caminhando
Falo para ti, humanidade, que caminhas por veredas, nas íngremes encostas que te abordam, de um lado o apoio que te segura para a vida, no outro o encontro com o abismo. Mas esse é o teu caminho, essa é a tua senda nessa ladeira sem fim à vista. E não és única, todos temos o nosso trilho. Há que seguir, não há volta a dar, segue o que sentes, conhece-te a ti própria, vai de encontro ao que te espera, o cume da vida, aquele que será o sítio onde irás repousar ou … desiste e o outro lado irás encontrar. Eu conheço-te, mesmo tendo visto tão pouco de ti, talvez mesmo já as estrelas te conhecessem antes de tu as conseguires vislumbrar. Sei que não irás ter medo do nevoeiro que te envolverá, da chuva que fará deslizar as terras e te provocará, para a morte que do outro lado está. A fuga é tão fácil, a escalada é tão difícil... Atalhos se encontrarão certamente, nessa marcha ousada de se efectuar, e dias de sol a brilhar, com temperaturas amenas no ar. Sem esquecer: há que saber aproveitar, levar o brilho e recordar, as palavras daquele astro, que do infinito nos ilumina irradiando as suas múltiplas cores todas juntas numa só, a cor que te irá salvar, o alvo, que tão pouco existe…mas ele está lá. Tão certo como eu estar aqui agora, como estas palavras que nada dizem a quem nada quer entender, só com o fim de preencher o caos que afinal está