Alegoria da Gruta
Alegoria da Gruta
Que Protectoras que são, num dia chuvoso ou fresco ou escaldante. Que belas aquelas grutas! Que calor emanam nos dias frios de Inverno! Que frescura nos dias quentes de Verão! Muito frequentemente estamos perto de alguma. O desejo de a explorar sobe-nos à cabeça. Mas por haver sempre riscos temos que ponderar... e por vezes ateimamos e perdemo-nos por elas a dentro ou simplesmente agasalhamo-nos do mau tempo ou então desistimos antes de tentar a aventura ou depois de ter ponderado. Em algumas é preciso entrar de rastos, enfim são as mais difíceis a par com outras que são autênticas ratoeiras. Umas encontramo-las em terrenos pouco montanhosos entre densas ou raras florestas. É interessante que, com o avanço dos desertos, já as encontramos em descampados.
O homem de hoje já não explora qualquer gruta como outrora, que explorava qualquer uma. Não, hoje além do aspecto que ela apresenta há outros factores que contam para a decisão dessa exploração. Há o factor psicológico, isto é, a predisposição do indivíduo face à gruta. Também é verdade que em certos casos em que o tempo anda agreste ou escaldante e quando é necessário agasalhar-se não se olha a nada de factores, acontece como primitivamente. Muito geralmente, hoje, já se vai bem equipado sempre que se pretende explorar uma dita cuja. Muitas vezes acontece, quando há muitas, umas muito perto das outras, a decisão torna-se ainda mais difícil, de tal modo que se gasta mais tempo a apreciá-las do que a explorá-las, se é que se chega à entrada de alguma depois de tanta apreciação. Outras vezes há um deserto de grutas, isto é, não se encontra nenhuma, que é o que se passa com mais frequência.
E o cúmulo dos cúmulos (!): não é que há muitas em que é preciso pagar para entrar...