Enfeitado , disfarçando; traduzindo: as horas, o tempo que passa, inexorávelmente, e sentindo os sentidos da minha vida e de tudo e todos os que minha alma toca e abrange. Bem vindos a este meu Universo.
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Música: Concerto dos U2 em Coimbra em 2010 está esgotado
17 de Outubro de 2009, 17:02
Lisboa, 17 Out (Lusa) - O concerto dos U2 a 02 de Outubro de 2010 em Coimbra, está já esgotado, disse hoje à agência Lusa a promotora Ritmos & Blues.
Os 42.000 bilhetes para o concerto foram colocados à venda a partir das 10:00 de hoje, mas esgotaram em cerca de sete horas.
O preço variou entre os 32 euros e os 260 euros >>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>
Gosto das músicas do U2. A música marca e marcou muito a minha vida, como deve marcar a de qualquer pessoa. Mas estou aqui para fazer a apologia daquilo que eu sou e do que senti e sinto. E a música dos U2 marcou de forma indelével também o meu ser, apesar de eu gostar da música de uma forma transversal, pelo que me faz sentir. Talvez por ser uma pessoa introvertida [e que ainda me considero] apanhei um gosto peculiar por ouvir as músicas que a rádio passava, era esse o meio que tinha para as ouvir enquanto cresci, era a minha ligação com o mundo globalizado que eu sonhava compreender e conquistar. A música entrava de uma forma muito particular na minha alma sensitiva, como sempre o foi, sei disso, quando me lembro do que fui e do que senti. Aprendi a apreciar a música inglesa, sobretudo, os sucessos que era o que mais passavam nas rádios nacionais, a RFM sobretudo, que ainda continuo ouvindo. Sei melhor, agora, que faziam, realmente, vibrar muita gente, e compreendo melhor a dimensão desse sentimento. Não era por qualquer motivo que eram as melhores, melodias que entravam directamente na minha alma em formação, mas já com uma predisposição para essa sensibilidade que tendo a interpretar e compreender. Lembro-me de desejar conhecer um dia qual o título daquela música, quem a cantava, porque eu realmente só ouvia, e não tinha MTV. Mas é óbvio, agora, para mim, que se tivesse visto primeiro quem cantava aquelas músicas teria perdido esta sensibilidade particular de sentir o mundo, aquilo a que chamamos ‘sentir com o coração’, sentir antes de observar. Teria certamente, criado preconceitos se tivesse visto antes de sentir e isso teria condicionado a minha maneira de sentir, neste caso em particular a música. Como aprendi a apreciar a música ‘com o coração’ e antes de ver quem a cantava, assim acredito que antes de vermos temos os sentimentos que antecedem a nossa visão e que nos permitem compreender o mundo antes de o interpretar visualmente, o dom de sermos quem iremos ser neste mundo, façamos o que fizermos. E sei - e saberei cada vez mais, espero – que o que me falta em compreensão visual do mundo tenho em compreensão sentimental, compreensão do que é feito a minha psique, a sua natureza e concerteza a natureza do ser humano. Penso que temos de saber apreciar a arte em si, não porque foi este ou aquele que a fez. Temos que apreciar a música como temos de apreciar outra arte qualquer, como a escrita, por aquilo que nos faz sentir, e nos faz despertar. Pode nem ser o (a) cantor(a) bonito(a), mas o som da sua voz pode ser divinal. Pode até não ter mais músicas que sejam interessantes, mas aquela é inesquecível. Mas, como tudo, os gostos são questionáveis. Tal como ‘Quem feio ama, bonito lhe parece’ assim as músicas que marcaram a minha vida e que eu julgo ser as que têm uma beleza especial, para outros podem não dizerem-lhe nada. Os gostos são relativos. Parece-me que há uma maneira de medir a extensão do ‘bonito’, a beleza da arte, é, precisamente, pelo número de pessoas que apreciam ‘aquele’ som, ‘aquela’ escrita, ‘aquele’ quadro, ‘aquele’ tipo de expressão. Quanto maior a capacidade que a obra produzida tem de mobilizar o maior número de pessoas, maior o seu nível de beleza. Talvez mesmo a grandeza da beleza da arte esteja no grau de capacidade de mobilizar os sentimentos humanos universais, que existem nas pessoas, por todo o seu ser. E é o espírito humano, dádiva de algo que nos transcende, que nos permite descobrir a beleza, e é sem dúvida ele mesmo criador de beleza. Posso dizer, por outras palavras, que a projecção que tem a obra criada lhe pode dar mais beleza ou ai encontra a beleza que nunca encontraria se não fosse projectada. Quantas possíveis músicas bonitas não ficaram no silêncio porque não projectadas, quantos poetas esquecidos nas malhas do tempo, talvez nem reduzidos a lendas, quantas escritas esquecidas, textos que poderiam ter enorme valor e que foram apagados da memória consciente da humanidade. Mas acho que tudo tem uma razão de ser. Os U2 são uma banda que se projectou e a projectaram e que perdurou, como se isso estivesse escrito que havia de ser assim. Tem estilos de sons variados, letras muito interessantes. E o que mais me interessa é o que a sua música me faz sentir, sons que me fazem relembrar, que me fazem sonhar, músicas que marcam momentos, da minha vida. E ela me faz um elo de ligação de mim com outros. Mas os sons serão ultrapassados, o mundo mudará e os sentimentos das pessoas mudarão, novos estilos aparecerão. E aquelas músicas ficarão marcadas na memória para quem vivenciou as situações ao som daquela música. E elas serão descobertas por outras pessoas, mas possivelmente já não representarão o mesmo significado original - e depois faz-se mais um remix e tal -. E há aquela música que tem de entrar no ouvido porque ela é forçada a entrar. Por vezes não gostamos, mas somos obrigados a vir a gostar depois de tanto ouvir a lenga - lenga. Não sou artista porque penso que o sou. Quero acreditar que, se um dia soubermos produzir, fazer obra, ai podemos ser artistas e produzir beleza, sobretudo se formos projectados pela vida. Assim acontece com aqueles que sonharam ser. E a beleza é ilusão. A ilusão faz parte do sonho, e pode ser alucinação. E o sonho faz o homem avançar. Como é bom recordar, e através da música tanto melhor.
E agora, aqueles que passaram hora ao relento para comprar o bilhete para assistir ao concerto que desfrutem dele depois que eu vou desfrutar da música deles aqui, ou no carro, ou num lugar, quem sabe, que passe uma música deles na rádio e que marque mais um momento e ai as suas músicas tomam novos significados.
'pq é q falas de deus como se fosse uma entidade masculina?' - Isa
Resposta ao comentário/pergunta de Isa:
Olá Isa. Eu não quero falar de Deus como uma entidade masculina. Aliás, penso que a Deus, como entidade não objectivamente identificável que é, uma entidade metafísica, não podemos atribuir sexo. Apenas na mente dos homens há o conceito [que talvez provenha da imagem religiosa masculina de Jesus 'que foi Deus que se fez homem', segundo as palavras da religião Cristã] de conceber Deus à sua imagem [dos homens]. Penso que parte daí a tua ideia errada (como a de outras pessoas, e que poderia ser a minha) de atribuir a essa entidade transcendental que gere tudo, Deus, uma característica (sexo) de seres terrestres, o homem por exemplo. Eu sempre que me refiro a Deus sinto-o como entidade metafísica e transcendental, logo assexuada, não como um ser concreto e definido - e mais, sinto plenamente que ele se manifesta nos seres de uma maneira geral, não só no homem, como também nos animais, nas plantas, na matéria, no mundo, e de forma geral no Universo [concordo com a ideia religiosa que diz que 'Deus está em toda a parte']. Acho que Ele é um todo que por sua vez está em tudo o que existe, cognoscível pelo homem ou não, Ele é a essência das essências, e não uma parte, como o podem por vezes conceber certas pessoas, de uma forma muito redutora. Repara que quando nos referimos a 'homem' [por exemplo na frase:'O homem é o culpado das vicissitudes deste mundo'], não só nos referimos ao homem, o ser masculino, mas também à mulher, o ser feminino, como se fossem uma entidade única e assexuada, curioso não é? Quando me refiro a Deus como sendo 'Ele', talvez eu me refira desse modo porque a palavra 'Deus' seja uma palavra (substantivo) masculina, mas isso não significa logo que, por consequência, seja uma característica de Deus, que Ele seja masculino.
Procura-se assunto para escrever num blog. Acho que muita gente procura. Eu sinto os assuntos a jorrar de mim para o vazio à medida que caminho sem aquela alma que deveria estar do outro lado a ouvir-me, dar atenção e sentir-se interessada por aquilo que tenho para dizer. Acho que vou começar de qualquer modo. Tenho tanto para dizer, tenho cada vez mais para dizer. As ideias fluem sem parar, as imagens passam e associam-se, a base de dados torna-se maior, e o tempo, esse, cada vez mais escasso e valioso. A motivação que nos leva a escrever, neste caso num blog, é o motor que pode durar mais ou menos conforme a qualidade desse motor, dessa motivação. E eu aqui sou um actor, eu sinto-me como tal, e no entanto não deixo de ser eu, mas, cada vez mais o sou. A motivação que me faz viver é a mesma motivação que me faz continuar a lutar por aquilo em que acredito. E aquilo em que acredito é: diga o que disser, faça o que fizer, ou simplesmente siga silenciado, tudo se resume a viver, porque eu estou vivendo! Luto pela vida porque a morte é certa e inesperada. Luto pelo poder que a vida tem, à minha maneira, da maneira que posso, porque mereço viver, porque algo que me transcende me diz que devo continuar a viver, doa o que doer. Uma motivação é sentir. Não devemos abdicar de sentir. Temos em nós a força da nossa vida, não devemos procurar no óbvio a força que nos faz viver. Eu procurei ardentemente no outro a força da minha vida, como se no outro estivesse o meu destino. São tão complexas as forças que unem os homens e no entanto como podem ser tão diferentes das forças que nos fazem viver e que só nós conhecemos. Essas forças que nos unem, essas energias que nos envolvem e que nos ligam e desligam uns dos outros são teias imensas, de tal modo que me custa a acreditar que tudo terá um fim, mas que aceitarei se assim o for, mesmo que nunca venha a ter respostas para isso. Por vezes, queremos dissertar sobre assuntos, queremos pegar num tema e desenvolvê-lo até mais não poder. E, eu, muitas vezes, pego no vazio e na incapacidade de aparecerem temas e desenvolvo as ideias que muitas vezes nada têm a ver, aparentemente umas com as outras. Eu desenvolvo, muitas vezes, temas baseados naquilo que sinto. Sei que posso estar aparentemente a falar no vazio, mas tenho a esperança que no momento certo tudo será dito e feito. Tudo têm um momento próprio para se fazer. E a gente sabe quando chega esse momento, porque o sentimos, assim eu o espero sentir. Idealizo o mundo à medida da minha experiência física e mental. E o mundo transcende-me infinitamente, embora eu ainda tenda a duvidar, e a questionar-me se o mundo não poderá ser abarcado pela minha mente conhecedora, é que tantas vezes me parece tão pequeno quando estou no meu mundo que confundo o que é o meu mundo com o mundo que existe lá fora e que açambarca o meu. Oh! Como é bela a semântica, como é bela na escrita, a dualidade de ideias dentro de uma expressão frásica. E digo dualidade como digo pluralidade de ideias que nos podem levar à esquizofrenia, ah, mas eu não queria ter mais medo, o medo é o que realmente não nos deixa viver. E, mais, falo também em auto – estimulação, a capacidade de nos desenvolvermos, ou desenvolvermos uma capacidade sem haver um estímulo real a provocar-nos tal desenvolvimento. São só assuntos e mais assuntos acerca do que se sente. Tanta maneira de dizer a mesma coisa que por sua vez trás tanta falácia, assim é o discurso humano do qual tentamos extrair o suco e tentamos apura-lo de modo a que sejamos cada vez mais perfeitos, aparentemente… Também tenho estímulos que me impelem a que me manifeste, a raiva é um deles, a contrariedade que me envolve, como se fosse realmente um ‘Mr Anger’ [expressão tirada do blog de ‘Mr Anger’, anger = raiva], que na verdade reside em cada um de nós.
Tanto assunto, e só um é o que é mais falado. O amor. Tanto assunto confundido num só, o amor. Tema que faz grandes músicas. O amor. Tema que nos faz mover. O amor… e o sexo. Antes só podia dizer amor, sexo era proibido, mas agora não, os tempos são outros, até já o diz o meu avô. Ainda bem que existe liberdade de expressão. Ainda bem que somos livres, e deixem-me que vos diga a crua e nua verdade, somos livres de destruir este mundo, desculpem que vos diga, mas os vossos filhos estão enterrados na lama e ninguém pode fazer nada. Como pode alguém pode confiar em alguém no mundo que corre? O clima de desconfiança é total. Desfrute quem pode desfrutar, porque quem não pode tem que aguardar por uma benesse que caia do céu. Que Alguém os salve, porque eu já não posso mais. Nunca me esquecerei, que ainda me chamaram burro. O burro era eu ?!!! Não posso mais, nem do meu destino sou dono. Como há gente tão cega? Desculpai que vos diga. Porque tenho eu que seguir este destino autómato? Acessos de raiva dão conta de mim, nesta vereda de palavras. Acessos, esses, que nunca se manifestam, a vida é demasiado curta para isso. Mas tenho que jogar este jogo, da vida, esta viagem eterna pelo mundo, tenho que entrar no jogo para viver, e no entanto eu não pertenço aqui. Eu que compreendo, pelo menos tento, acho-me vitima, de tanta incompreensão. Procuro a luz da coerência, a luz da coerência da minha vida. Outro assunto: A angústia existencial. O porquê de a minha vida ter sido assim e não de outro modo, porque não pude ser feliz quando queria? [A alteração do estado de espírito nota-se a cada frase que passa.] Como pode um homem seguir sereno? Como podes seguir sem conseguires dizer ‘desculpa’? Como me humilhei perante esta vida e nem sequer foste capaz de mostrar compaixão! Busco uma causa que responda à minha questão do porquê de mim estar aqui e agora assim. Porquê? Jamais serei eu quem te pode perdoar, o infinito Universo tratará de te julgar na justa medida. Anseio por ter uma paz, agradeço a que me é legada hoje. Desde o fundo da minha alma, até essa alma que está do lado de lá de um monitor ou onde quer que estejam, num espaço que eu nunca conheci com os meus olhos mas que eu o acolho com a minha alma. As almas vibram em conjunto, e juntas tem um poder, o poder mais alto que nenhuma alma só pode alcançar, esse é o poder do êxtase seguido da destruição. Não posso avançar uma data no tempo, porque o tempo é relativo. Mas posso avançar que é inevitável. Vejo seres que depositam esperança em tudo o que o homem criou, eles participam activamente dessa esperança, eles são o móbil da sociedade futurista, da sociedade que inventa e reinventa, acelerando o que é uma verdade inultrapassável, inabalável, e inconcebível neste ponto do tempo, a meta que todos anseiam alcançar. E o móbil é o mesmo de sempre: a sobrevivência, quero dizer, o amor, ou seja, o sexo, isto é, tudo à mistura.
Sei que posso significar tudo e posso não significar nada. Sei que posso ser o ‘assunto’ ou posso não passar de um conjunto de gatafunhos que não se entende nada. Mas uma coisa gostaria que nunca mais perdesse, era que eu nunca me esquecesse de quem eu sou, jamais, que jamais me voltasse a perder de mim próprio e da minha relação espiritual com o Universo. Porque há pessoas que dizem para ser este ou aquele e eu pergunto-me: porquê? Eu que não sou actor na vida, eu sou actor apenas na tábua rasa. Na vida todos me conhecem, porque EU SOU ASSIM COMO SOU, esta indefinição que se define nos espíritos daqueles que me vêem e sentem. Escolhe o que sou, mas pensa que terás que viver com aquilo que achas, o que pensas acerca de mim. Escrever pode significar um vazio, quando nas palavras que exprimimos não há consenso entre um vasto número, maior ou menor, de pessoas. Mas pelo menos temo-nos a nós como espectadores (e expectadores) de nós próprios, e resta-nos a consolação de nos termos a nós próprios como melhores amigos, de revermos e reinventarmos as nossas ideias. Temos que avançar, mesmo que não vejamos resultados imediatos, mesmo que nada faça sentido, mesmo que não sejamos reconhecidos, porque devemos ter a esperança que encontraremoso sentido algures no futuro, eu o espero. Devemos espalhar as sementes hoje para que no futuro as vejamos germinar, já agora as sementes do amor. Eu espalhei, eu espalhei… não é que o clima me atraiçoou? como eu posso perdoar o clima? E como eu posso perdoar quem manda nele? E quem mandará nele? Porquê (?) o meu destino, esta inter-relação entre passado e futuro, esta loucura de que alguém quer transmitir que o louco sou eu (?) Engole o que disseste (!), não cuspas na cara de quem está acima de ti. Desiste. Eu desisti. É verdade: arrependo-me e ao mesmo tempo não me arrependo. As coisas são como são, não há volta atrás. Mas a vida é justa, cada um tem o que merece. Queres que eu te empreste os olhos para veres pelo meu prisma, queres ser eu (?), então sê actor, e, nunca serás EU, porque um actor não passa de um palhaço -como eu o serei para muitos que lêem estas letras desgastadas pelo sono dorme! O universo te reequilibrará. Os assuntos? Não interessa… sê simplesmente, escreve simplesmente, dá vida às tuas palavras e ideias, dá-lhe alma, e elas tornar – se - hão vida – talvez eu o diga para mim próprio, tão-somente, para infligir em mim uma auto – energia de optimismo.
Até ao próximo assunto.
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