Enfeitado , disfarçando; traduzindo: as horas, o tempo que passa, inexorávelmente, e sentindo os sentidos da minha vida e de tudo e todos os que minha alma toca e abrange. Bem vindos a este meu Universo.
Enfeitado , disfarçando; traduzindo: as horas, o tempo que passa, inexorávelmente, e sentindo os sentidos da minha vida e de tudo e todos os que minha alma toca e abrange. Bem vindos a este meu Universo.
Por algum motivo cresci acreditando que havia uma verdade. Quiçá já tenha nascido com esse sentimento, em busca de uma perfeição, de ser alguém especial e que teria a minha recompensa por seguir essa busca e esse caminho que me levaria lá, a esse sentimento de grandiosidade e bem-estar. Agora, as minhas forças estão no sentido de retroceder, tudo tende a fugir, o tempo já me vai vencendo (vencendo mesmo o meu suposto rápido pensamento que em alguma altura da minha vida parece ter ultrapassado esse obstáculo, esse ‘tempo’, afinal estava em franco desenvolvimento), a fé de ‘poder alcançar’ tende a desvanecer. Tenho vivido intensamente (à minha maneira que seja), a minha mente tem transcendido todos os limites do meu entendimento, sempre na busca de compreender quem eu sou e porque eu sou como sou e como isso condiciona tudo o que se passa à minha volta. - Aposto que a percentagem de pessoas que se tentam compreender a si próprias a sua história de vida, quando em situações difíceis, é pequena, procurando somente ajuda nos outros quando em dificuldade não acreditando no potencial que existe nelas como coadjuvante maior para a solução das suas dificuldades -. Tenho tentado acreditar que tudo o que vivi fez sentido e que no final de tudo tenho tido sorte. ‘Acreditar’ é uma palavra que uso muito, porque ‘a <<esperança>> (outra palavra que uso muito ou que tenho tentado ter sempre em mente, fortemente) deve ser a última a morrer’. Mas há algo de diferente em mim, algo imanentemente fantástico que eu sinto, que eu sou ( e devem-me todos os que me ‘lêem’ permitir exprimir esta admiração pelo que sinto sem por isso demonstrar narcisismo da minha parte, acho que qualquer pessoa deve gostar de si, seja como for a sua situação), e que ao contrário do que posso pensar na maioria das vezes, pode dificultar ou tem dificultado a minha vida e que é a falta de continuidade das acções na minha vida, a falta de uma coerência no sentido em que eu não faço como supostamente uma pessoa inteligente e comum faz: faz coisas em que umas coisas levam a outras, sentem-se motivados por elas ou por um objectivo e vão lutando por ele seguindo um caminho sem duvidar daquilo que estão a fazer, do caminho que estão a tomar e o sentem como o correto, não divergindo naquilo que fazem, convergindo e sentindo-se bem com o que se tornam - tudo muito naturalmente. Eu não sou assim, sou um ser divergente: divirjo no pensamento e nas acções, fujo do óbvio, não o compreendo frequentemente, e dou comigo a compreender coisas que supostamente eram para ser difíceis de entender, coisas como a ‘transcendência’, o ‘imanente’, a minha vida, a compreender as acções dos homens de um modo que ainda nunca me foi abordado da mesma maneira que eu sinto, tendo uma visão generalizada e globalizada do mundo e do Universo, coisas que seriam loucas se eu as dissesse para muitas pessoas, para a maioria talvez. E, na verdade, nunca encontrei uma ligação, uma pessoa ou grupo de pessoas com quem eu pudesse viver feliz, partilhando aquilo que sinto, a verdade que eu sinto e tenho sentido ao longo da minha vida, a imensidão daquilo que sou interiormente (porque exteriormente tendo para a nulidade) – tendo falhado a maioria dos passos que tentei trilhar firmemente (alguém jogou lodo no meu caminho, sinto isso)-. É óbvio que há pessoas virtualmente fantásticas neste mundo, há um conjunto de situações (também fantásticas - tendo a sentir tudo como fantástico, é certo) e mesmo pessoas que indirectamente e ‘ao vivo’ que vêm até mim e que me levam a tornar-me naquilo que sou. Tudo o que sou não dependeu inteiramente das minhas forças, com certeza, mas a maior parte também de forças, acontecimentos e coincidências externas a mim que culminaram em momentos marcantes positivamente e que serão compreendidos de alguma forma se tudo o que sinto vier a fazer um sentido real um dia, ou seja, em que a realidade venha a falar por si e demonstre que aquilo que senti também é válido neste mundo, também é verdadeiro, e que sou no fundo um ser aceite, que à partida parece inútil e com um aparente mesmo destino de ‘outros idênticos’, e que na verdade superei tudo com uma inteligência muito própria. No fundo gostava, como qualquer pessoa, ser alguém reconhecido, respeitado e tolerado, acima de tudo, como eu faço com o mundo. Então, o mundo tem-se revelado para mim como ‘não-perfeito’, não digo ‘imperfeito’ porque isso seria mentira, este mundo é belo, há pessoas belas, o Universo é belo, tudo o que se descobre pelo conhecimento e sabedoria é fantástico, e constrói-se com isso um novo mundo fantástico (talvez não suportável a longo prazo, mas isso é outro assunto), este mundo é o único complexamente funcional, porquanto podemos saber neste momento, não havendo outro igual, é muito difícil haver outro igual, tornando-o único. Porque o mundo ‘fantástico’ não perdura e o que é negativo, o autocontrole, o atrito, etc. não me deixa ser coerente comigo mesmo? Deixo, assim, aqui, uma outra abordagem ao conceito ‘acreditar’, hoje como tema principal.
Por vezes entusiasmo-me por mim próprio, em mim próprio. Sei que o que sinto e vejo é magnífico. No entanto, fui educado e cresci com a forte convicção de que a prudência é nossa [minha] amiga e joga a nosso [meu] favor. Já o que faço [exprimo] é extremamente limitado, tanto em trabalhos manuais como em expressividade de outro tipo, e isso torna-me imensamente inseguro, não acreditando em mim próprio e fazendo-me sentir como um incapacitado muitas vezes – sei que sou exigente comigo próprio e isso contribui para que eu me sinta desanimado facilmente quando não vejo resultados bons na minha acção. Tento há já muito tempo [há anos] concretizar, especificar, aquilo que me faz um profundo atrito, aquilo que me trava e não me deixa evoluir. Pensei a certa altura, há uns anos atrás, que não conseguiria jamais identificar, restringir e particularizar, aquilo que eram o meus problemas, tal era o meu estado e a quantidade de problemas que me atormentavam. Felizmente, agora, me parece que tal situação melhorou imenso: aprendi tanto nestes últimos anos (!); vi coisas que nunca pensei vir a ver (!); exprimi-me como nunca pensei mais que me exprimiria, em particular, aqui neste blog; fiz coisas e relacionei-me com pessoas de um modo que nunca mais pensei que iria fazer, apesar dos meus, ainda, grandes handicaps (dificuldades) sociais – que talvez nunca acabem, mas vejo que também a culpa é da dificuldade em se entender com os outros devidos a imensos motivos que não só estão em mim, mas em grande parte nos outros, agora vejo isso; Sem dúvida eu mudei (!) e todos aquele problemas que me atormentavam e pareciam imensos e impossíveis de particularizar para os poder ‘atacar’, eu os defini e separei em grande parte, para minha admiração. Assim também, neste momento, vejo e compreendo porque muita gente continua frustrada na vida, a zangarem-se com quem não tem culpa nenhuma dos seus problemas, com quem quer, até, ser seu amigo, a fazer perdurar o seu desequilíbrio; e isto acontece porque as pessoas perdem a noção, ou não identificam [porque não conseguem identificar ou porque não conseguem lutar contra o motivo de todo o desequilíbrio em suas vidas] o causador ou a causa de origem de todos os seus problemas, e não lutam contra essa causa ou causas – eu andava assim(…). - [Penso, ‘talvez eu seja um sortudo’] - Por exemplo, no meu caso eu vi que o meu pai é o grande causador de todos os meus problemas da minha vida, apesar de ser ele quem me deu os pontos de referência para muita coisa de quem eu sou, e ainda me dá; muito resumidamente: suas atitudes para comigo ao longo da minha vida, sua maneira de ser para comigo, sua personalidade controladora algo mais ainda que eu não conseguirei dizer agora ou por poucas palavras, todas aquelas coisas que eu compreendi e associei em minha mente, eu as fui destrinçando e destrinçando aquilo que meu pai é e a maneira como ele, com tudo o que ele é, me foi afectando ao longo da minha vida, e me fez andar errático; além disso, eu associei tudo isso no ambiente familiar que me cerca, entre os quais a maneira como os meus irmãos são e agem e em relação com a atitude e maneira de ser da minha mãe também; e posso dizer que cheguei a conclusões que fazem todo o sentido até porque as constato in loco, no momento real e presente da minha vida e isso serve-me de referência no modo como hei-de de agir perante as minhas adversidades. Seja ou tenha sido tudo como foi, o tempo é unívoco, e pais e famílias só temos uma, e eu tenho uma e fico contente por isso, ao contrário de muitos que andam perdidos sem referências e sem compreender o porquê de suas vidas serem como são. O ponto principal de tudo isto é que eu compreendo a minha vida e isso me faz viver, apesar das dificuldades; não consigo enxergar um mundo sem dificuldades, e tudo o que se passou na minha vida me transformou no ser tímido, inteligente, magnífico, maravilhado, agradecido, que eu sou. As dificuldades são assim, muitas vezes incompreensíveis no momento nas quais as estamos a vivenciar, mas que trazem o fruto mais saboroso no fim de tudo, e a sensação de ter vivido e ter usufruído do prazer de viver é algo de indefinivelmente belo. É certo que cada vez mais o mundo me foge, o tempo quer levar toda a potencialidade existente em mim, sei que um dia será pior, mas quero acreditar que serei um ser cada vez mais conformado há medida que tal acontecer e ainda mais agradecido por tudo o que foi a minha vida, pelo menos eu posso dizer, eu vivi, eu tive uma vida, cheia de plenitude.
Não vejo a face que está do outro lado. Procuro-a, mas não a encontro. Há um vazio entre esta diferença abismal do que sinto e sou capaz de compreender e do que sou capaz de fazer. Acredito que compreendo (isto tudo que sinto é compreensão, só pode ser), mas não posso ou consigo dizê-lo, sou incapaz. E porquê? Talvez eu esteja preso perante a imensidade, talvez porque o mundo que me envolve me tende a sentir perdido; Talvez seja eu que sou tão pequeno para fazer e tão grande para ver, ínfimo no ser físico e na capacidade de executar e vasto no sentimento interior e faculdade de sentir e analisar; Talvez porque eu esteja virado mais para o interior do que para o exterior; talvez porque eu absorvo mais do que o meu organismo desde sempre ou algum dia poderá construir ou exprimir. Exprimir-me é como uma doença, não me deixaram [o mundo que me rodeia: os meus pais, a minha cultura e cultura dos que me rodeiam] desenvolver a capacidade de expressão, além de que, conseguir ver toda a minha trajectória de vida na minha mente e nos meus sentimentos [como sou capaz de ver e sentir], até aos dias em que estou, saber o que me afecta e não ter a capacidade suficiente de ultrapassar todos os obstáculos, é a causa de uma doença, conformada nos limites da esperança de que dias melhores ainda virão, e que haverá sempre dias menos maus e mesmo bons, de sentimentos positivos, de sentimento de liberdade enquanto tal não se der. Lutar contra todo este atrito de expressão é como lutar contra a pequenez a que a minha vida me quer votar, a indiferença do mundo perante mim. Não consigo medir o meu alcance, o alcance das minhas acções, de todo o meu ser em contacto com o mundo [mundo esse que é o que sei e conheço], pelo menos de uma maneira concreta e objectiva, conseguindo no entanto ver a subjectividade das minhas acções.
Temos que ter motivos. Temos que acreditar em algo, todos acreditam. Todos defendem causas, as suas causas que por vezes são as causas de muitos. Todos tentam saber mais. Todos se acham os melhores. Todos se apegam ao que sabem, acreditam e defendem, de tal modo muitas das vezes, que se acham invencíveis. E quando nos mais altos dos poderes, como se fossem imbatíveis, como se soubessem as soluções para gerir as suas nações, a sua região, a sua família, a eles próprios. Só me pergunto porque não caem eles em contradição (?), porque não põem eles em causa aquilo em que acreditam (?), e se o põem, não entrarão em contradição ou injustificação das causas em que acreditam (?). Pois, muitos defendem as suas causas, como valores absolutos, algo a que se apegaram e mais não quiseram largar, chegando mesmo a sacrificar a sua vida por essas causas, elas são o sentido existencial dessas vidas. Seguiram cegos entre a vida de tantos seres, agarrados aos seus ideais. Alguns deles são os cegos entre o poder que alcançaram, querendo passar por cima de tudo e todos. Estava neste momento a pensar em Hitler, como um exemplo. Estava a pensar no extremo mais obscuro da fé que esse homem teria, uma crença profunda que estava enraizada nele, em que um homem é movido pela maldade mais profunda (acreditaria esse homem que o que estava a fazer era o certo? Não veria ele que era errado?), o poder cego ao serviço da matança, a querer formar uma raça superior quando ele mesmo era o inferior e o mais reles dos seres, o cúmulo da desumanidade, como se ele fosse capaz de criar um mundo perfeito. Hitler, uma metáfora da maldade, símbolo máximo do desapego pelo que o envolve, pelo semelhante. Que capacidade era essa de mover homens, e que homens serão e seriam esses que se apegam a um líder, não sei bem porquê, e o seguem até mesmo à morte, ainda hoje? Porque dizem outros homens que agem em nome de Deus, matam e fazem outros sofrer? Talvez porque exista o bem e o mal (e estes conceitos não tenham uma definição objectiva) dentro dos homens e o que é bem para uns não quer dizer que seja bem para outros, a estabilidade de uns (individualmente ou de uma legião) pode ser o desequilíbrio de outros (individualmente ou colectivamente).
Agora, aludindo numa espécie de parábola, a esse eterna procura pela compreensão daquilo a que se chama bem e mal e equilíbrio e desequilíbrio: talvez seja essa, como que uma eterna dança entre opostos e iguais, em que os opostos se atraem, e as energias do mesmo sinal se repelem. Visto desse modo, há energias que se atraem e dividem por igual essa energia tendendo a formar um equilíbrio perene, outras que se repelem, tendendo para outro tipo de equilíbrio perene. E essa perenidade depende sempre da medida do tempo que utilizarmos. Nada é imutável e nada existe muito tempo isoladamente. Dada a complexidade das substâncias e dos seres, esse equilíbrio é subtil: nos seres há a formação de uma hierarquia, nas substâncias há alteração devido à actuação de outras substâncias que acabam com o equilíbrio sempre perene, um novo desequilíbrio, a perda de um ou vários iões num átomo, para se juntar a outros e formar uma nova substância [exemplo: água + açúcar = h2o+ C12H22O11 (Fonte da fórmula do açúcar: http://br.answers.yahoo.com/question/index?qid=20070310081504AARyPT9 ) ]. Então elas formam uma nova hierarquia de organização molecular, que terá uma duração perene, porque tudo está em interacção, as substâncias interagem e formam novas substâncias (imaginemos que essa água é deixada num copo destapada por um determinado tempo, ela ficaria choca, o que quer dizer que se alterou (pela composição do ar e talvez por a existência de bactérias nesse ar). Imaginemos ainda, que essa substância tinha ‘vontade’, como nas substâncias complexas que são os seres, que somos nós em particular, e queria voltar ao que era antes de ser una, ou seja, queria a água voltar a ser água e o açúcar voltar a ser açúcar e não essa nova substância resultante da mistura (água açucarada). Algo teria de se dar para que isso acontecesse, uma reacção química. Nos seres, o ser que perde, se sentir em falta o que perdeu, revolta-se e vai tentar encontrar aquilo que perdeu. Mas a verdade é que jamais irá encontrar o que perdeu, mas sim encontrará algo igual ao que perdeu e o preencherá, e para isso vai ter que lutar contra a adversidade e os adversários que encontrar no seu caminho, em busca daquilo que já foi um dia. Se bem que na essência continua e continuará a ser o mesmo quando encontrar o que lhe falta, ele jamais ficará igual, jamais será o mesmo, tal e qual, antes de aquele momento de perda. Assim acontece com as substâncias que poderão ser chamadas como eram, mesmo que não tenham precisamente os mesmos átomos (por exemplo, pode ter ido um átomo de oxigénio para a composição da água e outro da água para a composição do oxigénio) com que um dia essa substância já foi. Mas a essência continua nela e por isso se chama como se chama e é composta pelo que é composta (a água continua a ser h2o e o açúcar continua a ter a sua fórmula). Concluindo, talvez o bem e o mal sejam uma espécie de energias externas ao homem, provocadas por algo intangível, segundo incomensuráveis variáveis, fazendo uma espécie de reacções na maneira de agir do homem, este como substância. Talvez o ‘mal’ seja a energia que adultera a substância que é determinado homem (em particular ou uma massa - ou legião) de tal modo que ele age atentando contra o equilíbrio dos homens (in extremis contra a vida dos homens) para provocar um novo equilíbrio e que pode ser ou não favorável aos estimulados. Talvez o ‘bem’ seja a energia que adultera a substância que é determinado homem (ou legião) de tal modo que ele age a favor do equilíbrio dos homens e que pode ser ou não a favorável a ele. E temos de constatar a reciprocidade entre essas energias externas que lhe provocam tal maneira de agir e aquelas energias internas (que são precisamente iguais às externas) que determinado homem (ou legião) despoletam conscientemente com um fim (e é ai que o homem tem o poder de decidir sobre a sua maneira de agir, ele tem a consciência da sua acção e logo capacidade para utilizar tais energias). Por isso o homem que age sem intenção consciente não pode ser considerado bom ou mau (benfeitor ou malfeitor), mas aquele(s) que age(m) movido(s) por uma intenção consciente pode(m) ser apelidado(s) bom(s) ou mau(s). Pelo que podemos achar os imputáveis e os inimputáveis, segundo, então se existe ou não intenção. Temos ainda que considerar que o conceito de ‘bem’ e de ‘mal’ radica então no agir. Como complemento, posso dizer, também, que o ‘bem’ e o ‘mal’ ocupam um mesmo espaço em determinados momentos, e só quem tem a capacidade de os distinguir os diferencia. Normalmente será sempre alguém que ultrapassa a máscara do momento quem os consegue distinguir. Mais ainda, o ‘bem’ e o ‘mal’ só apareceram com o homem e com a sua capacidade de abstracção, pois eles mesmo em si não se referem a algo concreto mas algo do mundo das ideias, do transcendente. O homem antes de agir, se nunca agiu de determinado modo ou viu agir de determinado modo, age por instinto, ainda não criou a noção de ‘bem’ e de ‘mal’ (noção consciente) para determinado acto que ele faz - uma criança age por instintos e segundo o que vê fazer aos pais, eles mesmo lhes ensinam e reforçam os actos que querem que ele pratique, eles lhes ensinam o que consideram ‘bem’ e ‘mal’ - . Muitos abrem os olhos, com a capacidade abstracta que se forma ao longo do crescimento e com a personalização do indivíduo, vão inferindo na sua mente o que é bem e mal nos seus actos na interacção com a sociedade. E os conceitos de ‘bem’ e de ‘mal’ estão a mudar constantemente ainda para mais na sociedade agitada em que vivemos, onde os valores não perduram pelo tempo fora como antigamente, nos tempos onde a religião cristã e os ideais cristãos prevaleceram por imenso tempo.
E, então, porque continua o homem em busca de líderes? Serão eles mesmo necessários? Talvez tenha que haver uma hierarquia, talvez concorde com isso, talvez isso seja natural . Por exemplo, a hierarquia do tempo dos seres é formada naturalmente pela idade de cada ser, medida pelos anos que cada um tem. Tempo esse que é medida essencial. Haverá muito tipo de hierarquias mais, tantas segundo aquilo que se quer avaliar do seres, em particular do ser humano que é multifacetado, logo multihierarquizado, passe a expressão. Essas hierarquias formam-se pelas suas capacidades de agir em certas áreas, desde aquele que é superior até ao que é inferior em determinada área ou áreas. Logo uns são superiores em determinada(s) área(s) e não noutra(s). Assim para todos, todos somos bons em qualquer coisa, nem que seja na mais simples das coisas, na mais ignorada tarefa ou realização de qualquer função física ou mental (intelectual). Mas haverá alguém que seja superior em todas as áreas? Haverá um líder capaz de reger uma parte da humanidade, a sua nação, que tem de dar a cara por tudo o que se passa na nação, que quer e aceita ser essa cara? Ele é o que é porque há outros antes dele. Por isso ele apenas é a cara e o transmissor de ideais de outros que estão ao lado dele. Ele é responsável por tudo o que defende, mas um simples homem como tantos outros que acerta em determinados actos, ao agir de determinada maneira, mas que também erra, e pode errar muito, e tem que assumir esses erros, assim como qualquer homem. Um líder tem uma responsabilidade maior, uma responsabilidade directamente proporcional às suas capacidades que o levou a tal função. E eles não podem entrar em contradições, eles agem segundo aquilo em que acreditam, segundo os seus ideais. Eles são os pontos fulcrais, de uma legião de homens, em que criam energias e redireccionam outras energias que regem essa legião de homens. Eles agem bem e mal.
E então o que podemos considerar bem e mal? Consideraria como bem tudo o que é a favor do equilíbrio: social (do homem), dos animais, da natureza, do mundo no geral e, abrangentemente, do universo. Toda essa energia que é construtiva, positiva e criadora de equilíbrios é o bem. Pelo contrário, será mal tudo o que atenta contra qualquer equilíbrio, toda essa energia que destrói qualquer equilíbrio. Estas serão, então, as considerações elementares e isoladas acerca dos conceitos de ‘bem’ e ‘mal’. Na profusão da vida, do mundo e do universo, esses conceitos imiscuem-se e estão em actividade constante. Por isso se diz que no homem existe o bem e o mal e aquela maneira de agir, aquela energia que mais é utilizada será aquela que nos caracteriza. O homem como substância que é, em si mesmo, não é bom nem mau, apenas é a escolha consciente de agir ao longo da vida que o determina, como sendo boa ou má pessoa.
Assim sendo, o poder vem da maneira como demonstramos o nosso agir, agir esse, que por sua vez vem ou é provocado segundo as crenças que temos em nós. E aí chegaríamos à fé, esse conceito básico que orienta a nossa acção e nos pode dar poder ou não, segundo aquilo que acreditamos.
Se tem que haver líderes, então que o universo escolha bons líderes, enquanto houver homens.
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