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Mais um alegre blog...?!

Enfeitado , disfarçando; traduzindo: as horas, o tempo que passa, inexorávelmente, e sentindo os sentidos da minha vida e de tudo e todos os que minha alma toca e abrange. Bem vindos a este meu Universo.

Mais um alegre blog...?!

Enfeitado , disfarçando; traduzindo: as horas, o tempo que passa, inexorávelmente, e sentindo os sentidos da minha vida e de tudo e todos os que minha alma toca e abrange. Bem vindos a este meu Universo.

Os problemas magníficos da minha vida

    Mais um dia magnífico passado. A minha vida, como tantas outras, tem sido magnífica, vencendo obstáculos apos obstáculos, compreendendo as minhas dificuldades, umas após outras. É com rancor sincero que penso em todos aqueles que seguem na intolerância em relação à minha pessoa (empatizo com os que estão em situação idêntica), de que tenho sido vítima toda a minha vida. Eu não queria sentir isso nem estar aqui a dizer tudo isto que digo e repito muitas das vezes, mas caio na malha do meu destino constantemente, que até me parece que existe, o destino de cada um. Foi já um longo caminho até aqui, o meu, como muitos dirão do deles. Vou só dar um exemplo de uma dificuldade para que se tenha ideia do que falo, se não me lembrar de mais alguma ou a minha mente tender a esconder o que é negativo para exprimir: Eu ruborizo facilmente, sempre corei facilmente e isso tem sido uma fonte de discriminação da minha pessoa na minha vida, eu sei que sim e agora ninguém mo pode negar (!); e vou dar o exemplo de hoje, eu entrei num bar, na rua estava frio de rachar, o bar estava quente demais, e eu ruborizei facilmente ficando com as ‘bochechas como um tomate’ (frase de um amigo), e como não sou tolo percebo o que se passa à minha volta, e nas cabeça das pessoas até, diria, e eu disse ao meu amigo que é uma pessoa normal e não ruboriza facilmente, ‘a ti não te acontece isto pois não?’, ao que respondeu ‘não, porque te acontece isso?’, eu, sei que não vale de nada o falar sobre isso, e simplesmente respondi ‘já é de família’, sentindo que para ele era indiferente a minha situação, aquela com que eu tenho vivido e tenho de viver a minha vida toda. Ah, mas não é só por isto, e se eu tivesse um poder eu me vingaria de tudo aquilo por que tenho passado, podem ter a certeza disso, de toda a vida de discriminação, sabendo que meu pai e minha mãe sãos as pessoas ‘culpadas’ de ter vindo a este mundo, é verdade, e são culpados de muita coisa que sinto, pois foram eles que me moldaram o pensamento, mas o não ser aceite como sou por parte dos outros revolta-me imenso. Em relação ao rubor, penso que quando era mais novo não ruborizava tanto, agora fico mais corado facilmente, posso dizer que entro mesmo em hipertermia com choques de temperatura e choques emocionais, alterando-me mesmo o meu estado de consciência e de alerta. Toda a minha vida tenho vivido com medo do rubor e do gozo. Eu nasci com alguma propensão de introvertimento, talvez, mas os medos com a hipertermia junto a pessoas foram crescendo, e sei agora que isto não é normal, de tal modo que isso também me afectou a maneira como raciocino. Nasci moderadamente débil, fui ‘amamentado’ através de leite em pó, porque o leite da minha mãe não era nutritivo o suficiente, ela já estava numa idade avançada. Nasci talvez sem ser querido e esperado, tenho que admitir isso para mim mesmo por mais que não queira pensar nisso nem dizê-lo a ninguém. Mas também digo que meus pais não me abandonaram, talvez devido à cultura em que estão inseridos, e, claro, talvez porque terão senso de pertença, algum amor, e vergonha de abandonar um ser, e sei lá que mais. Sinto que a ignorância e o infortúnio me persegue desde que tenho memória, penso mesmo que desde que nasci ou ainda antes, e me chamam para junto deles e que não pense na vida, que a vida é como é e que não podemos mudar o que ela é. Mas eu queria mudá-la, queria, desde sempre, do mais profundo do meu coração, da minha alma, ser uma pessoa normal, mudar a minha vida, não passá-la em sofrimento, aceitar-me como sou e ser aceite como sou. Mas eu não me aceitei como sou, tenho que o dizer, e tenho a certeza que é porque os outros não me aceitam como sou, cheios de falsidade quando dizem o contrário. Cresci a pensar que o rubor passava, que se lutasse contra ele eu ganharia, talvez através de umas bofetadas dadas ao longo do tempo eu tomasse calo e ele não mais voltasse. Mas se não fosse assim eu agora não estaria aqui, se não fosse a ilusão e a força que me foi dada de viver pelo Universo. Mas não, eu nasci simples, sensível, com vontade de viver (é certo), mas com uma personalidade débil dentro de uma cultura e com pessoas que me querem aprisionar no que sou e sinto, querem roubar-me a minha liberdade e até a minha vida. Eu diria agora, depois de tudo o que tenho passado, que o mundo é fantástico, mas os seres são abomináveis, reles na natureza de agir, erráticos, por mais que se chame a isto tudo evolução das espécies. Muitas pessoas ficam magoadas ao ouvir isto, mas mesmo a pessoa mais inteligente do mundo e mais influente no mundo que houver nos séculos que provierem será simplesmente um ser errático, um ser que nunca atingirá o dom daquilo a que um dia se chamou Deus. E eu posso estar errado, mas isso não me pode interessar porque eu já não estarei cá. Nostradamus também deixou a palavra que Deus quis que ele deixasse, talvez mesmo todos os seres agem segundo um objectivo pré-determinado por algo nunca tangível. Penso mesmo que o homem se autodestruirá. Talvez tudo o que se passa seja um acaso. E com tudo isto do rubor eu me tornei assim. Mas algo lá bem no princípio da minha vida se tornou uma bola de neve que eu não consigo destruir agora. Não foi só o rubor, mas também a minha tendência de tímido, introvertido, com sintomas de Asperger, autismo, sei lá que mais, e confesso que odeio todos esses que inventam doenças para se governarem, tirar proveito monetário do infortúnio dos outros que por algum motivo não se encaixam nos cânones dos tempos em que vivem, eu os abomino como eles me abominam a mim. Eu só quero viver, será pedir muito? Ser tratado como humano, como sou, que sejam tolerantes para mim, tudo tal como eu faço para os outros. Não foi só o rubor, foi o fechamento que foi tornando conta de mim, a fuga ao perigo, eu só queria fugir dali, as fobias…. As ansiedades… tudo sem controlo, a tal bola de neve. Eu calei-me por de mais, proibiram-me de falar – como eu odeio meu pai-, não me deixaram reagir - como eu o odeio -, e odeio todas as pessoas que me trataram mal, me humilharam na minha vida. Como eu odeio a falsidade, de quem não lhes nasceu a vergonha na cara, o rubor, o bom senso. Eu nasci aberto ao mundo, como uma tábua rasa, eu nasci do zero, com todas as probabilidades contra mim de viver, e no entanto vivi e vivo, tentando vencer a ignorância e o mau  trato. Eu abri a minha mentalidade, a minha mente ao conhecimento e à sabedoria, nasci na pacatez e sou pacato na maneira de me exprimir, mas o meu mundo ideal, as minhas ideias fervem neste caldeirão que é a minha mente. Que vou fazer nos que me resta ainda da minha vida? Não sei, tudo é tão incerto e fugidio. Vou ser mais um ser para esquecer, é certo, porque ninguém é mais que tudo o que existe. Nem vou falar do bullyng, nem de todos esses termos que tem a ver com falta de dignidade. Fiz tudo certo na minha vida, fui uma pessoa cheia de bondade, e mesmo assim, para minha surpresa, sou a pessoa que está mais errada neste mundo.  
    Com tudo isto, algo em mim atrai o azar, me quer destruir. Cada vez que penso em todas as situações incompreendidas da minha vida tenho pena de mim próprio e me pergunto porque teve de ser tudo assim??? Pensava que o meu silêncio era forte (o suficiente) para afastar o azar e tinha a certeza que caminhava no bem e seria recompensado num futuro com bem-estar, enfim, enganei-me. Não posso sociabilizar, por causa do meu rubor, dos meus ideais errados ou desajustados, por causa das minhas emoções estragadas e deturpadas e sem coerência. Cada vez mais me parece que tenho de viver no virtual, ao menos no Virtual, do que sem acesso ao virtual, falar com ninguém, estar offline, estar inerte. Mas o que é o correcto? Cada pessoa com suas ideias, cada um a dizer a sua maneira ideal de viver… eu não posso viver assim, por isso me isolo. Até quando vou viver com dignidade? Não sei, mas a coisa pode dar para o torto, e é o mais certo, será um milagre se eu viver muitos anos e estiver enganado. Será uma luta de dia após dia, para pelo menos tentar lá chegar.

A estranheza de viver

    A minha vida é estranha. Se alguém seguisse o que escrevo decerto já não acharia novidade no que eu digo e a maneira como o digo. Faça o que fizer não me consigo libertar de quem sou e de forças estranhas que me cercam. Hoje acordei a pensar que me poderei tornar num mártir; ou quiçá, nas pior das hipóteses, serei deletado ingloriamente desta vida. E tenho medo do que penso e digo além do que faço, faz já muito tempo, pois, isso influência a minha vida, sei-o, mas não consigo sair deste rumo, afinal, eu sou assim desde já lá bem no princípio. Só tenho um certo controlo sobre ela, a minha vida, quando estou só e sossegado, calado, pelo menos um controlo aparente. Em sociedade, tudo o que faço dá errado, porque ando atado, preso, por algo que ainda me transcende, por causa de alguém que eu abomino e que não significa nada, para ele, essa abominação, porque afinal a justiça não é o que se diz ser, talvez seja, até, uma utopia, algo que nunca pode existir. É tudo estranho, muito estranho, para mim, como se algo quisesse brincar com a minha vida. Como se duas forças estranhas lutassem em mim e/ou por mim, como sejam o bem e o mal, ou seja, aquela(s) força(s) que quer me destruir e injustiçar contra aquela que me quer manter vivo e que me quer fazer justiça. Mas ainda não é claro para mim como essas forças se distinguem – E digo <<ainda>> porque anseio por as separar e entender claramente, no futuro-. Tenho noção de que são as pessoas, se não só mas também, que nos fazem sentir mal, e bem. Tenho grandes evidências, segundo o que se passa na minha vida, de que estamos ligados aos outros, como se fizéssemos parte de uma psique colectiva, e assim influenciamos e somos influenciados, através dessa(s) ligação(ões) misteriosa(s). Cada vez sou mais limitado, em todos os aspectos, estou envelhecendo, é óbvio. No entanto, pelo menos por enquanto ainda tenho reminiscências da magia do que fui e senti na minha juventude, quando cresci rapidamente. Foi belo e mágico ter sentido certos sentimentos que tive, positivos, no entanto, também me apercebo da génese de certos sentimentos negativos que em algum tempo se transformaram em algo grande e assolaram tenebrosamente a minha vida – oxalá que não voltem, mas eles podem voltar… eu sei-o, e é muito provável que voltem. Procuro constantemente o significado de todos esses sentimentos mágicos, quer positivos quer negativos, a ilusão da vida, os momentos marcantes que agora fazem sentido, um grande sentido. Tento libertar-me, dia após dia - do orgulho, do domínio, do escárnio, da infâmia, da falsidade (das acções), da dissimulação dos sentimentos, da animalidade levada ao um ponto mais complexo, a humanidade, sem no entanto deixar de ser o que sempre se foi – daquilo que me querem fazer, segundo as velhas regras da humanidade, ou melhor, as verdadeiras leis da vida, e a verdade é que não consegui, embora tenha esperança de que é possível. As minhas emoções tendem a esfumar-se, a engrenagem delas está seriamente danificada. E custa-me a pensar que estarei todos os dias que me restam a lamentar-me de tudo aquilo que me leva a prosseguir um caminho que não é o da liberdade, um caminho onde não me sinto livre. Meus pais, minha família, todos, todas as pessoas, são dissimulados. Afinal, na minha vida, só recebi alegria quando eu a tinha para dar. E eu pergunto-me, porque nasci ingénuo, simples, iludido, sem o dom de lutar (?).

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