O meu passado na minha memória, constantemente-2005
Ultimamente olho para trás e consigo compreender a minha vida através da associação de ideias, em muitos aspectos. E um grande problema entre muitos outros que me têm derrubado socialmente e que me têm precipitado para os acontecimentos que me têm ocorrido, as minhas vicissitudes, é o contacto com o sexo oposto. Sempre fui muito romântico, sempre pensei em amar alguém, uma rapariga que gostasse de mim. Mas falhei redondamente nesse romantismo. Mas continuo a ser romântico, a acreditar no amor. Só que agora faço para que esse romantismo não me magoe, porque ele desarmou-me durante tanto tempo e fez-me vulnerável aos ataques exteriores. Tornei-me num indivíduo tão defensivo que nunca aprendi a atacar e as defesas não conseguem durar para sempre. Mas em relação a defesas o que me desarmou mais, mais do que esse romantismo que ajudou a que me amolecesse e me fez penetrar nas sombras e mesmo na escuridão, foi a atitude de certa pessoa, dura para com as minhas vulnerabilidades o que me tornou mais vulnerável.. Ele foi o principal culpado, como pessoa que era, teve a atitude de relação para comigo e para quem é do 'meu sangue', como se fosse para estranhos, de domínio.
Além de tudo isto pesa-me o passado, e os do 'meu sangue', tendo eu já vindo em último. Vivi muito apegado a essas pessoas e vivi como que num pântano psicológico. Todos eles se dispersaram e eu aqui fiquei ‘agarrado ao pau’, como se diz por aqui. Por causa dessas pessoas a minha vida deixou de ser original, com verdadeiramente um mundo pela frente, e muito dependente das vidas deles. A minha personalidade dependeu muito deles, talvez eu tenha compreendido demasiado tarde que cada um teria que seguir o seu caminho, nesta gente que se dispersou. E também é verdade que foi investida alguma atenção em mim, mas talvez não tenha sido aquela que deveria ter sido investida, não foi investida atenção no que devia ter sido investida. Nem mesmo essas pessoas compreenderam o destino que me influenciava, e a incompreensão é um mal dos tempos modernos que atinge por demais a maioria das pessoas. As pessoas não querem saber do que as faz mover, e muito menos compreender os outros, os companheiros, os amigos. A incompreensão mata, literalmente muitas das vezes. Só uma pessoa que sabe pode compreender. As pessoas não querem saber. O comodismo faz com que as pessoas se desinteressem. Talvez eu também seja um comodista fisicamente, tento poupar o meu corpo do esforço físico. Mas psicologicamente nunca me acomodei, talvez dai a loucura a que estive sujeito, devido ao meu constante esforço psicológico para compreender o que me envolve e as forças que me fazem mover, mover os que me envolvem, mas sobretudo as que me fazem mover e o porquê do meu destino. O meu destino que seria o de submissão e introversão e domínio por parte dos outros, que seria o de estar calado perante o mundo. Mas eu grito dentro de mim para com o mundo. Dentro de mim não há loucura e eu sou um ser Puro. Nunca quis mal a ninguém, e raras vezes fiz mal a alguém. Mas sempre que me quero expressar para este mundo eu não consigo, ou consigo muito mal. Mas vejo também que o mal não está somente em mim, a culpa está nos outros também, os comodistas psicológicos.