Enfeitado , disfarçando; traduzindo: as horas, o tempo que passa, inexorávelmente, e sentindo os sentidos da minha vida e de tudo e todos os que minha alma toca e abrange. Bem vindos a este meu Universo.
Enfeitado , disfarçando; traduzindo: as horas, o tempo que passa, inexorávelmente, e sentindo os sentidos da minha vida e de tudo e todos os que minha alma toca e abrange. Bem vindos a este meu Universo.
Estranha e bela nativa, teu jeito emana frescura, doçura no olhar, sobriedade nos gestos. Quem me dera poder atrair a tua atenção para mim, obter um sorriso dos teus quentes lábios, para mim, só. Pudesse eu ter estas tuas qualidades e tu olharias para mim, por isso acho justo que eu olhe para ti. Decerto sou um entre muitos, e em muitos, há muito por onde escolher, mas talvez não se encontrem muitos para dar, porque muito há quem queira receber, e, afinal, esquece-se que há tanto para partilhar, mas, para isso, é preciso conquistar…
Tem sido um momento, esta minha vida, tal como a de tantos, acho [digo isto para não me sentir sozinho, talvez]. Uma vida tão fugaz e enigmática, tão maravilhosa como absurda. Tudo parece magnífico, tudo parece horrendo (porque sem sentido) e com falta de um valor verdadeiro porque lutar, ou então porque a coragem se afastou de mim. Já me disseram que ‘não dou valor a mim’, mas eu não posso crer que é assim: como já disse muita vez, << eu gosto de mim >>, imenso, mas, há algo mais forte do que eu que me desvaloriza e submete a uma vida estranha e que não queria seguir de modo total (apesar de haver muitas coisas válidas para aproveitar), parecendo que sou eu que me desvalorizo; eu estou esmagado pelas forças superiores que me põem ‘rédea curta’, como sejam a minha fisiologia, o meu temperamento, algo como uma fricção existencial que me envolve e não me deixa ser outro. Admito que no fundo se não fosse tudo isto que me inibe até seria arrogante. Agora, uma pessoa que sou é tão boa, tão simples, a querer que tudo apenas encaixe (na minha vida), que seja feliz na simplicidade, na inteligência, nas forças que restarem enquanto vivo, que até parece motivo de chacota, e sou alvo de chacota em determinadas situações, uma chacota sútil como eu a sinto, muitas vezes subentendida. Será o medo o que me corrói? Ou será a prudência? Até quando ela vai durar? O destino vai-me mostrar a beleza ou o horror de quem fui? Vai-me fazer justiça, a tal que eu tanto apelo, ou isso é mais uma máscara para um mundo de casualidades em que tudo é um acaso, e eu um desgraçado por acreditar que havia normas que regulavam o mundo, que a um ‘coração bravo’ lhe era concedida a verdade pacífica da vida plena e sem rancor. Mas há aqueles que nascem para enclausurar, escravizar, desmoralizar um mundo de pessoas do underground, - como se os tais fossem superiores -, da parte mais junta ao solo, sem meios para irem em busca do que necessitam. Será então que a vida é uma simples luta pela sobrevivência, onde os holocaustos acontecem, e onde um punhado de parvos como eu se põem a questionar a existência e quem são, porque a vida não foi para eles ‘vida’ o suficiente, porque ‘é mesmo assim’. Hei-de estar sempre com as mesmas questões, repetidas blog atrás de blog até que rebente toda esta dor que vai no mundo, ou apenas a dor que vai em mim, de as coisas não serem como eu queria ou pelo menos pensava que deveriam ser, como uma criança que se sente no centro do mundo. Sei que quem vai rebentar sou eu, sou um ‘humano estúpido’ por me preocupar pelo mundo e me sentir triste por coisas que não me deveriam dizer respeito. Sei que se os meus olhos vissem a justiça ainda em minha vida, eu não estaria cá por muito tempo porque eu sou afectado por tudo, o mundo que me envolve, e o nirvana, não sei que significa depois da existência. Eu valorizo-me, mas de que adianta se quilo a que chamaremos por exemplo ‘destino’ me desvaloriza. Mas a minha vida é assim, e ‘Tem sido um momento…!’
Reservo um pouco do tempo que me resta para escrever. Neste momento que tento escrever não observo nem sinto, quase que nem penso como se tudo o que passa na minha se evadisse quando o tento transmitir. Sei que isto acontece vezes sem conta, e consigo algumas vezes chegar a onde quero chegar, mas sempre por caminhos alternativos e frequentemente bem mais complicados. Questiono-me constantemente por que o faço, e vou encontrando respostas na minha vida que por sua vez também não as consigo dizer, transmitir, facilmente, alem de que talvez elas só façam sentido para mim.
Estou a ouvir George Michael, um cantor célebre dos anos 80 e 90 para quem não sabe, e ainda teve músicas de sucesso neste milénio mas que se diluem com a existência de outros bons músicos. Estou a pensar, ‘realmente este homem tem uma voz e um dom especial para a música’, assim como por vezes observo noutros músicos, se bem que dizer isto possa ser relativo para muita gente [talvez me pareça tal a mim porque me habituei a ouvi-lo]. Mas este músico em particular, estava aqui a pensar, que primeiro diziam que era gay e, agora, julgo ser assumido, assim como há outros assumidos, como Elton John, músicos de grandes sucessos que têm grandes vozes e grandes músicas, mas que são gays. E, no entanto, não se lhe pode retirar o mérito que tem e o sucesso que tiveram e podem continuar a ter, apesar de terem optado pela vida que levam privadamente. A mim faz-me confusão o facto de os homens gostarem de homens e mulheres gostarem de mulheres, como que isso significa para mim ser ‘contra-natura’, e realmente vai contra a lei da existência animal, da continuidade das espécies. Só mesmo o homem para transformar tudo o que devia ser lei, e compreendo um pouco que possa acontecer certos casos, mas se não fosse a comunicação que existe hoje nunca teria imaginado que o mundo poderia ser tão diferente de como eu o sinto. Mas quero eu reafirmar que tendo ele, George Michael a vida privada que tem, tendo ele os gostos que tiver, ele tem boas músicas, assim como Elton John, e falo como amante da música e segundo aquilo que posso compreender, que se calhar é muito acima da média, modéstia à parte. Cresci com estes sons destes homens, e nem por isso me tornei gay, mas eles deram-me um sentido apurado para a música. É claro que eles foram alguns entre tantos, e talvez eles tenham sido dos mais marcantes daquelas épocas, eu estava a crescer, as músicas eram passadas nas rádios constantemente, eram o nascer de uma nova aurora, a aurora audiovisual, aquela dos anos 80 e 90, aqui no meu Portugal, num mundo que eu descobria paulatinamente, numa imensa vontade de viver. E aqueles sons que para muita gente não dizem nada, porque nunca se habituaram a ouvir tais músicas, ou agora, porque não são do seu tempo (de agora), ou ainda porque simplesmente não são fanáticos por música, para mim são os alicerces da minha vida. E no entanto eles são gays ou tornaram-se. Mas eu aprendi a sentir com o coração o mundo que me envolve, no caso da música eu sinto-a com o coração antes de tudo, depois o que o músico é ou como apresenta o seu vídeo musical ou ainda o que faz se vier a saber o que faz, não alterará o valor da música, porque a música, o sons musicais são analisados puramente. O bom sentir é um sentido que todos tem, mas que muitas vezes anda camuflado por outras coisas da vida, talvez outras maneiras de sentir e julgar, peremptoriamente a maior parte das vezes, o que se passa no mundo, ou porque não se quer aceitar aquilo que é melhor do que nós, aceitar o que é a realidade das coisas, o sentimento de beleza Universal. Isto é o mesmo que dizer numa metáfora: Há um bolo para apreciar e ao mesmo tempo há whisky para apreciar; eu apostaria que o ‘sentimento Universal’ diria que o bolo é bom e o whisky é mau, pelo sabor. Mas sei e compreendo que há culturas que se enraízam em certos homens e que lhes leva a dizer que whisky é que é bom e o bolo é uma grande porcaria, e preferem ingerir o whisky a comer mais bolo em detrimento do whisky. O que é bom é sempre bom, em qualquer lugar, porque o sentir dos homens tem um denominador comum, a raiz do sentimento humano é única, simplesmente o homem quer – ‘ou a natureza impele-o a’ - transgredir a sua natureza sentimental, cria culturas desastrosas que acabam por ter seguidores incautos ou desinformados que entram por uma vida que sem querer escolhem, não pelo supremo bom gosto Universal, mas por causa última de uma cultura que se cria em redor de certos hábitos. Mas o homem vive e sobrevive, incrivelmente. O organismo reitera constantemente a sua capacidade de auto-regeneração. Mas a vida é como é, não fui eu que a inventei, não fui eu que inventei ou invento regras, só me é permitido jogar, nem que as regras sejam as mais estranhas. Hoje em dia, a música está a tornar-se uma banalidade, qualquer dia todos nascem com uma veia musical e têm a hipótese de fazer grandes músicas, mas talvez já não tenham a ‘universalidade’ que tiveram estes e outros músicos dos míticos anos 80 que fizeram parte do imaginário de massas. Tem e terão mais hipótese de divulgação mas serão, como parece que estão já agora a ser, abafados pela imensa comunicação emergente que se a evolução continuar, apenas mais uns músicos de talentos.
Música: Concerto dos U2 em Coimbra em 2010 está esgotado
17 de Outubro de 2009, 17:02
Lisboa, 17 Out (Lusa) - O concerto dos U2 a 02 de Outubro de 2010 em Coimbra, está já esgotado, disse hoje à agência Lusa a promotora Ritmos & Blues.
Os 42.000 bilhetes para o concerto foram colocados à venda a partir das 10:00 de hoje, mas esgotaram em cerca de sete horas.
O preço variou entre os 32 euros e os 260 euros >>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>
Gosto das músicas do U2. A música marca e marcou muito a minha vida, como deve marcar a de qualquer pessoa. Mas estou aqui para fazer a apologia daquilo que eu sou e do que senti e sinto. E a música dos U2 marcou de forma indelével também o meu ser, apesar de eu gostar da música de uma forma transversal, pelo que me faz sentir. Talvez por ser uma pessoa introvertida [e que ainda me considero] apanhei um gosto peculiar por ouvir as músicas que a rádio passava, era esse o meio que tinha para as ouvir enquanto cresci, era a minha ligação com o mundo globalizado que eu sonhava compreender e conquistar. A música entrava de uma forma muito particular na minha alma sensitiva, como sempre o foi, sei disso, quando me lembro do que fui e do que senti. Aprendi a apreciar a música inglesa, sobretudo, os sucessos que era o que mais passavam nas rádios nacionais, a RFM sobretudo, que ainda continuo ouvindo. Sei melhor, agora, que faziam, realmente, vibrar muita gente, e compreendo melhor a dimensão desse sentimento. Não era por qualquer motivo que eram as melhores, melodias que entravam directamente na minha alma em formação, mas já com uma predisposição para essa sensibilidade que tendo a interpretar e compreender. Lembro-me de desejar conhecer um dia qual o título daquela música, quem a cantava, porque eu realmente só ouvia, e não tinha MTV. Mas é óbvio, agora, para mim, que se tivesse visto primeiro quem cantava aquelas músicas teria perdido esta sensibilidade particular de sentir o mundo, aquilo a que chamamos ‘sentir com o coração’, sentir antes de observar. Teria certamente, criado preconceitos se tivesse visto antes de sentir e isso teria condicionado a minha maneira de sentir, neste caso em particular a música. Como aprendi a apreciar a música ‘com o coração’ e antes de ver quem a cantava, assim acredito que antes de vermos temos os sentimentos que antecedem a nossa visão e que nos permitem compreender o mundo antes de o interpretar visualmente, o dom de sermos quem iremos ser neste mundo, façamos o que fizermos. E sei - e saberei cada vez mais, espero – que o que me falta em compreensão visual do mundo tenho em compreensão sentimental, compreensão do que é feito a minha psique, a sua natureza e concerteza a natureza do ser humano. Penso que temos de saber apreciar a arte em si, não porque foi este ou aquele que a fez. Temos que apreciar a música como temos de apreciar outra arte qualquer, como a escrita, por aquilo que nos faz sentir, e nos faz despertar. Pode nem ser o (a) cantor(a) bonito(a), mas o som da sua voz pode ser divinal. Pode até não ter mais músicas que sejam interessantes, mas aquela é inesquecível. Mas, como tudo, os gostos são questionáveis. Tal como ‘Quem feio ama, bonito lhe parece’ assim as músicas que marcaram a minha vida e que eu julgo ser as que têm uma beleza especial, para outros podem não dizerem-lhe nada. Os gostos são relativos. Parece-me que há uma maneira de medir a extensão do ‘bonito’, a beleza da arte, é, precisamente, pelo número de pessoas que apreciam ‘aquele’ som, ‘aquela’ escrita, ‘aquele’ quadro, ‘aquele’ tipo de expressão. Quanto maior a capacidade que a obra produzida tem de mobilizar o maior número de pessoas, maior o seu nível de beleza. Talvez mesmo a grandeza da beleza da arte esteja no grau de capacidade de mobilizar os sentimentos humanos universais, que existem nas pessoas, por todo o seu ser. E é o espírito humano, dádiva de algo que nos transcende, que nos permite descobrir a beleza, e é sem dúvida ele mesmo criador de beleza. Posso dizer, por outras palavras, que a projecção que tem a obra criada lhe pode dar mais beleza ou ai encontra a beleza que nunca encontraria se não fosse projectada. Quantas possíveis músicas bonitas não ficaram no silêncio porque não projectadas, quantos poetas esquecidos nas malhas do tempo, talvez nem reduzidos a lendas, quantas escritas esquecidas, textos que poderiam ter enorme valor e que foram apagados da memória consciente da humanidade. Mas acho que tudo tem uma razão de ser. Os U2 são uma banda que se projectou e a projectaram e que perdurou, como se isso estivesse escrito que havia de ser assim. Tem estilos de sons variados, letras muito interessantes. E o que mais me interessa é o que a sua música me faz sentir, sons que me fazem relembrar, que me fazem sonhar, músicas que marcam momentos, da minha vida. E ela me faz um elo de ligação de mim com outros. Mas os sons serão ultrapassados, o mundo mudará e os sentimentos das pessoas mudarão, novos estilos aparecerão. E aquelas músicas ficarão marcadas na memória para quem vivenciou as situações ao som daquela música. E elas serão descobertas por outras pessoas, mas possivelmente já não representarão o mesmo significado original - e depois faz-se mais um remix e tal -. E há aquela música que tem de entrar no ouvido porque ela é forçada a entrar. Por vezes não gostamos, mas somos obrigados a vir a gostar depois de tanto ouvir a lenga - lenga. Não sou artista porque penso que o sou. Quero acreditar que, se um dia soubermos produzir, fazer obra, ai podemos ser artistas e produzir beleza, sobretudo se formos projectados pela vida. Assim acontece com aqueles que sonharam ser. E a beleza é ilusão. A ilusão faz parte do sonho, e pode ser alucinação. E o sonho faz o homem avançar. Como é bom recordar, e através da música tanto melhor.
E agora, aqueles que passaram hora ao relento para comprar o bilhete para assistir ao concerto que desfrutem dele depois que eu vou desfrutar da música deles aqui, ou no carro, ou num lugar, quem sabe, que passe uma música deles na rádio e que marque mais um momento e ai as suas músicas tomam novos significados.
Rasgando a noite, dia após dia, como que alucinado, trilho um caminho, que me foi vedado. Sigo esse caminho aparentemente intransponível talvez na esperança de conquistar um pouco mais de vida. Acho que toda a minha vida foi assim, a de um alucinado: alucinado pela dor do sofrimento, do sofrimento consciente. E diria mais, a minha vida é a de alguém que nasceu já assim, porque não teria outro modo de sobreviver se tal não acontecesse. Fiquei alucinado na hora em que nasci, se bem que já o seria na hora em que me conceberam. E pergunto-me porque tudo foi, é e terá de ser assim, para mim (?). Porque fico inebriado tão facilmente (?), e que ebriedade será essa que me deixa neste estado alucinado quando não posso estar ébrio, porque não posso nem me querem deixar andar ébrio (?). Devo ter ficado inebriado no momento em que respirei o ar pela primeira vez, quando todo o meu ser contactou com este mundo inefável, pela primeira vez, como se eu soubesse já o que me esperava. Fico ébrio com tudo o que os meus sentidos conseguem abranger e sentir. Fico ébrio com tudo o que posso imaginar na minha mente. E fico alucinado cada vez que tenho de sofrer, cada vez que tenho de conter toda essa ebriedade, cada vez que tento ser quem, na verdade, eu não sou. E mesmo nessas horas de sofrimento tudo me pode parecer belo, se eu conseguir sentir segundo o sentir que já nasceu comigo, segundo as minhas memórias, segundo aquilo que eu sou, e que vou redescobrindo à medida que o tempo passa. E, cada vez mais, eu me redescubro, nos ‘insights’ de momentos que foram marcantes para mim. Eu tenho uma foto ou passagens desses momentos no meu interior. Eu, cada vez mais, sou eu. Não posso fugir a tal destino, que é saber quem sou, na esperança de saber quem são os homens, que me fascinam tal como todas as criaturas e coisas que fazem parte deste universo, e primeiramente deste mundo que me envolve e me chega ao meu espírito através dos meus sentidos, e maioritariamente através de meios virtuais. E tenho medo das situações que me levam a fazer agir como se eu fosse uma pessoa normal. Tenho medo dessas situações que me levam a parar a minha memória, a esquecer o meu passado, dessas situações que me levam a que fique ofuscada a minha imaginação, e dessas pessoas que me querem induzir de tal modo que me querem fazer esquecer quem fui e que, afinal, tenho redescoberto, ainda sou e muito provavelmente continuarei a ser. Tenho medo dessas situações que me querem levar a sentir da maneira que eu não sei sentir. Antes de eu sentir, já eu era. Tudo o resto veio por acréscimo.
Como é belo este mundo, tão belo como o interior que o faz ser belo. Concordo que <<a beleza está nos olhos de quem a vê>>, a beleza está no interior de quem sente e cria tal sentimento, e, quiçá, esse sentimento seja um dom, que nasce com certas pessoas. Mas que paradoxo será esse entre a beleza da criação e da descoberta e invenção de novas coisas e o medo que existe que isso nos seja desfavorável à nossa sobrevivência (?), que paradoxo é esse entre o podermos ser livres de fazer o que quisermos da vida ( e do mundo) segundo aquilo que o homem pode fazer segundo a sua inteligência e imaginação e segundo os meios que tem ao seu alcance e ao mesmo tempo saber que esses actos (criativos ou outros) podem acarretar malefícios para a continuidade da própria humanidade, podem acarretar a destruição (mas não querendo desistir de fazer tais coisas belas, não querendo por de parte essa necessidade de descoberta e continuidade dos seus actos). Este tipo de questões tem influenciado a minha maneira de estar na vida, como se eu fosse um ponto fulcral entre pontos fulcrais nesta passagem da humanidade, sentindo de tal modo como se a vida estivesse em perigo constantemente, segundo o rumo que está a tomar. Na verdade, não sei porque sinto assim esta vida, como se eu fosse responsável por destinos que desconheço, como se arcar com o meu destino não bastasse somente. Reconheço que sou altruísta (no que diz respeito a sentimentos pelo menos), modéstia à parte. Mas não sei porque tenho de personificar esse sentimento de perigo, como se eu pudesse fazer alguma coisa mesmo que esse perigo seja real. E que posso eu fazer em relação a esse rumo (e que rumo será esse?) que nos conduz a algo que desconhecemos, e que talvez desconheçamos por muitos e muitos anos.
E o poder é também um conceito em que penso variadas vezes. O poder que não depende de nós mas depende dos meios que se utilizam para ser chamado poder. Um discurso por si só não revela poder, o meio que é utilizado para chegar até ao maior número de pessoas é importante para o transformar em poder, e para ser ‘poder’ esse discurso têm que estar em sintonia os ouvintes com o discursador, os ouvintes têm que saber o que ele está a dizer. No caso do poder televisivo, além do bom discurso que se tem que ter, também tem que se ter uma boa imagem. Ter ‘poder’ significa conseguir influenciar o maior número de pessoas, agradar-lhes e ser capaz de os pôr a fazer qualquer coisa que nós queremos que elas façam e ter o menor número de pessoas com ideias contrárias às nossas e que nos faça oposição. Com ‘poder’ há muita gente, gente esta que muitas das vezes desconhece o seu poder, e pior ainda desconhecem o fruto das suas acções, da sua influência sobre os outros, da sua influência negativa muitas vezes. Muitos agem completamente convencidos de que estão a agir bem e na verdade estão a agir mal. Muitos pensam que aquilo em que eles acreditam é que é verdade como se tudo fosse igual para sempre, de que os seus ideais fossem válidos para todo o sempre. Também é verdade que muitos estão a agir bem sem saber, têm o poder e usam-no bem, mas de qualquer modo é sem saber. Mas acho que o verdadeiro ‘Poder’ não pertence a um simples homem, por mais inteligente e força que ele tenha. O verdadeiro poder é o poder do equilíbrio, o equilíbrio dos sistemas e o equilíbrio das energias. E acho que o que o homem faz muitas das vezes é provocar desequilíbrio. Eu tenho pouco poder. Por vezes também penso que eu estou certo e que a minha certeza é a única válida no mundo. Mas depois penso, talvez não seja, mas, a minha maneira de ver o mundo faz com que para mim, essas certezas, sejam válidas. E não adianta muitas vezes evitar influenciar o mundo, as pessoas, como se lhe fossemos fazer mal. Muitas vezes fazemos mal ao não dar a nossa influência às pessoas porque essa influência que pensamos que irá ser má, afinal seria boa, e foi mal não a ter utilizado. Acho que temos de saber utilizar o poder e a influência na altura certa, coisa que nos é difícil de fazer porque o nosso inconsciente e as causas que nos ultrapassam ainda têm muito peso sobre as nossas acções. Assim, como exemplo, perante a ganância inconsciente da riqueza muitas pessoas são sufocadas na vida, é - lhes roubada a parte da liberdade a que tinham direito por outros, os detentores do poder. Injustiças há - de sempre haver, algo a mais numa parte e a menos em outra, mas acho que isso faz parte do equilíbrio. A liberdade por exemplo, para uns terem mais liberdade há- de haver outros que tem a menos. Seja assim, o espaço ocupado no mundo é por exemplo 100%, se entre duas pessoas uma ocupar 80% então só já restará 20% para o outro, e talvez a matemática seja evidente. E nesta nossa casa que é o mundo cada vez haverá menos espaço para as Liberdades e Poderes cada vez maiores e emergentes das pessoas que nascem. Os velhos têm que ir e dar lugar aos novos e os novos serão cada vez em menor número e mais perfeitos. Se os recursos não se esgotassem, se tudo fosse estável, talvez um dia a sociedade se tornasse perfeita, talvez os homens se tornassem perfeitos. Será que a perfeição está no nirvana? No nada absoluto, no princípio e no fim de tudo? Ou a perfeição está neste mundo de cores e contrastes, apesar de parecer injusto. Talvez a beleza e a perfeição resida na contradição das coisas, e a sombra e a tristeza resida apenas naqueles que se recusam a acreditar no que vêem e sentem e não aceitam tudo isso.
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