Enfeitado , disfarçando; traduzindo: as horas, o tempo que passa, inexorávelmente, e sentindo os sentidos da minha vida e de tudo e todos os que minha alma toca e abrange. Bem vindos a este meu Universo.
Enfeitado , disfarçando; traduzindo: as horas, o tempo que passa, inexorávelmente, e sentindo os sentidos da minha vida e de tudo e todos os que minha alma toca e abrange. Bem vindos a este meu Universo.
‘Mundo’ e ‘Universo’, duas de algumas das palavras que tanto utilizo, repetindo-as vezes sem conta, na escrita e mais ainda na minha mente, querendo desatar-me, querendo voar livre. Repetimos na nossa mente palavras para as fixarmos. A mente desde que nascemos vai tornando-se mais complexa, através da repetição das palavras, dos conceitos e das experiências mentais que fazemos, com o fim de automatizar as respostas do nosso ser ao ambiente que nos rodeia. Eu, em mim, na minha mente, repito as experiências que tive, repito, em particular, certas experiências marcantes, boas ou más, da minha vida. Repito as experiências que tive no meu pensamento de modo a tentar compreende-las, para apaziguar a dor das más ou para retirar prazer das boas. Repito os sons, oiço as músicas da minha vida, vezes e vezes até lhes perder o conto para que lhes possa retirar o suco da compreensão dos sentimentos, sentimentos que algum dia tive. Eu quero perceber porque o mundo me quer dominar e porque eu não quero ser dominado. A música que gosto domina-me e dominou-me no passado, mas eu repito-a, oiço-a vezes e vezes sem conta para compreender o meu passado, para compreender como sinto. Acho que o que sinto, esta ambição de compreender é a ambição que move todo o homem de uma maneira geral, que quer ultrapassar a sua ignorância de qualquer modo, quer compreender o mundo e descobri-lo. Mas eu, mais que virado para o exterior e para a mobilidade e descoberta física e externa a mim própria e ao meu ser, virei-me para o meu interior que se estava a dissolver neste mundo sem eu compreender um pouco o porquê disso. E, então, fiz vibrar o meu ser, e continuo a fazê-lo, incomensuravelmente, fazendo-o repetir aquilo que só se dá uma vez na vida, que talvez aconteça a, precisamente, tudo o que se passa. O que acontece, acontece somente uma vez, todas as outras vezes que acontece algo nunca é igual ao que já foi, apenas idêntico, se tanto. Se por um lado é bom que algo não se repita continuamente no tempo, que as coisas mudem de modo a que, por exemplo, as dores que nos perseguem possam ser desvanecidas, é-nos incompreensível e inaceitável que as coisas boas, prazenteiras e perfeitas não perdurem por mais tempo. Mas aí entra a fantástica, bela, mas também por vezes temerosa, capacidade da nossa mente de captar a essência dos momentos e ser capaz de reproduzi-los novamente, cá em cima de nós mesmos, no nosso cérebro. Digo ‘temerosa’, porque o poder da mente é tal que quando lhe perdemos o controlo nos podemos magoar facilmente e acabamos a viver incongruentemente com a estabilidade da vida. A bela capacidade da recordação, de relembrar aquela boa recordação, aqueles cheiros, aqueles toques, com todos os nossos sentidos fisiológicos activos e a captar o mundo externo a nós próprios e o nosso cérebro a registá-los. Mas, mais ainda, surge mais tarde, na nossa vida, algo que nunca pensávamos sentir, a memória a trabalhar e cruzar os dados que registámos, a encontrar-mos o que nos parecia perdido no tempo, aquilo que a nossa mente registou, a música que ouvimos e nos marcou o sentimento, que pensávamos esquecido e que afinal estava apenas adormecido e à espera de ser ressuscitado, o sonho de que um dia fomos jovens com um mundo enorme e escancarado, para nós, pela frente. E eu, afinal, quando vejo isso a acontecer, a recordação a dar-se, e a sentir dessa maneira, sinto-me um privilegiado, porque tive muito mais do que algum dia pensava ter, porque tive muito mais do que muitos tiveram, porque realmente é um privilégio chegar a este ponto e recordar. Se recordar (e pensar) é viver, então eu vivo, por demais.
A repetição das palavras, assim como a repetição das acções vão solidificando e vão tomando lugar na cultura dos homens, só assim conseguem subsistir, na repetição. A repetição do pensamento, na nossa mente vai criando vibrações que se tornam cada vez mais intensas. Os pensamentos, os acontecimentos da nossa vida, tornam-se cada vez mais distantes da nossa memória evocativa se não os continuarmos a fazer vibrar na nossa mente. Por isso, quanto mais evocarmos certos acontecimentos e estados de alma, mais esses pensamentos nos acompanharão e se reflectirão nas nossas acções futuras. Na minha vida poderia ter acontecido muita coisa, são inúmeros os caminhos que podemos enveredar, que eu poderia ter enveredado. Analiso o meu passado, no meu presente, e vejo que trilhava um caminho que não desejava. Vejo os imensos caminhos que poderia ter seguido, mas que nenhum seria mais correcto que o que tomei, até porque é somente este que conheço, os outros ficam na imaginação do que poderiam ter sido. Vejo e sinto o que a minha vida estava a ser à luz do caminho que segui, e até me sinto um sortudo por ter sido este o caminho que segui. O meu caminho era de perdição e desnorteamento, tão cheio de azares e mal-entendidos que me ultrapassavam e que agora consigo, senão mais, mas pelo menos, vislumbrar e compreender, apesar de ainda não os ter ultrapassado. Eu já pensava que nunca mais me encontraria, o pesadelo de não dominar a minha vida era enorme, e tudo o que me aconteceu marcou-me indelevelmente, e logo o meu pensamento, que por sua vez privilegiou a dor que me possuía, sem conseguir ver uma saída para a normalidade. Depositava esperança em sonhos, em algo que não sabia o que era, fiz uso de todo o manancial de conhecimento e experiência que possuía - que me parecia tão pouco -para tentar sair do lodo. E o mundo à minha volta demoveu-se e arranjou um espacinho para mim, com todo o meu esforço, agora sinto-me recompensado, e rico de experiência mental, e física q.b (quanto baste). O tempo esvaísse muito rapidamente, foge, e eu queria aproveitá-lo da melhor maneira. Queria aproveitá-lo em conhecimento, e em produzir algo com significado. E não é que por vezes dou comigo a pensar: ‘afinal é verdade o que dizem, a vida faz-se caminhando, a vida vive-se ao viver a cada minuto e, para mim, é a meta a que nos propomos que dá sentido a tudo isso, a vontade de lá chegar, mas mesmo que não se chegue lá, o caminho percorrido foi pleno de sentido, tenha sido ele como foi.’ A repetição das ideias e dos acontecimentos tornam-nos inolvidáveis. A imagem que temos do nosso passado, as fotografias e a TV, os sons - a música que nos marcou -, a escrita, fazem-nos reviver e ver com outros olhos o que se passou, e ao vermos com outros olhos então conseguimos perceber o certo e o errado, possivelmente, e melhorar o nosso caminho e quiçá compreender o quão incerto são os nossos passos, que podem tanto ser cheios de significado como de nenhum, dependendo da vibração que damos às coisas, enquanto vivermos. Temos um ser finito que se desintegrará um dia, tudo faz sentido para nós enquanto existimos, para os outros ainda poderá continuar a fazê-lo depois. Mas numa escala maior, a terra é finita, e numa escala imensamente maior o universo é finito, nada é inamovível, e tudo tem um princípio e um fim, e graça a nós que sendo tão pequenos nesta imensidão que nos envolve conseguimos atingir o cosmos mais profundo, através da união dos nossos sentidos humanos, da união que produz a vibração que dá sentido à vida. Quando os seres acreditam e se unem, quando o que acreditam é nobre, genuíno, perfeito, então, mesmo que o caminho desses seres seja o do fim, eles atingirão o nirvana e não o vazio, o nirvana do prazer, de fazer vibrar o belo e dar sentido ao vazio que poderia haver. Daí a minha busca constante pelo ‘grande vibrar’, pelo vibrar, que eu penso ser, genuíno, que me leve ao sentido da vida. E visto eu ser tão pequeno, e fazer parte de uma imensidão, eu só posso tentar ser grande em mim mesmo, no meu interior. Demovo-me, desde já, da primazia do outro sobre mim, eu não posso ajudar alguém quando não me posso ajudar a mim próprio, e sei do que estou a falar. E eu preciso de ajuda mais do que ninguém, preciso do meu equilíbrio, neste vibrar humano. Preciso de me unir ao vibrar em que acredito, e não sou um salvador do mundo nem das pessoas, de ninguém, sou um ser que quer viver, só isso. Não sofro por ninguém que não mereça, e faço da minha alegria a alegria dos outros e vice-versa. Necessito do vibrar da sorte em mim, porque vi mais do que ninguém o que é o azar mental e psicológico, do que as pessoas não são capazes de fazer por alguém que suplica vida, falando com isso na morte, falando lugubremente, tentado dizer o positivo de tudo que se diz de negativo.
This is not America. Isto não é o paraíso. Isto é um mundo de sonhos, enquanto pudermos dormir. Eu deixei de poder dormir. O sonho está onde o céu é o limite, e o meu limite é precisamente o limite físico que não me deixa ir mais além, porque o céu já ultrapassei, para o Universo e mais além. O sonho está precisamente na existência de limite, quando transpomos esse limite então deixa de haver sonho para haver algo concreto, mais além, que podemos tocar ou não, e talvez a nossa desintegração comece…just be … sê, simplesmente – mas sem asas não posso voar. Negam-me o sonho, a pensarem eles que eu ainda sonho, mas eu já o transpus (!), feliz ou infelizmente. Negam-me o desejo, o óbvio, o humano, e fazem-me sentir de tal modo como que, se de tudo o que o homem sente, há coisas que não são humanas, como se o meu sentir não me fosse permitido. Chego a odiar a cultura humana que me aprisiona e a falta de sorte para encontrar o meu lugar e os meus. Mas eu estou de tal maneira a desintegrar-me que já não consigo encontrar o que quer que seja, mas simplesmente vou desintegrando-me e esquecendo o que para mim um dia parecia uma evidência, ou pareciam evidências. Perco-me no tempo que passou a encontrar as causas e a sua solução para tudo isto, mas parece-me uma tarefa cada vez mais impossível, precisamente pela complexidade que tomou o meu ser e a minha vida. Sinto-me perdido neste monólogo interior, só. Sinto imensamente a vida, mas não sou capaz de me sentir bem, como se o meu bem se tivesse esvaziado, e agora não podendo dar também não recebo. Pode ser… may it be… pode ser que tudo tenha sentido. Pode ser que tudo não tenha sentido. É tão estranho esta maneira de sentir (!), tão paradoxal (!) que esgota. Sinto uma fraqueza enorme naquilo que sinto e que parece ser tão forte e incomensurável que move o mundo à minha volta - e é curioso, agora estou a testemunhar isso, ainda me foi permitido isso -, e, apesar disso, não haverá ninguém que compreenda, como se isso, o compreender e o haver alguém do lado de lá, fosse importante e necessário. É tão raro este mundo (!). É tão rara a minha maneira de sentir. A verdade é que me parece que não sou original, sou uma cópia imperfeita de alguém que já existiu and that the way it is, é simplesmente assim, por mais que eu disser que estou a morrer isso interessa a alguém? And it is just the way it is a minha vida não tem mais valor do que qualquer outra, e eu até consigo entender a dimensão dessa ideia, e vejo a imensidão do que isso significa, mas pergunto-me porque eu tive que me rebelar contra o sentimento de pequenez e lutar contra o que não sou capaz de mudar. Para que dei eu tanto valor à vida quando ela não vale nada. Pelo menos o valor da minha foi sugado. Sou um estranho nesta vida, um estranho noite e dia. Só espero por um dia bom, one fine day . Poderá ser um dia bonito. Sol e céu azul, límpido. Um dia de sonho novamente, em que sou importante para mim mesmo, e basta. Em que vivo indiferente a um curso da vida que não me pertence, em que sou anónimo. Caminho, em dias ensolarados, a curtir o som da vida e dos homens sem isso me fazer o menor efeito, livre das drogas que inebriam a minha vida, oiço a música sem por isso estar nas nuvens, sem que ela me afecte tão profundamente, como ousava fazê-lo. Não tenho nada mas sou feliz, não tenho medo de nada, já faz tanto tempo, nada me intimida, nem os trovões nem as vozes altivas e grossas de quem não tem valor, neste mundo imenso, de justiça, paz e fé. E o dia foi belo, e tenho sono, um sono tão perfeito que nada mo pode tirar, nem a paz que ele me traz. E eu descanso e acordo vigorosamente, cheio de plenitude da vida sem que isso signifique o mínimo de cansaço. A minha vida é um filme, e eu sou a estrela, e não tenho medo de ser bom, o melhor de todos, e ninguém mo pode negar porque para mim é indiferente. É bom o que sinto, e nada nem ninguém pode mudar esse sentimento. Eu faço parte da juventude da nação, a nação em que acredito, e morro pela pátria, lutando pela liberdade do ser humano, que a pátria me quer dar. Lutamos em busca de raridade, pela raridade dos momentos bons. Tivemo-los e nunca mais os teremos, mas procuramo-los insistentemente, eu procuro sabendo que nunca mais serão os mesmos. Mas continuo revoltado contra o sistema da vida não me aceitar. Normalmente eu deveria aceitar o curso da minha vida e calar e nem me aperceber de muita coisa, mas percebo, e é esse o motivo da minha infelicidade que eu quero transformar em felicidade. Eu tenho convicções. Estou sozinho no que digo e faço, sou a pior merda que pode haver em muitos olhos e não significo nada para outros tantos, mas eu acredito que sou bom no que digo e que faço, e quando digo cai, cai mesmo algo ou alguém longe ou perto de mim, por vezes acontece. Mas também pode não acontecer e isso não quer dizer nada, mas por vezes quer. Então agarro nos meus pensamentos e mexo o universo, não sei onde mexo mas mexo, não sei o que toco nem onde toco, mas toco e construo e destruo. E nada me pode parar porque a origem não é detectada, até pode partir tudo de mim, mas na verdade nada é identificado como tal. E no entanto eu tenho a chave secreta. Mas ninguém sabe, e continuam a procurá-la sem saberem bem o que fazem. Eu só quero ficar melhor get better…
Procura-se estrada para o paraíso. Caminhamos para nenhum lado, estamos numa estrada sem destino , we’re on a road to nowhere, Talking Heads, não me sai da cabeça este pensamento. E o meu caminho não me leva a lado nenhum. Cada passo que dou é um passo em falso e no vazio, caminho cada vez com menos amigos e vontade de viver, em lugar de ser ao contrário, só com a diferença em relação a muitos outros como eu é de que eu sei o que me faz andar assim, pelo menos penso saber, e isto se houver outros. Às vezes penso: ‘a honra e a dignidade devem ter algum sentido’; o sexo deve ter algum sentido’; ‘isto que sinto deve ter algum sentido’. A verdade é que estou mais desfasado do mundo que me rodeia, o mundo da interactividade real, in loco, distingo cada vez menos o que é real do que não é, da acção correcta da não correcta. O meu raciocínio anda péssimo. Vacilo a cada passo, sinto coisas que não devia sentir e o mundo quer cercar-me. Sou omnipotente quando sozinho com os meus pensamentos, com o meu conhecimento, com a minha ligação ao Universo, e, no entanto, sou a mais pequena e inofensiva criatura que alguma vez existiu à face da terra, a coisa mais vulnerável que Deus ao mundo pode deitar. Cada pensamento meu é um erro. Sinto o aproximar do meu destino, que caminha até mim inexoravelmente, sem que haja algo que o possa contrariar do seu objectivo que é destruir-me. De que modo posso preservar as minhas faculdades, a minha honra, o meu desejo, os meus sentimentos? Já sei, ninguém pode responder, este mundo é cada um para si. Na minha vida, a perfeição seria desejável, uma ponte entre o céu e a terra, onde vivesse no paraíso, fosse amado e sentisse esse sentimento e correspondesse a esse amor. Mas, eu vivo na terra, as pontes que nos unem são muito elitistas, o meu amor é uma utopia, da qual inúmeros se riem. Mas eu vivo neste mundo, de caos, pequeno, em que nesta amálgama é uma sorte estarmos vivos, ou precisamente, um azar…assim como é azar eu ter enveredado pelo caminho do pensamento intrincado e egoísta, como se houvesse uma sina que dissesse o que iria ser a minha vida. Na minha vida reina o medo, o medo de magoar e o medo de ser magoado, o medo de passar despercebido e o medo de ser o centro das atenções, o medo de existir… e na verdade existo, paradoxos sem fim, e afinal tudo isso faz parte deste Universo, e no entanto não pensei que chegaria um dia em que eu fosse afectado por isso negativamente. Onde eu passo tudo se transforma à minha passagem, como qualquer pessoa, mas o feedback que eu recebo do mundo é negativo e é pesado para mim, como se o mundo me quisesse devorar, como se eu tivesse feito coisas horríveis que não deveria ter feito, quando na verdade tudo deve ser más interpretações do meu pensamento. Mas a verdade é que o mundo toma ascendente sobre mim, e eu sinto-me uma nulidade sem capacidade de reacção, chorando infinitamente o meu sentir, a minha angústia de existir, a minha angústia existencial de não ser amado como devia, chorando e exagerando, como que desejando que tudo se torne realmente como o destino me quer fazer acreditar que existe, que é esse o caminho. Pois eu sou um ‘talking head’ na minha vida, sou uma ‘cabeça falante’, que monologa sem cessar. Ou talvez seja uma aberração, tentado atrair algo de bom para a minha vida, bons sentimentos, bom futuro, sem sucesso. Gostaria de falar sobre a alegria da vida, alegria da existência, a manifestação das mais belas coisas que existem, e caio, dia após dia, no erro da melancolia, do afastamento dos homens pela verdade que existe. Qual é o meu lugar no mundo, pergunto, a cada minuto que passa, nem que seja lá no mais profundo do meu inconsciente. Que sentido posso eu tomar para preservar o que de mais importante ainda me resta. O conhecimento envolve-me e faz-me mexer o pensamento, mas não me demove de onde estou. O mundo é uma constante algazarra da qual não consigo partilhar. A minha saúde falta-me, e ninguém consegue dar-me o que perco. Os meus passos assim não fazem sentido, por isso tropeço dia após dia, sobrepondo-me aos meus sentimentos, alimentando constantemente esta incapacidade de reacção. Como eu gostava de reagir (!)… Como gostava de olhar e ver olhares, interpreta-los, ser deste mundo, mas não sou. Só me resta a esperança. A eterna esperança de que, por exemplo, pelo menos quando morrer me sinta eu. Há suspiros que me esperam. Mas acho que um homem seria mais feliz castrado do desejo, simplesmente separar-se da sua animalidade e ser pura razão e ser amado não pela sua pujança física, mas pela sua pujança intelectual, começo a acreditar nisso. Tudo há-de ser consumido, romper - se – hão todos os ideais, todas as forças de ligação tenderão a perder-se, até mesmo os ideais mais enraizados na genética humana hão - de esfumar-se, tão certo assim como o meu fim é certo. Neste longos momentos em que eu me consumo, eu me esfumo, eu voo para mais longe da orbita que eu um dia perdi. Navego agora sem destino, nesta promiscuidade de ideias e pensamentos, cada vez mais longe daquilo que algum dia fui. Adeus, adeus, digo constantemente para mim mesmo, adeus homens, seres ignóbeis, que o meu desejo tenderia a destruir se fosse ele que comandasse o destino deste Universo, mas sei que sou eu que estou errado, mas por favor, prova-mo (!), ou este será o paraíso do nirvana.
Por vezes sentimos que o nosso mundo está a ruir, eu sinto. Tudo o que foi e aconteceu parece fugir e parece que não temos mais meios nem oportunidades para repetir as sensações, como se não houvesse esperança. Temos que viver com tudo o que somos e no que nos tornámos, e isto, sozinhos. E, nem toda a compreensão que temos acerca do que se passa connosco é suficiente para apaziguar a dor da nossa existência, ou para mudar substancialmente o que quer que seja ou se passa. Pessoalmente, eu nunca deveria ter tido a retro consciência da minha existência, a retro observação, essa capacidade de estar em constante revisão do que faço, do que fiz, do agora e do meu passado, em análise constante dos meus sentimentos, desta maneira consciente se sentir. Sou demasiado sensível, demasiado humilde. O meu organismo não é suficientemente forte para ter certos modos de viver, de tal modo que se optasse por seguir certos caminhos, certos estilos de vida que certos organismos tem e que conseguem ir superando e viver sem que isso ponha em causa a sua existência, decerto eu duraria muito menos nesta vida – pelo menos parece-me isso, ou estarei errado? -. O meu organismo apela-me à fuga e à moderação, constantemente, para que possa continuar a existir por mais tempo. E sinto que vivo com medo de viver, ou melhor, com medo de perder o meu controlo, de me sentir maltratado, e por isso vivo na defensiva constantemente. Apoio a minha existência na fé, de que um Deus que me transmitiram me tenha com Ele. E eu sinto e vejo a maneira de actuar desse Deus, Deus esse que eu reformulei para viver mais em paz comigo mesmo e com o que me envolve - mas não compreendo a sua maneira de regular o mundo, como se houvesse indiferença na Sua maneira de agir, como se não tivesse vontade própria e fosse indiferente em relação aos seres que vivem nesta terra (mas sei que ao dizer isto, já mais pessoas o disseram e acharam estranho a mesma situação). Por vezes encontro noções na vida, e elas parecem-me ser experiências e lições para prosseguir, mas chego a certas alturas em que essas noções e experiências não têm mais significado. As relações humanas são estranhas, pelo menos para mim. Não posso partir do princípio que todas as pessoas são boas, ou pelo contrário, de que todas as pessoas são más. Só a experiência que temos com elas é que nos permite ajuizar o que elas são em relação a nós. Mas é estranho que o que era bom possa ficar mau, ou o que era mau possa vir a ficar bom, é estranho este constante redefinir de conceitos entre o bom e o mau. A relação que eu tenho com o mundo, é a relação que o mundo tem comigo. Se eu tenho alegria eu encontrarei alegria, mas se eu tenho tristeza, a tristeza vem ter comigo. E não sei que dom e fado é este que nasceu comigo ou então que me foi impingido [e estava a pensar como pode suceder a tanta gente], o de atrair a tristeza, os acontecimentos pesados, a difícil relação com as pessoas e de, em relação a estas, ou me quererem fazer mal e julgarem-me erradamente como mau ou então verem-me como uma pessoa de quem a aproximação não é possível, e desviam-se de mim. Eu falo assim, deste modo evasivo, mas mesmo que eu falasse no concreto, mesmo se eu fosse capaz, ninguém perceberia as ideias que eu queria transmitir, tenho a certeza. Eu estou fora do meu tempo, eu sou um ser fora do comum, o porquê não sei e continuo na busca de entendimento para isto – e já descobri muito, já encontrei muitas respostas para muitas questões, mas só fazem sentido em mim, na minha existência, e ainda não encontrei quem pudesse compreender um pouco que fosse. Por isso, me parece, jamais alguém compreenderia da maneira que eu a compreendo. E isto também se aplica da minha parte em relação aos outros: eu possivelmente jamais perceberei a maneira de sentir e de interpretar este mundo e a vida deles próprios. Este mundo, e estas maneiras de sentir, são aleatórias, tudo é um acaso, e mesmo esse Deus que tanto procuramos é um acaso. E eu procuro obsessivamente muita coisas nesta vida, mas ingloriamente estou pressionado a não ter a liberdade que tanto ambiciono, e tudo isso que quero não me vem a ter a mim, porque o meu ser não deixa. Vejo, a cada passo que dou, que tudo o que faço pode não ter feedback positivo, que tudo pode ser em vão. Isso antes não me preocupava, sentia a maravilha da vida e da existência nesta terra em mim, não receava nem tinha medo da morte, porque compreendia tudo e aceitava tudo naturalmente, mas agora… tenho medo da morte, da prisão e da injustiça, da vida que se esgota em vão, da não satisfação, de não sentir a plenitude da vida [que possivelmente tenho], até tenho medo de viver. O que eu vi ninguém mo pode tirar da minha cabeça, dos meus olhos, dos meus sentidos, a não ser a morte ou a demência. O que eu vi ainda não é facilmente entendível.
Não sei porque a vida é assim, mas é assim que eu a vou vendo, como um ser único que está a passar nesta terra, neste tempo, neste espaço, querendo estar do lado do que está certo, mas vendo que o que está certo e errado é muito relativo, e talvez nem exista. Queria defender ideais e morrer por eles, se eles estivessem certos, mas esses ideais não se revelaram suficientemente fortes, consistentes e verdadeiros para que possa morrer feliz.
E apetecia-me orar ao Universo neste momento, apetecia-me gritar, se eu pudesse. Ó Universo! A minha vida é só porquês e vazio entre eles, porquês e vazio entre eles, vazio entre as perguntas. Eu questiono constantemente a vida, e essas questões, deveriam ser perguntas de retórica. Mas eu não, eu pergunto para obter respostas, e sigo cada vez mais insatisfeito, porque eu não controlo a minha vida. Porquê só falar da finitude, das tristezas, do que não é controlável. Porque não vejo eu a alegria, o infinito, e o incontrolável e me desapego a todas as ordens que algum humano tenta instituir. Tenho medo de não subsistir, e esse medo foi-me inculcado. Uma vez que tenho de morrer porque não irei morrer sem medo, sem pânico pela sobrevivência, sem tristeza? Queremos que haja uma continuidade nas coisas, eu queria, imensamente, mas a ordem das coisas, a ordem deste Universo não é imutável nem é dominável. Porquê este sentimento de me sentir usado, eu não sou chiclete. Onde estão os meu laços? ‘Devolve-me os laços’ toranja. Onde está o meu elo, ou onde estão os meus elos? O elo de ligação com a humanidade. Só quero viver. Queria ser feliz. Tenho bons momentos na minha vida, mas por vezes alguém os quer deturpar e negar e desvalorizar e deitá-los para o lixo. Queria perceber claramente quem gosta de mim e queria poder retribuir. Eu queria, mas há muita gente que também quer, mas… é tão difícil. Como fazer? Quer faça quer não faça o tempo não pára, ele urge. Queria ser forte e não vacilar, não queria mostrar sinais de fraqueza, mas é o que eu mais facilmente demonstro, a minha atitude, simples, humilde, a minha sabedoria, a minha maneira de estar, aquilo que eu pensei que nunca saberia. A idade que eu nunca pensei alcançar, o destino e o infinito que eu sonhava tocar, nas minhas mãos, nas minhas mãos… e eu, tão pequeno, tão ínfimo e com um sentimento de incompreendido e incapaz de ser humano, e até mesmo incapaz de simplesmente ser. Eu, uma explosão de alegria que pensava ser, transformado em implosão, derrotado por aquilo que não entendo, eu simplesmente não entendo. A minha alma em palpitação, o meu ser sedento de prazer e bem-estar, com um sentimento de culpa que penso não me pertencer, completamente a leste da humanidade, que me deseja acolher e ao mesmo tempo sente repulsa por mim. Eu, que desejava ter a pujança de me afirmar, mas que a vida me nega tal desejo, porque só se afirma quem o acaso quer, ou será que é Deus que quer? Será que Deus quer? Toda a gente quer fazer parte do sucesso, mas do insucesso fogem a sete pés. E eu porque me aproximo? Porque me junto ao sofrimento sem necessidade, como se eu fosse forte e com poder para ajudar. Quando me convenço que não posso ajudar, que não tenho essa capacidade, e só me posso ajudar a mim mesmo, aos outros dar a mão por vezes, nada mais. Porque me parece que perco tempo, que o meu agir é em vão, que continuo a perder tempo, que todo este tempo tem sido desperdiçado, como se o que faço não interesse para a duração do tempo e do espaço.
Começo de novo esta escrita sem destino, sobre o tempo que me resta, mas que tende a nunca mais ter fim, como se fosse uma história interminável. O tempo foge e energia dissipasse, e eu tento utilizá-la com método, porque sei cada vez mais o quão precioso são esses dois conceitos no nosso sistema perene, o nosso ser, o nosso organismo, o corpo humano. Sou um ser evasivo, assim me tornei pelas vicissitudes da vida. Senti-me na mais profunda solidão e abismo, e não quero com isso dizer que não haja ou tenha havido pessoas que estão, ou estariam, mil vezes pior do que eu. Mas a minha dor parecia tão sem razão [que fiz eu de mal para me sentir assim? perguntava], a minha dor, a minha decepção com a vida e com quem me é mais querido, ou era [porque nunca se sabe quem nos é mais querido, eu não sei]. Mas sei agora que cai ou pode cair sobre nós [em mim caia] o peso e/ou o jugo da questão da subsistência, a capacidade de nos conseguirmos governar [de me conseguir governar e sobreviver e perceber as regras do jogo da vida que está em voga] e a capacidade de ser emocionalmente livre. Senti-me emocionalmente sequestrado, e fisicamente paralisado, apesar de, na verdade, não estar paralisado fisicamente. Mas digo-vos, que se a mente não está livre, se a mente está em baixo, o organismo também não responde bem, apesar de parecer que tudo está bem fisicamente. A existência de uma ligação ‘corpo - mente’, essa dualidade que não passa uma sem a outra, é indubitável, pelo menos deve sê-lo. Com tudo o que passei aprendi muito, as dificuldades aguçam o engenho, e vi muito mais do que aquilo que algum dia pensaria ver, apesar de ambicionar tal fasquia. Tive muita sorte na minha vida, apesar de tudo, e isso também eu o pedi à vida, a um Deus em que acreditava, ao Universo, como se queira interpretar. Não estou livre de cair novamente, se bem que muito depende de nós para nos mantermos na mó de cima, mas há uma imensa parte que não depende de nós, pelo menos directamente. Por vezes pergunto-me para que servirá esta aprendizagem ao longo da vida, se um dia nos vamos para a inexistência, plenos de saber e conhecimento e experiência, restando pouco daquilo que algum dia fomos [ou será que restará a semente, os filhos existirão nas gerações até quando Deus quiser] além de que provavelmente pouco perdurará no tempo e no espaço que nos identifique. Todo este saber serve para irmos sobrevivendo, vivermos um pouco mais, é certo, e isto parece uma banalidade para muitas pessoas. Mas o mundo renova-se e continuará a renovar-se até ao infinito, tomando constantemente novas formas, até não haver mais formas possíveis. Pensamos que o mundo [eu pensava] era uma realidade estável e que pode ser aprendida e, uma vez aprendida, serve para toda a nossa vida. Mas o mundo modifica-se, e a mentalidade humana modifica-se muito mais depressa ainda, e não vou medir essa velocidade de mudança, pelo menos para já. Por mais que nos custe, este mundo é uma passagem, cheia de invenções, invenções de novas realidades, construídas pelo homem, invenções humanas. Eu imaginei Deus, aquele Deus que me foi dado pela religião Cristã, durante toda a minha vida. Neste momento consigo sentir aquilo que era, esse Deus, para mim: um ser omnipotente que olhava para mim como um ser especial, que protegia todos os seres que mereciam ser protegidos, como se houvesse seres que não merecessem ser protegidos. Eu tive que reformular esse conceito de ‘Deus’ que me foi dado ao longo da minha infância. Eu continuo a reformulá-lo e a questioná-lo e a analisá-lo à medida que o tempo passa na minha vida. E eu consigo ver mais além neste momento, e nunca tive tão perto do conceito dele como estou agora. Eu acreditava que havia uma razão que me protegia e fazia viver. O Deus que me foi dado era a razão [É estranho como eu acabo sempre por abordar o tema de Deus sempre que escrevo e trato de abordar os meus sentimentos aqui]. Ele me protegia e dava vida como se eu fosse um ser especial. Se existe ou não eu não consigo responder cabalmente ainda, mas que a minha vida foi abençoada e permitida fosse pelo que fosse isso não o posso negar. Já vivi muito mais do que poderia ter vivido, já aprendi muito mais do que alguma vez sonhava aprender, já mudei muito mais do que alguma vez pensava mudar. A razão…? Continuo na busca das minhas respostas enquanto essa razão me permitir continuar a viver. Houve um certo momento de tempo em que eu me dei conta que tinha de mudar de paradigma na minha vida, e isso deu-se não há muito. Eu ouvi da boca de um ilustre neurobiólogo, António Damásio, numa entrevista que lhe fez a Judite de Sousa, no programa televisivo chamado ‘A grande entrevista’, uma frase chave que me fez questionar acerca daquilo em que acreditava, daquele muro que não me deixava ver mais além. E a essência das suas palavras foram estas: ‘A natureza age com indiferença [em relação aos seres] ‘. E não é pela pessoa em si que eu transcrevo o que ele disse, mas pela ideia que se recheou, naquele momento, em mim, a luz de um novo caminho a ser explorado e que me fez colocar uma hipótese imediatamente que tenho testado no dia-a-dia da minha vida; e a própria pergunta é a hipótese que está a ser testada, e, para a qual tenho encontrado respostas e coerência nessas respostas: A natureza agirá, mesmo, com indiferença sobre os seres? Pergunto. Por vezes nas respostas que encontro, vejo uma ambivalência entre os conceitos de Deus, que eu tão bem conheço, e sinto em mim, alem do que diz a Bíblia Dele, e a tal chamada ‘indiferença’ com que age a natureza. Diria mesmo que sinto que no futuro conseguirei conciliar mais a ideia que tenho em mim do Conceito de Deus e da acção aparentemente ‘indiferente’ que a natureza [natureza essa, que faz parte desse mesmo conceito de Deus]. É que para mim a natureza não age de maneira tão indiferente quanto António Damásio disse. Se assim fosse, eu não estaria aqui neste momento a dizer estas palavras, porque a natureza se revelou tão adversa para mim. Eu pedi a Deus ou ao Universo que me mostrasse uma saída para aquilo que eu sentia, para a situação de impasse em que me encontrava, e a verdade é que contra as expectativas e evidências que o futuro agourava para mim, que eu tão profundamente sentia (e que me diziam que não conseguiria sair dali) eu sai, eu vim à tona da água. Pelo que me considero uma prova viva de que existe algo incomensuravelmente maior do que alguma vez algum homem mais sábio do mundo possa imaginar. Se não existisse algo mais [mesmo que não lhe queiras chamar Deus podes chamar ‘algo mais’] quanto mais não me poderia ter acontecido quando perdi o controlo total da minha vida, quando eu não conseguia ver a saída, quando finalmente vejo que tenho ainda saída e posso encontrar a paz do meu espírito. É obvio que eu poderia já não existir, mas existe um segredo que eu não conheço que me deixou continuar. Será mesmo fruto do acaso tudo isto que se passa? Também coloco essa resposta nas minhas hipóteses, de que tudo é obra do acaso. E se assim for, Deus ou ‘algo mais’ não existirá, por mais que me custe a negar um conceito que me enraizaram e cultivaram em mim e que me pode destruir, sei-o. Mas se tudo for obra do acaso, se a natureza agir com indiferença, há muita coisa por explicar nesta vida. Os espíritos lutam pela sobrevivência, não tenho dúvida disso. O mundo de amor e paz entre os seres, de perfeição e de equilíbrio, segundo a religião pode muito bem ser mais uma invenção do homem que por sua vez criou a religião como tem criado muitas outras ideias e conceitos, que apenas servem para a união de um certa legião de homens. E se Deus foi uma invenção do homem, que inventou um ser omnipotente, logo feito à sua imagem [Deus feito à imagem do homem] e não o contrário [o homem à imagem de Deus], que restará do homem que acreditou naquilo que outros lhes fizeram erroneamente acreditar? Mas vejam que tudo isto são hipóteses que procuram respostas. Com perguntas ou sem elas, com Deus ou sem Deus a vida é para a frente. Senti, neste momento, que talvez só o presente exista. Aquilo que sentimos neste momento, cada um de nós, à sua maneira, segundo aquilo que cada um vê do mundo, é a sua realidade, e essa é a que interessa objectivamente. O passado é cultura, e tudo o que foi e existiu desapareceu e é reinventado pelos espíritos que aparecem nesta terra, no momento presente para esses espíritos.
Aqui continuo eu outra vez. Ainda te lembras de mim? Continuo nesta eterna conversa comigo próprio, o meu monólogo, aquilo que eu sou, no meu caminho, a minha vida. Mas sou o que sou em função do mundo, já o disse, o mundo que me envolve, as pessoas, tudo o que consigo interpretar. E, continuo com as mesmas sensações: por exemplo, sinto que, ao escrever, estou a arrancar algo de mim, sinto que estou a despender energias, energias essas que não voltam. Mas, não consigo deixar de o fazer nem consigo ter maiores forças para parar do que para continuar e sei que não faz outro sentido se não o fizer. Às vezes penso que só queria fazer isto, falar, falar sem parar, ser o melhor em alguma coisa, e já que não posso fazer noutras coisas, era falar, falar… vai tanto em mim… É como que se nos fosse permitido o uso de uma tanta energia todos os dias, e quer a usemos quer não ela se esvai, como se terminasse o prazo de validade no final de um dia, quando necessitamos de repousar. É-nos permitida outra quantidade de energia a seguir ao repouso, com o mesmo prazo de validade, mas a energia que vem tende a ser menor, pelo menos a partir de certa idade, o que não se aplica quando estamos a crescer, no primeiro quarto da nossa vida, em que parecemos conseguir cada vez mais energia à medida que o tempo passa. Primeiro sentimos a energia na massa corporal a fluir, depois temos que fazer uso da energia intelectual, para prosseguir à medida que a energia corporal diminui. Eu, pelo menos sinto que é assim. O tempo esvai-se tão rapidamente (!), ele que segue sem piedade, que não quer que o nosso ser se perpetue. E dói-me o coração à medida que gasto mais energia. Por vezes sinto-me tão fraco de gastar tanta em busca daquilo que o destino não quer deixar alcançar, daqueles sonhos que nascem com a gente, daquilo em que o nosso ser acreditou ser possível atingir naturalmente. As pessoas são tão estranhas, para mim. Acreditei profundamente nelas, mas a profundidade da filosofia revela-me que estamos mais sós do que algum dia poderemos imaginar, e que particularmente, eu, estando só com o meu espírito, neste meu eterno monólogo, de invenção de Deuses, de fé e esperança, só podemos apanhar as palavras e ideias de conforto que nos vão chegando, só podemos consumir este mundo em que habitamos como forma de conforto existencial. Tememos a morte quando temos tanto para usufruir, tememos aquilo que é natural, e no entanto, só conseguimos viver mais plenamente quando a desafiamos e a conseguimos fintar, e, quando sobrevivemos de um terramoto, por exemplo (o do Haiti a 12 de Janeiro de 2010), sentimos uma força a quem chamamos ‘Deus’ que nos salva porque sobrevivemos. Eu pergunto, e aqueles que morreram não foram salvos e não estarão em paz para todo o sempre? O resgate aparece-me como transversal e indiferente. Os que morreram jazem felizes para sempre porque a sua dor se foi para onde originalmente veio assim como a sua matéria corporal irá, e, os que sobrevivem, estão felizes porque continuam na dimensão em que acreditam, porque só sentem o que os sentidos lhes permitem sentir, o que vêem. Eu estou profundamente solidário e empático com tais pessoas em particular, e, no geral, com as que existem na face da terra, e desejava que, profundamente, elas sentissem a inteligência como eu a sinto, eu desejava que as pessoas no fundo não fossem destruidoras e fossem construtivas.
Continuo a ver a perfeição e a desejar atingi-la mesmo sabendo que nunca a irei atingir, porque sei que a perfeição é um estado passageiro que o homem capta e atinge em certos momentos demarcados no tempo com a sua memória mental e com outro tipo de meios, tantos outros que estão ao nosso alcance. Tento agarrar as perfeições criadas, a verdade das coisas, a essência da vida e de tudo o que consigo interpretar com o meu ser, e canso-me de extasiado prazer ao que alguns chamam loucura. Não uso drogas, apenas utilizo a energia que me é reservada a cada dia que passa, apenas uso a normalidade do meu ser para atingir tal êxtase, pena que não queiram que eu o partilhe, e como dizia outro, ‘eu sei bem do que estou a falar’.
E assim hoje regressei, neste monólogos mentais, a exposição do ser que em mim vai, a maneira como o pensamento se dá dentro de um ser, que acredito dar-se noutros seres, mesmo que eles, vós, tu não saibas que se dá. E assim me despeço mais um dia, a energia que me era permitida tende a esgotar-se. Voltarei concerteza, ainda terei caminho pela frente, ainda estarei longe da íngreme queda, quero acreditar nisso. Até sempre.
Entre brumas matinais eu caminho, na esperança de encontrar do lado de lá o esplendor da limpidez da liberdade. Caminho silencioso, perscrutando tudo à minha volta, tentando atrair a mim as energias positivas, que desejo que me envolvam e protejam neste mundo belissimamente horrível. Quantas palavras me ficam agarradas nas entranhas? Quanta absorção eu conseguirei mais aguentar sem deitar fora todos esta porcaria de informação que corre em mim? Tenho a certeza que os meus limites já foram ultrapassados faz muito tempo. Tanta limitação que me impuseram... a minha revolta é grande. Talvez eu seja um ser inadaptado ao ambiente que me rodeia. De que me adianta ser quem sou? Vantagens positivas? Tenho. Mas que isso me acarreta também consequências negativas também é verdade. Talvez eu me concentre demasiado nas consequências negativas, por vezes, e dai o meu mal. Quem é o culpado? Liberdade é essencial: Não estar dependente de ninguém enquanto pessoa saudável que se é, poder fazer o que se quer e não ter limitações; sentir-se bem por aquilo que se é, ser-se aceite como se é, não ser-se obrigado a mudar-se muito rapidamente; não desejar ser perfeito; não se conhecer demasiado é essencial para se ter liberdade, não conhecer os defeitos próprios é caminho para seguir em frente sem vacilar, é estar sob influência de variáveis que nos ultrapassam e não termos consciência disso, e isso é estarmos em sintonia com o mundo de modo inconsciente; Liberdade é escolher entre duas opções que se gosta, uma delas e não sentir-se mal por não ter escolhido a outra; Liberdade é estar calmo com a vida sabendo que tudo vai ser breve; Liberdade é poder deixar fluir as emoções; Liberdade é poder ir navegar no Universo se tivermos meios para isso; Liberdade é poder fazer o que se quer sem restrições. Mas a Liberdade existirá apenas nos momentos em que não sentimos os limites e as restrições. A Liberdade é então um conceito volátil. Somos livres enquanto, apesar de as restrições existirem, não tivermos consciência delas. A liberdade existe em momentos que podem durar mais ou menos tempo. A Liberdade é uma luta constante contra as imposições que os outros nos tentam impingir. Liberdade pode significar dominar o outro e não deixar ser-se dominado. Mas esse domínio do outro deixa de significar ‘Liberdade’ quando a consciência moral, talvez infligida pela religião, nos diz que «Os homens são nossos irmãos» e «devemos fazer aos outros aquilo que gostávamos que nos fizessem a nós». Aí sentimos culpa ao dominar, pelo que não há Liberdade e seremos dominados por aqueles que não têm consciência moral. Eu quero ser Livre, portanto não quero ser dominado, quero fluir com os seres e com o Universo.
Sento-me nesta cadeira que tão bem conheço. Pelo menos conheço a maneira de eu me sentir sentado nela. Não que eu esteja sempre a olhar, ou que eu tenha olhado para ela profundamente e que conheça mentalmente da maneira como ela é feita, o pormenor do seu encosto tão bem conseguido e dos seus braços de encosto tão bem desenhados. Realmente, quem a desenhou é artista. Mas eu não, não sou observador, limito-me a sentir e a analisar o que sinto, faz já muito tempo, limito-me, no caso da minha cadeira, a senti-la, simplesmente, e a sentir (analisar) a maneira como ela me faz sentir. Entrei por esta vereda já faz muito tempo, talvez tocado por um dom desde que nasci, para compreender quem sou, o que sou e o que fui, porque, talvez, me tenha apercebido que o caminho ia ser difícil, o ambiente da minha vidaque eu ‘vislumbrei’ à nascença (antes mesmo de ver visualmente e antes de ter consciência) era negativo, como se houvesse um condicionamento enorme daquilo que eu queria ser, algo que, sei hoje, punha em causa a minha existência. Sei agora que eu era (já não quero dizer ‘sou’ - e isso é óptimo) uma crise existencial antes mesmo de eu sentir essa crise racionalmente e compreender abstractamente esse meu passado que fui reconstruindo na minha mente. Tento pôr em palavras aquilo que sinto, mas sempre me foi extremamente difícil fazer isso. Sempre fui muito fechado e muito pouco expressivo. Desenvolvi, à medida que o tempo passou, a característica de me tornar um espectador atento e observador (sendo neutro no contexto, tal como um espectador televisivo), à medida que me ia tornando cada vez mais fechado, reforçando essa característica da qual nunca mais consegui sair e dificilmente sairei completamente porque tornou-se numa característica de mim. Desenvolvi de tal modo essa característica em que me tornei, que me sinto péssimo no centro das atenções e não consigo facilmente fazer parte activa do contexto social em que me encontro, sou completamente o oposto (ou pelo menos já fui muito mais) de um exibicionista, ou uma pessoa extrovertida, que gosta de se manifestar na presença dos outros. Se ser exibicionista não é uma característica apropriada, sei, por experiência própria, que ser o oposto (que é aquilo que eu sou ou que sinto que sou) também é uma característica desvantajosa, ainda para mais no mundo de hoje, que até se ‘pede mais’ para se ser extrovertido e um ser social. E para compreender ou descobrir aquilo (aquela ou aquelas coisas) que não me deixam ser uma pessoa normal no que diz respeito ao relacionamento social eu tenho trilhado mentalmente caminhos e mais caminhos, tenho pensado e repensado sem parar, tenho comparado ideias sem fim, tenho comparado incomensuráveis situações da minha vida, tenho inventado e reinventado situações (para descobrir uma linha de verdade), tenho tentado ir ao cerne dos problemas, na ânsia de ainda ir a tempo de remediar tanto estrago que tem havido na minha vida devido à falta de um equilíbrio que me falta, uma normalidade na vida. Como pessimista que tendo a ser, vejo difícil essa ‘normalidade’ vir a concretizar-se, vejo muitas variáveis contra as quais tenho que lutar e contra as quais sigo lutando, para chegar a bom porto. Mas no meio disto tudo há a verdade da minha vida, há situações e ideais que são os motivadores de tudo isto, que é a minha vida. Contudo, vejo que no meio desta tempestade nocturna, há um farol que me guia. Sinto que faça o que fizer, aconteça o que acontecer, há um sentido, há forças que me hão-de suster, há uma maneira única de dar sentido ao mundo, e essa maneira é o meu espírito, éaquele que eu sou, o Eu com o qual me identifico e que mais ninguém pode valorizar do que eu. E vejo-me como um ser que luta, na verdadeira acepção da palavra, talvez de modos misteriosos e não visíveis, a maior parte das vezes. Mas é esse mistério daquilo que eu sou que me faz ser forte, porque a aparência é muitas vezes enganadora.
Cá estou eu outra vez. Posso começar por dizer que na minha vida ando a vaguear, e por essas vagueações divago frequentemente. Se alguém já tivesse lido as minhas palavras já teria encontrado estas duas palavras que me caracterizam e que até são sinónimas também: ‘vaguear’ e ‘divagar’. Gosto de me perder no mundo das palavras e dos conceitos, gosto de me perder no mundo da semântica, o significado semântico das palavras, o significado metafísico das ideias. Gosto, mas tenho medo de me perder, do descontrolo que a mente tende a seguir em certos momentos, não me deixando agir segundo a normalidade que a cultura ‘me pede’ para ter. E, então, me dou a conhecer, a mim, aqui. É claro que nem sempre me sinto motivado para transmitir uma ideia, nem sempre tenho a energia que tanto desejava para o fazer. Sei que, como toda a gente que escreve ‘se enrola’, torna-se repetitivo naquilo que diz, e assim o é naquilo que se faz. Criamos rotinas na vida para podermos seguir mais facilmente. O meu ‘enrolamento’ dá – se na minha mente. E enrolo, dizendo que tenho algo para dizer, mas para mim o que digo torna-se repetitivo. Houve uma altura, antes do aparecimento da internet, em que escrevia sabendo que era só para mim. Quando foi a princípio, no descobrir das palavras escritas, no mundo das ideias que se transmitem para o papel, isso era magnífico, mesmo sabendo que era só para mim. Mas tudo isso se foi esvanecendo, esse maravilhamento que eu sentia. Eu sentia-me só a cada dia que passava. As minhas palavras eram como sons sem eco, ou então entoavam somente na minha cabeça sem ser transmitidas. Ainda agora eu sei que elas não são lidas por muita gente, quem as encontra não encontra nada que se realce na sua mente, penso eu, ou então talvez não se queira perder por este emaranhado de palavras que parecem fúteis ou ainda não tenha capacidade para as interpretar. Mas a possibilidade de as colocar aqui e saber que alguém as encontrará aqui – e logo me encontrará a mim - muito facilmente num futuro, alguém que procure uma escrita diferente, uma analise da vida, de um ponto de vista de uma pessoa (que sou eu) que foi única na sua maneira de sentir e pensar o mundo e também na maneira de agir, é como se eu já pudesse antever e pressentir o ‘feedback’, o ‘eco’ das minhas palavras no tempo, que não teria nada a ver com as minhas folhas amarrotadas que alguém iria encontrar - se eu não entrasse em paranóia e as destruísse para não serem vistas, como se fossem indignas -. É claro que estas palavras não têm uma cara que as identifique, eu não dou a minha cara a conhecer, as pessoas ‘constroem’ essa face, que é a minha, segundo o que sentem ao ler. E eu, quando falo, falo de dentro de uma profundidade que um ser humano tem, um espírito que está em comunicação com os outros, não sei de que maneira isso se realiza, mas isso acontece. Os espíritos humanos interagem. Posso dizer que navego na génese dos sentimentos, encontro-me muito próximo de compreender mais amplamente a essência dos sentimentos, do sentimento humano, a todo o tempo (e cada vez mais à medida que o tempo passa). A minha mente anda sobreexcitada e onde quer que passe, sobretudo se não conseguir fingir a norma de comportamento que as pessoas têm. Sobretudo em hora de me manifestar, na hora em que não consigo passar sem ser notado, eu capto a atenção dos espíritos que me envolvem, quer para o bem quer para o mal. Os espíritos das pessoas tendem a manifestarem-se de formas muito previsíveis para mim, e levam as pessoas a ter as atitudes mais estranhas de comportamento, e que hoje podemos captar com as imagens televisivas. Por exemplo, quando eu estou em baixo, à minha volta tendem a aparecer pessoas que me atacam a minha personalidade, um conjunto de azares tendem a aproximar-se, pessoas indesejáveis aparecem, a vida deixa de fluir convenientemente e normalmente para mim, como se um mal atraísse outro. Para que tudo volte ao normal, tenho que normalizar o meu espírito sobreexcitado e tudo volta ao normal a pouco e pouco, se isso for possível, dentro do tempo próprio. Pode parecer normal que assim seja, para muita gente, mas eu analiso isso em profundidade e de que modo isso tem afectado a minha vida ao longo do meu tempo de existência, uma existência feita de mal-entendidos e incompreensões pela parte alheia que eu não consigo ‘corrigir’ e ser assertivo no momento próprio e que se têm acumulado ao longo da minha existência. Auto – compreensão é o que tento ter na minha vida agora, para não entrar em auto comiserações como já aconteceu e acontece a muita gente que se destrói com essa característica. Não temos que ter pena de nós próprios pelo que sentimos e o que nos sucede, porque, acredito, isso leva a que fiquemos mais fragilizados, como se o que sentíssemos fosse indigno, como se não pudéssemos sentir da maneira que sentimos, como se não pudéssemos ser diferentes. E é difícil ser-se diferente, como eu sei isso! Graças ao meu destino, graças à sorte também - que tenho feito por ela -, não tenho tido das piores vidas que há, apesar da enorme solidão que senti, e de ter sentido a minha vida desabar completamente perante a minha pressagiosa e prognóstica mente, perante a assistência da minha auto regulação espiritual, que viu [a mente] todo um futuro de ideias e sonhos a cair que nem baralhos de cartas. O futuro tornou-se tão imprevisível que vi realmente e gradualmente que a vida é ‘um tudo’ que se constrói a cada passo e que tem que se manter com muita energia e inteligência mas que se pode transformar num vazio quando as nossas aspirações são deitadas por terra, quando queremos andar e não nos podemos desprender das amarras com que o passado nos acorrentou. E a música deu-me liberdade no meio desta prisão, é o meu ópio. O meu sentir solitário e inexprimível verbalmente (e inexprimível existencialmente pelo que sou), ou ainda, devido a esta minha incomunicabilidade com os outros seres [porque agora sei que alguém me privou dos bens maiores que se pode ter que é sentir-se livre de transmitir as suas ideias, de manifestar a sua alegria e tristeza e de utilizar humanamente as energias que um jovem tem], aprendeu a sentir a Universalidade dos sentimentos. E, assim, sinto nas palavras dos outros, nos seus sons, nas suas músicas, em toda a manifestação de ideias e sentimentos sob as formas emotivas que se formam [como a música, a informação etç] aquilo que eu não conseguia transmitir. Lembro-me, eu, no princípio deste fechamento sentimental e emocional - em que me refugiei na escrita e no mundo dos pensamentos, num transe que me levou a estar aqui e agora, ainda porque o meu destino é este e não pode ser outro – que já analisava o que eram os sentimentos e as emoções. Para mim, a emoção (ões) é (são) claramente a(s) manifestação (ões) do(s) sentimento(s). Consigo entender a repressão de emoções que tenho tido ao longo da minha vida, a contrariedade de sentimentos e mais, a frustração de sentimentos, com razão de ser, que são reprimidos e não são manifestados porque não convém a alguém que me envolve. Acho que, depois de toda a análise que tenho feito na minha mente, sou um homem privado de liberdade, com défice na manifestação das mais básicas maneiras de a gente dar a conhecer o que se sente, na manifestação e recepção do amor [também incluído nisto]. E só nesta escrita sinto a libertar-me, quando, mesmo que esta mensagem não chegue a um interlocutor, sou capaz de me rever, mais tarde, compreender, formar mais uma ideia que tenha coerência, e seguir inteligentemente o meu caminho, segundo as minhas possibilidades.
Desejo comunicar e encontrar eco. Desejo emocionar-me e sentir o feedback ‘positivo’ dessa manifestação dos meus sentimentos.
<<Preciso de uma operação que custa cinco mil euros no privado entretanto espero, vai fazer quatro anos em Agosto, por uma consulta no hospital de Faro. Liberdade para morrer.>>
Fulano
Os políticos, como qualquer pessoa que promete e é responsável e tem poder, deviam ser condenados por não cumprirem com o que prometem, pois o poder é um conceito que encerra (ou devia encerrar), em si, muita responsabilidade. E o mais relevante nisto é que põem falsas esperanças em muitas pessoas que necessitam ou simplesmente 'entram na onda' dos ideais de tais homens (tal como acontece noutras áreas de influência do âmbito humano), como se eles pudessem chegar a resolver o problema de cada ser humano, o 'cidadão' como lhes chamam. Cometem, muitas vezes, atrocidades, sobre o pretexto de que querem ajudar a melhorar o mundo, o seu país ou até onde o seu poder abrange. Mas os políticos não são Deuses, eles fazem parte de um jogo humano, o do poder, o de influenciar a vida das outras pessoas, quer para o caminho da vida, quer para o caminho da morte, quer se aceite esse facto ou não. A verdade é que, nesta economia, em que se 'adoram' os números, somos medidos, precisamente, por valores numéricos no conjunto e não como seres em particular que somos, nesta imensidão de gente que habita no planeta, cuja natureza parece agir com indiferença em relação aos seres que neles habitam, como se a vida fosse uma 'sorte' e um acaso. Já que este mundo humano é de impunidade, e a revolta nem sempre é o caminho a seguir, pois, por exemplo, pode destruir-nos mais a nós do que com quem nos queremos revoltar, resta-nos acreditar que a nossa existência terá um sentido. Em Deus (por exemplo, porque não?) ou num conceito que ele representa, a verdadeira natureza, não a natureza pervertida do homem. Acreditar que não é só a vida que tem sentido, mas que depois da morte, tudo continuará a ter sentido e que já havia um sentido antes da vida. E mais, o que é facto é que tudo funciona, apesar do caos que governa o mundo, por mais admiração que isso possa causar. Como pode funcionar assim? Não sei, mas o mundo não pára. Eu iria contra os meus princípios se fizesse algo em que não acreditasse e soubesse que poderia ter consequências trágicas nas pessoas. Os políticos talvez devessem fazer o mesmo. Talvez por isso não me demova do meu sentir primitivo e me guie por esta apatia em que caminho. Neste momento deverá aplicar-se o provérbio: 'A esperança deve ser a última a morrer'. Acreditem na natureza, que eu vou tentar fazer o mesmo, e que ela abra os olhos de quem pode e que essa natureza faça justiça, para que, quem pode, ponha à frente dos seus próprios interesses os interesses dos seres em geral e da natureza.
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