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Mais um alegre blog...?!

Enfeitado , disfarçando; traduzindo: as horas, o tempo que passa, inexorávelmente, e sentindo os sentidos da minha vida e de tudo e todos os que minha alma toca e abrange. Bem vindos a este meu Universo.

Mais um alegre blog...?!

Enfeitado , disfarçando; traduzindo: as horas, o tempo que passa, inexorávelmente, e sentindo os sentidos da minha vida e de tudo e todos os que minha alma toca e abrange. Bem vindos a este meu Universo.

Eu-numa conversa com um grupo a que pertenço

Eu precisava de desabafar, e essa foi e pode ser a minha maneira de desabafar algumas das vezes por escrito, já que oralmente sou uma nulidade de expressão. Hoje já estou mais calmo. Muitos de vós podereis ter interpretando-me mal. Mas não era essa a minha intenção. Não quero ser eu a ovelha negra do grupo, ou o 'bode-expiatório' se bem que é isso que me acontece na minha vida cada vez que tento dar um passo na aproximação social (raras vezes escrevi para o grupo com o medo de ser criticado, com o medo de me expressar, como acontece a tantos de vós), sinto-me sempre o centro das atenções, tal como acontece ao vivo em muitas das situações, e sei que muitas vezes acabo por sê-lo, tão somente por esta fobia social que me destrui, me torna anti-social e que me leva a agir não no sentido convergente de aproximação com as pessoas mas num sentido divergente. Espero não ter passado a imagem de egoísta, porque na verdade sou solidário, tanto que, por exemplo, sofro com as pessoas que sofrem, e muitas vezes sofro mais porque sou confidente dos problemas de muita gente que sofre e fico calado sem me exprimir também, talvez tal como tantos outros. É verdade que olho muito para dentro, sim, mas como um exponencial introvertido. Não sou uma pessoa rica em termos monetários nem aspiro a isso, sou uma pessoa humilde que tenho um emprego que me dá a minha subsistência e que mantenho com dificuldade devido a esta fobia social ( Quanto medo não tenho de o perder e não ser capaz de arranjar outro), graças a Deus ainda tenho pais que me ajudam também e não sei o que seria sem eles. A minha solidão e isolamento vem de longe, sei-o, brinquei sozinho com as pedras e os paus do campo que para mim eram os miúdos que me acompanhavam nessas brincadeiras, praticamente até à idade escolar, 6 anos, e sabemos hoje o quanto importante são os primeiros anos das nossas vidas e como eles 'ditam' o  nosso futuro, talvez dai me tenha tornado uma pessoa individualista. Acredito também seriamente que este problema também passa pelos nossos genes, que trazem uma propensão para a timidez que é agravada com o ambiente vivido, talvez a nossa maneira de sentir já venha nesses genes. Depois disso é tudo um efeito bola de neve, uns problemas trazem outros, as discriminações sociais entre o garotio, um jeito que nos torna mais fechados, um pai rígido, uma série de coisas que enfatizam a nossa maneira de ser e que tantos o sabem acerca do seu passado. Talvez  tenha acontecido algo idêntico com muitos dos que aqui me lêem e dai as 'nossas' ansiedades sociais.

Breves palavras

Só umas breves palavras. Breves como a vida. Mas longas de mais quando se sofre. Sofre-se pelo que se vê, e o que se vê não é nada de bom. Percebo muito bem ou cada vez melhor as entranhas dos homens. E não sou capaz de ser como eles. Eu sou eu verdadeiramente, mas não consigo interagir com os outros porque vejo tanta falsidade, tanta hipocrisia, que realmente ainda não vi ninguém que se aproveite (desculpem-me alguns que não consigo ver e que talvez sejam diferentes), como se só eu pudesse ser aproveitado. Talvez eu passe nesta vida sem ninguém, sem ninguém me ver, um ser perene e finito. Sim é verdade, não gosto do olhar das pessoas para comigo, sei o mal que elas podem fazer aquilo que não compreendem, não acredito nos homens nem no futuro. Ainda estou para ver quando uma minoria vence. Ainda estou para ver quando Deus nos vai salvar. A minha curta passagem por este mundo está a ser infernalizada por uma espécie de destino que é aquilo que eu sou e para onde vou. Luto contra ele desde que me conheço, e começo a crer cada vez mais que é uma luta vã em que sei que vou sair derrotado, porque as variáveis que me envolvem e me fazem seguir o caminho não desejado são incomensuráveis e as forças são cada vez menores. Mesmo no auge das forças não consegui fazer nada, não é agora que vou fazer. Não sei que foi feito dos meus instintos, é como se cada vez menos os tivesse, como se os estivesse a perder. E depois de muito pensar e associar o que foi e é a minha vida não prognostico nada de bom para o meu futuro. Queixei-me imenso, talvez não às pessoas certas. Cada vez sou capaz de discriminar a realidade, se é que alguma vez o consegui correctamente. Na minha cabeça há dois, aquele que eu sou e aquele que eu quero que eu seja e que controla o que eu sou. E tudo isto gera uma confusão, uma promiscuidade de pensamentos, uma profusão de identidades, uma complicação tal, que não me deixa interagir correctamente com o mundo, uma apatia tal, uma falta de emoções gerada por uma repressão tal que não me deixa ser coerente. E desculpem-me alguns homens de boas intenções, mas eu não acredito no homem (no geral), não acredito que me venha salvar alguém. Nada me pode salvar em particular. Já nem sei se Deus estará lá para me salvar, aquele Deus que me impingiram, feito à imagem do homem. Acredito na natureza e no universo e no espírito que dá vida a tudo o que existe (Esse deve ser o verdadeiro Deus), mas não no Deus salvador, que morreu para salvar os homens. Que me desculpem as pessoas simples e/ou humildes e/ou ingénuas, por aquilo tudo que eu disser ou fizer, por aquilo que eu disse ou fiz magoando-as e atropelando-as com palavras ou com silêncio, mas a minha luta neste mundo é de sobrevivência, e luto contra os que pensam ser grandes e que querem e julgam ser mais espertos do que os outros. E a minha luta é silenciosa, é cega, e com tendência a tornar-se surda e impalpável. É a luta do NIRVANA. E se Deus realmente existe, rezo-lhe para que me Dê lucidez e me deixe sair deste torpor em que penso viver e que me pode deixar na porcaria da ruas lamacentas aos lobos dos homens que não sabem o que os move e que fazem 1001 asneiras. Quero deixar de pensar que sou especial, quero ser normal e humano. Quero olhar normalmente este mundo dos homens. Gostava de repor a minha química corporal ao normal, mas apesar disso o pessimismo que me invade é mais forte porque sei o rumo que as coisas estão a levar e já faz muito tempo, mas só agora estou a compreender melhor todo esse complexo mecanismo, sistemas, que me envolvem e que sou eu. Ninguém é salvador de ninguém e cada um só tem aquilo que merece, talvez eu tenha o que mereço. Eu não posso salvar ninguém e nenhum homem me pode salvar. Há um Deus que dita qual vai ser o futuro de tudo e que tudo comanda. Acredito nisso, porque acredito que cada um de nós é parte Dele, e Ele tudo pode até mesmo matar-nos.

Essência

        Vamos ver o que vai subsistir depois de toda esta tempestade social. Isto não é só subir, evoluir, há-de haver um momento, que não sei se já começou, em que tudo há-de começar a decair. Eu já comecei há algum tempo. A minha mente desintegrou-se já há uns anos. Longe estou cada vez mais, mais longe dessa sociedade utópica. Já não tenho capacidade de absorção de tudo o que se passa nem de organizar toda esta profusão de informação, muita dela supérflua. Talvez tenha começado a decair demasiado cedo. Não cresci habituado aos movimentos sociais intensos que levam a que o mundo pule e avance.

Ver a luz

    Eu vejo, eu vejo os erros, eu vejo os problemas, eu vejo a causa já ultrapassada tal como tinha previsto. Num mundo de sonho há uma dura realidade, a realidade que está para lá dos nossos sonhos. Quando estes são ultrapassados, o que encontramos é a dura realidade, aquela que é feita de tempo e que nos envelhece.  É tempo de mudar a estratégia de vida e criar sonhos conscientes. E criamos sonhos passíveis de ser atingidos. Só se vive pelo outro e com o outro, mas o que fazer quando a sintonia não é possível, quando as pessoas andam desencontradas? Quando o platonismo tomou conta de nós? O romantismo corrompe o ser, o romantismo é escuridão constante onde a esperança de encontrar a luz é o móbil dele. Uma luz que se sabe não satisfazer essa necessidade de luz. 

 

 

ser quem sou

Sei muito. Talvez saiba mais do que devia saber. Mas não dou vazão ao que sei. É como se tudo o que soubesse se voltasse contra mim. Os meus instintos primários e de sobrevivência estão seriamente danificados. Dentro de mim há uma conduta que não me deixa ser quem não sou, mas que na verdade não me rege. Esse ‘EU’ profundo tem medo de se manifestar, está desarmado e à mercê de tudo o que de mau há no mundo. Estou profundamente só. E tenho medo de tocar na ferida, ela piora quando se lhe toca. Já não espero que alguém me venha salvar, talvez não acredite num Deus como os homens o concebem. Acredito no Universo e na complexidade de tudo o que existe, no equilíbrio de tudo quanto existe, nos momentos perenes de perfeição, acredito que tudo tem um fim. Acredito em Cristo, não como um homem solitário que morreu para nos salvar, mas em Cristo, aquele símbolo que representa todo um conjunto de homens, uma minoria entre uma maioria, que sofrem neste mundo para outros estarem bem. Há muitos Cristos por aí. Acredito que eu sou um deles. Talvez esta minha sintonia seja a sintonia seja a sintonia dos que estão com Deus, dos loucos, dos deficientes, dos doentes de qualquer tipo que vêem o valor real da vida, e se desapegam da mesquinhice que une os homens saudáveis.

            Faço definitivamente parte daqueles que estão em minoria no mundo. Talvez eu seja a pessoa mais certa do mundo, detentor de grandes verdades, mas sou incapaz de impor o meu ego, de dizer: «este sou eu e isto é no que acredito». Estou dominado mas ainda com esperança de que um dia ainda consiga ser aquilo que eu quero ser, que tenha certezas e não tantas dúvidas. Se se é uma coisa não se pode ser outra, e eu sou aquele que vive dessintonizado com o mundo social que me envolve, com uma visão do mundo acima daqueles que me envolvem, acredito nisso. E eu procuro culpados, os culpados de tudo o que sou, mas talvez não possa culpar ninguém, a não ser aqueles que agiram sabendo o que estavam fazendo. Sei que vou ter de enfrentar uma grande solidão nos dias que se me seguem se eu não conseguir fazer algo para mudar o rumo das coisas, e se a sorte não estiver comigo. Esta minha falta de actividade – a minha passividade – mata-me. Sei que tenho uma grande afectação na minha mente e nos meus pensamentos, e isso não me deixa viver normalmente. Tenho cada vez mais problemas de auto controle. Estas minhas repressões mentais são terríveis. Mas eu sou quem sou, e sou o que sou faz muito tempo, e cada vez mais sou o que sou, como se realmente o destino existisse. E cada vez mais o meu pensamento gira à volta daquilo que me faz sofrer, numa espiral cada vez mais fechada, como numa obsessão. Não posso livrar-me daquilo que já passou por mim, as características de anti-social continuam marcadamente. O pânico pode vir a dominar-me, o pânico de estar só, isolado do mundo. Eu avalio tudo o que se pode passar na minha vida, de inúmeros ângulos e perspectivas, e sei cada vez mais a minha influência no mundo e a influência que o mundo tem em mim. Eu apenas quero paz e serenidade para viver, eu não mereço sofrer tanto, este sofrimento desvalorizado pelos outros. O meu sofrimento tem muito mais valor do que se possa pensar.         O sofrimento de toda a gente tem valor e deve ser respeitado.

Medo das divagações

A terra prometida. Qualquer coisa serve para começar. Uma música: Reamonn. Mas tenho medo das divagações, tenho medo de me perder em mim. Até tenho medo dos factos. E é um facto que eu ando desligado da conduta que rege este mundo, a conduta que rege os homens. É como se eu visse de uma perspectiva superior os homens, como se estivesse num nível superior onde, ainda, poucos estão. É como se eu andasse perdido. A apatia tende a tomar conta de mim, a apoderar-se de mim e a consumir-me. “I´m falling down, please don´t let me fall”, Reamonn. Talvez seja uma mania das grandezas, talvez seja hipocondríaco. Neste momento já não me interessa lutar contra as causas do que sou, de nada serviria, é impossível mudar o passado. Resta agarrar-me ao que posso fazer hoje e o que poderei fazer amanhã. Eu vejo mas não posso mudar as coisas como se eu estivesse neste mundo virtualmente. S.O.S. A minha mente está mais fechada. A minha expressividade está cada vez mais reduzida, o meu pensamento manifestante, que se manifesta, gira cada vez mais à volta do mesmo, a minha incapacidade de expressividade, a minha futura nulidade expressiva, a minha incapacidade de interagir com outras pessoas, a minha nulidade de gostos que não se formaram, a falta de personalidade. Mas algo evolui, a minha inteligência acerca do que se passa no meu interior e do que se passa no interior dos homens. A minha esquizofrenia ainda existe no meu pensamento. Mas porque eu vejo como vejo, meu Deus? Porque me parece estar tão perto de ti e ao mesmo tempo cada vez menos acredito em ti como minha concepção. Porque me sinto cada vez mais só, e ninguém me toca no coração em especial. Algo lá bem no princípio ditou o caminho que eu iria seguir, no princípio da minha vida. Porque não posso eu respirar normalmente, porque sou emocionalmente contido? Porque quanto mais quero ser uma coisa, mais o inverso sou. Porque não posso eu ser feliz como sou?

            Nada me demove daquilo em que acredito. No fundo acredito que o homem é a destruição (não sei porque absorvi tão profundamente o ideal cristão que me leva a tal ideal). Mas ninguém pode parar todo este rumo caótico que tanto pode dar para um lado como para outro. Acredito que caminhemos por onde caminhemos, vamos a dar ao mesmo destino, tal como sinto eu o destino que a minha vida tem, porque não podemos mudar de um momento para o outro. Esta vontade de mudar tudo numa só vida, que acabamos por não conseguir absorver, é inerente ao homem. Este querer tudo numa só vida é destruidor. Se eu fosse maleável e adaptável eu seria mais feliz, mas eu sou rígido e as novidades fazem-me confusão. Quero acreditar que possa tirar alegria, ainda, da tristeza (shiver- codplay), que me consome. Se bem que não acredito. Talvez eu tenha que ser realista com tudo o que faz e é a minha realidade, e aceitar que basta viver sem grandes problemas para ser feliz. “It’s all right – Reamonn”.  

Mar encapelado dos sentimentos

Viajando pelo mar encapelado dos sentimentos, numa noite escura como breu, atormentado pela tempestade que quer destruir a minha embarcação, resta uma bússola que apenas consigo tactear, porque não há uma luz para me orientar. Nesta viagem interminável, conforta-me a esperança fugaz de saber, a inteligência e a experiência, que depois da tempestade vem a bonança, porque a tempestade não dura para sempre, todo o equilíbrio é reposto gradualmente, até ao nirvana, o equilíbrio absoluto. Nesta tangencia constante e obscura do infinito, no dia a dia, na senda do porvir, há uma força incomensurável e inexplicável que nos levanta do abismo e que nos abandona quando quer, a seu bel-prazer. Vogando por esse oceano que é a vida, na busca do paraíso, uma terra, um porto onde atracar, tenta-se sem parar, lutar, contra essa tempestade que mais hora menos hora há-de acalmar. E já no fim da noite, depois do temporal, com uma baixa moral, aparece um navio sem igual, que nos resgata não sei se para meu bem se para meu mal. E tudo acaba sem medo, foi apenas um pesadelo, agora posso respirar.

Ironia do tempo

O tempo passa, a vida é uma chalaça, passa devagar, não tenho vontade de rir, mas sim, de chorar. Preciso de ar, de asas, de voar, navegar, além – mar além – mar, ir e voltar, rir sem parar. Chiu! É hora de descansar, repousar, num lugar, difícil de encontrar. Descansar estes ossos, partidos de tanto lutar, contra a vida errante, contra a antítese da vida, contra o paradoxo. Que a ruína me levante, que o brilho do sol resplandeça neste trilho fascinante, como antigamente. Venha a chuva a seguir, o trovão cintilante, venha o tornado desesperante, venha o furacão alardeante, ai! Ai! Que vai destruir tudo, vai pisar o mudo ser que vagueia no seu inseguro bote, vai pôr tudo a trote, vai fazer pensar no mundo errante, e que nada mais se alevante.

            Tudo foi belo um dia, tudo fez sentido uma vez, a exaltação máxima, o êxtase deu-se para mim, não sei se já se terá dado para o mundo. Nunca os homens estiveram satisfeitos, alguns preocupados sofriam calados, porque só os que brilhavam como ouro é que venciam. O homem que há-de estar mais só que o nirvana do universo.

Extinto, distinto, a voz da verdadeira sabedoria toca naqueles que se propõem ultrapassar os seus limites. O infinito está aí, o nascer e o morrer darão sentido a uma vida sem significado real. Mas a certeza, onde está ela? Só há a certeza de ainda não ter encontrado o que procuro, e apesar de não ser completamente verdade já ultrapassei o mundo há procura daquilo que faria o sentido da minha vida: o amor.

 

 


 

Junho 2006 - sentir-se assim

Junho 06

 

 

Não sinto vontade em absoluto de falar. Sinto falhas nos meus sentimentos e emoções. Sinto um vazio enorme, um enorme sentimento de perda, perda de juventude, perda de vida como se fosse um ser vegetal, sinto-me tão pequeno em tamanho neste grande universo, como me sinto como se fosse uma criança que não consegue crescer. Não tenho ninguém para quem falar de sentimentos, emocionar-me naturalmente. Sinto um enorme peso em cima de mim, tudo afastar-se de mim, e não consigo alcançar alguma mão que me queira ajudar. Sou eu, sou eu quem fujo e me isolo e não consigo evitar, parece-me tudo em vão, nada faz sentido, vejo tanta coisa, mas não vejo ninguém suficientemente forte para me levar ao colo e transpor esta barreira que me destruirá. E Quanto mais penso mais angustiado fico. Quanto mais me mexo mais enterrado fico. Não sou capaz de lutar, estou paralisado: pela doença, pelos remédios, pelo medo, pelo pensamento antecedente, pelo bloqueio mental. Mas que adianta gritar para o Mundo se o Mundo está cheio de doentes, se os que não estão doentes não compreendem, como se quisessem compreender, e são eles que inventam a medicina, inventam a ciência que tudo pode, inventam doenças sem fim, como se o que outrora foi normal já não o fosse e inventam as soluções para todos os males como uma panaceia. Desabafos sem fim, estes, os meus.

            Eu, que me juntei aos fracos, que me senti forte para ajudá-los – o quanto errado estava… – eu que pensei que estava a seguir um caminho verdadeiro, eu que me embebi do meu sentido cristão e acreditei na palavra dos homens e não da de Deus. Eu que cheguei a este ponto sem retorno, sem nunca fazer mal a ninguém sendo apedrejado por palavras vãs, pelo mau feitio, sendo maltratado pelo meu feitio fraco e humilde, pelo meu jeito, desajeitado, pela minha condição, abandonado. Será que ainda posso sentir alegria, será que isso ainda me é permitido? Eu que me senti forte e era o mais fraco… Eu que aparento normalidade e sou o mais anormal entre as pessoas na hora de manifestar.

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