitado e que não sabemos se o encontraremos?
Como pode um homem viver quando o mais básico lhe é negado? Como pode um homem, que anda com o coração na boca, em erupção constante, silenciado - em que lhe é negada a mais básica manifestação de expressão, uma palavra certa no momento certo – incapaz de pensar em sociedade, encontrar os elos de ligação que unem os homens, que o une aos homens? O mais difícil é não ser levado na corrente, mas há homens que o fazem. Há homens que se desligam dessa teia, conseguem libertar-se de uma (ou várias) teia (s) humana (s), para cair noutras malhas, ainda mais fortes. E não sei qual será melhor, se ser levado pela corrente ou se libertar-se dela e não sentir a pertença a algo, algum lugar, a alguém - porque, reafirmo, ninguém é de ninguém, se bem que cada vez mais dependemos uns dos outros [talvez em direcção à unidade] –. E não pertencer e libertar-se pode muito provavelmente significar o entrar numa ideologia própria e sentir-se só - porque poucos se encontram que partilhem ideais tão vastos quantos aqueles [esses que se libertam] alcançam, ou então não os descobriram, ou então, ainda, serão cegos e não os vêem, esses, os seus congéneres, estando eles lado a lado, ao nosso lado. E esses ideais vastos têm em si e demonstram [no íntimo de cada um, que é capaz de ver e ouvir mais além, de chegar onde mais ninguém ousa chegar], um pensamento intrincado, uma refinação do pensamento, a atenção do Universo dirigida para o ‘Eu’, um mundo de palavras com um sentido intenso, que quando não compreendido e reconhecido, quando não nos deixam ser quem somos, nos leva a uma decadência. Há momentos mais ou menos longos, ou mais ou menos curtos, em que somos tratados de coitadinhos. É certo que, de certo modo, isso é importante, nesses determinados momentos, nas nossas vidas, como uma mão que nos é estendida para que possamos subir o palanque, quando a força ou a falta de jeito nos falta. É um sinal de misericórdia desses que connosco se deparam, um sinal de que um dia também podem precisar dessa mão que foi ajudada. Mas um homem tem que lutar, seja de que forma for, para que não se reduza a uma insignificância, para que não seja tratado abaixo de cão e não fique prisioneiro em si próprio. Quantas palavras vãs não são [proferidas pelos outros e] dirigidas, erradamente, ao ‘Eu’ (!). Quantas vezes é necessário esquecer ou engolir em seco (!). Quanta banalidade e baixeza se ouve e se vê (!). E o ‘Eu’ capta esses momentos do interior humano e forma o ‘mapa genético’ desse interior que se manifesta, desse interior que é observado por uma mente que penetra no fundo dos seres. E o ‘Eu’ surpreende-se com o que vê – que é como quem diz: com o que sente -. Lembrai – vos, vós que andais com o sentimento de impunidade, a liberdade tratar – vos – á como agires. E é um jogo de sentimentos que anda na baila, uma brincadeira com sentimentos que fluem complexamente na sociedade. Porquê este medo de influenciar e ser influenciado (?), se sabemos que hoje, mais do que nunca, este jogo é vivo e excitante. Porquê o medo de sair do mais difícil (?): o equilíbrio utópico que se procura. Mas o medo alguma razão de ser terá, e eu, pessoalmente, respeito – o. Foi esse respeito e penso que é esse respeito que faz com que me respeitem. Houve uma altura, que reconheço na minha memória, em que senti um completo desprezo pela minha vida [por parte dos outros], as pessoas estavam votadas a esquecer-me - sinto esse sentimento como se fosse hoje -, eu não me reconhecia. Minhas mãos escorregavam pela encosta abrupta na esperança de encontrar uma última força e conseguir segurar-me nalguma saliência. Senti como um homem pode ser esquecido e o impensável dar-se a qualquer momento. Jamais o meu pensamento se projectava no futuro, como se deve projectar qualquer ser humano. E nada do que eu fizesse mudaria a mentalidade instalada nas pessoas, eu era algo do passado, uma esperança desvanecida. Eu estava desprovido da minha auto – consciência, ou não a reconhecia ou então não tinha a noção dela. Senti a minha sintonia perdida com as pessoas, não acreditava nem conseguia antever que forças me iriam ajudar a sobreviver. Jamais pensei recuperar um bocadinho do muito que recuperei hoje - como se eu tivesse recuperado –, o insignificante para alguns que para mim é tudo. Eu contornei, eu criei calo, eu estou insensível, mas sinto o tacto nas profundezas do meu ser, eu imagino tudo o que não posso tanger e a minha mente me permite alcançar. Afinal, seja de que modo for, eu sei que pertenço a uma mente colectiva, eu consigo compreender, à minha maneira que seja, as pessoas e o mundo. Aprecio a humildade e simplicidade antes de tudo num ser, o que aliado à inteligência, glorifica esse ser humano. O equilíbrio entre as qualidades e defeitos é algo difícil de atingir, mas eu acredito nessa possibilidade. E o meu ideal é válido, nem que eu um dia não saiba quem sou ou quem fui, mas, agora sei que ele é valido eternamente. Porque se querem silenciar as palavras? Porque uns tem o direito de influenciar e outros não? Porque uns fazem parte activa na sociedade e outros são seres passivos, apáticos, diria mesmo? O meu carácter é formado por um desejo intenso, como o de qualquer ser humano, sou dominado por emoções que revelam sentimentos e que me dominam intensamente. No entanto é-me negada a irreverência na mais primordial existência do meu espírito. Como pode um homem aguentar em tensão toda uma vida? Como pode um homem viver quando esse homem sente a sua vida pendente de um linchamento silencioso, como se o destino o quisesse fazer desistir? Desde sempre vi faces, olhares a cruzarem com o meu. Desde sempre sonhei e alguém foi sonhado. Desde sempre reconheci certas faces mesmo sem as vislumbrar. Desde sempre senti essa frequência [dessa onda, neste espírito sequestrado pela emoção]. Mas a contrariedade dos sentimentos impera. Essa fuga da envolvência, essa fuga dos sentimentos, das expressões, condena. Não espero encontrar a verdade, mas continuarei à procura de respostas, e serei um ser brevemente satisfeito, se as for encontrando, e as puder adequar à realidade, a minha realidade.
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