Optimismo, péssimismo, medo, compreensão [Abril 2005]
Não sei quanto tempo me resta nesta vida. Talvez outro tanto ou talvez muito menos. Só sei que não ando bem, e já sei mais do que Sócrates (rir). Muita coisa foi perdida, muita coisa já não volta. Tenho medo do que se possa passar. E a tendência é para que se passe algo mais de mau do que de bom. Eu sei-o racionalmente, porque já compreendi muita coisa da minha vida e consigo prever o que se pode passar num futuro mais longínquo. Tenho medo da dor sobretudo, medo da loucura, essa dor descomunal de não estar em consonância com o mundo, de ser um mundo à parte e completamente esquecido, mais ainda do que da dor física. Tenho medo de ficar paralisado com uma consciência a infernizar o meu corpo, a minha infernal consciência, que é o que é a minha consciência. Como posso eu ser optimista se só vejo as coisas pela negativa? Não tenho capacidade para reagir ao stress e às coisas negativas. Como eu compreendo meu Deus, como eu compreendo o meu passado e o meu presente. Para quê a consciência das coisas, meu Deus? Para sofrer mais ainda.