A ordem, onde esta ela? [18-12-03]
Ao som da música... let there be love, há sonhos infinitos, gritos sufocados, dias apagados, pensamentos obcecados. Os dias fluem irrompendo na noite. A noite, sim, a noite! Misteriosa, poderosa, calma e renovadora. Ela que trás o brilho fulgurante na cauda. A noite, esse eterno espaço sideral onde tudo tem principio e fim, a infindável compreensão das coisas, o sentido perdido a ser encontrado, o refúgio de uma prisão perene, a transgressão máxima num caminho proibido, o delicioso momento transcendental, a correcção – errada- do que não está certo, a realidade que ninguém conhece, o sono vencedor da batalha invencível. A noite, a loucura de querer pôr ordem onde só o poder o pode fazer... a loucura, a loucura, a ... loucuraaaaaaa! A certeza de querer ser assim, mas não poder, a força que nos invade, o destino que nos persegue. A noite, as realidades separadas, a loucura, um momento que nos invade, a certeza de repetir sem medo de acabar por dizer que nada fez sentido existe a não ser aquele que damos as coisas. Ao som da musica, o refrão que nos faz mover, o móbil da existência, a loucura de ser jovem, na noite, ligação para o dia. Esquizofrenia, paranóia, a nóia, a nóia, a musica, a expressão dos corpos, a expressão da loucura da noite. Não, não estou louco, estou simplesmente loucamente bloqueado, não apaixonado, interpreta como quiseres, repetições, apenas repetições na tua mente, faz, diz, eu estou certo, eu sei eu não sou Deus eu apenas falo, eu apenas queria ser... alguém, aquilo que não sou, ter o mesmo estilo próprio, ser um vencedor quando chegar ao ponto de partida, a meta. Ler as entrelinhas, a fantástica visão das coisas, o maravilhoso pensamento de sentir um mundo além do infinito. Vale! Valeu! Vale sempre, não temos a perder, sempre a ganhar, nem que seja sofrimento nesta vida curta, imperiosa. A noite, uma câmara oculta que nos vigia para o dia, a inteligência rara que nos afugenta. Perder nem sempre, mas ganhar também, pormenores da inspiração de um prisioneiro que é livre em si próprio. O grito que em nós está, gritado por outros que de nós se aproximam, acalma, sai dessa! Isso diz o refrão, canta, sente em ti, voa nessas tuas asas sem medo da queda, vai! Segue através do fogo, brilha no universo, porque para ti o mundo não chega. O silêncio deve ser glorificado, o som tem que ser ecoado, o silêncio...
Entra na onda, primeiro o refrão, impulsiona-te e força, siga que ninguém te pára. A ordem não tem sentido, apenas o que sentes tem sentido, não o podes encontrar fora mas dentro de ti. Sente não tenhas medo de sentir, não tenhas medo de partilhar, não tenhas medo de ter medo. Sente que sentes, calmamente, body language, agora entendo... agora compreendi, finalmente.