A morte é inevitável
A morte é inevitável, assim como a decadência que a antecede. A minha tristeza consome-me desde o princípio da vida, como uma sina inevitável. Vejo todo o caminho por onde tenho trilhado. Vejo cada vez mais o passado e o futuro. Vejo coisas em que acredito e que talvez eu não devesse acreditar para ser normal. Mas eu não consigo evitar as variáveis que eu tenho em mim que são incomensuráveis. E quer eu faça isto ou eu não faça quer eu corra e me esconda quer eu me mostre ou esteja quieto o destino tende a aproximar-se cada vez mais. E eu cada vez mais o vejo, cada vez mais claro, nasci para algo, só ainda não consigo saber para quê, talvez para ser carne para canhão, talvez para travar uma batalha para que outros vivam.
Resta dizer ‘ADEUS’ bem devagarinho, penso, sofrer bem baixinho. Sei que cada vez mais estou desligado do mundo, mas que interessa isso a quem quer que seja…Que poderá alguém fazer por mim. Se nem Deus em quem acreditei fortemente, no mais profundo do meu ser, me ajudou a triunfar, a ser feliz, sim porque triunfar nesta vida seria ser feliz. Aquele Deus que eu acreditei ver um dia e que me ajudaria, aquele castelo indestrutível que me apoiaria, foi a minha loucura. Eu vejo tudo neste momento como num relance, tudo o que me fez ser quem sou, o meu caminho até este momento, como se estivesse a morrer rápido, mas será tarde de mais? Talvez seja.
Adeus sanidade, se é que alguma vez a houve, adeus.
Estou desesperado, não consigo me envolver, não encontro ninguém sincero com quem me envolver, já não sinto a sintonia dos homens. Se não houver alternativa, resta-me abraçar o meu destino com todas as forças que me restam, mas eu choro. Choro por ter sido tudo